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História Cinquenta Tons de Esdeath (reescrita) - Capítulo 1- A Captura - História escrita por AstolfinhoRider - Spirit Fanfics e Histórias
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História Cinquenta Tons de Esdeath (reescrita) - Capítulo 1- A Captura


Escrita por: AstolfinhoRider

Notas do Autor


Comecei a escrever essa história em 2017, e desde então minha vida mudou muito, de forma que eu não fui capaz de finaliza-la, mas eu voltei, ao menos para completar essa história.
Reescrevi a mesma tentando unir elementos do final com o começo da história, uma vez que a história cresceu de uma forma que eu não imaginava -rsrs-
Espero que curtam.

Capítulo 1 - Capítulo 1- A Captura


Fanfic / Fanfiction Cinquenta Tons de Esdeath (reescrita) - Capítulo 1- A Captura

 

Bulat respirou fundo, o ar do Império não o agradava. O guerreiro alto andava lado a lado com um novo membro de seu grupo, um jovem de cabelos castanhos, um pouco menor do que ele, jovem, e com um sorriso quase inocente no rosto. Bulat já conhecia as ruas imperiais, e sabia que a primeira vista o lugar parecia ser aconchegante e acolhedor. Mas também sabia que essa perspectiva desaparecia assim que se conhecia aquela capital um pouco melhor.

-Não devia andar sorrindo desse jeito por aí, Tatsumi- ele disse, olhando para os arredores- Os soldados podem interpretar isso mal. 

-Interpretar mal um sorriso?- ele perguntou, e então olhou para Bulat, estranhando o ar de preocupação que o companheiro ostentava.

-Ficaria surpreso com os tipos de pessoas que vestem-se com as cores imperiais, rapaz- suspirou- Não se esqueça que foram esses mesmos guardas que encobriram os atos de Arya. 

O sorriso desapareceu do rosto de Tatsumi ao lembrar-se do que havia acontecido com seus amigos alguns meses atrás. Ele ainda não havia superado, talvez nunca superasse, sempre que fechava seus olhos via o rosto sorridente e ensanguentado de Sayo e Ieyasu, e aquilo lhe partia o coração, Bulat percebeu a hesitação do companheiro e imaginou se havia sido uma boa ideia tocar naquele assunto.

Apesar disso, Tatsumi manteve-se calmo diante do companheiro, ainda que instintivamente tenha fechado o punho com força. 

-Desculpe-me por lembra-lo disso- Bulat parou, colocou a mão sobre o ombro de Tatsumi e então sorriu- Mas saiba que o que fazemos aqui, fazemos pelo mundo inteiro, e pelas almas daqueles que já partiram- havia certa obstinação nos olhos de Bulat, um brilho audaz, algo que passava confiança- E o mundo terá paz no dia em que o ultimo lorde imperial for enforcado nas tripas do ultimo general. Agora, deixe que esse sorriso murche em seu rosto, e vamos completar nossa missão. 

A missão era simples, ou deveria ser. Um dos espiões da Rebelião havia sido descoberto, e não tardaria até que os agentes do Primeiro Ministro fossem ao seu encontro e o capturassem, a captura significava tortura, e a tortura significava que, talvez, muitas das operações da Night Raid fossem comprometidas. Haviam diversos agentes infiltrados pelo Império, alguns até mesmo portavam as Tengus, as temidas armas imperiais, Tatsumi não conhecia muitos deles, mas ouvira falar de uma atiradora e uma assassina de cabelos negros.

Sobre a missão: Deveriam extrair o espião. Simples assim. Bulat tinha em sua posse uma das Tengus, e isso trazia certo alivio para o rapaz. 

-Falando em generais- disse Tatsumi- Alguma ideia de como derrotaremos a tal da Esdeath? 

Bulat manteve-se calado por alguns momentos, pensando em alguma resposta, mas não encontrou nenhuma. Esdeath era a mais poderosa general imperial, a mais poderosa usuária de Tengu. A mulher mais poderosa do mundo. E a iminencia de um confronto com criaturas tão poderosas o assustava. 

