-Blair, por favor – Mason insistia. Desde o fim da briga, Blair havia ignorado Mason por todo o dia. Haviam acabado agora o treino de líderes e Mason a seguia até o carro onde Jace a esperava do lado de fora, com os braços cruzados. Aiven estava ao lado de Jace, esperando Alissa, que ainda estava com Blair, pois havia ido ao treino e começou a dançar com eles.
-Você devia ouvi-lo, B. São melhores amigos – Alissa o defendeu.
-Está bem, explique-se. – Pediu.
-Não significou nada! – Blair bufou e deu as costas de novo – BLAIR! – A chamou uma última vez, antes de desistir e voltar para dentro da escola.
-Olá, garotas – Jace disse, pegando a mochila de Blair e a jogando pela janela do banco de trás do carro.
-Obrigado mesmo, Blair – Aiven agradeceu outra vez, pegando Alissa no colo.
-Quando precisar – Respondeu, beijando a testa de Alissa e entrando dentro do carro logo depois.
-Então – Jace começou a falar, dando partida no carro e saindo do território escolar – mais velho, é? Acho que é algo de família. Mas a parte de ele ser professor eu nunca vi.
-Nunca? – Arregalou os olhos – Filmes? Séries? Livros? Tem isso em qualquer lugar. Só precisa procurar. Até em blogs em que as pessoas postam sobre a vida deles e outras pessoas só leem para zoar com a cara da pessoa.
-Nunquinha. Mundanos são estranhos, não sei por que alguém iria querer saber da vida de alguém que nem conhece – Deu de ombros.
-Você é tão sem noção às vezes – Revirou os olhos e ligou o aparelho de música, colocando em Smile, da Avril Lavigne.
-É, mas eu sou gostoso.
-Sei que você é meu tio e tudo mais, mas nem eu posso discordar disso – Deu de ombros, voltando a olhar pela janela.
-Você é o espírito animal de tantas mulheres! – Respondeu, olhando para frente.
Chegaram ao Instituto alguns minutos depois. Jace parou o carro – que, assim como Blair, estava aprendendo a dirigir, já que nunca havia nem entrado em um carro na vida – e entraram, já ouvindo uma pequena gritaria.
-Mas o que...? – Blair perguntou.
-Não sei – Jace respondeu, pegando sua lâmina serafim e indo calmamente. Blair ficou atrás dele, andando temerosamente.
Jace abriu a porta da biblioteca e revirou os olhos, guardando a lâmina serafim de volta no bolso, ou seja lá onde eles as escondiam.
-O que está acontecendo? – Blair perguntou para Jace, tentando ver lá dentro.
-Não sei direito. Izzy está chorando, Alec está em cima da mesa, Rafe e Max estão pulando e todos estão gritando ao mesmo tempo – Respondeu e os dois entraram na biblioteca.
-HEY! – Jace gritou alto, fazendo todos se virarem para eles.
-O que está acontecendo? – Blair perguntou, descendo Max e Rafe do sofá.
-Eu só quero doce de leite – Isabelle reclamou, colocando a mão na barriga, que agora estava enorme.
-Você nunca comeu doce de leite na vida – Alec estranhou.
-Sim, mas agora eu quero – Rebateu.
-Aqui, sweetheart – Magnus invocou um grande pote de doce de leite, chantilly e uma colher, entregando para Izzy, que parou de chorar na hora, assim como uma criança quando ganha o que quer.
-Viu só, Alec? Ele me entende. – Isabelle deu língua para Alec e saiu pisando fundo.
-Vocês precisam de umas férias – Blair comentou.
-Somos Shadowhunters. Não temos férias – Jace deu de ombros, cruzando os braços.
-Então pelo menos uma folga? – Sugeriu, batendo uma palma – Ah, vamos lá. É quase fim de semana, vamos para algum lugar legal. Magnus, alguma sugestão?
-Caribe? – Sorriu malicioso – As praias são ótimas e posso fazer um anel do sol para Raphael não se queimar ou virar pó como a bruxa como a do verdadeiro “João e Maria”.
-Espera, pode fazer isso? – Raphael se pronunciou.
-Também soube á pouco tempo. Eu e Blair só temos que concentrar nossos poderes um no outro e em um anel ou algo assim, depois poderá usá-lo normalmente e não se queimar. Mas, se tirar, volta ao normal. – Magnus explicou.
-Como em The Vampire Diaries? – Blair arregalou os olhos, correndo para mais perto.
-EXATO! – Mganus se virou para ela animado – Viu aquela montagem da Elena dizendo “Please, come back to me” e o Damon respondendo “Eu sou casado” assim como o Ian?
-Sim, que raiva – Fez um biquinho.
-Então – Clary os interrompeu – e esse mapa?
-É o mapa do Caribe, obviamente. – Abiu o mapa, que parecia mais um folder.
-Nós realmente vamos? Acha que Izzy não vai se importar de ir à praia com a barriga daquele tamanho? - Alec disse, colocando a mão no ombro de Magnus.
-Então vamos falar com ela antes – Jace disse, e todos foram até o quarto dela, onde a garota estava deitada na cama em baixo das cobertas, comendo biscoito Oreo com doce de leite e chantilly.
-Oi, gente – Falou, estranhando todos estarem na sua porta com cara de quem aprontou algo – O que vocês fizeram?
-O que acha de irmos à praia? – Blair perguntou, sentando-se na cama.
-Claro, quando? – Mudou o canal da TV que havia pedido a Magnus para invocar no dia anterior.
-Calma, sério? – Alec perguntou.
-Sim, precisamos de uma folga. Eu principalmente!
-Você principalmente? – Jace perguntou, em tom de deboche – Não está fazendo nada!
-Estou carregando três bebês dentro da minha barriga e comendo por nós quatro. Viu o tamanho dos meus pés? – Levantou o pé de debaixo das cobertas com dificuldade – Estão inchados como um bolo de aniversário de cinco andares.
-Jace, peça desculpas à gravida – Clary mandou.
-Mas eu... – Ela cruzou os braços e começou a bater o pé no chão – Desculpe, grávida – Abaixou a cabeça.
-Quero mais biscoito – Levantou a mão com o pacote de biscoito vazio.
-Eu não vou... – Se interrompeu quando todos o olharam com os olhos arregalados – Recheio de baunilha ou chocolate?
-Baunilha – Sorriu brava, entregando-o o pacote. Jace o pegou e foi à cozinha, pegar mais.
-Então, podemos ir hoje mesmo. – Isabelle se levantou na cama, sendo ajudada por Rafael e Max, um de cada lado – Obrigada, meninos. Para onde vamos?
-O que acha do Cariiibeeee? – Magnus mostrou o mapa animado, cantando a palavra “Caribe”.
-Ameeeiiii – Isabelle cantou, olhando o mapa junto com Magnus.
-Mag, pode fazer aquela coisa de estralar os dedos e todas as malas já estarem prontas? – Blair pediu e Magnus estralou os dedos rapidamente, sem tirar os olhos do mapa, e mais ou menos quinze malas apareceram na frente deles.
-Ótimo, poupa esforço – Blair saiu do quarto, indo até seu próprio e colocando a roupa que estava separada em cima da cama – por magia de Magnus, obviamente – um vestido florido, colete jeans branco e tamancos brancos. Colocou seu colar, brincos simples e se maquiou, colocando um batom vermelho escuro no final. Arrumou seu cabelo e unhas, sentando-se na cama logo depois. Colocou o fone de ouvido no celular e uma música qualquer. Pegou uma pequena mochila rosa com tachinhas douradas e pôs o livro “Sangue Quente”, de Isaac Marion, seus óculos de sol - que ela sempre esquecia - com a caixinha, sua carteira, já com dinheiro dentro, sua estela e lâmina serafim.
