JÁ FALEI NAS NOTAS INICIAIS, MAS VOU REFORÇAR: LEIAM ATÉ O FINAL!
-Fazer o que, Alec? – Isabelle perguntou, jogando uma colher na bancada.
-Olhem isso – Falou e virou o livro para eles.
-Está em outra língua – Jace respondeu, e as letras começaram a se mover, assim como aconteceu com Alec.
-“Feitiço da Imortalidade” – Blair leu em voz alta – É impossível. Não existe um feitiço para a imortalidade.
-Mas já existiu – Uma voz falou, e Ragnor Fell entrou no compartimento.
-Ragnor? – Raphael perguntou.
-Raphael, bom te ver! – Ele sorriu, e depois voltou sua atenção para Blair. – Como eu dizia, já existiu, mas é uma história um pouco longa. Por que não vamos á uma biblioteca ou algo assim.
-Claro, vamos – Clary respondeu.
-Ah, e vocês tem algo para comer? – Perguntou, abrindo os armários e pegando alguns salgadinhos – Esqueçam, já peguei, está tudo bem. Vamos!
Foram para a biblioteca e se sentaram na enorme mesa, que tinha lugares de sobra. Ragnor se sentou na cabeceira da mesa e pegou o livro nas mãos de Alec.
-Era esse mesmo – Falou mais para si do que para os outros.
-Era o que? – Alec perguntou.
-Há mais de dois mil anos, quando os feiticeiros foram criados, nenhum deles era imortal. Tinham acesso á magia, muita magia por sinal, mas envelheciam e morriam como qualquer mundano sem graça. Até que uma feiticeira chamada Dallrin Benzzam usou a magia negra para invocar Lilith, e implorou a ela dar alguns séculos a mais de vida para os feiticeiros. Ela dizia que era injusto nós sermos praticantes de algo tão maravilhoso, mas termos tão pouco tempo para usar nosso dom. Então Lilith, provavelmente cansada de tanto ouvi-la falar, a cedeu um feitiço que tornaria a ela e todos os próximos feiticeiros imortais. Dallrin fez a poção e tomou, assim tornando-se a primeira feiticeira imortal do mundo. E, a partir dela, toda vez que um demônio engravidasse uma mundana, o bebê, um feiticeiro, seria imortal – Ragnor explicou de depois comeu um baconzitos – essa coisa tem gosto de Bacon!
-Espere, então como o feitiço veio parar no Livro Branco? – Magnus perguntou – Eu já li incontáveis vezes e nunca vi esse feitiço.
-Bom, Dallrin Benzzam era sua ancestral – Falou.
-O que? Como isso é possível? – Perguntou, em choque.
-Benzzam, Bane. Não veem a semelhança? – Perguntou.
-Que semelhança? – Raphael pergunta.
-Na verdade, não. – Izzy respondeu.
-É bem diferente – Clary concorda.
-Não vejo nada parecido – Magnus concordou.
-Nem me lembrava qual era o sobrenome de Magnus – Simon levantou o dedo indicador.
-É como dizer que uma lâmina Serafim e um machado são irmãos gêmeos. – Jace comenta.
-É como quando achávamos que Clary e Jace eram irmãos – Alec respondeu rindo e olhando para Jace, que o fuzilou com os olhos.
-É mesmo! Como você disse que o Jace ficava? – Isabelle perguntou para Alec.
-Ah, ela é minha irmã. Oh, eu a amo tanto – Alec falou.
-Oh, porquê, porquê, porquê – Alec e Isabelle falaram juntos e todos explodiram em risadas.
-Isso mesmo – Jace falou – Riam da desgraça alheia. Quero ver se fosse com vocês.
-Então – Blair interrompeu – Vamos fazer o feitiço ou não?
-Não é tão simples assim, Pequena Polegar. – Ragnor interrompeu.
-Pequena Polegar? – Blair estranhou.
-O fato é – Ragnor a ignorou – O feitiço é totalmente perigoso. A pessoa, ou as pessoas, que o farão entrarão em um sono profundo, quase como aquela princesinha. Qual é o nome dela mesmo?
-Bela Adormecida – Blair falou.
-Isso, essa mesma – Ragnor concordou – O sono terá que durar no máximo um mês. Se passar disso, já era – Ele fez um barulho de corte e passou o dedo indicador pelo pescoço.
-Como assim já era? – Magnus perguntou.
-Já era. Estão mortos. Mortinhos da Silva – Ragnor explicou. – E então, quem quer fazer o feitiço? – Sorriu malicioso.
