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História Cinquenta Tons de Esdeath (reescrita) - Capitulo 2.15 Prenuncio do Dragão - História escrita por AstolfinhoRider - Spirit Fanfics e Histórias
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História Cinquenta Tons de Esdeath (reescrita) - Capitulo 2.15 Prenuncio do Dragão


Escrita por: AstolfinhoRider

Capítulo 21 - Capitulo 2.15 Prenuncio do Dragão


Fanfic / Fanfiction Cinquenta Tons de Esdeath (reescrita) - Capitulo 2.15 Prenuncio do Dragão

Numa encontrou-se com Budo em uma barraca de terreno neutro, onde nem um nem outro poderiam tentar se matar, isso era o que diziam os antigos tratados de guerra, mas nem Numa e tampouco Budo confiavam plenamente um no outro para se encontrarem sem uma guarda.

Numa já estava cansado daquelas inconveniências, conversas que nunca chegavam a lugar nenhum, mas ainda sim, resolveu aceitar o convite de Budo para -talvez- evitar uma batalha desnecessária, Leone o acompanhou, vestia-se para o combate, mas o que surpreendeu Numa foi o fato de que a loira dispensava o uso de qualquer tipo de armadura ou proteção, preferindo manter o corpo descoberto. Ainda assim, a visão daquela mulher completamente tomada pelo poder da Tengu o fazia se sentir seguro.

Budo esperava sentado na tenda, com um grande mapa aberto a sua frente e taças de vinho colocadas organizadamente sobre uma mesa. Numa se surpreendeu ao ver que o comandante era um homem de idade, sisudo e sombrio, ao contrario da obstinada Esdeath, ou de Tatsumi e Kurome, com suas personalidades explosivas, perto daquele homem, todos eles pareciam pequenas crianças brincando de guerra.

-Você deve ser Budo- disse Numa, aproximando-se do homem.

-O próprio- respondeu Budo, a voz era como o eco de uma caverna, profunda e aterradora, Budo se ergueu, era muito mais alto do que Numa, mas o príncipe não se intimidou- E você deve ser Numa Seika.

-O próprio- respondeu Numa, aceitando a taça de vinho que lhe foi oferecida, encarou o liquido no copo, girou-o.

-Não está envenenado- garantiu Budo.

-Não pode me culpar por ser precavido- ele sorriu ao ver que Leone, sem nenhuma cerimônia, apanhou uma das taças e sorveu todo o conteúdo, para então a encher novamente- Pois bem- Numa sorveu o vinho, bebeu-o em um único gole- Não são como os do Norte, mas dá para o gasto.

-Já provei os vinhos do Norte, sei que é verdade que as regiões dos Campos da Geada são responsáveis por produzir as melhores uvas do mundo, e que os melhores vinhos do Continente vem de lá. Mas não menospreze as outras regiões. A senhorita Leone também apreciou o vinho?

As orelhas de gato de Leone se eriçaram no alto da cabeça.

-Sabe o meu nome?

-Conheço-os todos, todos vocês que perturbam a ordem. Sei que Leone é a que possui a benção de Leonel, mas até alguns momentos atrás eu não conhecia seu rosto. Mas é inconfundivel- com um movimento de mão, um dos servos de Budo encheu a taça de Leone novamente- Beba, aqui somos todos iguais.

-É mais cordial do que eu achei ser possível, general Budo- disse Numa- Gostei de você, mas diga-me: Está aqui pela paz?- questionou o principe, com não mais do que um sorriso no rosto- Devo dizer que vocês são persistentes, é o terceiro que vem até mim oferecer algo semelhante.

-E recusará como as outras duas vezes em que a paz foi sugerida?- perguntou o general.

-Depende das condições- a resposta pegou de surpresa Leone e Budo- Geralmente suas ofertas são de submissão total ou obliteração. Seja mais criativo, general. Já estou farto de ser considerado um líder de palavras vazias.

-Tenho certeza de que ninguém o faz.

-Fazem sim, é claro que fazem. Percebem o quanto estão errados quando os campos se mancham de vermelho- havia certa agressividade na voz de Numa, tão aparente que até mesmo Leone se surpreendeu- Mas depois da vitória de outro dia, não cometerá esse erro... Cometerá, general?

-Paz... - Budo o encarou, seus olhos eram frios como o gelo- O tempo para a paz acabou, alteza, eu vim até aqui para exigir que se renda.

Leone revirou os olhos, encheu a taça novamente.

-E aqui vamos nós para as negociações agressivas- ela disse- Tem certeza que não vão nem tentar um acordo?

-Um acordo?- Numa sorriu- Acabou de ouvir que não há tempo para paz.

-Isso já foi longe demais, alteza- disse Budo- Continue com essa loucura, e temo que mais pessoas sofrerão.

