Capítulo 12: O Plano Perfeito – Parte 3
Passaram-se dez dias e a situação de Hinata e Naruto não havia melhorado em nada. A garota Hyuuga havia passado três dias sem ver ninguém naquele quarto. Não haviam lhe dado comida ou bebida e muito menos tratado seus ferimentos. O sangue que vomitou já estava podre e o mau cheiro dominava o local. Seus ferimentos tinham o sangue seco e o inchaço ainda não havia sumido completamente de seu rosto. Mas o pior de tudo eram seus braços. Como não conseguia mexê-los, não pode evitar que moscas e os demais insetos ficassem a rodeando, o que causou uma infecção horrorosa, que talvez a deixasse sem braços futuramente. Somente após quatro dias que Yuharu apareceu lá para cuidar um pouco dela, dando alimento, água e tratando de seus ferimentos. Ele não tinha conhecimentos muito avançados em medicina, mas pôde fazer o de mais urgente, limpando os ferimentos e enfaixando os braços da garota.
Ela não se importava com isso. Não ligava para seus braços ou ferimentos e dependendo dela, todos poderiam ir para o inferno. Seus olhos perolados estavam opacos e seu rancor para com seu pai estava no limite humano. Ela só tinha um desejo: sair viva dali e matar o seu pai. Sim, ele havia destruído o coração dela. Não que tivesse esperanças que ele mudasse por ela, mas judiar dela daquela maneira e ainda matar seu filho tinha sido demais a menina carinhosa e meiga aceitar.
Depois do tratamento que Yuharu lhe aplicou, Hiashi veio todos os dias espanca-la mais vezes. Mas Hinata não mais gritava ou mostrava emoções. Ela apenas encarava Hiashi nos olhos enquanto ele a batia.
Hiashi retirava as faixas dos braços da Hyuuga e torcia os braços quebrados da menina e ainda assim a face dela era fria. As dores eram tremendamente fortes para ela, mas a raiva por Hiashi era mais poderosa e lhe dava forças para não cair novamente. Hiashi tentava tocar o seu emocional, o que por muitas vezes lhe atingia, mesmo não parecendo. Hinata mal via a hora de conseguir sair dali de alguma maneira e se vingar de tudo o que estava passando. A sua única preocupação, além disso, era seu amado Naruto, que segundo Hiashi, estava quase morto em outra cela.
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Naruto estava jogado no chão, sobre o próprio sangue podre, com a respiração fraca e a vista embaçada. Era seu décimo dia naquele inferno e ele não havia comido, bebido ou sequer tido um tratamento médico até ali. Suas roupas eram apenas trapos banhados de vermelho e com um odor que fazia até Hiashi passar mal, quando entrava ali em sua visita diária.
Hiashi havia arrancado todas as suas unhas dois dias atrás, enquanto ele se encontrava amarrado em uma cadeira. O Hyuuga, enquanto tirava cada unha, falava sobre como seria a vida de Naruto ali, preso, pelo resto da vida. Ele havia entregado certos pontos do seu plano maléfico para fazer Naruto enraivar-se mais. O Hyuuga deliciava-se em ver o Uzumaki totalmente destruído fisicamente e mentalmente, olhando-o nervoso, mas sem poder fazer nada.
Todos os dias Hiashi ia até Naruto e o batia até deixa-lo desmaiado. Não havia curado nenhuma de suas feridas e os cortes nas bochechas, que havia feito no primeiro dia, ainda estavam lá, mostrando os dentes. Só não havia criado larvas ainda porque Hiashi o fazia sangrar diariamente. Naruto pensava em como ainda estava vivo depois de tudo aquilo, mesmo sendo um Uzumaki.
Hiashi também havia contado, no terceiro dia, como havia sido o enterro da Hokage. Ele falou para Naruto que Gaara foi prestar as condolências e os outros kages, que não puderam ir, mandaram cartas para prestar homenagens. Ele havia detalhado tudo para o garoto, enquanto o espancava.
Agora, no décimo dia, ficava a pensar em tudo aquilo novamente. Tinha uma raiva insana por Hiashi e nada o faria mudar de ideia quanto a mata-lo, nem Hinata. Hinata... Ele não tinha noticias dela. Segundo Hiashi, ela estava em Konoha, sob os cuidados do clã Hyuuga e Naruto se perguntava como ela estava com tudo isso, se havia acreditado ou não nas acusações, isso se soubesse de tudo, o que Naruto duvidava, uma vez que uma das acusações era de sequestra-la e tentar mata-la. Chegou a conclusão que Hinata talvez estivesse presa dentro do clã.
Ele não conseguia usar o senjutsu, mesmo que o chakra que usasse não fosse dele e sim da Natureza. Havia algo errado, pois ele lembrava-se de que quando foi preso anteriormente, com o mesmo selo, foi possível usar o senjutsu. Ele não tentava mais escapar. Não havia desistido, é claro, mas sabia que não conseguiria fugir dali e concentrou suas esperanças para o julgamento dali a cinco dias.
Escutou novamente o barulho da porta se abrindo, mas não tinha forças para se virar e olhar, nem precisava também. Ele sabia que a hora de sua tortura diária havia chegado.
- Hiashi: Bom dia, Uzumaki. – Hiashi falava com ironia. – Às vezes sinto inveja de todo esse luxo em que vive. – Hiashi riu da própria piada. Ele estava louco. Havia mudado seu comportamento drasticamente. A face antes séria agora dava lugar a um Hiashi irônico e provocativo, que fazia de tudo para ver Naruto irritado. – Hoje tenho um presente para você. Como hoje será a última vez que nos divertiremos antes do julgamento, eu quero fazer algo especial. – Ele riu e saiu da cela, deixando-a aberta.
