O apartamento de Jaebeom era espaçoso, mas com todos eles ali parecia pequeno demais. Depois de algumas visitas, Youngjae notou que o Lim havia se tornado mais cuidadoso, o lugar que antes era chique e elegante havia se tornado um ambiente completamente alegre demais, com brinquedos espalhados pelo chão e com proteção a prova de bebês em cada canto. Por exemplo, suas miniaturas não estavam mais desprotegidas e sim em prateleiras altas ou trancadas em seu closet, as passagens entre cômodos que não tinham porta haviam ganhado grades de proteção, Youngjae achou fofo, mas não demoraria para Bambam descobrir como escalá-las. Ele também havia trocado o sofá branco por um preto, assim como o carpete da sala que foi substituindo por emborrachado colorido, e entre umas fotografias conceituais que tinha, Youngjae também havia notado algumas fotos dele e das crianças todas tiradas quando não estavam vendo. Jaebeom só não havia ainda dado um jeito nas paredes brancas e o Choi sentia muitíssimo por uma delas exibir a última obra de arte de Choi Yugyeom em tinta guache.
E ainda assim, ele não havia demonstrado desconforto uma única vez. Era inevitável para Youngjae não se pegar pensando que Jaebeom era muito bom para ser verdade, ainda ficava na espera da reviravolta, estava mentalmente preparado para o pé na bunda e ao mesmo tempo estava sempre visualizando um futuro deles. Não tinha como negar que havia sido completamente fisgado pelo Lim, o maldito havia pressionado nos lugares certos encontrando seu ponto fraco. As crianças adoravam-no e Youngjae meio que também adorava.
— Você vai sentir a minha falta? — Jaebeom perguntou deitado ao seu lado na cama, enquanto Youngjae tinha as costas contra a cabeceira e lia um livro, o Lim estava todo coberto, enrolado no edredom.
Fazia um friozinho gostoso graças ao ar condicionado ligado, a manhã já estava no fim e infelizmente eles teriam que levantar para libertar Jackson dos irmãos e alimentar o bando de monstrinhos que brincavam na sala.
— Você só vai ficar longe por duas semanas, não é como se eu fosse notar de fato. — Falou em tom neutro, e arriscou um olhar na direção do mais velho, o encontrando com uma expressão escandalizada na face. — O quê? Vivi esse tempo todo muito bem sem você, não vai ser agora que as coisas irão desandar Jaebeom.
Ditou resoluto, abafando o riso contra as páginas do livro.
— Uau! Uau! Choi Youngjae.
Não conseguiu mais esconder que ria e teve o livro tirado de sua mão e jogado em algum lugar no quarto, e num piscar de olhos estava deitado no colchão e Jaebeom em cima de si, os dedos por todo o seu corpo lhe causando cócegas.
— Eu estou brincando. — Youngjae ditou entre risos, sem forças para impedir o ataque de tanto que ria. Jaebeom parou as mãos dentro de sua camisa, a palma quente em sua caixa torácica, os polegares perigosamente próximos a seus mamilos, Youngjae o puxou para baixo, as mãos nos cabelos escuros alheios. Trocaram um beijo eskimo, os narizes se tocando de leve. — Irei sentir muito a sua falta, hm.
Foi Jaebeom quem iniciou o beijo, mas Youngjae foi quem controlou tudo. Prendeu os lábios do Lim entre os dentes, ditando o tempo e como queria ser beijado. Youngjae inverteu as posições, ficando por cima, gostava assim e sabia que Jaebeom também preferia daquela forma. As mãos do outro foram naturalmente para a sua cintura, então deslizaram ousadas apertando sua bunda.
— Irei sentir tanto a sua falta. — Ditou entre selares, para por fim se afastar sorrindo. — Tanto que talvez a Nayeon enlouqueça comigo na fossa e o Jinyoung todo azedo.
Jaebeom riu e Youngjae saiu de cima do mais velho voltando a sua posição original, sentado com as costas contra a cabeceira da cama. Seu livro havia ido parar do outro lado do quarto, na porta do banheiro, ficou com preguiça de levantar e ir buscá-lo.
— Você acha que eles tem chances de voltar?
Demorou um pouco para entender a quem o outro se referia.
— Bom, nesses seis anos eles já foram e voltaram incontáveis vezes. Não será surpresa se reatarem, mas dessa vez acho que foi diferente.
— O Jinyoungie chorou, ele nunca chora.