Guardou o celular e o fone depois, antes de sair do quarto novamente, encontrando Maia e Magnus na sala.
-Todos prontos? – Perguntou, dando pulinhos.
-Na verdade, não – Magnus fez um biquinho – Temos que fazer o feitiço e Isabelle quer falar com você antes. Pronta?
-Sim, totalmente – Sorriu para ele –E vou comer algo, para renovar minhas energias.
-Perfeito – Levantou as mãos – Ah, finalmente – Disse para os outros que se aproximavam.
-Como finalmente? Faz só duas horas – Isabelle disse, se sentando de novo.
-Fiquem aqui. – Magnus mandou – B, Raph, vamos. – Chamou e foram para a biblioteca novamente.
Magnus e Blair se sentaram um de frente para o outro e Raphael na ponta da mesa. Os feiticeiros deram as mãos e Magnus olhou para Raphael pelo canto dos olhos, mas ainda assim gentil.
-Bom, escolheu o que quer encantar? – Magnus perguntou.
-Sim – Raphael tirou uma cruz dourada pendurada em seu pescoço – Minha mãe me deu isso em 1953 quando eu e alguns amigos resolvemos caçar vampiros. – Disse cabisbaixo - Ela não achava que encontraríamos algum – Levantou a cabeça para olhar para Magnus, que conhecia bem a história. Ele assentiu rapidamente e estendeu a mão para a cruz, que Raphael entregou.
-Pronta? – Blair assentiu.
Os dois seguraram as mãos um do outro com a cruz no meio das duas mãos e fecharam os olhos, concentrando toda luz, energia, esforço e escuridão que tinham em si naquele pequeno objeto.
-Oh, grande escuridão que vadeia na Terra – Magnus começou a recitar e começou a ventar forte dentro do lugar, fazendo os cabelos dos três bagunçar, mas Blair e Magnus não mexeram um músculo – Eu lhe invoco para o objeto em nossas mãos. Eh hun qil rob Et sunt quatuor virtutes . Terra, ignis, aqua, era ângulos store; Tutor spiritus lapidibus loci custodiam.
-Si tu sta, et non nihil nemo intrat Nen. – Blair continuou o feitiço - Hic quatuor angulis por singulos angulos habet lepos;
-Fermentaum, nonummy, adsidua et resistentia. – Magnus rezou mais alto - Vel in abstentia mea coram me et custodiunt regency. Hoc est mittere alica emediato agret, signatus est enim et nunc.
- Qui língua malum uiris apinamanimae in corde, non in mea me mediis insterposuerim circuluc tutela. – A cabeça de Blair caiu para baixo com sua força sendo esgotada.
-Arcendos a; Repellit amnes; Minus ad dominum. – Magnus terminou e de repente o vento parou e tudo voltou ao lugar que estava antes, até mesmo os cabelos dos três estavam normais.
-Obrigado – Raphael disse, colocando a cruz no pescoço – Então, vou mesmo poder andar no sol?
-Yup – Blair disse.
-E só funcionará com você. Então, se outro vampiro pegar, para ele será só uma cruz inofensiva. – Magnus explicou.
-Acabaram? – Isabelle colocou a cabeça para dentro da biblioteca – Quero falar com Blair antes de irmos.
-Claro, vai lá – Magnus disse e Blair se levantou rápido, indo até a mãe.
-Aqui – Izzy a estendeu uma garrafa de água.
-Obrigada – A abriu e tomou um gole longo, percebendo naquele momento como sua boca estava seca – O que quer falar comigo?
- Venha – A chamou e começaram a andar pelo Instituto, parando na porta da sala de armas.
-O que estamos fazendo aqui? – Perguntou, entrando atrás de Isabelle.
-Ainda não tem sua Runa do Anjo, mas já está aqui á algum tempo e precisa se defender da maneira correta – Parou atrás da mesa – Então é uma honra, como mestre de armas, ajuda-la a escolher sua própria arma.
-É sério? – Abriu levemente a boca e Izzy assentiu.
-Sim, - Sorriu – Alec tem o arco e flecha, Jace tem a lâmina serafim, Clary tem duas kindjails e eu tenho meu chicote – Virou a cabeça para o outro lado, apertando um pequeno botão que fez abrir um tipo de enorme gaveta lateral com vários tipos de armas– Agora é a sua vez!
Blair foi até elas com os olhos brilhando e começou a reparar em cada uma.
-Eu tenho que perguntar – Se virou para Izzy, que agora estava atrás dela – Você faz esse pequeno discurso para todos que vem aqui escolher uma arma?
-Basicamente – Olhou para cima.
-Como vou saber qual é a arma certa? – Voltou-se para as armas.
-Siga seus instintos – Isabelle parou ao seu lado, colocando a mão em seu ombro – Não precisa saber se é a certa para você. A arma sabe que você é a certa para ela. Ela te escolhe, não o contrario.
Blair começou a olhar por cada uma delas, parando em uma espada prateada brilhante, com todos os símbolos do livro Gray e um coração com bordas douradas rodeando o cabo.
-É perfeita – Sussurrou, admirando-a – Eu amei essa!
-Combina com você – Izzy a entregou e voltou para a mesa, apertando dois botões que fizeram a gaveta lateral voltar ao lugar.
-Obrigada, Iz – Agradeceu, colocando a espada na bainha.
-Você precisava! Agora vamos, quero ir para a praia e não estou nem ai se parece que estou grávida á sete anos! – A abraçou de lado e voltaram para a sala principal, onde todos estavam.
-Okay, pergunta rápida – Luke chamou a atenção de todos – Como vamos passar com quase vinte malas pelo portal?
-Uh, é mesmo – Magnus estralou os dedos rápido, como quem teve uma ideia – E se colocássemos tudo em uma sacola gigante e fossemos puxando?
-Apoiado! – Clary levantou a mão.
-Ótimo! – Magnus estralou os dedos mais uma vez e logo estavam na frente de uma sacola azul cobalto com todas as malas dentro. – Eu faço o portal e vocês passam puxando.
-Não vai puxar também? – Simon perguntou.
-EU vou estar ocupado fazendo o portal. Agora vão antes que eu desista – Falou o “Eu” mais alto e se posicionou.
Começou a girar as mãos freneticamente como sempre faz e o portal se abriu, com a metade direita cor de fogo e a metade esquerda cor de gelo.
-Vocês vão ou não? – Magnus perguntou e todos eles passaram empurrando a grande sacola azul, menos Isabelle que usou a desculpa da gravidez, obviamente.
Todos passaram pelo Portal e Magnus foi por último, para fechá-lo depois. Pararam em frente á um enorme resort em frente à praia.
-Esse parece o resort de Os Feiticeiros de Waverly Place: o filme – Blair comentou.
-Eu AMAVA esse filme – Simon disse – Mas queria que o Justin ganhasse a competição de feiticeiros no final da série!
-Ah não, a Alex sempre foi melhor que ele! – Blair discordou.
-Óbvio que não. O Justin sempre conserta as coisas erradas que a Alex faz! – Simon deu pulinhos como um adolescente tentando explicar uma série ao seu avô.