-Essa é a sua uma ameaça? Esdeath foi mais criativa e teatral- Numa pousou a taça sobre a mesa- Diga-me, Budo, esteve nas terras do norte nesses últimos anos? Por acaso conhece o filho do primeiro ministro?- a menção a aquela pessoa fez o olhar de Budo mudar, Numa percebeu aquela alteração- Aquele demônio nos visitou, em nome da alteza, e sua visita nos causou muita dor, estupros e mortes. Diga-me, Budo, conhece Esdeath? Ouviu que ela enterrou vivos os soldados da fronteira do leste em uma guerra anterior? Ouviu falar que ela desnudou alguns soldados, e os fez desfilar pelas ruas, na frente de suas famílias, os humilhando como se fossem pouco mais do que arremedos de seres humanos? Guerra, meu caro Budo, guerra é a única resposta que posso dar quando o império tem ao seu lado seres tão desprezíveis e alheios ao sofrimento humano como esses animais! A guerra causou a morte de uma de minhas aliadas mais próximas, mas ela morreu em um campo de batalha, a para nós, não existe honra maior do que esta. As suas ameaças não assustam a mim ou ao meu povo- Leone encarou o príncipe, e temeu, por alguns instantes, a raiva que emanava do olhar daquele rapaz. Era o oposto de Budo, pensou, um mar em fúria, uma fera em forma de homem- O meu objetivo é que as terras do Norte deixem de fazer parte do Império, simples assim. Não voltarei a estaca zero depois de ter liderado meu povo para tão distante.

-Os liderou longe, isso eu devo admitir, mas se continuar a trilhar esse caminho, ele com certeza causará a sua morte- disse Budo, em um tom calmo- Ah, com certeza causará.

-Então mate-me, você me tem aqui e agora- Numa o encarou, desafiante- Mas me matar não causará a derrota do norte, dará mais poder a Najenda. Mate-me e me torne um mártir para o norte.

Najenda, a menção ao nome da lider revolucionaria fez Budo franzir o cenho.

-Vejo que não teme a morte, alteza.

-Se eu tivesse medo da morte, não teria feito metade das coisas que eu já fiz. O caminho que eu trilhei até aqui surgiu a partir da ideia de que os povos do Norte devem ser livres. Os impostos do Imperador são abusivos, tomam grande parte de nossas produções, e tudo isso em troca de que? De medo, terror? Da opressão dos exércitos Imperiais?

-O Imperador precisa manter a ordem em suas terras.

-É muito fácil falar sobre ordem e justiça quando você é o opressor. Você não sabe o que é a guerra, general- Leone achou engraçado o fato de um rapaz tão jovem quanto Numa, falar daquela maneira com Budo- Não sabe o quanto as injustiças da Capital Imperial afetam o resto do mundo, pois a violência parte de suas mãos. Um povo que nunca foi tocado pela guerra não é capaz de entender o que um povo que nunca conheceu a paz sente, mas agora o Império teme, pois sabe que as marés da guerra estão batendo em seus portões.

Budo compreendeu afinal quem era Numa. O príncipe jamais iria parar, negociar com um homem daqueles era um esforço inútil.

-Não acho que posso lhe convencer com palavras.

-Não. Não pode. Mas você não me parece com os outros homens do império, ouviu o que eu tinha a dizer, e não me menosprezou pela minha idade. Estou disposto a ouvir a sua oferta.

Um dos servos de Budo colocou uma pilha de papéis sobre a mesa.

-O imperador será misericordioso e não vai punir a sua insurgência- começou- O desejo pela liberdade e em estar de seu povo não é nada além de louvável, e não deve ser punido se houver mais derramamento de sangue. Suas tropas devem recuar da fronteira e voltarem para o Norte, de onde pertencem, deixando as cidades e fortalezas tomadas livres, e então você, Numa Seika, deve jurar vassalagem ao Imperador. Em troca, todos aqueles sob sua bandeira receberão o pedão real- e então olhou para Leone- O perdão real também se estende a vocês, rebeldes que se renderem. Os membros da Night Raid, portadores de Tengu, poderão manter suas armas, mas se resolverem entrega-las receberão uma recompensa a altura.

Leone ergueu uma sobrancelha, então olhou para a taça de vinho imaginando que havia bebido demais.

-É uma oferta muito boa para recusar- ela disse.

-Acredite. A recompensa por uma Tengu é capaz de lhe dar conforto por toda uma vida.

Leone olhou para Numa, que parecia esperar anciosamente a sua resposta.

-Não que a opinião de uma... plebeia seja importante na presença de um general e de um rei, mas se quer saber, não luto por quantidades escandalosas de ouro- e então sorriu, os dentes eram como presas- Luto pelo dia em que verei o corpo do último general balançando, enforcado nas tripas do ultimo politico- e ao dizer isso, percebeu que os guardas de Budo levaram as mãos até o punho das espadas- Exagerei? Vocês dois estão trocando inimizades desde o momento em que viram, mas quando eu falo é hostil demais?

Os guardas de Numa Seika também tocaram o punho das espadas. Aquele era um território neutro, não deveriam haver combates ali, isso se as regras fossem seguidas. Diante daquela situação, o Principe Herói simplesmente ergueu a mão direita e seus homens se acalmaram.

-Peço para que controle a língua de seus companheiros, alteza- sugeriu Budo- Ou o conflito será inevitável.

-Leone é uma mulher livre- disse Numa- Ela fala o que desejar falar.

-E faz das palavras dela as suas?