-Não podemos fazer isso. É perigoso demais – Magnus falou, se levantando da cadeira.
-Magnus, pense. Somos as primeiras pessoas que conseguiram ver o feitiço, TÊM que ter uma razão para isso – Alec tentou convencê-lo, e Magnus olhou para ele, indeciso.
-Okay, vamos lá – Blair se levantou da cadeira e levantou a mão , com a palma pera baixo, e começou a cantar - Quem quer fazer o feitiço da imortalidade põe o dedo aqui, que já vai fechar, não adianta chorar, Um, Dois, Três e Já – Fechou a mão, que continha as mãos de Clary, Jace, Alec, Rafael, Maia e Isabelle.
-Isabelle – Raphael a chamou – tem certeza disso?
-Eu vou ficar bem – O tranquilizou.
-Então – Ragnor interrompeu a troca de olhares entre os dois, que na opinião dele, estava nojento. – Vamos logo?
-Rafael, tem certeza disso, filho? – Magnus e Alec se abaixaram em sua frente – É perigoso demais!
-Quero fazer isso, Papa. Por favor, me deixe fazer isso. – Magnus e Alec se entreolharam, e Magnus respondeu:
-Bom, se quer tanto fazer isso, é sua escolha – Falou, apertando os olhos, provavelmente para não chorar.
-Lembrando que, quando acordarem, começarão à andar sem rumo, e algum de vocês vão gritar muito, mas é um efeito colateral rápido – Ragnor informou -Venham comigo – Os levou até o Centro do Instituto, onde tinham milhares de Shadowhunters. Mas estavam tão preocupados com eles mesmos que nem os notaram ali.
Foram até uma sala branca, depois de um longo corredor, que não tinha completamente nada. Ragnor fez um feitiço e seis camas, como as de hospital, começaram a flutuar no lugar.
-O que? Mas já? – Magnus se assustou.
-Ah, desculpe. As garotas querem trocar de roupa primeiro, para ficar bonitas dormindo? – Ragnor ironizou.
-Olha, hoje é segunda. Por que não fazemos isso na quarta? - Blair sugeriu.
-Só quer nos colocar vestidas de rosa – Isabelle comentou, rindo.
-É, isso é verdade. – Ela concordou.
-Por que se vestir de rosa nas quartas? – Maia estranhou.
-Nas quartas – Blair começou a imitar – Nós usamos rosa – Sorriu triunfante.
-É de Mean Girls – Magnus explicou – Um filme.
-Um filme? – Blair se indignou – Um filme? Gente, foi o começo de uma hera.
-Não exagere, querida – Izzy a repreendeu.
-Tudo bem então, vamos fazer essa coisa na quarta. Mas eu preciso de um quarto – Ragnor se virou e saiu andando sem rumo, sendo seguido pelos outros.
Quarta-feira, dois dias depois.
Todos corriam de um lado para o outro com preparativos para fazer o feitiço. Magnus e Blair insistiam para Izzy, Maia e Clary usarem rosa, e conseguiram. Bom, um pouco, mas não importa.
Enfim estavam todos novamente na sala branca. Cada um deles estava sentada na respectiva cama que ficaria, conversando. Ragnor e Raphael embarcaram em uma conversa sem fim desde a terça feira, e a continuavam agora.
Blair estava em pé, do lado da cama que Isabelle ficaria. A mais velha segurava sua mão e dizia mil e uma restrições.
-Blair? – A chamou.
-Sim? – Respondeu.
-Enquanto eu não estiver consciente... você sabe, não vou estar realmente com você. Então, quero que fique com isso neste tempo – Tirou sua pulseira e colocou no pulso.
-O que? Não. Você ama essa pulseira. Mesmo que seja por um mês, não posso ficar...
-Claro que pode. – A interrompeu – Por favor, ficarei mais tranquila sabendo que estará usando-a.
-Tudo bem – Concordou.
-Olha, se sentir que está em alguma situação de perigo, ela começará a se desenrolar do seu braço no mesmo momento. Use-a. Não tenha medo dela. – Falou.
-Obrigada – Blair falou, com os olhos cheios de lágrimas, e a abraçou.
-Magnus vai cuidar de você, e tenho certeza que Raphael também. Estará segura – Garantiu.
-Está na hora – Ragnor falou.
Aproximou-se de cada um deles, entregando um pequeno copinho, como os de vodca, com alguma substância estranha dentro. Eles a tomaram ao mesmo tempo e apagaram na hora.