-Para ser sincero, não tenho certeza- disse Bulat- Já a vi em campo de batalha. Não tenho certeza nem se é possível vence-la. 

Tatsumi suspirou, então ficaram parados onde estavam, esperando algum tipo de sinal. Era noite, tudo estava frio e as luzes dos postes tremulavam diante a uma garoa fina que havia começado a cair. Tatsumi não temia Esdeath, de fato, não a conhecia, e não conhecia o terror que era o poder da general. Tudo o que ele sabia era que ela era poderosa, e o quanto a menção ao nome dela poderia congelar o coração dos homens. Nada mais. 

 

Esperaram por alguns minutos, e então teve inicio. Houve um sinal, sim, mas havia sido um grito de um oficial imperial.  

Haviam chegado tarde demais. 

 

Quando Tatsumi se deu por conta estava sendo perseguido pelas ruas imperiais. Bulat ao seu lado, coberto pela couraça de Incursio, a espiã desmaiada em seus braços, com um imenso rombo no ombro. E então ele teve um vislumbre do que era o terror. 

 

O ar tornou-se mais frio, as gotas de chuva congelaram antes de chegarem ao chão, e então uma mulher alta aterrissou na frente dos dois vinda do céu. Vestia-se completamente de branco, e os cabelos soltos eram azuis, brilhantes. A pele alva coberta por uma fina película de geada, enquanto os olhos cor de safira encarava inquisitivamente o pequeno grupo. Na mão direita um sabre, e nas costas, duas asas feitas de gelo se despedaçaram. 

Tatsumi nunca havia visto algo como aquilo, olhou para Bulat, e mesmo ele parecia estar congelado diante daquela visão. 

O chão sob os pés daquela mulher se tornou branco, congelado, e era estranho o fato dela estar sem nenhum tipo de armadura. Era uma oficial, Tatsumi sabia disso, e a presença daquela mulher fazia o sangue de suas veias congelar. Tatsumi a acharia bela, se o olhar daquela mulher não o amedrontasse tanto.

-Que má sorte- disse Bulat, recuando um passo- Senhorita Esdeath. 

A mulher sorriu. Tatsumi arregalou os olhos. 

-Olhem só o que encontramos nessas ruas estreitas da Capital- ela disse- Um homem de Najenda... Uma espiã e...- olhou para Tatsumi- Um pirralho. E que interessante... O homem é Bulat, o matador de cem homens- fez uma reverência jocosa- É um prazer conhece-lo.

-...Bulat... 

-Eu sei- respondeu o companheiro- Mas não temos como enfrenta-la aqui. 

-Lhes darei um minuto para decidirem o que fazer- disse Esdeath, e lhes apontou o sabre- Depois disso, se não decidirem se entregar sem resistência e me entregar essa ladra suja que carrega nos ombros, prometo que estas ruas se mancharão com seu sangue. 

Havia um sorriso no rosto daquela mulher, Tatsumi achou aquilo particularmente perturbador. 

-Você foge com ela daqui- disse Bulat- Eu fico e enfrento essa mulher. 

-Se ela é tudo aquilo o que você diz ser, você vai morrer, mano. 

-É um preço baixo a se pagar pelas informações dessa espiã- ele disse- A vida dela é mais importante do que as nossas. 

Tatsumi balançou a cabeça afirmativamente, e então levou a mão até o punho da espada. 

-Consegue fugir com ela desse lugar... Se eu enfrentar ela? 

Bulat o encarou. 

-Está louco? 

-Eu sou fraco. Não conseguiria fugir com ela daqui... Já você consegue, e ainda está usando uma Tengu. Ambos são mais importantes do que eu- sacou a espada- Pense um pouco, Bulat, essa é a única alternativa... 

-Não é. 