Pouco tempo depois ele entrou novamente trazendo senbons. Mas não eram senbons normais. Essas mediam pouco mais de dez centímetros. Ele trouxe as senbons segurando-as nas mãos e as colocou numa cadeira que havia do lado da parede. Ele amarrou as mãos de Naruto e jogou a corda pela viga no teto, puxando e pendurando Naruto novamente, assim como quando acordou da primeira vez. Naruto já imaginava o que estava por vir.
- Hiashi: Vamos jogar um jogo. (N/A: Não resisti kkkkkkk) Eu tentei ensinar à Hinata como se manter fria para que pudesse assumir o clã, mas a inútil nunca aprendeu. – Ele falou voltando para a direção das senbons. – Porém, eu tenho esperança que você aprenda. – Ele riu, agora voltando para perto de Naruto e o encarando nos olhos. Naruto ficou receoso com o que Hiashi faria. Não havia medo ali, mas Hiashi estava completamente louco. – A cada expressão diferente que você fizer, eu colocarei uma senbon em você. – Ele falou junto de um sorriso.
- Naruto: Não lhe darei o prazer de me ver agonizar, seu desgraçado. – Naruto não havia feito isso antes e não era agora que o faria.
- Hiashi: Hai, hai. Podemos começar? – Falou como se não se importasse e logo continuou, sem esperar resposta de Naruto. – Eu menti quando disse que Hinata estava em Konoha. – Naruto esbugalhou os olhos, fazendo uma mudança de expressão. Se Hinata não estava em Konoha, onde estaria? Hiashi não disse nada e espetou uma senbon na mão esquerda de Naruto, atravessando-a. Naruto suspirou e tremeu um pouco, mas continuava surpreso e pensando em Hinata.
- Naruto: O que fez com ela? – Perguntou secamente. Pelas loucuras de Hiashi, Naruto nem queria imaginar o que ele pudesse ter feito com a garota.
- Hiashi: Nada demais. Apenas ensinei a ela uma lição. – Hiashi terminou a frase rindo e Naruto esqueceu-se do jogo.
- Naruto: SEU DESGRAÇADO! Se tocar em Hinata considere-se morto! Eu não vou ter piedade! – Ele gritou sem saber de onde havia tirado forças, mas tudo que viu foi Hiashi rir novamente.
- Hiashi: Mais uma vez. Será que é tão inútil quanto ela? – Ele pegou outra senbon e enfiou no antebraço de Naruto, forçando para atravessar o osso e conseguindo, enfiando totalmente a senbon, até topar no final, onde havia um volume. Naruto ofegou, segurando a dor descomunal que aquilo fazia. – Que jogo divertido! Sabe... Uzumaki... Quando o Matsumi matou a Senju, ela olhou diretamente para seu rosto, que usava o henge transformado em você no momento. Ela me pareceu devastada. Ela te amava demais e eu tenho suspeita que não fosse somente como filho. Não foi isso que me pareceu pelos olhos dela. – Hiashi tocava as feridas de Naruto com sal.
O loiro trincou os dentes, sentindo o coração trincar junto. Ele havia imaginado como teria sido a morte da Hokage, mas nunca pensou pelo ponto de vista dela. Morrer por uma pessoa que se ama seria incrivelmente doloroso, se não fosse instantâneo e Naruto sabia que a Hokage não havia morrido assim. Hiashi dizer que os olhos de Tsunade expressaram um amor diferente de um de mãe também pegou Naruto de surpresa. Ela estava tendo um comportamento diferente ultimamente. Hiashi apenas tinha confirmado uma suspeita louca que Naruto tinha. O jovem Uzumaki sentiu ainda mais remorso pela morte da Hokage, fazendo uma expressão triste.
Hiashi viu novamente a mudança de expressão do rapaz e enfiou brutalmente outra senbon. Desta vez no braço, em cima da articulação com o ombro. Desta vez Naruto não pôde segurar o gemido. E Hiashi deliciou-se ouvindo aquilo. Naruto não tinha outra opção a não ser ficar calado para tentar não machucar-se tanto. Segundo Hiashi, aquele era o quinto dia antes do julgamento e com certeza Naruto iria ser inocentado, afinal não era culpado de nada.
- Hiashi: Quando Hinata soube que você estava preso e porque, ela ficou transtornada demais. Quase tive pena. – Naruto segurava-se para manter sua face neutra, mas era quase impossível se tratando de notícias de Hinata. – Você precisava ver o que o ninja do clã Matsumi fez com ela assim que ela acordou na cela dela. – Os músculos de Naruto enrijeceram-se ao ouvir aquilo, fazendo-o segurar um grito de dor por mover também os músculos que foram penetrados pelas senbons. – Ele entrou na cela dela usando o henge transformado em você e lhe disse que havia apenas usado o corpo dela, que não a amava e que ela era fracassada. – Naruto irritou-se novamente, não conseguindo manter a face séria. Ele sabia o quanto Hinata era traumatizada com aquilo. Ela ainda não havia superado totalmente o fato de ser tratada como lixo pelo próprio clã. Naruto imaginou-se ouvindo as mesmas coisas de Hinata e chegou a conclusão que a garota deveria ter ficado com o coração em migalhas.
Hiashi aproximou-se de Naruto e fincou outra senbon, de maneira bruta, bem no centro do joelho de Naruto. A dor era horrível e Naruto suava frio. Um gemido de dor novamente foi emitido e fez Hiashi sorrir. O Hyuuga ainda não estava satisfeito.