-E agora? – Raphael perguntou.
-É só esperar. Não tem uma hora exata para acordarem, pode acontecer em qualquer hora – Ragnor respondeu.
Blair começou a andar no meio das camas. Sua mãe, seu irmão, seu tio/padrasto, seus outros tios. Todos ali. Olhou para trás, mas especificamente para Magnus, com Max no colo, que a olhava com um olhar de que a compreendia. Ela foi até ele e o abraçou de lado.
-Vamos – Raphael falou, e saíram da sala, fechando a porta depois, mas não a trancando, pelo caso de algum deles acordar.
-Vem, B. Vamos treinar um pouco de magia? – Magnus perguntou – Tenho que te ensinar alguns feitiços especiais
-Claro, vamos – Saíram do Instituto e foram para a parte de trás, onde tinha um enorme gramado, perfeito para seus treinamentos.
-Qual é o primeiro? – Blair perguntou, se preparando.
-Bom, você pode controlar os feitiços mais simples com sua mente. Não precisa propriamente de palavras. – Magnus explicou – Olhe só
Ele fechou os olhos, se concentrou e estralou os dedos. Ele abriu os olhos sorrindo, e mostrou suas unhas, que haviam mudado de cor.
Blair deu um grito surpresa e colocou as mãos no rosto.
-EU PRECISO APRENDER ISSO! – Gritou, apontando para as unhas de Magnus.
-É fácil, cupcake. – Foi para trás dela e segurou em seus ombros, fazendo uma pequena massagem – Concentre-se, e pense em como quer.
Blair fechou os olhos e visualizou o que queria. Estralou os dedos e abriu os olhos. E, num passe de mágica, suas unhas estavam lindas.
-AMEI! – Gritou, olhando para suas unhas.
-Ótimo! – Magnus sorriu, voltando para frente dela.
Passaram o resto do dia lá, e Blair também aprendeu um feitiço para mudar a cor do cabelo, que era completamente conveniente.
Às nove da noite, eles voltaram para dentro do Instituto, comeram algo rapidamente e depois foram para seus quartos.
-Ah, B? – Magnus a chamou, já de frente para a porta, com Max dormindo em seu ombro direito
-Oi? – Respondeu.
-Você tem aula amanhã. – Apertou os olhos, esperando pelo pior, assim como fez quando disse a ela que teria de ir para a escola.
-O QUE? – Gritou – Droga. Boa noite.
-Boa noite – Ele respondeu.
Blair entrou no quarto e olhou para a cama em que dormiam Isabelle e Raphael. Respirou fundo e sorriu, indo tomar banho.
Saiu do banho às nove e quarenta. Vestiu seu pijama e foi dormir.
Acordou com seu despertador tocando, às seis e meia da manhã. Resmungou e se arrastou da cama, calçando suas pantufas. Olhou para a outra cama e viu Raphael dormindo, agarrado no travesseiro de Isabelle.
Blair lavou seu cabelo e secou no banheiro mesmo, para não acordar seu futuro padrasto. Fez um rabo de cavalo com uma trança no meio e colocou um lacinho rosa atrás. Fez uma maquiagem simples e saiu do banheiro usando roupão e pantufas.
Colocou um vestido rosa e um cinto de veludo com um laço na frente, que ia até a barra do vestido, um pouco acima de seus joelhos. Pegou seu colar, a pulseira de Izzy, brincos de argola, cinco anéis e um relógio rose. Calçou botas pretas de salto e sua mochila da Chanel da mesma cor.
Olhou as horas em seu celular e viu que eram 08:04. Sua aula começava às 08:30 e ia até as 15:30, infelizmente.
Foi para a cozinha e encontrou Ragnor e Magnus conversando, já arrumados e fingindo que comem algo, mas falavam sem parar.
-Bom dia – Blair falou, entrando na cozinha e pegando um de seus copos de canudinho.
-Bom dia – Responderam em uníssono.
-Que bom que já está pronta! Temos que ir mais cedo. Parece que o coordenador queria falar conosco – Magnus se levantou.
-Tudo bem. Ah, eles se lembram do... demônio? – Blair perguntou.
-O da sala de aula? – Ragnor perguntou e Blair assentiu – Não se preocupe, não se lembram de NADA!
-Que bom – Aliviou-se.
-Vamos? – Blair assentiu.
-PAPA! – Max gritou, pulando no colo de Magnus, com Raphael entrando logo em seguida, usando seus habituais ternos.