-Na verdade, posso estar inclinado a aceitar sua oferta- Leone o olhou com estranheza- Mas também tenho minhas condições.

-E quais são?

-Desejo a prisão da general Esdeath e de Syura. Quero que o filho do Primeiro Ministro seja enviado ao Norte onde pagará pelos seus crimes contra meu povo, e que Esdeath seja julgada por crimes de guerra por um conselho formado de juizes de todas as nações do continente- Budo respirou fundo. Se ele tivesse poder para isso teria aceito as condições de Numa.

-Todo esse ódio por Esdeath...

-Todos os povos a odeiam- disse Numa- Ela é um lembrete constante que o punho de ferro do Imperador nos alcança a todos. Ela cavalga pelas nossas terras e faz o que bem entende. Genocida- Numa lembrou-se de Mine- Exterminou as tribos do Oeste.

-Em outras circuntâncias eu confessaria que concordo com você- Budo se levantou, as mãos nas costas- Levarei a justiça a eles quando derrotar essa rebelião. Presumo que sua resposta a minha oferta é... Não.

-É uma pena que a vida de uma general e de um... Animal como Syura valha mais do que a paz- Numa se levantou e apanhou a sua lança, havia um sorriso zombeteiro em seu rosto. Ele se aproximou de Leone e lhe segurou o ombro- Bravas palavras, Leone. Najenda enviou-me a mulher correta. Depois que derrotarmos eles aqui sermos nós quem daremos as condições- e então olhou para Budo- A honra de matar Esdeath será minha.

-Não é nenhuma honra expurgar os demônios do mundo- disse Budo- Mas diga-me, alteza. Porque apanhou sua lança?

-Existe uma tradição no Norte, quando dois líderes se encontram antes da batalha é de costume que ambos se enfrentem em um combate singular para marcar o início das batalhas- girou a lança nos dedos- E eu o respeito como homem, Budo, como nunca respeitei outro imperial.

‘’Um combate singular’’, pensou Budo, uma espécie de batalha de exibição entre os comandantes de dois exércitos.

-E eu aceito- respondeu ele, sem hesitar. Então se ergueu e foi até sua espada, era uma montante, quase tão grande quanto ele. O metal cinzento brilhava em tons esbranquiçados- Alteza.O primeiro que cair?

-O primeiro que cair.

Foram até o lado de fora da tenda, e os homens de Budo e Numa formaram um circulo em forma dos combatentes, erguendo os escudos, cravando-os no chão e formando uma parede de metal que os impedia de sair. Não houve sinal para que se iniciasse. A espada de Budo desceu em um arco brutal e cruel, e teria partido Numa no meio se ele não fosse tão ágil para se esquivar, o príncipe saltou para trás, e a ponta da espada se enterrou no chão coberto de neve. Leone revirou os olhos, achando aquela demonstração de poder extremamente enfadonha, então simplesmente sentou-se com seu vinho e esperou o combate terminar.

A lança de Numa avançou como o bote de uma serpente, atingindo Budo no rosto, abrindo um corte superficial na pele e arrancando alguns fios de cabelo, a estocada havia sido perfeita, mas Budo havia se esquivado, simplesmente movendo a cabeça para o lado. Budo ergueu a espada, Numa imaginou se ele próprio teria força para manusear aquela chapa de aço com tanta facilidade, no mínimo precisaria das duas mãos.

Budo a girou, o fio da arma cortou o ar na altura dos joelhos de Numa, e este por sua vez saltou, e agilmente usou a parte plana da espada, em pleno movimento, para se impulsionar para cima, saltou quase na altura do teto da tenda, e sua lança atacou mais uma vez, indo em direção ao coração de Budo, mas o general simplesmente utilizou a larga ombreira para bloquear a investida, e a ponta da lança resvalou no aço, riscando-o.

Numa nunca havia experimentado a derrota.

Budo moveu-se tão rápido que Numa não teve tempo de reagir, em um momento sua lança estava recuando para a sua mão, e em outro, o general a havia agarrado a haste de sua lança e a puxado para si, Numa foi levado pelo movimento, e quando Budo largou a espada e segurou sue antebraço com a outra mão, Numa sabia que havia sido derrotado. O general o atirou em direção ao chão, de costas, e quando Numa atingiu o solo, a armadura de suas costas se amassou e se partiu como vidro, o chão cedeu, e os homens de Budo ovacionaram o seu senhor.

Numa tentou se levantar, mas foi impedido por um poderoso chute de Budo, diretamente no rosto, seu nariz explodiu em sangue, e o príncipe foi arremessado para o lado, atordoado. Budo foi até ele, ergueu-o pelo pescoço com apenas uma das mãos, enquanto preparava um poderoso soco com a outra.

-Você... - disse Numa, com os dentes imundos de sangue- É um monstro, realmente...

Os soldados de Numa se prepararam para sacar as espadas, mas o príncipe se perguntou se a sua guarda era capaz de enfrentar um homem como aquele, Budo, entretanto, simplesmente largou-o, ajudando o príncipe a se erguer com o máximo de dignidade possível.