Hiashi: De tarde, eu mesmo fui lá vê-la. Tadinha... Ficou tão triste quando me viu. – Hiashi falou ironicamente e viu Naruto tremendo, mas desta vez era de raiva. – Eu também brinquei com ela!
Naruto não resistiu desta vez. Hiashi teria sido louco o suficiente para machuca-la? Não era possível!
- Naruto: Eu vou te matar! Escute bem, Hiashi! Eu irei mata-lo! – Ele olhava ferozmente para Hiashi, mas falava de maneira fria. O Hyuuga estava tremendo com o olhar, mas não deixou Naruto perceber e fincou outra senbon em Naruto. Esta foi no cotovelo do braço direito de Naruto, que manteve a face séria, olhando Hiashi nos olhos e transmitindo toda a raiva no olhar.
- Hiashi: Você precisava ver a cara dela quando eu falei que havia espancado você! Ela quase esqueceu a dor que sentia no corpo que eu havia espancado. – Naruto puxou as cordas, tentando inutilmente soltar-se para bater em Hiashi. O líder Hyuuga estava alegre com o resultado do seu jogo. Pegou outra senbon e subiu na cadeira que havia puxado para perto de Naruto. Hiashi pegou a mão direita de Naruto e segurou o dedo médio do loiro. – Se você quiser eu posso pegar um pano para você morder. – Hiashi riu de Naruto e o loiro continuou a olhá-lo raivoso. Hiashi começou a enfiar a senbon pela cabeça do dedo do Uzumaki, por onde entraria debaixo da unha, caso ela ainda existisse ali. Naruto começou a gemer. A dor era indescritivelmente maior do que as anteriores. Hiashi continuou a enfiar a senbon no meio do osso do Uzumaki e a cada junta do dedo que ela passava, Naruto soltava um gemido mais alto. Na junção do dedo com a mão, Naruto urrou de dor quando Hiashi forçou a senbon, colocando-a completamente dentro do dedo de Naruto. O rapaz tremia, sentindo muita dor em todo o corpo devido aos ferimentos e grandes marteladas onde as sebons estavam fincadas. – Que pena Uzumaki, só tem mais uma senbon. – Hiashi desceu da cadeira e deu uma arfada. – Guardei o melhor para o final. Eu descobri uma coisa bem interessante enquanto brincava com Hinata. Ela já tinha um braço quebrando quando eu comecei a chutá-la na barriga. Eu quebrei o outro braço e continuei a chutá-la ali, mas ela não tirou o braço quebrado do lugar. Passei a chutá-la no rosto, usando chakra também, mas ela continuava com o braço quebrado protegendo a barriga. – Hiashi falava de costas para Naruto, mas nesse momento se virou gargalhando.
Naruto parou de respirar naquele momento. O tempo parou ao seu redor. Porque motivos uma pessoa deixaria seu braço quebrar e mesmo após isso continuaria a mantê-lo sobre um lugar para protegê-lo. Naruto não era burro. Seria possível Hinata estar grávida? Sentiu uma felicidade enorme, quase sorriu. Mas logo olhou para a face de Hiashi e seu coração gelou.
- Hiashi: Eu tive que levantá-la do chão e quebrar em outro lugar o braço dela para que ela me deixasse ver direito. Ela estava grávida! – Hiashi falou meio irritado. Naruto refez a frase em seu pensamento: Ela...Grávida...Hinata... Estava... – Ele levantou os olhos esbugalhados para Hiashi e viu o sorriso ferino do mesmo.
- Naruto: Você não teria coragem... – Naruto falou baixo, mais para si mesmo.
- Hiashi: Você não imagina o quanto ela implorou para que eu não o fizesse. Ela estava desesperada e rogou para que eu não matasse o demônio que havia em seu ventre.
Havia... Naruto repensou várias vezes. Viu-se caindo em um abismo frio, onde tudo era negro. Seu coração não mais existia e em seu lugar havia somente um novo sentimento. O qual repudiou por toda vida e o combatia: Ódio! Naruto odiava Hiashi com todas as suas forças e nunca em toda sua vida tinha desejado matar alguém como desejava matar Hiashi naquele momento.
Hiashi havia preparado um plano impecável para prendê-lo e nesse plano ele matou o velho Daymio, Tsunade, espancou Hinata e havia matado seu filho. O maior sonho de Naruto era ter uma família e logo a teria, mas Hiashi matou o filho que Hinata levava no ventre.
Naruto exalou chakra através dos poros, mesmo com o selo. Seu corpo queimava, soltando fumaça por onde havia o selo. Hiashi gelou a espinha e caminhou para trás, tropeçando e caindo de bunda no chão. Naruto quebrou as cordas e caminhou lentamente na direção de Hiashi, encarando-o nos olhos.
Hiashi estava desesperado. Como era possível alguém conseguir exalar chakra através daquele selo de Kekkei Genkai? Olhava nos olhos de Naruto, como uma presa olhava medonha para seu predador e por um milésimo de segundo viu o olho de Naruto tomar outra forma. Ele era vermelho e tinha um formato diferente de todos que já tinha visto ou ouvido falar. Havia imaginado, era a única opção. O Hyuuga estava atônito vendo Naruto chegar, com dificuldade, bem perto dele. O loiro pegou no pescoço de Hiashi, levantando-o e encarando.