-Se você enfrentar ela e morrer, ela me alcança, fora isso um dos atiradores pode me acertar pelas costas. Ela nos deu um minuto... Porque? Eu vou desafia-la na frente de seus homens, ela é uma mulher em um cargo alto... Vou tentar ferir seu orgulho. Se eu conseguir um minuto que seja, poderá escapar com ela daqui. Eu jamais conseguiria, além do mais- ele sorriu na direção de Bulat- Devo isso a vocês. 

-Não poderia permitir que ficasse aqui para ser torturado, Tatsumi. 

-O minuto de vocês acabou- disse Esdeath e então apontou o dedo indicador na direção dos dois. Uma estaca de gelo se formou no ar e avançou na direção de Bulat com uma velocidade assombrosa, explodindo contra a couraça de Incursio antes que ele pudesse ter a chance de revidar. Tatsumi viu quando a estaca de gelo venceu a resistência da armadura e se cravou no abdomen de Bulat. Ele titubeou, cambaleou para trás, mas manteve-se no lugar mesmo quando o sangue começou a pingar no chão- Dei aos dois uma chance de ao menos tentarem reagir. Agora é a hora de decidirem. A vida de vocês pela vida dela.

-Não tem a intenção de nos deixar fugir- murmurou Bulat- Então... Porque fazer isso?

-E porque fez isso?- perguntou Tatsumi, lhe apontando a espada- Tem poder, poderia ter nos matado assim que nos viu.

-Porque? Bem, eu não tenho nada a mais para fazer hoje. 

-Então eu serei seu adversário- disse, de uma forma destemida- Mas a regra é que, até que eu morra, não poderão ir atrás dele e dela. 

Houve um grande silencio nas ruas, os homens de Esdeath se olharam confusos, e a general pareceu atônita por alguns instantes. 

-Você será meu adversário?- ela disse- Tem algum trunfo escondido?

-Nada além da espada que carrego- disse Tatsumi. E Bulat se surpreendeu com sua determinação.

-Apenas a espada- disse Esdeath, meio que confusa- Ao menos sabe quem eu sou? 

-Sim- mentiu, e girou a espada nos dedos desajeitadamente- E volto a repetir: Se é tão poderosa o quanto dizem, poderia ter nos matado assim que nos viu- fingiu sorrir- Mas está aqui buscando diversão... Acha que pode me vencer antes que eles desapareçam na cidade? 

Esdeath franziu o cenho. Ele talvez tenha atingido o orgulho dela. 

-Bom. Que seja- Esdeath baixou o sabre- Mas deixarei isso mais interessante. Enfrente dois de meus homens antes de mim, não vou sujar minha espada com o sangue de alguém que não é digno de minha atenção. 

-Tatsumi...- murmurou Bulat- Ela é forte demais...

-Que seja- disse Tatsumi- Saia daqui, Bulat. 

Bulat suspirou, dando-se por vencido, estava ferido demais, e em poucos minutos a espiã morreria em seus braços. 

-Perdoe-me, Tatsumi... Juro que voltarei para busca-lo, meu amigo.

E com um salto, o guerreiro desapareceu nas trevas. Esdeath nem sequer se deu ao trabalho de olha-lo, estava parada, fitando Tatsumi enquanto dois de seus homens se aproximavam dele com espadas em punho. 

E então atacaram. 

Tatsumi se virou a tempo de se esquivar do primeiro golpe, e com destreza se proteger do segundo, defletindo a espada com sua lâmina. A gesto torpe com a espada havia sido apenas para engana-los, aparentemente aquele rapaz era exímio na arte da espada. Com um giro no pulso ele desarmou o primeiro, e quando o segundo o atacou novamente, o rapaz lhe talhou o braço. O homem gritou e largou a arma. 

Sem a autorização da general, um terceiro homem atacou de surpresa, quase cravando sua espada no peito de Tatsumi, lhe atingindo o ombro e lhe rasgando a carne. Tatsumi gritou, e instintivamente atacou. A espada desceu como um raio no ombro do soldado, e ele logo sentiu a resistência dos ossos, que cederam abruptamente. Seu ombro sangrava, ele mordeu os lábios enquanto o homem tombava morto aos seus pés. 