-O primeiro a cair- disse o general, enquanto o derrotado Numa limpava o rosto com um pedaço de sua capa. O príncipe cambaleou, cuspiu sangue, sabia que algumas costelas de seu corpo estavam quebradas- Se planeja mesmo derrotar aquele demônio da guerra, príncipe do Norte, precisa de mais do que isso- então olhou para a própria mão- Senti a energia característica das Tengus ao tocar a lança. Qual é o poder de sua arma?

Numa estendeu a mão, então a lança ergueu-se do chão, como se atraída por uma força magnética, para então voltar a mão de seu portador.

-Qualquer defesa diante de sua ponta é inutil- respondeu, os dedos vacilavam- Ela atravessa a armadura e perfura a carne diretamente.

Budo olhou para o risco em sua ombreira.

-Poderia ter me ferido, então.

-Você não usou sua Tengu. Eu não usei a minha. Mas no campo de batalha será diferente.

‘’Era só um garoto, no final das contas’’- pensou Budo- ‘’Mas era um garoto honrado, cujo coração estava apontado para a direção certa. Um garoto que havia acabado de ser vencido, mas que não parecia guardar magoa quanto a aquilo. Talvez em outra situação, poderiam ter sido companheiros.''

-Muito bem, Principe Herói. Que vença o melhor.


 

-Não gosto que me chamem de Principe Herói- confessou Numa a Leone. Estavam em uma cabana, aguardando a partida das tropas enquanto Numa limpava o sangue do rosto, havia um balde de água e alguns panos cheios de sangue aos seus pés- Aquele chute de Budo quase me matou.

-Já pensou o que aconteceria se tivesse morrido ali?- disse Leone. Estava deitada, esparramada sobre uma capa como um gato, ainda se encarregando de esvaziar a ânfora de vinho que havia trazido da cabana de Budo. Numa havia achado estranha a sua postura com as roupas nobres, e agora, vestida com suas habituais roupas leves, o principe achava, no mínimo, curioso, o quanto ela estava a vontade em sua presença- Acho que eu seria demitida.

Numa riu baixinho.

-Foi um pouco irresponsável, eu admito.

-Um pouco? Você poderia ter morrido. Achei que você fosse mais maduro.

-E quem é você para me falar em maturidade? Deveria me proteger, mas está bebendo vinho desde o momento em que entrou naquela barraca- Numa fez um muxoxo- E continua bebendo.

-O vinho é muito bom- ela disse.

-Nem tanto.

Leone fez uma careta.

-É uma pena que não esteja ao nivel da realeza, mas eu estou acostumada com o povo e com coisas mais simples- ela se sentou e ergueu a taça, via a si mesma refletida no metal dourado- Beber os vinhos do Imperador é uma experiência que não temos todo o dia nas comunidades. Estou mais acostumada com cerveja morna.

Numa olhou para Leone por alguns instantes, apesar de todas as óbvias diferenças, ela muito o lembrava de Alura. A forma como ela falava e se portava na presença da realeza. Numa tinha muitos bajuladores, mas poucas pessoas que ele poderia chamar verdadeiramente de amigos, e em momentos como aquele, era tudo o que ele desejava.

-Lhe asseguro que enquanto estiver ao meu lado, Leone, terá apenas do bom e do melhor- terminou de limpar o sangue do rosto- Porque não me disse que gostava de vinho? Poderia lhe arrumar o melhor vinho que provaria em toda a sua vida. Se estiver ao meu alcançe, posso lhe mostrar prazeres que apenas o Norte pode oferecer.

-Ora, alteza- Leone lhe ofereceu um sorriso depravado, talvez fosse efeito do vinho, mas bastaria simplesmente ativar os poderes de Leonel e o álcool em seu corpo evaporaria- Assim começo a pensar que deseja me seduzir.

Numa a encarou por alguns instantes e então sorriu também, seria tolice dizer que não sentia-se atraído pela mulher a sua frente, tão forte, bela e mortal, Leone lhe parecia única.

-Quem sabe- inclinou-se, sentindo a dor inundar seu corpo. Havia sido tolice lutar, mas bastariam algumas poçoes dos curandeiros e estaria novo em folha- Ficaria ofendida se eu lhe falasse que sim?

-Quem sabe?- ela mordeu o lábio inferior- Provavelmente não.

-Se as minhas costelas não tivessem virado pó, poderíamos continuar essa conversa em aposentos menos abertos, e eu veria se o vinho Imperial tem um gosto melhor quando tempera seus lábios.

Leone sorriu, lisonjeada.

-Galanteador. Quem diria. Pensarei no seu caso, alteza.

Do lado de fora, o lider da guarda ordenou aos outros soldados que começassem a cavalgar. Havia chegado a hora de voltar.


 

Numa vagou pelos jardins da sua fortaleza, com a ânfora que carregava as cinzas de Alura nos braços, junto a ela, a armadura completa da guerreira era levada, montada sobre um manequim de ferro sobre uma carroça. Numa encarou aquela figura, e por um momento, pôde ver a antiga guerreira refletida no metal. Ao lado da armadura, a espada brilhava recém polida. Leone olhou para o corte atroz no metal, e imaginou que soldado havia a ferido de tal forma.