- Naruto: Eu irei até as profundezas do inferno para mata-lo. Eu irei fazê-lo pedir pela morte! Nenhum Deus, demônio ou qualquer divindade irá salvá-lo de meu julgamento. É uma promessa de Uzumaki Naruto! – Dizendo isso Naruto desabou no chão. Ele já não tinha forças para manter-se acordado. Estava há dias sem comer ou beber, sendo espancado diariamente. Havia sofrido ferimentos horríveis naquela tortura e acima de tudo, havia forçado ao extremo seu corpo já dilacerado, para exalar chakra atrás do selo, o que resultou em seu corpo cheio de queimaduras, deixando a carne com um odor de queimado e completamente vermelha.
Hiashi nunca havia sentido tanto medo em sua vida. Acreditou que realmente o Uzumaki iria até os confins do mundo atrás de sua vida e alma. Levantou-se e chamou Yuharu, ordenando que curasse Naruto. Caso o loiro não recebesse cuidados ali, com certeza morreria por estar perdendo muito sangue pelos ferimentos. Hiashi retirou-se com a última senbon, que não conseguiu fincar no rapaz.
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Hiashi havia ordenado que cuidassem bem de Hinata, para que estivesse apresentável para o julgamento. Já para Naruto, ele havia ordenado que o alimentassem bem somente por três dias e depois o deixassem sem comida novamente.
O líder do clã Hyuuga voltaria para Konoha naquele momento. Kamuro já havia assumido o feudo oficialmente e auxiliava Hiashi em seu plano, afinal, já tinha conseguido sua parte em toda aquela armação. Tudo estava dando certo para Hiashi e ele apenas aguardaria o julgamento de Naruto nas dependências de seu clã. Ninguém em Konoha, além de Yuharu, sabia que Hiashi estava com Naruto. O líder Hyuuga havia recebido um chamado do senhor feudal e por isso se retirava com frequência para ir a fortaleza.
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Os cinco dias restantes para o julgamento se passaram. Hinata estranhou estar sendo tratada bem, com comida, água e sem mais os espancamentos de Hiashi. Yuharu havia trago um shinobi médico há quatro dias e o mesmo havia curado a Hyuuga totalmente. Bem, nem tanto assim. A garota estava deprimida e os seus olhos eram fundos. O choro era sagrado durante a grande parte do tempo em que estava acordada. Ela focava o local onde havia vomitado a catorze dias atrás, agora já limpo, mas com a maldição ainda rondando a cela. Hinata sofria como nunca havia sofrido antes. Seu filho só tinha um mês e poucos dias, segundo a análise feita por ela, quando Hiashi o matou. Mas não era por isso que ela não o amava, ao contrário, amar alguém mais do que ele não seria possível. A perolada já havia feito planos, sonhos e tudo mais com o filho que teria de Naruto. Imaginou várias vezes vendo Naruto treinar a criança para ser shinobi. Tudo que haveria de bom na vida dos dois juntos desta criança tão amada, mas em frações de segundos tudo foi destruído. A porta novamente foi aberta, revelando Yuharu.
- Yuharu: Chegou a hora, Hinata-sama. Irei leva-la para o julgamento de Uzumaki Naruto. – Hinata enfim sentiu um pouco de felicidade. Não era o melhor momento, mas iria ver novamente Naruto. A Hyuuga nada disse e saiu acompanhando Yuharu.
O julgamento aconteceria no antigo prédio da polícia de Konoha, onde agora funcionava um salão para grandes eventos. Foi adaptado tudo para fazerem o maior julgamento da história shinobi, onde compareceriam todos os kages, com seus guardas e assistentes e também os senhores feudais.
Uzumaki Naruto era um grande nome em todo o mundo, todos o admiravam e lhe eram agradecidos pelos seus feitos em guerra e, portanto, toda a atenção do mundo shinobi estava voltada para o julgamento do Uzumaki. Noventa por cento da população apoiava e acreditava no loiro. Os que ainda não haviam visto, apenas escutavam a história de sua bravura e caráter, acabando por crer que o rapaz não havia feito e tudo era uma armação.
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Naruto estava jogado no chão de sua cela. Há dois dias não comia e seu estado era deplorável. Yuharu havia vindo em sua cela há três dias atrás e o havia curado parcialmente, tirando as senbons e limpando os ferimentos. Porém, as feridas ainda existiam e a dor continuava praticamente a mesma, impossibilitando Naruto de mover os membros que haviam sido feridos em suas juntas. O dedo que foi perfurado pela senbon estava praticamente morto.
Escutou o barulho na porta e já sabia o que se tratava. Segundo seus cálculos era hoje seu julgamento. Viu Yuharu entrar no quarto e parar logo depois de passar pela porta, olhando o estado de Naruto e de sua cela, segurando o nariz para reprimir o odor descomunal que exalava dali.
- Yuharu: Uzumaki Naruto, seu julgamento será hoje. Vim aqui somente para avisá-lo. – Yuharu falou e já iria sair, mas Naruto o interrompeu.
- Naruto: O quê? E eu não vou ao meu próprio julgamento? – Naruto estava confuso. Desde quando um réu não iria a seu próprio julgamento.
- Yuharu: Ah, você irá sim! – Yuharu sorriu com escárnio para o Uzumaki. Naruto entendeu perfeitamente aquilo e suas esperanças foram esmagadas. Teria agora somente seus amigos para confiarem nele e questionarem o que iria acontecer naquele julgamento. Ele confiava cegamente que seus amigos resolveriam aquilo.