-Alguém viu o Max? – Magnus perguntou.
-PERDEMOS O MAX? – Alec gritou.
-Hey – Ouviram um grito abafado vindo de dentro da sacola.
-MAX! – Gritaram ao mesmo tempo e começaram a tirar as malas, saindo junto um Max com a roupa amassada e cara de quem está traumatizado.
-Eu vi coisas lá – Gemeu e aproximou-se de Blair – coisas...
-Como o que, sutiãs? Na sua idade eu já sabia o que era. – Jace zombou.
-Podemos entrar, por favor? – Alec pediu.
-É, eu quero deitar – Isabelle reclamou – Cadê Raphael?
-Olhando o sol – Simon apontou para Raphael, que estava um pouco a frente deles. Olhava para a praia e o sol como se estivesse hipnotizado.
Izzy sorriu e foi até ele, parando ao seu lado.
-Lindo, não é? – Segurou sua mão direita.
-Sim, é – Concordou – Vamos trazer nossos filhos para brincar aqui, não é? – Se virou para ela, passando a mão em seu cabelo e parando na bochecha – Quando crescerem um pouco. Em um dia bem quente. Podemos vê-los brincar na areia e leva-los para nadar no mar. Tomar água de coco em baixo de grandes barracas e fazer o que pessoas normais fazem na praia. Faz tanto tempo que nem me lembro mais. – Olhou para o horizonta mais uma vez. Isabelle sorriu fracamente e apertou a mão dele, trocando o peso do corpo para o outro pé.
-Com toda certeza nós viremos. – Ele voltou seu olhar para ela e acariciou sua bochecha, beijando-a delicadamente.
-AWNT! – Magnus deixou escapar, fazendo todos olharem para ele – O que foi? Não é fofo?
-É, é sim – Concordaram ao mesmo tempo, balançando a cabeça.
-Ok, agora vamos entrar que eu estou com fome – Jace disse e levaram as malas até o saguão do hotel.
-Temos reserva? – Simon perguntou – Não, nós não temos reserva. Vão os trancar para fora e vamos acabar dormindo em bancos de praças no meio do frio!
-Relaxe, você não ia sentir nada! – Magnus colocou a mão em seu ombro, massageando-o na tentativa de acalmá-lo. – E eu usei magia para colocar nossos nomes na lista de reservas. Ficamos na cobertura – Falou em um tom de ironia, como se fosse óbvio e todos devessem saber disso, e foi até onde estava o recepcionista. Ele tinha o rosto sorridente demais e vestia uma bermuda, camisa florida e algumas flores na cabeça colocadas de qualquer jeito.
-Bom dia, senhor – Cumprimentou-o – Qual o nome da reserva?
-Lightwood-Bane, por favor! – Sorriu abertamente e seus olhos brilharam quando o recepcionista abaixou a cabeça, ficando parecido com um verdadeiro gato.
-Aqui estão suas chaves, senhor. Bem-vindo ao Caribe e aproveite sua estadia – O recepcionista o entregou a chave com o número 11239 – Suco? – O estendeu uma bandeja com mais de vinte sucos de vários sabores.
-CADA UM PEGA DOIS – Magnus gritou e todos vieram correndo para pegar os sucos.
-Eu fico com a bandeja, obrigada – Isabelle pegou a bandeja da mão do recepcionista, que parecia que já estava acostumado com isso.
-Continuo com fome – Jace reclamou.
-Não se preocupe, pode me comer – Clary falou baixo.
-O que? – Jace perguntou.
-O que? – Clary repetiu.
-Hey, temos crianças aqui – Magnus tampou os ouvidos de Alec, que bebia seu segundo copo de suco de maracujá.
-Vamos logo – Maia pegou a chave da mão de Magnus e todos foram para o quarto 11239.
Chegaram no quarto e começaram a desfazer suas malas. Tinha espaço para todos e as camas eram de solteiro, então cada um ficou em uma.
-Quando vamos jantar? – Izzy perguntou – Se meus filhos nascerem desnutridos a culpa não vai ser minha!
-Vamos então, esfomeada – Jace estendeu as mãos, para ajuda-la a se levantar e depois estavam todos descendo de novo pelo elevador, dessa vez para o restaurante do hotel.
Conseguiram uma mesa que cabia todos eles, já que esses hotéis não ficavam tão cheios assim nesta temporada, e começaram a olhar os cardápios.
-Algum pedido especial, senhorita? – Magnus olhou com deboche para Izzy.
-Na verdade, sim – Ela abaixou o cardápio – Quero bolo.
-Bolo? – Clary repetiu.
-Sim. Ou os trigêmeos vão nascer gordos como três bolos amassados – Ameaçou, fazendo um biquinho.
-Ótimo, eu faço o pedido – Blair disse, chamando a atenção de um garçom.
-Eu quero um bolo qualquer que tiverem, só para matar a vontade dela, nove porções de batatas fritas, três de camarão, têm peixe frito? – O garçom assentiu – Ótimo, vamos querer oito. Também esse tal “charque” aqui. Ele é de frango, né? Espero que sim. E ahn... – Jace a interrompeu.
-Vai pedir o restaurante todo ou ficar citando nomes?
-Não me zoa, senão vou pedir pato – Ameaçou.
-Você não teria coragem, também têm medo deles – Deu língua para ela, como uma criança.
-Têm algum arroz? Eu quero arroz – Voltou sua atenção para o cardápio – Uh, e essa Happy Hour aqui? Magnus! – Estalou os dedos, chamando a atenção dele – Você entende dessas coisas, sua vez.
-Tudo bem, - Pegou o cardápio da mão de Blair, mesmo o seu próprio estando consigo – Coca-cola para Max e Rafe, um suco de laranja para meus sobrinhos não nascerem com cara de suco – Sorriu para Isabelle – dois Bloody Mary versão original para Raphael e Simon. Vinho para Alec, já que depois que Maryse foi jantar na minha casa, ele provavelmente virou fã de vinho. Traga a garrafa, vou beber com ele, mas também quero esse Aruba Arriba, com vodka extra, por favor. Traga um Ponche Crema para Maia, Luke, Jace e Clary. E para Blair, Licores de Curaçao Blue. – Fechou o cardápio – Todos de acordo?
-Sim – Falaram em coro por já terem esquecido noventa porcento do que Magnus falou e não ter entendido os outros dez porcento.
Aproximadamente três horas depois, todos voltavam para o quarto quase não conseguindo andar de tanto que comeram.
Jace abriu a porta do quarto quase caindo em cima dela pelo sono e foi se arrastando para o banheiro.
-Argh, precisamos mesmo tomar banho? – Clary perguntou em um gemido, deitando na cama e abraçando o travesseiro.
-Não – Magnus respondeu, colocando Rafael, que já estava dormindo, na cama dele – Tomamos amanhã sem problema algum – Estralou os dedos e todos já estavam de pijama.
-O que vamos fazer amanhã? – Blair perguntou, conectando o carregador em seu celular.
-Podemos ir à praia de manhã, almoçar no hotel mesmo e ir fazer compras à tarde – Raphael sugeriu.
-Também precisamos ir ao supermercado. Não dá para descer sempre que estivermos com fome – Alec disse, deitando-se.
-Já foi ao supermercado alguma vez na sua vida? – Jace perguntou, saindo do banheiro e também já de pijama.
-Você já? – Rebateu.
-Sim – Olhou para Simon – Com ele. Foi quando descobri como era uma manga sem estar cortada.