-Tem mesmo que leva-la?- questionou a Gregor, irmão de Alura- Disse-me que a levaria para o mausoléu de sua vila. Parece-me um lugar sombrio.

-Ela era minha irmã, meu senhor- disse Gregor- Deve repousar junto aos nossos familiares.

-Ela era uma mulher magnifica... Deveria estar enterrada em um campo florido... Com as nuvens, a lua e as estrelas sobre ela.

-É a aquele lugar que ela pertence- disse Gregor- E em todo o caso, Alura não está nessa ânfora, ou nesse ídolo de metal. Alura está se banqueteando com os deuses. Isso é... Apenas uma lembrança.

Numa suspirou.

-Tem razão, Gregor... Tem razão. Saiba que Alura foi a mulher mais brilhante, e que sem ela nada disso seria possível- tocou o ombro de Gregor- Foi uma honra ter lutado ao lado dela.

-Quem a matou?- perguntou Leone, assim que a carroça se afastou.

-Kurome, a assassina imperial- disse Numa- E Tatsumi, o cão de Esdeath.

Leone franziu o cenho.

-Tatsumi?

-O conhece?

-Eu achei que sim- respondeu Leone- Mas no momento eu não tenho certeza.

-Ouvi o relato de alguns soldados- Numa deu de ombros- Espero, para o bem deles, que jamais voltem ao campo de batalha, ou ao fim dessa guerra, ele sentirá o sabor do aço da minha lança. Ambos vão.



 

 

Tatsumi e Mine montaram guarda perto do local de desova por algumas horas. Tatsumi estava nervoso, e apertava com força o punho de Incursio.

-Calma, Tatsumi- disse Mine, enquanto limpava seu rifle- Cedo ou tarde ele vai aparecer. Pode ser hoje, amanhã... Mas o bandido sempre volta para a cena do crime.

-É isso o que me preocupa, Mine. Sinto que estamos sendo observados.

Mine franziu o cenho, então olhou para os arredores. A noite estava terrivelmente quieta e não haviam sinais de alguém por perto.

-Está ouvindo alguma coisa?

Tatsumi balançou a cabeça negativamente.

-Tem algo perto, mas eu não sei dizer ao certo onde está- Tatsumi olhou por cima do ombro- Chegou faz poucos minutos, mas não sei como ele conseguiu nos ver no breu da madrugada. Não sei exatamente onde ele está, só sei que ele está por perto.

-Você consegue ver no escuro, não consegue? A Tengu dele pode fazer isso, talvez.

-Se a arma dele fizer apenas isso, vai ser fácil...

Tatsumi não teve tempo de terminar a sua frase. Seus olhos estavam tomados pelo poder de Incursio, de forma que ele conseguia ver normalmente a noite, e foi por isso que ele a viu tão nitidamente:

Ela estava em pé, cerca de dez metros de onde os dois estavam, de pés descalços, trajando um vestido branco que lhe descia até os tornozelos, os cabelos escuros estavam presos pela presilha de borboleta que tanto lhe era familiar, e ela o encarava com uma expressão de surpresa.

Tatsumi sentiu o coração acelerar dentro do peito. Era Sayo, ali, como se mais de um ano não tivesse se passado desde o ultimo instante em que a viu com vida.

-... Sayo?

Sem pensar no que estava prestes a fazer, Tatsumi se ergueu de onde estava e caminhou até a antiga companheira. Mine manteve-se parada, olhando para Tatsumi sem entender o que estava acontecendo. A única coisa que lhe era visivel era uma grande sombra que se erguia perto de onde eles estavam, a silhueta de um homem robusto, cuja testa parecia brilhar em um tom escarlate.

Mine preparou o rifle, mirou, e então a silhueta desapareceu subitamente de seu campo de visão.

-Mas o que...

-Eu devo ter mostrado para ele uma coisa muito bonita, não é?- Mine ouviu algo em suas costas, e então se virou a tempo de ver um homenzarrão se aprumando a ela, e foi rápida o bastante para se levantar e andar para trás antes que duas lâminas pesadas se enterrassem no lugar onde ela estava- Caçadores de recompensas na minha propriedade...

-Zanku...- Mine respirou fundo, e então mirou na direção dele com o rifle- O Executor.

-Sabe quem eu sou, mas eu não sei quem vocês são, ou o motivo de estarem atrás de mim. Caçadores de recompensas.

Mine pensou em atirar, mas quando seu dedo se moveu para tocar o gatilho, percebeu que Zanku se inclinou. Não sabia se era capaz de atingi-lo antes dele chegar até ela naquela distância.

-Posso ler seus pensamentos, garotinha- ele disse- Assim que pensar em apertar o gatilho, sua cabeça vai rolar e eu me banharei em seu sangue.

Mine sabia exatamente qual Tengu estavam confrontando. Spectator estava em posse do Imperador, mas Zanku havia a roubado. Consistia em uma tiara que era capaz de amplificar os sentidos do usuário, criar ilusões, e agora, sabia, ler mentes.

-Se consegue ler mentes, então sabe o motivo de eu estar aqui- ela sorriu, demonstrando confiança- Você não pode matar gente inocente e achar que vai sair impune.