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Para os amigos de Naruto, incluindo Shizune, Shisui e Madoka, os quinze dias que se passaram foram muito corridos. Madoka e Shisui ainda treinavam durante esses dias e Madoka havia conseguido despertar o terceiro nível do sharingan. Buscavam provas que pudessem comprovar que Naruto estava desacordado, mas nada havia. Não tinham provas que batessem de frente com as de acusação. A única solução achada por todos era questionar o porque do herói do mundo shinobi, que protegeu a vila e a todos, ter matado o Daymio e sua figura materna, a Hokage e ainda por cima ter sequestrado e tentado matar Hyuuga Hinata, a quem namorava e amava. Havia reuniões entre Shizune, os amigos de Naruto, Madoka e Shisui, onde debatiam como montar os argumentos necessários e chegaram a conclusão de que seria Shizune a falar. A morena não era a mais próxima de Naruto, considerando os que ali estavam, mas era a figura mais importante dentre eles, perante a sociedade, como assistente da ex-Hokage e Hokage interino.
Shisui pediu para não ser revelado ainda, o que foi estranho para Shizune, pois ele poderia, como Uchiha Shisui, interceder por Naruto. Shisui teria seus motivos, concluiu ela. Todos rumavam juntos para o prédio onde seria realizado o julgamento. Konoha estava lotada de civis, que vinham para apoiar Naruto. Logo as ruas se abrem para dar passagem a uma carruagem com grades, onde estava Naruto. A carruagem passou com os aldeões gritando frases de incentivo para o loiro, apoiando Naruto naquela situação.
Logo após a carruagem entrar no prédio por uma passagem lateral, vieram os kages, andando normalmente, lado a lado, com toda sua imponência. Os rostos estavam sérios e já tinham tido a sua reunião também, sabendo exatamente o que falar para salvar a pele de Naruto. A população aplaudiu os kages enquanto os mesmos passavam pela rua e entravam no prédio. Todos se dirigiram a um grande salão, com bancos e no final o assento do juiz. O julgamento shinobi não era como o civil. Não havia advogado de defesa para o shinobi réu, somente o acusador e testemunhas de defesa. A cadeira do réu era de frente para a do juiz e de costas para os bancos da plateia.
Como obrigação, todos os Jounnins de Konoha estavam presentes nos bancos do fundo, do ponto de vista do juiz. Os kages e seus assistentes sentaram nos bancos da frente, junto com os amigos mais próximos do réu e seus guardas ficaram em pé, no corredor lateral. Estava tudo lotado e um grande alvoroço de pessoas conversando sobre o julgamento quando o juiz entrou por uma porta que havia perto de sua cadeira. Nesses casos o juiz seria o próprio Kage, mas como não havia um naquele momento, não oficial, a obrigação era de o senhor feudal exercer a função.
Todos se calaram e alguns se assustaram, pois Naruto era acusado de matar o pai do Daymio, então tudo se complicava mais ainda.
- Daymio: Boa tarde. Estamos aqui hoje para julgar pelos crimes de alta traição, assassinato, sequestro e tentativa de assassinato. O acusado é Uzumaki Naruto, gennin de Konoha. – Kamuro falou seriamente, escondendo a felicidade que o abalava por dentro. – Tragam o réu!
Uma pequena porta, do outro lado da porta por onde o Daymio entrou abriu-se. Primeiro saíram dois guardas do Daymio, com armaduras. Eles saíram puxando cada um uma corrente grossa e logo após apareceu Naruto, com uma corrente amarrada a braceletes em cada mão. Tudo estava em silêncio. Os amigos de Naruto perderam a voz ao vê-lo da forma em que estava. Eles imaginaram um Naruto totalmente diferente do que estavam vendo ali.
O jovem Uzumaki sorria, mostrando todos os dentes. Não era um sorriso de felicidade ou tristeza. Aquele era um sorriso de escárnio e desprezo, o que surpreendeu a todos. Os shinobis presentes procuraram algo que denunciasse que ali não era Naruto, mas chegaram a conclusão que era Naruto ali mesmo. A forma de andar, seu chakra, alguns cestos enquanto se movimenta. Não havia dúvidas.
- Daymio: Sente-se, Uzumaki Naruto. Reconhece que está sendo acusado de matar o Daymio do Fogo, a Godaime Hokage Senju Tsunade, tentar matar o líder do clã Hyuuga, Hyuuga Hiashi e sequestrar e tentar matar a herdeira do clã Hyuuga, Hyuuga Hinata?
- Naruto: Sim, eu reconheço. – A voz era a mesma de sempre, porém, parecia divertida.
- Daymio: Muito bem. – Respirou fundo e continuou. – O acusador pode começar. – Todos estavam calados. O silêncio parecia uma lâmina nos pescoços de quem queria Naruto fora dali, pois chegava a intimidar.
- Acusador: Chamaremos a primeira testemunha: Hyuuga Hiashi. – Hiashi entrou pomposo pelo mesmo local que o Daymio havia entrado. Estava com a roupa formal de líder do clã Hyuuga. Cumprimentou o Daymio e o acusador e sentou-se na cadeira de testemunha que havia do lado do juiz, mas mais baixa. – Relate o que viu ou ouviu no assassinato da Hokage e tentativa de assassinato contra si.