Youngjae fingiu não ter se interessado com a informação. Mark iria adorar saber, podia apostar que seu amigo iria se sentir vingado.
— É mesmo? Foram lágrimas de verdade ou só teatrinho para você ficar com pena?
— Não seja cruel. — Jaebeom respondeu. Youngjae revirou os olhos e o cutucou na perna com o pé.
— Vai buscar meu livro que você jogou longe.
— Pede com jeitinho que eu vou.
Youngjae fez uma careta para o Lim e ele mesmo ficou de pé no buscar o livro na porta do banheiro, assim que pegou o objeto escutou os choramingos antes mesmo da criatura que os emitia aparecer na porta do quarto. Yugyeom apareceu logo em seguida, seu rosto estava vermelho por ter chorado, ainda havia resquícios de lágrimas em suas bochechas, tinha também coriza escorrendo de seu nariz, e a cereja do bolo era o dedão na boca e os soluços.
Nojento, porém absolutamente adorável.
De seu lugar encostado na parede, o Choi observou ele se jogar contra a cama, tendo dificuldade ao tentar escalar o móvel alto, que foi logo resolvido por Jaebeom que o suspendeu pelos braços o sentando em cima de sua barriga. Yugyeom tirou o dedo da boca, e Jaebeom uso a oportunidade para limpar seu rosto com uma parte do lençol.
Nojento.
— Bamie me mordeu. — Yugyeom murmurou, mostrando o antebraço esquerdo que tinha a marca perfeita de dentes minúsculos.
Uma prova de que a conversa que havia tido sobre não morder os irmãos não tinha surtido efeito algum.
— Oh, coitadinho do meu bebê. — Jaebeom ditou, massageando o lugar, com direito a beijinho e tudo. — Passou?
Seu filho assentiu deitando contra o corpo do Lim que o abraçou.
— Tô com fome. — Yugyeom falou abafado pelo dedo que tinha voltado para a boca.
— O que meu bebê quer comer? — Jaebeom perguntou.
— Nuggets. — Foi a resposta.
O Choi mais velho revirou os olhos, claro que era nuggets.
— Mas você comeu isso ontem. — Youngjae já tinha visto aquele filme, ele mesmo já tinha travado aquela batalha contra o maldito frango industrializado.
— Eu gosto.
— Vamos comer algo diferente. — Jaebeom insistiu na causa perdida.
— Não. Chicken nuggets. — Yugyeom choramingou chateado.
— Que tal pizza?
Até então, Youngjae havia sido completamente esquecido e ignorado pelos dois. Assistiu a interação entre eles com o coração aquecido, sempre ficava assim quando presenciava a forma como seus filhos ficavam confortáveis com o Lim e em como Jaebeom os tratava cheio de amor. E se aquele era todo o plano mirabolante de Lim Jaebeom para fazê-lo, quem sabe, amá-lo, estava dando certo pra caramba.
— Hey, dois bobões. — Chamou a atenção para si, saindo de onde havia ficado parado e voltando a sentar na cama. — Pizza não é almoço.
— Pizza é bom papai. Eu gosto.
Yugyeom retrucou o encarando por entre a franja longa.
— Tô nem aí. Quem manda aqui sou eu e ninguém vai almoçar pizza.
— Eu quero pizza! — Bambam anunciou sua entrada no quarto aos gritos, como sempre. Igual ao irmão, ele se jogou contra a cama, tendo mais sucesso em escalá-la e seguir para seu objetivo que era fazer companhia a Yugyeom em cima do Lim.
— Ninguém vai comer pizza. — Retrucou, parecia que estava falando grego. — E porque diabos você mordeu seu irmão, Choi Bambam? — O garotinho em questão desceu da cama com a mesma habilidade com a qual subira dando meia volta e saindo correndo do quarto ao ouvir as palavras do pai. — Yah Choi Bambam!
O Choi gritou, mas não fez nenhum esforço em segui-lo, iria pegá-lo quando ele menos esperasse.
— Vamos almoçar fora? — Escutou Jaebeom perguntar, voltou a olhar para o mais velho e o encontrou sentado na cama. Yugyeom não estava mais em seu colo, tendo ficado de pé se preparando para começar a pular, mas Youngjae foi mais rápido o puxando para o colo.
Ele atacou o pequeno com beijos e cócegas, que riu esperneando e gritando até ser solto.
— Você quis dizer os seis em um restaurante? — Perguntou depois de soltar Yugyeom que desceu da cama, saindo correndo do quarto. — Nós seis? — Jaebeom assentiu. — Você é louco, Lim.