-Achei que já viessem cortadas – Isabelle estranhou.
-Parece que não vem. Incrível, não? – Jace perguntou, com os olhos brilhando.
-Estou assustada, mas não surpresa – Blair comentou, com a voz abafada pelo travesseiro – Boa noite – Colocou sua máscara de dormir felpuda com desenho de “olhos fechados” e um lacinho rosa ao lado.
-Boa noite, Little B – Disseram em coro e depois começaram a se entreolhar e rir.
-ACORDEM, SEUS PREUIÇOSOS! – Blair, Rafe e Max batiam em panelas com colheres de pau.
Eram sete da manhã, e era sábado. Mas eles queriam aproveitar!
-Max, abra a janela – Blair mandou e Max correu até a janela, abrindo as cortinas e deixando o sol entrar no quarto.
-AAAARGH! – Raphael correu em velocidade vampiresca até o banheiro – Blair, pode pegar minha cruz na cabeceira, por favor? – Pediu, com voz de raiva.
-Sim – Disse, sorrindo sem graça. Pegou a cruz na cabeceira e colocou a mão para dentro do banheiro, entregando-o – Pelo menos acordou!
-É, que bom – Respondeu irônico, saindo do banheiro.
-Precisava ser agora? – Alec resmungou, se virando para o lado e caindo da cama – AI!
-Menos um para acordar – Rafael comntou.
-Qual a próxima? – Max perguntou.
-Izzy – Blair disse, apontando para ela com a frigideira em sua mão.
-Max quer pular em cima dela! – Max gritou.
-Não, Max. Ela está grávida, isso pode machucar os bebês! – Rafael repreendeu o irmão.
-Afinal, como eles foram parar na barriga dela? – Max perguntou, olhando para Blair.
-Hum... – Tentou achar uma desculpa – Ela os engoliu!
Max olhou para o lado, depois para o teto e para a janela.
-Faz sentido!
-RAPHAEL! – Blair berrou – BEIJA A IZZY PARA ELA ACORDAR!
-Já estou acordada, mas aceito o beijo – Falou baixo, no meio de um gemido.
-Vai lá – Blair sussurrou para Raphael que se aproximou dela, sorrindo, e se ajoelhou ao lado da cama dela. Blair sorriu e ficou no meio de Max e Rafe, tampando os olhos dos dois, que começaram a “brigar” com a mão dela.
-Ok, já podem olhar – Falou depois de algum tempo, que parecia tempo demais para duas pessoas prenderem o ar.
-Aonde nós vamos primeiro? – Magnus perguntou, colocando suas queridas pantufas de Alien.
-PRAIA! – Max, Rafael, Simon e Raphael gritaram em coro.
-Parecem quatro crianças – Clary zoou.
-Mas são – Jace disse – Quatro dos cinco filhos de Magnus e Alec.
-Haha – Simon fez um biquinho – Mamãe, briga com ele!
-Mas quem é... – Alec interrompeu Clary.
-Achei que já tínhamos deixado claro que, pela minha posição aqui, eu sou “mamãe”.
-Você é uma mamãe linda – Magnus beijou a bochecha dele, fazendo um estralo alto.
-Ok... – Blair falou, olhando de lado – Vamos tomar banho?
-Para ir à praia? – Magnus estranhou.
-Disse que todos tomariam de manhã já que não tomamos ontem – Pegou uma das toalhas que o hotel disponibilizou – Eu vou primeiro! – Entrou no banheiro.
Tomou um banho rápido e sem lavar seu cabelo já que iriam à praia. Secou-se na toalha e colocou seu roupão no final. Escovou os dentes e saiu do banheiro.
-Próximo – Falou, batendo fracamente no ombro de Luke, que saia do outro banheiro.
-Dios, como colocaram apenas dois banheiros para doze pessoas? – Raphael comentou.
-Quase quinze, na verdade – Magnus olhou para Isabelle, cuja barriga havia crescido muito de um dia para o outro.
-Magnus, me prometa que não vão nascer nesse fim de semana – Isabelle pediu.
-Relaxe, sweetie. Não vão nascer hoje!
-Ótimo – Comentou, pegando a toalha e seu biquíni, e indo até o banheiro.
-Por que está se maquiando se vamos para a praia? – Simon perguntou para Blair, que passava pó compacto sentada na cama, segurando um espelho maior que sua própria mão.
-Acha mesmo que vou para lá só para ficar com vocês?
-Aiven não vai gostar nada disso – Maia comentou, sorrindo maliciosa.
-Tinha mesmo que contar para todo mundo? – Abaixou o espelho e olhou para Magnus, que deu de ombros e voltou a olhar no espelho da parede.
Blair terminou de se maquiar, algo básico para não ficar feio, e penteou seu cabelo, que agora estava loiro, deixando-o solto mesmo.
Estalou os dedos e, como em “um passe de mágica”, já estava de biquíni. Tirou seu roupão e pegou uma bolsa de praia com listras rosa e branca da Colcci.
Colocou na bolsa seus óculos de sol em formato de coração, sua carteira, uma roupa simples, de um short jeans branco, um cropped rosa bem claro, quase bege, um cardigã branco e chinelos rosa em um deles escrito LO e no outro VE.
Pegou seu celular e deu uma última olhada no espelho, checando sua aparência. Quando percebeu que estava linda, colocou brincos pequenos, seu colar e se voltou a sua família, que estava toda pronta, apenas esperando por ela.
-Acabou, Margarida? – Jace perguntou.
-Yup – Respondeu, pegando seu celular.
-Passou o protetor solar? – Isabelle perguntou.
-Esqueci – Deu um sorriso sem graça.
-Você passa na praia – Magnus entrou no meio, já cansado de esperar.
Todos pegaram suas bolsas e saíram do quarto, descendo pelo elevador. Não precisariam de nada para ir à praia, já que era do outro lado da rua.
-Vamos comer lá também, não é? – Jace perguntou, um pouco antes de começarem a atravessar a rua.
-Pelo Anjo, você só pensa em comida – Alec disse.
-Ciúme? – Maia provocou.
-Haha – Riu irônico.
-É sério, eu estou com fome – Jace disse, olhando para os lados e procurando um lugar bom para ficarem.
-Vamos comer sim, esfomeado – Clary disse, batendo na barriga de Jace.
-Já não o tocou demais, Little C? – Isabelle provocou.
-O que quer dizer? – Luke estranhou.
-Bom, eu não ia dizer nada – Levantou as mãos para o alto, com um sorriso sapeca – Mas eu acordei no meio da noite com barulhos vindos do banheiro.
-Até aqui? – Magnus perguntou, colocando a cadeira na areia e sentando-se nela. Estavam apenas eles naquele lugar, com algumas poucas pessoas ao longe – Vocês são provavelmente o casal mais estranho que já conheci!
-Somos como qualquer casal normal, ok? – Clary disse, deitando-se de barriga para baixo na toalha estendida no chão.
-Ah, sei – Blair falou, com ar de deboche.
-Ok, então falem três esquisitices que nós dois já fizemos – Jace pediu, abrindo uma latinha de cerveja.
-Vocês fizeram sexo no inferno – Raphael começou.
-Você comprou camisinhas antes mesmo do primeiro encontro – Simon apontou para Jace.
-Devo mencionar o incesto? – Luke perguntou.
-Bom – Clary pegou a cerveja de Luke e deu um gole, devolvendo-o logo depois – Ninguém é perfeito – Deu de ombros.