-Bom dia – Raphael falou.
-Bom dia! – Todos responderam de novo, em uníssono.
Magnus colocou Max sentado na bancada e foi para o carro com Blair.
Chegaram na escola rapidamente e foram para a sala do coordenador, que falou coisas que Blair já sabia, como o porquê de que ela não vai fazer provas, mas terá que responder perguntas e mais coisas chatas que nenhum dos dois prestou atenção.
No final, foi com eles até a sala de Blair, que continuava sendo a mesma, e abriram a porta. Todos arregalaram os olhos assim que a viram, e o coordenador se apressou em fazer um pequeno discurso.
-Bom dia, pessoal. Hoje, uma antiga aluna se juntará a nós de novo. Ela ficará aqui por apenas um mês, ou um pouco mais, mas de qualquer jeito façam com que ela se sinta acolhida. – Falou e saiu.
-Oi, pessoal – Blair falou.
-Okay, eu já vou Magnus disse – Mas antes, pegou tudo o que precisa?
-Sim – Blair concordou com a cabeça.
-Tem certeza? Está com sua estela?
-Estou.
-Pegou a... você sabe, lâmina Serafim? – Falou mais baixo.
-Peguei – Blair respondeu, rindo.
-Ótimo, está com aquele “livro especial”? – Blair concordou, sabendo que ele falava do Livro de Feitiços que ele havia a dado.
-Eu peguei tudo – Garantiu.
-Tem certeza? Pegou o... – Blair a interrompeu.
-Magnus, está lembrado de que deixou Ragnor e Raphael cuidando de Max?
-PELO ANJO! – Magnus gritou – Que droga eu tinha na cabeça?
-Vá logo antes que coloquem fogo em tudo – Ela falou.
-Fogo não, isso é com você e Izzy. Max vai, no máximo, quebrar alguns ossos.
-E não queremos que isso aconteça, não é? – Ela perguntou.
-Isso, tchau – Ele falou rápido e se virou para sair, mas depois se virou para ela de novo.
-Está com a pulseira de Isabelle? – Perguntou e ela levantou o pulso, mostrando a pulseira.
-Ótimo. Venho te buscar às três e meia. Tchau, cupcake. – Falou rápido e saiu.
Blair respirou fundo e se virou para a turma, que a encaravam surpresos e admirados.
-Oi para vocês também! – Falou, com uma careta, e se sentou no seu lugar de sempre, que estava vazio.
-Bom, já que nossa querida amiga voltou – A professora, senhorita Gilmoet, falou. Ela poderia ser considerada o ser mais feliz e inocente da Terra – Por que não fazemos algumas perguntinhas para ela? Colocar a conversa em dia. – Sentou-se em cima de sua mesa e cruzou as pernas, sorrindo bobamente. – Quem vai começar?
-Eu – Um garoto do fundão levantou a mão direita – O que foi fazer na Flórida?
-Eu estava em New York, mas respondendo à sua pergunta, eu fui morar com a minha família biológica. – Respondeu.
-O que aconteceu com os seus olhos? – Ally perguntou, apontando para os olhos de Blair, que ela se esqueceu momentaneamente que agora eram rosa.
-Combinam mais comigo – Deu de ombros, como se as resposta realmente fizesse sentido.
Logo as perguntas acabaram e voltaram para a aula.
No começo da última aula, a porta da sala de repente se abriu, e Jace entrou na sala.
-Onde eu estou? – Perguntou.
-Uau, foi bem rápido – Blair estranhou.
-Blair? – Ele perguntou, com o cenho franzido.
-É, você está na minha escola. Senta ai – Apontou para uma cadeira vazia perto dela, e ele se sentou nela, esperando a aula acabar. Viu algumas garotas olhando para ele e sorrindo, cochichando entre si, então sorriu para elas, que começaram a rir.
Depois da aula acabar, Magnus chegou com Max e se surpreendeu ao ver Jace ali, pois foi realmente mais rápido do que esperavam.
Voltaram para o Instituto e Jace passou a tarde treinando, Max e Magnus brincavam de piratas e Blair estava na cozinha, enchendo seu quarto copo de Coca-Cola.
-Não sei como bebe tanto disso – Raphael comentou, entrando na cozinha.
-Normalmente não bebo tanto, só quando estou entediada – Deu de ombros, fechando a garrafa – Raphael? – O chamou.
-Sim? – Respondeu.
-Isabelle disse que você cuidaria de mim, então... pode me levar ao shopping? – Sorriu, fazendo uma carinha angelical.