— Vai ser divertido, amor.
Youngjae riu incrédulo. Não seria divertido, Jaebeom não tinha noção do que era domar os quatro pestinhas em público.
— Vai ser um caos, querido. Isso que você quis dizer.
☼
Caos foi eufemismo. Foi um mini pandemônio.
Primeiramente para sair de casa.
Youngjae sentou Bambam no canto da parede para um papo sério, onde o repreendeu por ter mordido o irmão, fazendo com que ele se desculpasse, — o qual ele fez com um beijinho e um abraço — e depois o castigou privando-o de assistir seu filme favorito por dois dias e sem direito de escolha na hora de comerem sobremesa, após o almoço. O que obviamente resultou em choradeira. Mesmo com a ajuda de Jaebeom deixar todo mundo arrumado foi uma tarefa árdua, ainda mais com Jackson que resolveu ser rebelde dizendo que não queria sair de casa e como uma boa sombra Wonwoo o seguiu na malcriação. Youngjae nem se deu ao trabalho de ouvir a ladainha do pré adolescente, — que queria ficar assistindo um seriado — focado nos mais novos. Quando conseguiu vesti-los e sentá-los na sala, Jaebeom já havia convencido as duas crianças mais velhas a saírem junto com eles, também nem quis saber como.
Foi uma viagem curta de carro, e logo estava descendo no estacionamento do restaurante. Youngjae avistou uma família fazendo o mesmo e viu que a mulher segurava seus dois filhos gêmeos — pareciam ser da idade de B1 e B2 — com uma espécie de coleira, era uma mochila amarrada ao tronco dias crianças com uma guia a qual elas os segurava. Invejou a engenhoca, se a tivesse não teria que estar sempre correndo.
— Eu quero uma daquela. — Falou para ninguém em particular, segurava Wonwoo numa mão, Jackson caminhada a sua frente em direção a entrada do restaurante e Jaebeom vinha ao seu lado com os pequenos nos braços.
— Uma coleira? Eles não são cachorros, Jae.
— Poderiam ser. Bambam já te mordeu hoje? — Perguntou ao Lim que fez uma careta para si, Jaebeom tinha as marcas dos dentes do seu caçula no ombro.
Youngjae já deveria se sentir acostumado, sempre que saia com as crianças atraia olhares consideráveis. Eram olhares impressionados, maravilhados e alguns bastante julgadores. Algumas senhoras bastante ousadas se atreviam até mesmo a lhe dar lição de moral por ser tão jovem e já ter tantos filhos, acabava sempre batendo boca. Daquela vez tentou apenas ignorar, afinal, era normal, não era sempre que se via dois caras com quatro crianças, onde claramente eles eram um casal.
Jaebeom por outro lado não pareceu nenhum pouco afetado, nem mesmo quando um de seus associados o viu e cortou uma distância considerável só para cumprimentá-lo. Ao qual Jaebeom foi todo simpático com sua aura seria de CEO, e lhe apresentou ao homem como seu companheiro e as crianças como filhos. E aquela parecia ser mais uma prova de que Jaebeom estava realmente levando tudo aquilo a sério, e Youngjae se viu pensando que talvez, devesse sair de sua bolha de desconfiança e colocar as cartas na mesa, aceitar o que o Lim tinha a oferecer, e dar o mesmo em troca.
☼
Depois do evento que foi o almoço, Jaebeom deu a ideia de passearem um pouco nas margens do rio Han no centro. As crianças adoraram, obviamente, e não perderam a oportunidade para correr de descalças no gramado, se molharem nas fontes de água pública que naquela época do ano ficavam lotadas de crianças e adultos todos procurando alívio longe do calor, também não perderam a oportunidade de se entupirem com algodão doce, pipoca e outras porcarias, além de claro, capturar pokémons. Youngjae acompanhou tudo de perto, os olhos atentos nos pequenos que brincavam na companhia de outras crianças com bolhas de sabão, enquanto Jaebeom e as duas crianças mais velhas perambulavam pelo lugar munidos com seus celulares. Imitou alguns pais e mãe que estavam por ali sentados em toda a extensão do gramado e escolheu se sentar debaixo de uma árvore, fazia tempo que não saia assim com os filhos, também nem lembrava da última vez em que os viu tão felizes, em que teve a oportunidade de ficar de fora sendo apenas um expectador e não gritando a cada segundo e correndo atrás deles. Chegava a ser engraçado. Youngjae observou com um sorriso brincando nos lábios, Jaebeom segurar Wonwoo e Jackson cada um com o braço e empurrá-los no meio de um esguicho de água da fonte, o grito fino do garotinho de oito ano viajou todo o caminho até onde estava, Jackson tinha uma expressão escandalizada no rosto, mas que foi logo substituída por uma gargalhada e então os três passaram a se divertir empurrando uns aos outros nos esguichos d’água. Voltou a atenção para B1 e B2 a tempo de ver o mais velho dos caçulas levar a pistolinha que soltava bolhas de sabão para a boca.