- Hiashi: Eu havia enviado uma carta para a Hokage, solicitando uma conversa em particular, na floresta, onde o Uzumaki costumava treinar. Estava conversando com a Hokage quando o vi aparecer de uma vez atrás dela e empalando-a entre as costelas na altura do coração com uma adaga. – Hiashi fingiu irritação. – Ela caiu no mesmo instante ao chão e eu o soquei, para tentar ajuda-la, porém, como todos sabem, o Uzumaki é muito poderoso e aplicou-me um Rasengan no peito e eu bati em algumas árvores e desmaiei. Mas antes de desmaiar eu pude vê-lo pegar o corpo de Tsunade e sair pulando por entre as árvores. – Hiashi terminou seu relato mostrando uma irritação e olhando para o Uzumaki acusador.
- Acusador: Daymio-sama. Foi realizada uma investigação sobre o caso e os vestígios do chakra do Uzumaki foram encontrados no local do crime e seguindo o rastro do chakra encontramos o local onde a Hokage havia sido enterrada por ele. Além de que o jutsu rasengan, criado pelo Yondaime Hokage, pai do Uzumaki, só pode ser usado pelo mesmo e Sarutobi Konohamaru, que estava em uma missão no País do Urso naquele dia. Por favor, observe os relatórios da missão do Sarutobi e também das investigações.
- Daymio: Os relatórios confirmam o que Hyuuga Hiashi falou. – Kamuro havia lido todo o relatório apenas de fachada. Ele já sabia de tudo aquilo. – Pode prosseguir. – Ele falou ao acusador que confirmou, virando-se novamente para Hiashi.
- Acusador: Agradecemos o depoimento, Hyuuga Hiashi. Pode se retirar. – Hiashi levantou-se em silencio e saiu pela mesma porta que entrou. Todos ainda permaneciam em silêncio. – Chamamos agora para o depoimento, Hyuuga Hinata.
Todos ficaram boquiabertos. Hinata estava ali? E porque iria depor como acusação? Todos estavam muito confusos. Hinata amava Naruto, porque iria acusa-lo do sequestro? Estava claro que não havia sido ele. Os pensamentos viajavam a mil e Madoka sentiu uma vontade tremenda de enforcar Hinata. Apesar de tudo, não poderiam falar nada ainda, esperariam até sua vez de argumentar. Hinata entrou da mesma forma de Hiashi, com a vestimenta formal de herdeira do clã Hyuuga e sentou-se no mesmo local em que Hiashi havia sentado antes, no assento de testemunha.
- Acusador: Hyuuga Hinata, por favor, relate o que houve desde o seu sequestro até ser achada pelo Daymio.
- Hinata: A Hokage havia me enviado em uma missão no País do Chá, com mais dois Hyuugas. Estava no cair da noite, umas seis horas da tarde, quando nós paramos para montar acampamento e passar a noite. Eu era líder da missão e pedi para os outros dois buscarem comida e água, enquanto eu montaria as barracas. Passou-me muito tempo e já eram quase seis e meia, os meus companheiros ainda não haviam chegado. Escutei um barulho e ativei meu Byakugan, podendo perceber Naruto-kun chegando perto do acampamento. Eu fiquei alegre por vê-lo ali, mas logo vi também ele arrastando os dois Hyuugas pelos pés, puxando-os. Desesperei-me e tentei pergunta-lo sobre o que estava acontecendo, mas ele não me deu chances e desmaiou-me com um golpe na nuca. – Hinata chorava tanto que chegava a soluçar. – Quando acordei, estava em um grande salão, com oito grandes lâmpadas no teto. Os dois Hyuugas estavam amarrados ao meu lado, só que no chão. Eu estava amarrada em uma cadeira, com mãos nos encostos e pés nos pés da cadeira. Naruto-kun espancou-me até eu desmaiar novamente. – Todos estavam chocados com as palavras da Hyuuga. Não é como se ela fosse mentir, pois todos sabiam de como a garota era, porém, Naruto, que nunca fez mal a nenhum de seus amigos, ter espancado a garota que amava era uma coisa totalmente inacreditável. – Acordei novamente ouvindo uma conversa que estava tendo com o Daymio-sama. Eu não conseguia ouvir nada corretamente, ainda estava atordoada e sentia muita dor. Após um tempo de conversa deles, apenas vi Naruto-kun cair no chão com selos brilhando no peito dele e Daymio-sama me socorreu. – Hinata estava em um choro angustiante, que fez todos que a conheciam ficar tristes também.
- Madoka: ISSO É MENTIRA! – A garota gritou de onde estava ao lado dos outros amigos de Naruto. – Naruto-kun a amava e jamais faria isso com ela! Assim como também amava a Hokage! – Ela chorava. Conhecia muito bem Naruto para aceitar tudo aquilo com tranquilidade. – Não sei o que está havendo aqui neste julgamento, mas quem conhece Naruto-kun sabe que jamais ele faria uma coisa dessas!
- Daymio: E quem é você para interromper esse julgamento com tanta insolência? – Ele perguntou irritado.
- Madoka: Eu sou Uchiha Madoka! – A garota estufou o peito para falar aquilo. Novamente a confusão se instalou. Quem estava perto de Madoka arregalou os olhos em sua direção. Era inacreditável que houvesse outro Uchiha vivo além de Sasuke.
- Daymio: OH... Uchiha? Faça-me o favor! Não existem mais Uchihas viv... – Parou a frase pela metade ao olhar para a garota e ver os temidos sharingans ativos. Kamuro calou-se, perdido em seus pensamentos. Rapidamente formou um plano. Se ela era realmente uma Uchiha, ele sabia muito bem o que fazer com ela. – Prendam-na agora! – Falou para os ambus que ficavam ao seu lado. Eram oito no total.
- Madoka: O quê? – A garota surpreendeu-se por estar sendo presa sem fazer nada. – Porque estou sendo presa?