-Você está calma demais para alguém que está prestes a morrer. Não é a primeira a vir me caçar, mas você não verá a luz de outro dia.

Frente a frente, Mine era capaz de ver seu inimigo. O executor era um homem alto, robusto, vestia-se elegantemente bem para um homem que estava sendo procurado por assassinatos em série, os cabelos dourados estavam um pouco desgrenhados, e o sorriso que ostentava no rosto denunciava um prazer quase que doentio com aquela situação. Ele não carregava espadas comuns, mas sim duas lâminas que partiam de seu antebraço presas por grossas tiras de couro, pareciam lâminas pesadas.

Mine recuou um passo, sentia o coração acelerado dentro do peito, tinha certeza que Zanku sabia exatamente qual era seu próximo movimento.

-Quer usar o rifle, não quer, garotinha?- ele inclinou o corpo- Vamos, tente a sorte.

Mine olhou para Tatsumi, ainda em transe, e depois para Zanku. Ele se divertia com aquela situação.

-Você está pensando em várias opções de fuga agora- ele disse- Não pensa em me enfrentar, está pensando em como vai tirar seu companheiro do transe... Está desesperada, e está sozinha...

-Pois é- Mine lhe apontou o rifle- Você sabe mesmo ler mentes.

 

 

-Sayo...- Tatsumi tocou a miragem, sentiu a suavidade da pele na ponta dos dedos- Como isso é possível?

-Tatsumi?- ela se aprumou a ele e o abraçou com força, ele sentiu o aroma de seu perfume- Pelos deuses... Eu senti tanto a sua falta...

Tatsumi sentiu as lágrimas de Sayo em seu peito e o calor de sua respiração, e a abraçou também.

-Mas você estava morta... Eu vi... Como isso é possível?- e então olhou para os arredores, não era mais capaz de ver Mine, ainda que soubesse que ela estava por perto, estava em uma espécie de transe, e a única coisa que existia em seu mundo naquele momento era Sayo.

-Isso é passado, Tatsumi... Eu estou aqui- ela se aproximou dele e lhe tocou o rosto- Vamos embora, vamos voltar para a vila, esqueça essa guerra, esqueça Kurome... Não estaria aqui se não fosse por mim, estaria? Pois bem- ela lhe ofereceu um sorriso- Agora eu estou aqui. Não precisa mais lutar, se ferir...

Tatsumi sentiu o aconchego do abraço de Sayo, era real, palpável.

-Que tipo de poder poderia trazer os mortos de volta a vida?- ele perguntou, sentindo as lágrimas lhe cortarem o rosto- Que tipo de poder poderia trazê-la para cá, na minha frente... Como se nunca houvesse sido... Machucada.

-É o poder de Zanku- ela disse, o olhando com um sorriso no rosto. Havia esperança em seus olhos- Ele pode lhe dar o que você quiser... Tudo o que seu coração quiser... Pode nos reunir outra vez.

-Eu...

E então ele o viu.

Acima das nuvens, cobrindo parte do firmamento, uma enorme serpente se movia, despedaçando as nuvens. Tatsumi já havia visto dragões antes, considerados criaturas extremamente perigosas, mas nunca havia visto um dragão tão grande, e nem tão terrivelmente familiar. Os olhos cor de rubi ardiam contra o céu noturno como pequenas estrelas, enquanto a luz do luar refletia nas escamas metálicas.

Tatsumi, entretanto, sabia seu nome. O conhecia tão bem quanto conhecia a si mesmo.

-Tyrant- ele murmurou.

-Não olhe para aquilo- disse Sayo- Olhe para mim.

Aquilo era um sonho? Uma ilusão criada pelo inimigo? Tatsumi teve certeza disso quando sentiu algo lhe queimar as costas, e seus dedos atravessaram o rosto de Sayo como se fosse fumaça, e então o frio da noite o atingiu outra vez. Havia ficado algum tempo preso naquela projeção, mas agora estava livre. Incursio cobria seu corpo completamente, e para ter certeza que aquilo havia acontecido de verdade, olhou para o céu, mas não havia nada além da lua e das estrelas. Algo o havia atingido nas costas, havia sido Mine, que havia escolhido atirar em Tatsumi a tentar a sorte com Zanku. O tiro, precisamente calculado para acerta-lo de raspão no ombro o tirou do transe completamente, e no momento seguinte a atiradora ergueu o rifle para se proteger das espadas antes que elas a retalhassem. Tatsumi viu Mine cair para trás, tamanha era a violência de Zanku.

Zanku- ele pensou- Maldito seja.

Não teve tempo para entender o que havia acontecido, porque no momento seguinte sentiu o peito irromper em uma fúria cega. Primeiro o porão, e agora o inimigo utilizara a imagem de Sayo para distrai-lo? Que direito um assassino como ele tinha de tocar na memória dos falecidos? Quando Tatsumi olhou para trás e viu Mine, encurralada pelas lâminas de Zanku, simplesmente agiu.