Esdeath franziu o cenho. Tatsumi o havia matado sem nem mesmo hesitar. 

-É o suficiente para você, general?- disse, apanhando a espada manchada de sangue- Mereço agora a sua atenção? 

-É... É sim- disse a general, e então deu um passo na direção de Tatsumi- Me mostre o que pode fazer. 

O rapaz se atirou na direção da general, sem medo, sem remorso. A atacou.

Imaginava que a general se protegeria com sua Tengu, com alguma das emanações de gelo que ela havia exibido no momento em que havia chegado ali, mas não, Esdeath não utilizou-se de seus poderes, apenas contra atacou com a espada. O metal se chocou contra o metal, e para Tatsumi, não importava o que ele fizesse, não era capaz de vencer a defesa daquela mulher. Já havia enfrentado espadachins antes, mas nenhum como ela.

-Isso é tudo o que tem?- ela perguntou, no momento em que suas espadas se chocaram de forma tão violenta que a arma voou dos dedos do rapaz, e desarmado, ele recuou um passo quando a general lhe desferiu uma estocada contra o peito.

Ele achou que fosse o seu fim, completamente subjugado pela pericia de Esdeath, mas ela não o matou. A lâmina do sabre se cravou na carne de seu peito, mas não o suficiente para machuca-lo de forma fatal, e ainda assim ele manteve-se em pé. A camisa aos poucos manchava-se de vermelho, e gotas de sangue escorriam pela lâmina do sabre.

Mas ainda assim, Tatsumi manteve-se no lugar.

-O venci- disse a general. Ligeiramente mais alta, bastaria um único movimento para que o sabre lhe perfurasse o peito e lhe rompesse o coração, mas Tatsumi não recuou.

-Eles já devem estar longe daqui- ele disse- Eu venci.

-E perdeu sua vida no processo- disse Esdeath.

-Um preço baixo a se pagar para ver esse império em chamas.

-Mas você não o verá. Não se eu mata-lo aqui.

-Ao menos vingaria o soldado que eu matei- Tatsumi ousou sorrir.

-Era um de meus comandantes- disse Esdeath- Deveria tortura-lo por isso. Deveria arrancar sua alma... Deveria mata-lo, assim como matarei cada membro da Rebelião.

Tatsumi olhou para as próprias botas, estavam completamente envoltos em uma camada transparente de gelo, de forma que não se era possível sair do lugar. No topo das casas, alguns atiradores estavam mirando em sua direção, e a ponta da espada de Esdeath, cravada em seu peito, ameaçava ceifar sua vida em um instante.

Estava acabado, ele pensou. Exausto pela situação.

-Poderia mata-lo... Deveria mata-lo- ela repetiu- E seria fácil. Mas seria desperdicio.

Tatsumi arregalou os olhos quando a general recuou sua lâmina.

-Derrubou três dos meus melhores guardas como se não fossem nada, ainda é jovem, e me parece tolo, mas ainda assim é habilidoso. Existe um lugar no império para um homem como você.

-Eu jamais me uniria ao império!- grunhiu.

Esdeath sorriu e então se aproximou do rapaz, e então o abraçou. O aroma do corpo da general era suave, ela nem sequer havia suado naquela incursão, e o perfume de seu corpo era puro, como se ela houvesse acabado de sair do banho, e seu toque era quente, ainda que o toque de suas mãos fosse frio como gelo. Tatsumi imaginou que se estivesse com uma adaga poderia apunhala-la, mas no momento seguinte imaginou se teria forças para fazer aquilo. A general não seria tão descuidada a ponto de se aproximar se ele pudesse, de alguma forma, feri-la.

-A escolha já não está mais em suas mãos- ela disse em seu ouvido, e então Tatsumi sentiu o frio nas mãos da general aumentar.

E tudo ficou escuro.



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