- Daymio: Uchiha Sasuke é um nukenin nível S, e você é a única mulher com quem ele pode recriar o clã Uchiha com sangue puro. Não daremos essa chance a ele. – Falou friamente.
Madoka passou os sharingans ativos por todo o salão e viu os olhares de ódio para ela. Então era isso que significava ser um Uchiha? Ser odiado por todos sem ter feito nada? Irritou-se também e iria revidar o ataque dos ambus, mas sentiu as mãos de Shisui nos ombros dela e olhou para ele.
- Shisui: Não faça isso. Nós conseguiremos resolver essa situação, apenas não piore as coisas. Não irei me revelar agora, apenas aguarde com paciência, pois irei salvá-la! – Shisui olhava dentro dos sharingans ativos da garota, mostrando todo o amor que tinha pela Uchiha.
Ela confirmou com a cabeça e deixou que os ambus a levassem, com algemas bloqueadoras de chakra em suas mãos. Seguiu pelo corredor, em direção a saída, com os aldeões a xingando e jogando pragas. Alguns se lembraram de vê-la andando com Naruto e Hinata pela vila e começaram a espalhar os boatos. Os aldeões estavam começando a criar hipóteses de Naruto estar com a Uchiha para planejar algo errado. Alguns defendiam o loiro de tais suposições, mas mesmo esses achavam estranho tudo aquilo. Sakura sentou-se no banco e calou-se, pensando.
- Daymio: Continue! – Falou olhando para o acusador.
- Acusador: Chamaremos agor... – Foi interrompido.
- Naruto: AHHHHHHHHHH! Eu já cansei disso! – Levantou-se de sua cadeira, surpreendendo a todos. – Terminem logo com isso! Eu sou o culpado por todos os crimes. Eu os matei. Eu fiz tudo o que eles falaram. Sabe por quê? – Naruto virou-se para a plateia e olhou diretamente para seus amigos. – Porque eu odeio a todos vocês! Desde pequeno, apenas criança, que todos vocês me repudiam e me humilham. Eu era tratado como lixo e escória e jurei a mim mesmo me tornar Hokage para provar o contrário. Para provar que eu era mais forte que vocês e não o lixo que vocês pensavam. Eu assumo todos os meus crimes. Depois de ficar forte e derrotar Pain, todos vieram me venerar, apenas porque me tornei forte. Como não me tornariam Hokage agora, eu resolvi adiantar as coisas tirando alguns lixos do caminho. – Ele gargalhou, mas logo voltou a seriedade. – Vocês são os verdadeiros lixos. Vocês são a verdadeira escória! Isso servirá para cortar meus laços, assim como Sasuke fez, e agora estou livre para matar qualquer um de vocês na hora que eu sair desta cadeia. – O olhar assassino para todos eles era assustador. Os amigos de Naruto, incluindo Sakura, estavam tremendo de medo.
- Daymio: Como todos estão vendo... O réu assume o crime. Uzumaki Naruto está condenado a pena de morte após dois anos de reclusão!
Primeiro o silêncio total. Dez segundos depois o salão explodiu. Praticamente todos que estavam ali levantaram para apoiar a decisão. Naruto era amado por todos, mas as provas indicavam que ele havia realmente cometido tais crimes, e ainda por cima agora assumia tudo. Houve xingamentos e pragas para ele, que se mantia neutro com tudo.
Sakura e Shizune que ainda estavam em transe das palavras de Naruto, ouviram o mesmo confessar que havia matado a Hokage. Aquele era Naruto, não havia truques. Uma raiva imensurável tomou conta de todos, mas as duas garotas não apenas tinham raiva. Elas agora odiavam Naruto com todas as forças.
- Daymio: Levem-no para a Torre Shukumi. – O Daymio foi ovacionado. Todos ali presentes conheciam a fama da Torre Shukumi. Era uma prisão para Shinobis Rank S, que ficava no Norte do País do Fogo. Somente os mais poderosos nukenins eram confinados ali e era totalmente impossível fugir do local.
Naruto saiu novamente escoltado e Madoka, que ainda não havia sido levada dali por causa da confusão, estava afundada em prantos, escandalosamente. A menina se mexia e tentava se soltar para ir até onde Naruto estava, mas os ambus já haviam prendido a garota com cordas seladoras de chakra. Ela só podia chorar naquele momento.
A ideia dos kages foi por água abaixo. Naruto havia confessado o crime e não havia argumentos contra aquilo. Gaara e Mei ainda estavam com um pé atrás em toda aquela história, já Oonoki e A odiavam Naruto de coração. Foi impossível achar provas concretas que inocentassem Naruto, então haviam planejado dar o voto de confiança de suas aldeias, como forma de acordo para soltarem Naruto, porém agora não havia mais essa possibilidade.
Todos se retiraram dali xingando Naruto e espalhando o acontecido. Rapidamente a notícia se espalhou em todo o mundo shinobi e a mídia começou a afundar ainda mais a imagem de Naruto em todo lugar. O amor e devoto que antes existia abria lugar para ódio e nojo. Haviam confiando em Naruto, o idolatrando e tudo que o rapaz queria era o posto de Hokage para vingar-se do seu povo.
Dava para contar nos dedos as pessoas que ainda acreditavam que a história era uma armação, mas não compartilhavam suas opiniões com a raivosa população. Apenas mantinham para si mesmo todo o sofrimento que possuíam. Madoka foi levada para a prisão de Konoha e jogada de qualquer maneira lá. Ainda não haviam a acusado oficialmente, mas nada mais importava para ela, uma vez que Naruto já não poderia estar presente.