Tatsumi venceu a distância entre os dois em um segundo, com a lança em riste para ataca-lo. Ainda não tinha ciência de sua força ou velocidade com a armadura, ou o que aconteceria se atingisse um ser humano com toda a sua raiva, e simplesmente atacou com tudo o que tinha. Zanku previu o movimento, ergueu as lâminas para aparar o golpe, mas não foi rápido ou forte o suficiente para deter o avanço de Tatsumi.

Neuntote partiu ambas as lâminas de Zanku, tamanha era a sua força. O metal quebradiço voou em lascas em todas as direções, enquanto o executor, com ambas as mãos quebradas pela violência do impacto, se atirava para trás para se safar da morte certa.

O executor rangeu os dentes, tentando controlar a dor, ele sabia exatamente o que o adversário faria, mas não era capaz de sobrepuja-lo em velocidade ou força, de forma que a capacidade de previsão tornou-se inutil, e de certa forma, servia mais para deixa-lo com medo do que o ajudava a se proteger. Zanku olhou para Mine, ela planejava lhe acertar um tiro fatal, e todas as previsões de futuro lhe diziam que Tatsumi o partiria em dois assim que ele tentasse escapar do disparo. Encurralado, o executor se preparou para fugir.

-Ele vai correr- disse Mine. Tinha Zanku em sua mira- Eu atiro, incapacito... Você executa.

-Não consegue mata-lo com o tiro?

-Ele vai tentar desviar. Se ele estiver lendo a minha mente é capaz até mesmo de conseguir- Zanku se virou para correr. Mine respirou fundo- Mas não pode fugir de nós dois ao mesmo tempo.

Antes que o Executor pudesse sair do lugar, um dos disparos de Pumpkin o atingiu na junta da perna, ele se virou antes que o membro quase decepado o derrubasse, para, talvez, olhar a ultima vez para seus algozes e tentar alguma coisa, mas havia sido tarde demais, e o cavaleiro armadurado já estava perto o suficiente para desferir o ultimo ataque. O punho de Tatsumi o atingiu em cheio no meio do peito, o metal rasgou a carne, partiu as costelas, destruiu o órgão cardíaco e despontou nas costas. Zanku arregalou os olhos ao ver o punho de Tatsumi enterrado até o meio do antebraço em seu peito, imundo de sangue. O Executor sentiu as pernas amolecerem, mas não teve tempo de cair, pois o clarão de um disparo de Pumpkin em seu pescoço arrancou sua cabeça.

Tatsumi, ainda inebriado pelo frenesi violento que havia se entregado, baixou o braço e deixou o corpo de Zanku escorregar para o chão, enquanto uma poça de sangue se formava do cadáver. Havia acabado, e havia sido rápido, não houve honra ou um combate. Havia sido simplesmente uma execução.

A armadura se desfez como fumaça.

Tatsumi não sentia pena alguma do executor.

 

 

 

 

-Meu punho atravessou o corpo dele- comentou Tatsumi, enquanto Mine contava as moedas da recompensa. Haviam contado onde havia sido também o local dos assassinatos, para que aquelas famílias tivessem a resposta sobre os seus desaparecidos- Atravessou como se fosse uma... Uma...

-Uma melancia, talvez?

-Uma melancia... Sim. Eu não senti a resistência da carne nem nada- ele então olhou para a atiradora- Eu fui brutal demais?

-Porque está preocupado com isso?- ela lhe atirou a bolsa de moedas. Spectator estava sobre a mesa, dentro de um saco- Seria diferente se tivesse o matado de uma forma limpa?

-Bom...

-Ele era um assassino, Tatsumi.

-Mas não existem formas... Corretas de lutar?

-Existe alguma diferença quando Akame mata alguém com a espada ou Leone o estraçalha com as garras? Brutalidade ou sutileza, não estão todos mortos no final?

-Não estou preocupado com o destino do executor- apanhou o saco de moedas no ar- Acha que eu exagerei?

-Você acabou com ele com rapidez e eficiência, foi um bom trabalho, e se não tivesse feito, ele provavelmente teria me acertado.

Tatsumi fingiu sorrir, e então olhou para as próprias mãos, sentia-se diferente, o dragão ainda estava em sua mente.

-Formamos uma boa dupla- ele admitiu- Deveríamos investir nessa vida de caçador de recompensas.

-É um trabalho insalubre- disse a atiradora.

-Mais do que o seu?

Mine riu.

-Quando tudo isso terminar, digo, quando o Império arder em chamas, penso em vender minha Tengu e comprar uma casinha para mim, perto de um rio, com um vinhedo, talvez... Com cavalos.

-Achei que gostasse da vida de atiradora.

-Eu gosto, mas matar cansa... E de que servirão os pastores de ovelhas quando todos os lobos se forem? Espero ver um mundo onde assassinos como eu não são necessários, se não, de que adianta lutar? Mas com isso- ergueu a Tengu de Zanku- Estamos um passo mais perto do fim. Graças a você. Mas não tenho como o agradecer o suficiente.

Tatsumi sorriu.

-Me agradeça com um beijo.

Mine lhe ofereceu um sorriso cálido, inclinou-se e o beijou.

 

 

 

 

-O que pode fazer com esse livro, exatamente?- questionou Esdeath, ao ver o bardo debruçado sobre o enorme tomo. Violet havia passado os últimos dois dias aficcionado em sua Tengu.