-Podemos apenas relaxar, por favor? – Magnus pediu, colocando óculos de sol brilhantes – afinal, foi para isso que viemos para cá!
-Magnus tem razão – Blair disse, também colocando os óculos – Sirvam-se e relaxem – Apontou para a caixa cheia de bebidas no meio de todos eles.
Todos colocaram os óculos de sol e começaram a olhar para o céu, exatamente como Magnus havia instruído, até que Max tirou seus óculos brutalmente e se sentou de novo.
-Relaxar é muito chato. Max não gosta disso – Reclamou.
-Ora, foi para isso que viemos – Magnus repetiu e Blair sorriu, começando a cantar.
-Baby, this is what you came for. Lightning strikes every time she moves.
-And everybody’s watching her – Magnus continuou – But she’s looking at... – Apontou para Alec para continuar a música.
-O que estão fazendo? – Perguntou, já sem seus óculos.
-Acabou com o clima Calvin Harris, feat Rihanna – Blair fez um biquinho.
-Vamos entrar no mar? – Maia se levantou, estendendo as mãos para Simon.
-Só se for agora – Levantou-se rápido, pegando-a no colo estilo noiva, e saindo correndo.
-Eu faria a mesma coisa com vocês, mas estou muito fraco para isso, já que querem que eu fique desnutrido – Jace fez drama para Clary.
-Ow, tadinho do bebê – Passou a mão no rosto dele – Aqui, toma – Pegou um pacote de miojo da bolsa.
-Preciso de um micro-ondas – Jace disse, olhando para o miojo de galinha da Turma da Mônica.
-Já te alimentei, o resto não é problema meu – Respondeu, indo para perto de Isabelle e começando a falar sobre os bebês.
-Oh gente – Magnus chamou a atenção deles – Vamos fazer uma fogueira?
-Agora? – Luke se endireitou na cadeira.
-Sim. Quando mais seria? – Deu de ombros.
-Mag, está de dia, muito quente – Alec disse – e não temos marshmallows, eles são importantes!
-Agora sim uma desculpa plausível! – Pegou uma tequila da caixa – Quem quer Margaritas? Vou fazer agora.
-EU! – Todos falaram em uníssono, levantando uma mão.
-Max, Rafe, Margarita é uma bebida para adultos, não a flor margarida. Vocês ganham refrigerantes – Entregou duas latinhas de Coca-cola para eles.
-EEEBAAA! – Gritaram alto.
-E Isabelle, você ganha suco – Entregou um copo de suco para ela.
-O que? Por quê? – Indignou-se.
-Quer que seus filhos já nasçam bêbados? Apesar de que, com o seu DNA, é possível acontecer naturalmente. – Explicou, revirando os olhos – E olhe pelo lado bom, coloquei um canudinho com um mini guarda-chuva e um limão cortado da borda – Sorriu inocentemente.
-Obrigada – Disse sarcasticamente, tomando um gole do suco.
-E, para nós – Olhou para o resto deles e pegou a coqueteleira – Deliciosas Margaritas que aprendi no México no século 19. Blair, querida, pode me passar mais tequila?
-Sim. – Foi até a grande caixa de isopor, tirando três garrafas de tequila e entregando-a á Magnus – Aqui.
-Obrigado – Colocou a tequila na coqueteleira junto com Cointreau e suco de limão, adicionando gelo depois – Sal!
-Aqui – O entregou o sal, vendo Magnus colocar na borda dos copos dando a maior atenção do mundo.
-Eu devia ter colocado o sal antes, mas acho que assim fica melhor – Entregou uma taça para cada um deles, fazendo sinal com a mão para Simon e Maia – Raphael, coloquei uma pequena dosagem de sangue no seu, só pelo caso – Avisou.
-O que fazemos agora? – Blair perguntou, colocando seu copo já vazio ao seu lado, fazendo Magnus arregalar os olhos pela rapidez dela em tomar o drink – Já sei, porque não contam histórias estranhas sobre vocês?
-Histórias estranhas? Como coisas engraçadas? – Simon perguntou, colocando uma toalha em Maia – Eles são os seres mais sem graça da Terra!
-Hey, isso não é verdade! – Alec protestou.
-Ok, então contem – Luke encostou- se no encosto da cadeira – Isso vai ser bom!
-Como quando – Jace se inclinou para frente – eu e Alec havíamos acabado de treinar e estávamos no quarto dele. Ele estava se trocando e eu deitado na cama, até que o celular dele começou a tocar.
-Vai mesmo contar isso? – Alec perguntou, com as bochechas coradas de vergonha.
-Sabe que sim, bro – Jace respondeu – E eu, como o bom irmão e parabatai que sou, peguei o celular dele.
-Acho que estou entendendo – Isabelle riu.
-Aposto que sim. – Jace sorriu de lado – E eu fiquei como, “Alec, não acredito que ainda chama o Robert de ‘Daddy!” ele saiu do banheiro disse que parou de chama-lo assim treze anos atrás, e me perguntou o porque. Eu atendi o telefone e disse “Alô” , e do nada veio a voz do Magnus dizendo “Ah, olá, Jace. Alexander está ai?” – Tentou imitar a voz de Magnus e Blair deu um grito, rindo.
-E o que você fez? – Maia perguntou, distraída com a história e tomando um grande gole de sua marguerita.
-Entreguei o telefone para o Alec. O que mais eu faria? – Deu de ombros, vendo Alec ficar cada vez mais vermelho, enquanto tentava esconder o rosto no pescoço de Magnus.
-Não acredito nisso – Clary se jogou para trás na toalha.
-Mas algo que eu realmente tenho raiva é de Imogen – Jace comentou.
-A Inquisidora? – Alec tirou os óculos – Não que não tenhamos motivos para isso, mas porque?
-Porque tudo que eu faço ela diz que é o “Herondale em mim”. – Fez aspas no ar – Se eu respirar perto dela, ela já diz “Isso é o sangue Herondale, correndo em suas veias. Sabe, antes de morrer, seu pai respirava também...” e começa a contar uma história inteira sobre o modo que meu pai respirava.
Blair deu um grito, se jogando para o lado e deixando seus óculos cair na areia.
-Vocês são incríveis! – Comentou.
-Lembram quando Alec odiava Clary? – Isabelle concertou a postura na cadeira.
-Bom, não diria que somos melhores amigos agora – Alec olhou para Clary com um olhar estranho, como se ela fosse tóxica ou errada.
-Se lembram quando Alec chegou no Instituto dizendo que tinha um comunicado. Então ele subiu no palco com uma cara super séria e disse “Só queria dizer a todos vocês que eu os amo muito. Tipo, muito mesmo. Vou levar cada um de vocês comigo por toda a minha vida.” – Isabelle disse.
-É mesmo. Eu subi atrás dele e perguntei o que aconteceu, mas ele continuou dizendo “Como, muito, muito, muito. Eu só quero dizer a todos vocês como cada ser nesse planeta é extremamente lindo. Eu quero abraçar cada criatura desse Instituto” – Jace completou, fazendo Izzy rir.
-Magnus teve que nos dizer o que aconteceu – Isabelle contou – Que era... – Apontou para Magnus, para ele falar.
-Clary tinha caído dentro do lago do parque – Magnus riu, fazendo todos rirem juntos.
-Porque eu sou o único que vocês falam? – Alec levantou a cabeça do pescoço de Magnus.