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Algum tempo depois, na fortaleza feudal, onde Naruto estava preso, a comitiva do Daymio chega, junto de Hiashi e alguns Hyuugas.
Naruto estava a chorar pelo que Hiashi havia falado a ele dias atrás. Desde que escutou aquilo, sua vida resumia-se a chorar e pensar em Hinata e no filho que teriam. Mal via a hora de seus amigos lhe buscarem para que pudesse ensinar uma lição à Hiashi. A porta abre-se novamente, revelando ser o odiado Hiashi.
- Hiashi: Olá Uzumaki. Trago boas notícias. Seu julgamento foi uma maravilha... Para mim! – Hiashi gargalhou. – Eu trouxe também um jornal de Konoha. Olha só: Edição especial. – Falou entregando para Naruto, que estava jogado no chão, completamente ferido e em estado deplorável. Ele mal conseguiu mover os braços para pegar o jornal. Ele teria preferido não conseguir. A notícia o destruiu ainda mais por dentro. A capa dizia: Uzumaki Naruto está finalmente no lugar onde merece: Cadeia! – Você confessou todos os seus crimes e saiu de lá praticamente chutado pela população. Todos te odeiam agora, Uzumaki e mais ainda aquela garota rosada, por você confessar que matou a mestra dela. – A cara de Naruto era impagável, para Hiashi.
- Naruto: Seu desgraçado! Eu irei fugir daqui somente para mata-lo! – Naruto ofegou, tentando levantar-se do chão, mas levou um chute de Hiashi no rosto.
- Hiashi: Seu grande pedaço de merda! Fique no chão, onde eu possa pisar em você! Parece que novamente você não entendeu. – Hiashi suspirou e virou de costas para Naruto. – Você pegou pena de morte logo após cumprir dois anos de reclusão.
Naruto estava para se acostumar a surpresas como essa. Quase desmaiou ao ouvir tal notícia. Salvou bilhares de vidas, e agora iriam tirar a sua. Ele até deu uma gargalhada. Aquilo era uma piada de muito mau gosto.
- Hiashi: Seria bom ficar aqui e fazer planos para o futuro com você, mas acho que vou indo. Tenho que visitar minha filha imprestável e vadia para surrá-la mais uma vez, até convencê-la a aceitar casar-se com Kamuro. – Hiashi falou a Naruto olhando de canto e viu o rapaz tremer.
Uma fúria imensurável se apossou de Naruto e ele levantou-se sem sentir aparentemente nada. Hiashi gelou a espinha. Xingou-se mentalmente por não ter aprendido a lição da primeira vez. Naruto correu em direção à Hiashi e preparou-se para soca-lo. Hiashi fechou os olhos esperando o impacto, porém Naruto parou bruscamente, com os olhos fechados. Abriu-os novamente e olhou para Hiashi, mas era um olhar diferente... Naruto parecia... Sentir pena? Hiashi ficou confuso.
- Naruto: Salvo pelo gongo, humano. – Hiashi estranhou aquela reação, a voz também havia saído melodiosa.
Naruto fechou os olhos e emanou chakra, mesmo através do selo. O corpo dele queimava como brasa, literalmente, e logo o cheiro de carne assada exalou dele. O chakra era branco e denso e sua quantia era absurda. A fortaleza começou a tremer e Hiashi caiu de joelhos.
As torres mais altas do castelo começaram a ruir, caindo por cima das outras. Parecia um terremoto de alta escala e Hiashi estava horrorizado com aquilo. Naruto já estava com a pele escura devido o selo que a queimava conforme ele exalava chakra. Depois de trinta segundos houve uma explosão de chakra, destruindo boa parte da fortaleza, mas nada perto de Naruto. Ele caiu no chão desmaiado, ao lado de Hiashi que também havia desmaiado por não suportar tamanha pressão de chakra.
Uma onde chakra saiu em todas as direções da fortaleza, como uma rajada de vento incrivelmente forte, que saiu arrancando algumas árvores e percorrendo ao redor do planeta.
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Duas pessoas procuravam algo que estava muito escondido na biblioteca onde se encontravam. Passavam seus olhos vermelhos em todas as direções, procurando alguma pista que os levassem a encontrar o que queriam.
De repente começou a tremer tudo, e uma forte rajada de vento passou por eles, mesmo dentro da biblioteca, que ficava em um templo perdido em algum lugar do mundo shinobi. Não era um jutsu, isso eles tinham certeza.
- ?: O que foi isso? – Pergunto uma voz fria.
- ?: Eu não faço ideia! Vamos, não pare de procurar! Eu tenho certeza que está aqui. – Falou a outra voz. Essa era grave e mais forte.
- ?: Não me dê ordens!
Mal eles sabiam que a rajada de vento havia atingido um dos milhares de livros que haviam naquela biblioteca, fazendo seu título brilhar. “Selo Dimensional” era seu nome.
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Tudo era negro, e as nuvens eram vermelhas. As árvores, as folhas, o lago... Tudo era negro e não havia sol ou lua. Somente as nuvens vermelhas a jogar luzes magentas por sobre tudo. Em cima de uma pedra também negra, uma criatura descansava sem mostrar sua respiração.
Era também totalmente negro... Sua pele, rosto, cabelos... Tudo. Ele possuía garras com as unhas brancas e enormes. Naquele momento ele abriu seus olhos e bufou. Estava irritado. Depois de milhares de anos a dormir, havia acordado.
- ?: Eu avisei para não se envolver com esses humanos inúteis! – Sussurrou entediado.
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