-Achei que quando disse para “cuidar de você”, se referia à quando estivesse em perigo, ou fosse alguma emergência
-É uma emergência fashion – Deu uma desculpa, e Raphael sorriu minimamente – Não tenho nada para usar amanhã!
-Não trouxe cinco malas cheias de roupas?
-HEY, eu dividi entre roupas e sapatos, ok? – Se defendeu.
-Tudo bem, vamos. – Ele falou e pegou as chaves do carro de Alec em cima da bancada.
-Sério? – Blair sorriu.
-Já desistiu?
-Não mesmo! – Falou e os dois foram para o carro.
Chegaram ao shopping rapidamente e Blair o puxou para a loja da Chanel.
-Segura isso para mim? –Perguntou e jogou sete vestidos em cima dele, antes mesmo de deixa-lo respondeu.
-Adianta falar não? – Perguntou.
-Você sabe a resposta – Sorriu e sal saltitando pela loja.
Voltaram para casa quase dez da noite. Blair apenas fez seus deveres de casa, tomou um banho e dormiu.
QUINZE DE OUTUBRO
-RAFAEL, O QUE ESTÁ FAZENDO AI? – Magnus gritou para o garoto pendurado em um lustre, no meio do grande salão onde os Shadowhunters trabalhavam.
-Não sei. Eu abri os olhos, fechei, abri de novo e estava aqui. – Deu de ombros
DESESSSETE DE OUTUBRO
-Maia? – Jace perguntou, olhando para a garota sentada de pernas cruzadas em cima das malas.
-O que aconteceu? – Coçou os olhos.
-I DON´T WANNA LIVE... FOREVER – Jace começou a cantar.
DEZOITO DE OUTUBRO
-Alec? – Blair perguntou sonolenta. Alec estava em pé do seu lado, mexendo em seu celular.
-Bom dia – Falou, voltando a olhar para o celular. – Qual o nome dessa música do seu alarme?
-Walkashame, da Meghan Treinor – Respondeu, bocejando logo em seguida.
-Ah, gostei dela – Comentou e voltou a olhar para o celular.
TRINTA E UM DE OUTUBRO
-Alô – Simon atendeu o celular.
-Simon? – Uma voz desesperada falou do outro lado.
-Clary? Onde você está – Se levantou do sofá.
-Eu de repente acordei dentro do metrô. Simon, por favor, eu estou parecendo a Barbie ruiva – Choramingou.
-Estou chegando – Respondeu, rindo em seguida.
QUATORZE DE NOVEMBRO
-Cupcake, não se desespere. – Magnus falou, colocando a mão no ombro da garota.
-Como quer que eu não me desespere? – Blair gritou, com os olhos cheios de lágrimas – Hoje faz um mês, Magnus. Um mês, e ela ainda não acordou.
-O que fazemos com o corpo? – Ragnor perguntou e Magnus o fuzilou com os olhos.
-Podemos esperar mais um dia? – Pediu – Só mais um, por favor.
-É claro que sim – Magnus respondeu, a abraçando de lado – Está tarde, melhor você ir dormir.
-Tudo bem. Boa noite.
-Boa noite – Magnus e Ragnor responderam em uníssono.
Na manhã seguinte, Blair acordou com um péssimo humor. Tomou um banho frio, para ver se melhorava um pouco, e até ajudou com a raiva. Agora estava só triste e preocupada.
Vestiu um vestido rosa claro e uma sandália preta. Fez uma maquiagem simples, um feitiço para seu cabelo, que prendeu em um rabo de cavalo, e pôs seu colar, a pulseira de Isabelle, brincos com X e um anel rosa. Pegou uma mochila roxa da Michael Kors, seu celular e foi para a cozinha.
-Bom dia – Disse desanimada.
-Bom dia, B – Todos responderam no mesmo tom. Alec foi até ela e a abraçou. Blair retribuiu e colocou a cabeça em seu peito, respirando fundo.
-Pronta? – Perguntou.
-Sim, vamos. – Respondeu e foram para o carro.
O caminho até a escola foi silencioso. Não um silêncio bom, mas sim um tenebroso, que nenhum dos dois jamais pensaram que aconteceria.
Quando chegaram, Blair se despediu e foi para sua primeira aula. Matemática, que a lembrou de quando Izzy e Max ficaram em sua escola e brigaram com Blair Lockwood-Stane. Riu com seus pensamentos enquanto se sentava em sua cadeira.