-Porque te amamos, Big Bro – Izzy estendeu a mão para ele, que segurou.
-Também amo você – Disse a ela – E você – Olhou para Magnus – E você – Disse para Jace – Vocês três – Olhou para Blair, Max e Rafe – o resto eu sou obrigado a aguentar, então acho que vou aprender a amar com o tempo.
-Ah, obrigado pela consideração – Simon disse, ficando com a voz mais fina do nada. Típico dele.
-Se lembram de quando Alec ia se casar com Lydia? – Raphael perguntou.
-O QUE? – Blair gritou.
-Uhum – Magnus fez uma careta – Essa coisa Shadowhunter de honra da família e blá blá blá!
-Mas não me casei com ela – Alec disse.
-Sim, porque eu intervi – Rebateu.
-Espere, conte do começo – Pediu.
-Ok – Magnus se ajeitou na cadeira, olhando para o céu – Tudo começou quando eu nasci...
-Não isso – Blair o interrompeu. Magnus tinha uns 800 anos, sabe-se lá quantos anos isso demoraria.
-Bom, Alexander pediu Lydia Branwell em casamento para restaurar a honra da família Lightwood, que estava quase perdendo seu posto. Tentei impedi-lo, mas você sabe como ele pode ser cabeça dura quando quer – Acariciou os cabelos de Alec – Enfim, eu fui convidado para o casamento por Isabelle, mas me atrasei um pouco, chegando bem na hora que trocariam as runas de cerimônia.
-Ah, e porque você se atrasou? – Blair perguntou, cruzando os braços.
-Fiquei preso no trânsito – Explicou.
-Pensei que só andasse de Portal, Papa – Rafael acusou, fazendo Blair rir alto.
-Shh, Rafe! – Magnus sussurrou.
-Enfim, foi tão romântico – Clary disse.
-Sim. Todos ficaram felizes, mas Simon começou a dar pulinhos no meio do salão – Jace disse.
-E o mais estranho é que eu nem tinha o convidado – Alec olhou para Simon, que sorria debochado.
-Essa Lydia tem cara de ser uma vadia – Blair comeu algum biscoito qualquer que estava no lugar errado.
-Na verdade não – Isabelle discordou – Ela até nos apresentou para os pais dela.
-Senhor e senhora Branwell – Alec tremeu – aterrorizante.
-Foi tipo – Jace começou a falar – “Esse é meu noivo, Alec. Esse é o ficante do Alec, Jace. E essa é a namorada do Jace, Clary. Esse é o namorado da Clary, Simon. Ah, e Simon tem uma queda por Isabelle, que também tem uma queda por ele. E esse é o namorado de Isabelle, Raphael. E a namorada de Isabelle, Clary. E esse é o outro namorado de Isabelle, Simon... espere, não. Meliorn, isso. Ah, Raphael de novo, que é ficante de Simon. E por último, Magnus, namorado do Alec.”
-Pelo Anjo, como se lembra disso tudo? – Blair perguntou.
-Memória boa – Deu de ombros – Ei, onde pegou esse biscoito? – Cruzou os braços, fazendo um biquinho infantil – Ela ganha biscoito recheado de chocolate e eu ganho miojo cru e um “se vira”.
-Eu não disse “se vira” – Clary se defendeu – Eu só disse que já te alimentei, então não é mais problema meu.
-Grande diferença – Refez seu biquinho de novo – Magnus, pode me passar o biscoito?
-Claro – Magnus levantou Clary com magia e colocou-a no colo de Jace, levando um olhar de confusão de ambos – Ah, quis dizer o biscoito mesmo – Voltou Clary para onde ela estava – Desculpe, Biscuit. – Disse para Clary, entregando o pacote de bicoito para Jace.
-Não comam muito, está quase na hora do almoço – Isabelle advertiu.
-Mas já? – Blair perguntou.
-Sim, passou rápido – Magnus olhou a hora em seu celular – Bom, vamos todos entrar no mar?
-Vamos – Disseram em coro, se levantando e começando a apostar corrida em direção ao mar.
-Você não vem? – Raphael perguntou à Isabelle, vendo que apenas ela ficou sentada.
-Vou ficar aqui mesmo. Vá se divertir.
-Não. Venha comigo – Disse carinhos, estendendo as mãos para ela – Porque não quer ir? – Se abaixou em sua frente.
-Estou gorda demais para isso – Disse, sorrindo fraco.
-Não está gorda – Sentou-se em sua frente, com as pernas cruzadas – Nunca estaria. Só está carregando um pouco do nosso mundo em você. Dos nossos filhos. – Beijou as costas da mão dela.
-Não vai me deixar se eu ficar feia depois do parto? – Perguntou, insegura.
-Não e importo com beleza, mesmo não tendo nenhuma maneira de você ficar feia – Entrelaçou seus dedos nos dela - sabe que amo você. Nunca te deixaria por algo assim, e nem por nada.
-Você... me ama? – Perguntou surpresa.
-Achei que já tinha percebido isso – Acariciou seu rosto – Mas já que não percebeu antes, então eu te digo. Eu amo você, Isabelle Sophia Lightwood. Amo você como o sol ama a lua. Como um homem pode amar uma mulher. Amo você em todas as palavras, línguas e gestos. – Levantou-se, ficando de joelhos em frente a ela e beijando sua testa – Ainda não percebeu que faria tudo para ver um lindo sorriso em seu belo rosto?
Isabelle se inclinou para frente, colocando a mão no rosto dele, contornando a pequena cicatriz em sua bochecha. Finalmente olhou em seus olhos, que a olhavam como se ela fosse algo raro. Algo raro que foi feito especialmente para ele.
-Eu também te amo, Raphael – Encostou suas testas – Pelo Anjo, eu te amo tanto que você nem faz ideia – Cansou de falar e juntou seus lábios nos dele, iniciando um beijo lento e apaixonado. Eles finalmente entenderam todas as declarações e falas de Magnus e Alec sobre encontrar alguém que você ame verdadeiramente: Alguém por quem você poderia se automutilar e dar sua vida, apenas para que essa pessoa seja feliz. Alguém que você quer compartilhar tudo o que acontece e poderia ouvi-lo falar por horas sem se cansar. Alguém com quem você quer ter um futuro e dá-la um futuro, mesmo que deva fazer sacrifícios para isso.
Alguém com que você não se importa á quanto tempo se conheceram, pois sente que, se teve outras vidas antes dessa, conhecia-a lá e se apaixonou por ela lá também.
Separaram-se com Isabelle ofegante, mas sorrindo como nunca sorriu antes na vida. Eles se sentiam tão, tão maravilhosos. Agora sim podiam dizer que começavam uma nova etapa de suas vidas. Uma etapa cada vez melhor.
-Vocês são tão lindos juntos. O dia está tão lindo. O mundo é tão lindo – Alec dizia, abraçando Raphael e Isabelle, um de cada lado.
-O que aconteceu? – Izzy perguntou a Magnus, que passava ao seu lado.
-Clary tomou um caldo no mar – Explicou, olhando para Alec, que os olhos brilhavam enquanto sorria bobo, olhando para o mar.
-Mar bobinho – Disse no diminutivo, sem parar de sorrir em nenhum momento.
-Venham, vamos almoçar – Luke os chamou, colocando Rafael sentado em seus ombros e Max em seu colo.
Voltaram para o restaurante do resort e se sentaram na mesa, pegando os cardápios.
-Chega – Jace jogou o cardápio na mesa – Tudo tem peixe no meio – Reclamou, apontando para as comidas do cardápio.