— Bambam! — Seu filho correu quando escutou seu grito, Youngjae começou a ficar de pé para correr atrás dele, porém o peso de outro corpo se chocando contra o seu e braços forte lhe segurando o fizeram cair sentado.
— Ah não, não Jaebeom! Você está todo molhado! — Tentou se desvencilhar do mais velho, que ignorando seus protestos continuou lhe abraçando.
— Ossos do oficio, amor. — Ele ditou, deixando beijos contra o pescoço do Choi, sem nem se importa com os olhares curiosos que tinham sobre si. Youngjae suspirou em derrota.
— Odeio quando você me chama de amor, na mesma proporção que adoro.
Jaebeom riu e lhe beijou o nariz antes de soltá-lo. Youngjae sentiu o rosto esquentar quando percebeu que um grupo de garotas os encaravam risonhas, uma até mesmo ousou lhe mostrar o polegar em apoio. Jaebeom se acomodou deitado no gramado, cabeça em seu colo.
— Você já se perguntou o porquê de está fazendo isso? — Youngjae perguntou depois de um tempo em silêncio apenas observando as crianças.
— Isso o quê? — Ele perguntou. Os olhos fechados, enquanto Youngjae percorria a mãos em seus cabelos molhados.
— Estar comigo. — Enquanto uma mão fazia cafuné no mais velho, com a outra Youngjae percorreu sua tez bronzeada com os dígitos, seus dedos passearam pelas sobrancelhas espessas, pintinhas na pálpebra direita, ponte do nariz, maçãs do rosto, lábios. Até descansarem em seu peito, bem onde seu coração batia.
— Já, e a conclusão é sempre a mesma. Não existe outro lugar onde eu gostaria de estar se não fosse com você. Não existe nenhum outro lugar que eu queria fazer parte se não a sua pequena família. — Uma das mãos de Jaebeom segurou a sua que repousava em seu peito, o coração de Youngjae falhou uma batida ao se perder na imensidão dos olhos castanhos do mais velho. — Eu sou louco por você, Choi Youngjae. Sou completamente louco por essas crianças. — Youngjae desviou o olhar da intensidade dos olhos de Lim Jaebeom, subitamente se sentindo sufocado pelo peso de suas palavras. Deixou olhos passearem pelas figuras de seus filhos que brincavam correndo junto a outras crianças, como queria não acreditar nas palavras daquele homem. — Você deveria confiar mais no seu taco, amor.
Jaebeom ditou e voltou a encará-lo ao mesmo tempo que o mais velho lhe apertou as bochechas e Youngjae afastou sua mão com um tapa fingindo irritação.
Jaebeom riu.
— Você já se apaixonou por mim? — Youngjae se pegou perguntando a Jaebeom que tinha voltado a fechar olhos e tinha os braços cruzados sobre o peito. Seu coração batia frenético ansioso pela resposta dele.
— Perdidamente, Choi. — Ele ditou sem se mexer. E Youngjae ficou grato por ele não estar olhando, porque o sorriso que se abriu em seu rosto foi do mais idiota.
Ele então se inclinou sobre o mais velho, deslizou a ponta de seu nariz contra o de Jaebeom e lhe deixou um selinho nos lábios finos. Quando se afastou Jaebeom o encarava.
— Eu também, acho que me apaixonei por você.
Sorriu e empurrou Jaebeom de seu colo, indo em direção a Wonwoo e Bambam que pareciam brigar deixando um Lim completamente sem palavras para trás. Youngjae estava sim, absolutamente apaixonado por Lim Jaebeom, não tinha mais volta.