Na quinta aula, sociologia, Blair já estava quase morrendo. Estava um tédio total. Como ela queria que Magnus aparecesse agora e a tirasse dali.
-Blair! – Como se ouvisse seus pensamentos, Magnus abriu a porta em um estrondo. Mas ele estava usando roupas normais, e não feitas de papel-higiênico, e também não estava montado em um cavalo feito de glitter que a levaria para o shopping e daria um cartão de crédito ilimitado.
-Magnus, o que aconteceu? – Blair se levantou assim que viu o rosto desesperado e um pouco inchado de Magnus, como se estivesse chorando.
Magnus negou com a cabeça e Blair entendeu na hora. Isabelle...
-Mag, não me fala que... – Magnus a interrompeu.
-Seu coração nem está batendo mais – Magnus falou, com uma voz de choro, e Blair saiu correndo para fora da sala.
Tentou sair da escola, mas suas pernas fraquejaram, e ela caiu no chão, se desabando em lágrimas. Sentiu mãos em seus braços, e se virou um pouco para trás, vendo Magnus.
-Venha, querida – Falou, e a conduziu até um banco na pequena pracinha interna da escola.
-Por que ela, papai? – Perguntou.
-Eu não sei, meu amor. – Respondeu, e ela voltou a chorar.
Depois de algum tempo, Blair se desvencilhou dele, e perguntou:
-Como aconteceu?
-Bom, Ragnor e eu a estávamos monitorando. Ficamos em alerta quando seu peito parou de se mexer, então checamos a pulsação e... nada. – Uma lágrima desceu por sua bochecha esquerda – Estão todos desesperados. Alec está tentando ser forte, mas sei que está completamente quebrado. Jace está em negação. Raf e Max ainda são pequenos, mas sabem que aconteceu algo ruim. Raphael... ele está devastado. Ele... está chorando. Como, lágrimas humanas.
-Como isso é possível? – Blair se surpreendeu.
-Havia uma antiga lenda vampiresca. Eu não sabia se era verdade, até hoje. Contava sobre um vampiro, chamado Vladymir Polanzki, um dos primeiros vampiros que já existiu. A lenda diz que ele se apaixonou por uma humana, chamada Ámely. Eles ficaram juntos por toda a vida dela, e quando ela morreu, aos 98 anos, ele entrou em um estado de tristeza tão profunda que conseguiu derramar lágrimas humanas.
-E Raphael conseguiu? – Perguntou, parando de chorar por um momento.
-Sim. Parece que Vladymir não é tão famoso agora. – Deu um pequeno sorriso
-Melhor você ir. Alec precisa de você.
-Não vou te deixar aqui assim.
-Ele precisa mais, você sabe. Eu ficarei bem – Sorriu minimamente.
-Me ligue qualquer coisa, ok? – Ela assentiu e ele foi embora.
Blair passou alguns minutos apenas pensando. Queria gritar para os quatro ventos, ao mesmo tempo que também queria se isolar de tudo e todos. Depois de alguns minutos, que não sabe exatamente quanto tempo foi, resolveu voltar para o Instituto.
Liberaram sua passagem imediatamente. Provavelmente Magnus havia falado com alguém sobre o que tinha acontecido. Pegou um táxi até o Instituto de Antibes, e finalmente entrou. Como sempre, estavam todos alheios ao que acontece ao redor, então Blair passou livremente até a pequena sala onde Isabelle estava, depois de um longo corredor.
Entrou no quarto e foi correndo até Alec e o abraçou, enquanto ele olhava para sua irmã, deitada, imóvel. Se olhasse rápido, acharia realmente que está apenas dormindo.
-Eu posso... – Raphael começou a falar, segurando a mão de Isabelle – ficar um pouco com ela, a sós?
-Raphael, acho que... – Alec interrompeu Magnus.
-Tudo bem – Assentiu com a cabeça e todos eles saíram e ficaram esperando no corredor. B foi até Jace, o abraçando, e ele se derramou em lágrimas nos ombros dela.
Dentro da sala, Raphael estava sentado em uma cadeira ao lado da cama de Isabelle, que agora estava no chão.
-Isabelle – Sussurrou, derramando mais uma lágrima, que ele não sabia como estava acontecendo, mas não importava agora.
Ele aproxima seus rostos, até seus narizes estarem roçando um no outro, e sussurra:
-Por favor, Isabelle – Apertou sua mão fortemente – Por tudo que é mais sagrado, por favor... não me deixe.
E então, ela abriu os olhos.
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