-Mais um motivo para irmos ao supermercado – Alec disse, pegando os óculos de grau de Blair do rosto dela e colocando em seu próprio.
-Desde quando precisa de óculos? – Blair perguntou.
-Ah, não preciso. Só gostei deles. – Deu de ombros, voltando a colocar os óculos em seu rosto.
-Ok, deixem que eu peço antes que passemos vergonha – Simon disse, chamando o garçom. – Com li-cen-ça, aqui ter picolé? – Fingiu que estava lambendo algo que estava em sua mão – Gelado. Pi-co-lé?
-Senhor, eu falo sua língua – O garçom disse, escrevendo algo em seu bloquinho.
-O que você tanto escreve ai? – Simon tentou ver o bloquinho.
-Ei, sai! – Tentou esconder o bloquinho, mas Simon puxou de sua mão.
-Está me desenhando queimando em fogo? – Mostrou o bloquinho para todos na mesa.
-Até que faz sentido – Magnus comentou.
-É, você é um pouquinho irritante – Luke concordou.
-Quero te queimar no fogo desde que te conheci – Jace bebeu um pouco de sua água.
-Sente-se, Summer. Eu faço o pedido. – Magnus mandou.
-Cara, pela última vez, meu nome é Simon – Disse, sentando-se na cadeira,
-Tanto faz, Sheldon – Magnus respondeu, olhando o cardápio e fazendo os enormes pedidos que sempre precisavam e nunca sobrava.
Simon olhou para Clary, esperando que a garota o defendesse, mas ela abaixou a cabeça, fingindo estar olhando algo no cardápio. Olhou para seu outro lado, vendo Raphael distraído.
-Raphael, me defenda – Pediu ao amigo.
-Estou ocupado agora – Mostrou o cardápio a ele.
-Você é um vampiro. Não come – Simon se alterou.
-Estou vendo a sessão de... – virou o cardápio em busca de algo – de bebidas, claro. Achei.
Minutos depois, a comida chegou - que pareciam mais petiscos, mas nenhum deles reclamou – e todos subiram para o quarto, colocaram alguma roupa leve qualquer e partiram ao supermercado.
-O que se faz em um supermercado? – Alec perguntou para Blair, enquanto viam Magnus e Simon pegarem dois carrinhos cada.
-Compramos coisas, principalmente comida – Explicou – Também tem shampoo, brinquedos, flores artificiais, travesseiros, cobertores, televisões, coisas para animais e essas coisas.
-Colocam coisas para animais no meio dos travesseiros?
-Não, óbvio que não. Tem uma seção só para isso.
-Seção? – O que... o que é uma seção? – Se animou, virando-se para ela.
-São... – Tentou achar palavras, então segurou nos ombros dele e o virou para dentro do supermercado, apontando para as enormes placas com escritos como “frutas”, “casa”, “animais”, “cosméticos” e mais algumas.
-Vamos, amor – Magnus entregou um carrinho para Alec empurrar – temos um longo caminho pela frente.
-Gente, olha isso – Isabelle falou hipnotizada pelos caixas.
-São nesses lugares que percebemos que fomos roubados – Magnus disse, apertando Izzy em seus braços.
-Tudo bem, vamos logo – Isabelle entrou e foi logo para a seção de doces, agindo como a dona do lugar.
-Ok, por onde começamos? – Raphael perguntou, lendo o rótulo de azeitonas.
-Me dá isso aqui – Magnus pegou da mão dele e jogou no carrinho – O que acham de começarmos com verduras?
-Não! – Todos falaram em uníssono, com olhares de nojo.
-Porque não pegamos leite condensado? – Blair sugeriu.
-Apoiada – Alec disse.
-Certíssima – Maia concordou.
-Minha irmã é uma Deusa – Rafael disse, começando a empurrar carrinho.
-Eu sei – Blair concordou, indo atrás dele, sendo seguida pelos outros.
-Ok, quantos? – Raphael perguntou, começando a ler o rótulo do leite condensado.
-Que mania é essa de ler rótulos? – Magnus pegou o leite condensado da mão dele e jogou no carrinho.
-Tudo bem, mas se algum de vocês for envenenado não digam que não avisei – Pegou mais seis, colocando arrumados no carrinho.
-Alguém viu o Alec? – Luke percebeu.
-Alexander? – Magnus sussurrou, olhando em volta e se dando conta de que o marido havia sumido – ALEXANDER, CADÊ VOCÊ?I WILL NEVER BE THE SAME WITHOUT YOU. – Cantou alto.
-Mag, cantar não vai adiantar nada – Blair disse.
-Têm razão – Disse, fazendo um bico pensativo.
-Tenho? – Perguntou, descrendo que ele a apoiou e não surtou.
-Sim, e eu sei exatamente o que fazer. – Disse.
-Sabe? – perguntou, desta vez preocupada.
-Sim. Eu já volto – Disse baixo, quase chorando.
Saiu andando pelo supermercado até encontrar a tal pessoa que fica falando no microfone e ninguém nunca percebe que ele está ali, juntamente com um segurança que conversava com ele sobre um assunto qualquer.
-Com licença - Chamou a atenção dos dois - podem me ajudar?
-O que aconteceu, senhor? – O segurança endireitou-se, mostrando-se preocupado com Magnus, que já começava a soluçar.
-Eu perdi meu marido – Disse alto, jogando as palavras para fora.
-Não se preocupe, senhor. Vamos encontra-lo – O segurança o tranquilizou – Como ele é?
-LINDO! – Magnus gritou – ELE PARECE UM DEUS GREGO, PELO ANJO. QUE PESSOA MARAVILHOSA!
-Pode ser mais específico, senhor? – O cara do microfone pediu.
-Bom, ele fez uma coisa com a língua que... – o cara o interrompeu.
-Porque não o chama pelo meu microfone? – Tentou acabar com aquele assunto.
-Boa ideia. – Segurou o microfone perto da boca e o ligou – Hum, Alexander? – Chamou – WITHOUT YOU – Voltou a cantar – Ah, já sei o que dizer – Disse para o segurança.
-Então diga, senhor – Mandou, já perdendo a paciência.
-Hurum, som, som – Testou o microfone – EU ODEIO MAGNUS BANE! – Gritou, fazendo todos tamparem os ouvidos com as mãos pelo impacto do grito.
-VADIA, EU TENHO UM ARCO – Alec apareceu perto deles, revoltado.
-AMOR! – Magnus correu até ele e o abraçou fortemente.
-Cadê essa vadia, hein? Cadê? – Perguntou, abraçando Magnus e vendo o cara do microfone e o segurança levantarem ambas as mãos, em ato de redenção.
-Que bom que eu te achei – Magnus sussurrou, e Alec sorriu e o abraçou de volta.
-Eu nunca deixaria você – Sussurrou de volta para Magnus, o apetando em seus braços.
-Ok, agora só não sei onde os outros estão – Magnus desfez o abraço, continuando com as mãos nos quadris de Alec, e o olhando como quem diz “Opa”.
-Tudo bem, devem estar na seção de comida não-saudável – O tranquilizou.
-Olha só para você, tentando decorar as seções de um supermercado – Acariciou seu rosto.
-Estou tentando, mas é muita coisa - Reclamou – Decorar runas não era tão difícil assim!
-Como vocês comiam antes de mim?