-É dificil explicar- para a general, Violet passava os dias olhando para páginas confusas, onde símbolos sem sentido algum se moviam pelas páginas alvas, mas os olhos do rapaz pareciam brilhar de excitação a cada palavra lida- Não existe nada escrito nas páginas, mas basta que eu pense em alguma coisa que o conhecimento toma forma e os símbolos fazem sentido. É muita informação.

-Interessante. Estamos prestes a entrar em marcha novamente- informou- Sugiro que esteja pronto antes do meio dia de amanhã.

-Ainda temos tempo, então, general.

-Temos sim, esse é o problema. O tédio toma conta desse lugar pouco antes da partida, então...- ela sentou-se a frente de Violet.

-Então?

-Me intreta, bardo- ela ordenou- Estava demasiado falador quando Run lhe trouxe até mim, mas agora está tão quieto que começo a pensar que é um móvel. Não é seu dever transformar o tédio dos salões em algo proveitoso? Pois bem, eu estou entediada.

Violet sorriu, então passou os dedos pela barba rala.

-Esse livro tem muitas coisas interessantes para se ler, gostaria que a general pudesse compreendê-las. Por exemplo- apontou algo na página, incompreensível a qualquer um que não fosse o usuário de Rongo Rongo- Aqui fala sobre os antigos usuários de Tengu, seus poderes, onde atuaram...

-E esse livro fala algo sobre, por exemplo, Incursio?

Violet olhou para o livro, Esdeath não o viu mudar as páginas, mas os símbolos começaram a se reorganizar.

-Aqui fala que Incursio é a arma feita a partir da carcaça de Tyrant, o Dragão que Nunca Morre. Ele era capaz de se adaptar a todas as regiões do mundo, se curar de todo o tipo de dano, em outras palavras, foi a criatura mais poderosa e perigosa que já andou sobre a face da terra.

-É incrivel que o Primeiro Imperador tenha matado essa criatura em uma época onde as Tengus ainda não existiam- disse Esdeath.

Violet fez que sim com a cabeça.

-Aqui diz que ele não o matou, não exatamente. O Dragão está selado dentro da joia da espada, e os usuários se alimentam dessa força.

-Então é daí que vem a tenacidade dos seus usuários. Bulat era um guerreiro exemplar.

-Aqui diz também que determinados usuários são acometidos pelo que é chamado de A Doença do Dragão- Violet forçou os olhos para ler, como se estivesse diante de uma informação completamente desconhecida- Usuários que são muito compatíveis com a arma, e que adquirem um nível de domínio sobre ela, semelhante ao que a general tem com sua Tengu, desenvolvem essa condição perigosa, e é recomendado que sejam separados da arma.

-Condição perigosa?

-Capacidades sobre-humanas são relatadas nos primeiros estágios da ''Doença''- continuou- Habilidades físicas acima da média, como força e velocidade, capacidade de cicatrização acelerada- virou a página- Sentidos apurados, mesmo distantes da arma...

-Isso é uma doença?- Esdeath sorriu- Me parece uma coisa boa.

-Isso nos estágios iniciais. Alguns usuários relatam ter entrado em contato com uma entidade dentro da arma- ele olhou para a general- Eu estou lendo o relato de um médico, cerca de trezentos anos atrás... ''Alucinações são relatadas nos estágios mais avançados. Os usuários de Incursio se mostraram resistentes a todas as formas de veneno, para derrota-los o dano precisa ser mortal, ou se recuperam em poucos meses. A cada dano mortal recebido, mais o usuário e a suposta entidade entram em sincronia, até que no fim se tornam uma coisa só, e a partir desse ponto recupera-lo é impossível. Usuário e Incursio tornam-se uma coisa só, e essa condição é chamada de Cavaleiro do Dragão. ''

-A arma se une ao usuário?

-Sim. Não foram raras as vezes em que os Cavaleiros do Dragão se tornaram uma ameaça. Uma força destrutiva e sem controle- Violet a encarou por alguns momentos- Aqui diz que os Cavaleiros do Dragão em sua forma completa são os usuários de Tengu perigosos, Incursio, ao contrário de sua sucessora, Grand Chariot, é uma armadura imperfeita, mas que se torna mais poderosa a medida que o usuário a danifica, e seu potencial de evolução é ilimitado.

Esdeath imaginou se o novo usuário de Incursio poderia vir a ser tão poderoso quanto Violet estava descrevendo. Se sim, não seria nada interessante deixa-lo se desenvolver mais.

-Incursio é uma arma perigosa, então- ela concluiu- Quem diria. Nunca ouvi sobre isso antes.

-Poucos usuários a usaram nos últimos séculos, como a sua arma, general, usa-la era considerado um Tabu.

-Até que alguém a usou- e então o olhar da general se tornou vago, desde que Run lhe contou sobre Incursio na floresta, a chama da curiosidade brotou no coração da general. Quem seria o novo usuário? Como eles haviam reforjado uma arma que estava quebrada?- Então o Dragão que Nunca Morre está andando novamente sobre a terra... Curioso, no mínimo.

 

 

 

 



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