☼
Finalmente, havia conseguido arrancar uma confissão apropriada de Youngjae e agora que sabia que seus sentimentos eram correspondidos, não sabia direito o que fazer, não sabia se o que tinha em mente era algo precipitado, tinha medo de acabar exigindo, querendo mais do que Youngjae estava pronto para lhe dar. Assim que chegou em casa e se deitou em sua cama Jaebeom pegou o telefone para ligar para as duas únicas pessoas que conseguiam lhe fazer ter uma visão geral caso estivesse tendo algum dilema. Não tinha vergonha em dizer que era o filhinho da mamãe e do papai, mesmo já estando na casa dos trinta, tinha o maior orgulho em saber que tinha pais que não importava o que tinha a dizer iriam lhe escutar e tentar lhe ajudar.
— Mãe, como a gente sabe que tá apaixonado por alguém a ponto de fazer uma mudança completa de vida por ela? — Perguntou assim que a ligação conectou arrancando um suspiro exasperado da mulher do outro lado da linha.
— Boa noite pra você também filho. Porque isso?
— Eu só ando pensando muito.
Tentou soar indiferente.
— Eu te conheço com a palma da minha mão, Lim Jaebeom, eu te empurrei de dentro das minhas entranhas, eu sei quando você está mentindo ou omitindo algo. — Riu. Sua mãe era muito dramática, Youngjae iria adorá-la. — Mas respondendo a sua pergunta, talvez seja quando começamos a pensar nos prós e contras e acabamos percebendo que não importa os contras, os prós são muito mais convincentes.
Era exatamente o que achava.
Conversaram mais um pouco, sua mãe tentou a todo custo arrancar de si mais informações, porém ficou firme, não queria falar ainda de Youngjae, queria primeiro apresentar a ideia à ele, queria perguntar ao Choi se ele estava disposto a dar um passo adiante na relação que tinham. Ficou escutando a mais velha falar sobre a última fofoca do grupo de zumba que fazia parte, até que lhe ocorreu algo que nunca chegou a perguntar a seus pais.
— Ah, mãe a senhora quer netos? — A interrompeu e ganhou uns bons minutos de silêncio, até mesmo pensou que a ligação tivesse caído.
— É óbvio que eu quero netos. — Sua mãe falou depois de um tempo, desconfiada. — Mas acho que irei esperar uma eternidade até você se arrumar e adotar uns.
Jaebeom riu, não seria tanto tempo assim, não se Youngjae dissesse sim.
— Jaebeom, o que você tá aprontando?
— Nada, só me ocorreu essa curiosidade súbita. — Ditou simplista.
— Você está mentindo pra mim.
— Claro que não estou, que paranoia. Vou desligar agora, tenho que trabalhar, tchau mãe. Eu te amo.
Não demorou cinco minutos e seu telefone começou a tocar, um recorde pensou Jaebeom, quando viu o nome do pai no identificador de chamada.
— O que diabos você disse a sua mãe? — O Lim mais velho praticamente esbravejou assim que ele atendeu não lhe dando nem a chance de falar.
— Eu não disse nada! — Se defendeu, parecia que tinha dezessete novamente e tentava se safar das besteiras que fazia.
— Então, tchau.
— Pai… — Falou rápido antes do mais velho desligar. — Quando o senhor descobriu que estava apaixonado pela mamãe?
— Isso tem alguma coisa haver com a quantidade absurda de mensagens que ela tá me mandando no Kakao?
— Talvez.
— Eu não sei filho, talvez tenha sido quando eu percebi que em todas as projeções do futuro que fiz, ela e você estavam como protagonistas. Eu não me apaixonei apenas pela sua mãe, me apaixonei pela ideia de ser pai. Nossa, você não sabe o quanto eu ficava ansioso para ter você me chamando de pai por aí.
Parecia até que seu pai estava lendo a sua mente, às vezes Jaebeom se pegava pensando como seria ter os filhos de Youngjae o chamando de pai por aí. Lhe causava um frisson, um friozinho na barriga.
— Eu te amo, pai. O senhor sabe disso, certo?
— Eu também te amo, Jaebeom-ah. Agora me dá uma luz do que você disse a sua mãe. O que você disse a minha velha?
— Ah, eu só perguntei se ela queria netos.
— Netos? Devo me preparar para ser chamado de avô?
Ao contrário de sua mãe que não conseguiu identificar um sentimento por trás de suas palavras, com seu pai deu pra perceber que ele ficou extremamente empolgado.
— Pode se dizer que sim. Mas é segredo, por enquanto, você sabe como a mamãe é.
— Sim eu sei. Mas Jaebeom, nós iremos te apoiar não importa qual seja a situação.
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