-Eu não sei, a comida simplesmente aparecia na cozinha – Explicou – Bom, a não ser quando Isabelle tenta cozinhar. Eu tento ajuda-la, mas sempre fica ruim – Disse, indignado.
-Acho que sei o porquê – Magnus sussurrou, virando a cabeça.
-Disse alguma coisa?
-Não – Se voltou para ele – Apenas que temos que encontrar nossa família, mesmo que eu prefira abraçar você!
-Ow, eu também prefiro – Deu um selinho nos lábios do mais velho – mas eu estou realmente começando a ficar preocupado. Como, não está escutando isso?
-Só escuto seu coração – Magnus sussurrou, com a cabeça no peito de Alec. O som do coração do shadowhunter era seu som favorito de escutar.
-Realmente não escuta isso? – Disse preocupado. Magnus notou sua cara e levantou a cabeça, tentando escutar o que ele tanto dizia.
-Só escuto um coro ruim da Avril Lavigne.
-Exatamente – respondeu. – estou com medo de que realmente sejam eles que estão fazendo isso.
-Blair adora essa música – Magnus comentou – venha, vamos – Começou a puxar Alec pela mão – Ah, obrigado – Acenou para o segurança e o cara do microfone, que acenaram de volta.
-Como os encontramos? – Alec perguntou, entrando na seção de laticínios.
-Seguimos a música – Magnus disse, e saíram da seção.
Andaram por mais alguns corredores até entrar na seção de biscoitos e vê-los jogando tudo para o ar, enquanto cantavam “Come, come, Kitty, Kitty. You’re so pretty, pretty. Don’t go, Kitty, Kitty. Stay with me.” Compulsivamente, assustando as outras pessoas que estavam naquele lugar.
-ENCONTREI ELE! – Magnus gritou, apontando para Alec, e um coro de “Êeeeeeehhhh” foi ouvido.
-Ok, vamos contar todos agora – Alec pediu – Cadê Isabelle?
-Disse que ia pegar doces – Raphael respondeu.
-Ok, menos uma então. – Alec disse, fazendo uma nota mental – Agora a chamada. Jace?
-EU! – Respondeu.
-Clary?
-Presente – Levantou a mão direita.
-Infelizmente – Sussurrou para si mesmo – Luke?
-Bem aqui!
-Simon?
-Que milagre terem lembrado de mim antes do resto – Sorriu bobamente.
-Você é impossível de não se notar – Fez uma careta.
-Maia? – Magnus chamou.
-Eu!
-Filhos para frente! – Magnus mandou, e Blair e Rafael foram para perto dele. – Um, dois... – Viu que sue dedo estava no ar – Cadê o Max?
-Droga – Luke sussurrou.
-PERDERAM O MAX? ELE É QUASE IMPOSSÍVEL DE NÃO SE VER – Alec se revoltou – Só não te demito por que é minha sobrinha – Falou para Blair, com uma falsa cara de irritação.
-Não se preocupem, já sei o que fazer – Magnus colocou a mão no ombro de Alec.
-De novo não – Blair disse, já colocando as mãos nos ouvidos.
-Venham comigo – Os guiou pelos corredores até onde ainda estavam o segurança e o cara do microfone – Ooooooiii – Prolongou o “O”.
-Está tudo bem agora, senhor? – O segurança perguntou.
-Na verdade, não. Eu perdi o meu filho, Max. – Explicou – Posso falar no microfone? – Apontou para o microfone, se apoiando no balcão que o cara estava apoiado.
-À vontade – O cara empurrou o microfone até ele.
-Hu-rum – Cocou a garganta antes de gritar – ADEUS, SUA PEQUENA MERDA!
-PAPA! – Ouviu um grito vindo de um dos corredores.
-Achei ele. Obrigado – Agradeceu, indo até o corredor onde Max estava sentado em uma das prateleiras, devorando uma barra de chocolate.
-Vem cá, Blueberry – Alec o pegou no colo, apertando-o.
-Eu estava com fome – Explicou-se.
-Tudo bem, não tem problema – Respondeu.
-Ok, estão todos aqui agora? – Magnus perguntou.
-Hum, na verdade... – Raphael levantou um dedo.
-Ai não, quem sumiu agora? – Perguntou, colocando a mão no rosto.
-Estamos na seção de doces – Apontou para em volta deles.
-E... – O incentivou a continuar.
-E que é onde Isabelle estava. E ela não está aqui – Explicou.
-Vocês ... – Magnus tentou formular uma frase em sua mente – vocês tem essa mania de sumir do nada. Parece até que combinam isso tu... – Foi interrompido por um grito feminino estridente. – O que foi isso?
-Isabelle – Raphael sussurrou, saindo correndo sem rumo pelo supermercado atrás de Izzy. -ISABELLE! – A chamou de novo.
-Raphael – Todos chegaram ao seu lado – Sei que está preocupado. Acredite, também estou, e muito – Blair disse – mas não tome decisões precipitadas, ok? Pelo grito, ela está em perigo, então precisamos encontra-la calmamente – Ouviu outro grito – e rápido!
-Sabe, acho que não dá para fazer os dois! – Jace disse.
-Dá para encontrarmos ela logo? – Simon pediu.
-Sim – Raphael respondeu – Bom, a voz dela está vindo... dali! – Apontou para o lado direito e começou a andar rápido, com todos atrás dele.
Menos de um minuto depois já a tinham encontrado. Ela estava caída no chão, com a mão na barriga e em cima de uma poça de uma mistura de água e sangue.
-Mas o que? – Alec perguntou.
-A bolsa... – Izzy deu um gemido de dor – estourou.
-Venha – Raphael se aproximou rápido, pegando-a no colo. – Magnus?
-Ok, eu, Blair, Alec, Max e Rafe vamos com Izzy e Raphael para o hospital de Portal. Clary, use a sua runa de Portal e vá à Nova York com Jace pegar as coisas dos bebês e nos encontrem lá depois. Maia, Luke e Sheldon, terminem as compras, chamem um táxi e levem tudo para o hotel, e vão para o hospital depois. Tudo bem?
-Sim – Todos disseram em uníssono.
-Não – Simon respondeu.
O que foi, Sherlock? – Magnus perguntou.
-Não é Sherlock, não é Summer e não é Sheldon. Simon. Meu nome é Simon!
-Não temos tempo para isso agora, Silas. Izzy está tendo os bebês! – Magnus quase gritou, fazendo um Portal no meio do supermercado. Tiveram tanta sorte daquela seção estar vazia.
-Raphael... – Isabelle sussurrou, com a voz carregando dor.
-Está tudo bem – Raphael sussurrou no ouvido de Isabelle, acariciando seus cabelos e roçando seus lábios na bochecha esquerda dela.
Passaram pelo Portal, parando no meio de um hospital mundano ali mesmo, no Caribe. Magnus foi dar entrada enquanto colocavam Isabelle deitada em uma maca.
-Alec- Ela o chamou.
-Sim, eu estou aqui – Se aproximou, apertando a mão dela.
-Sei que não sou a melhor irmã do mundo, mas eu amo você – Disse, sorrindo para ele.
-Você é uma irmã incrível e eu também te amo. – Respondeu – Mas porque está dizendo isso agora?
-Porque você sempre me apoia, não importa o que aconteça, e eu percebi que nunca te agradeci de verdade. – Sua cabeça caiu para o lado e ela rosnou com mais uma contração, apertando ainda mais a mão de Alec.
-Do que está falando? Se não fosse por você, eu nunca teria me aproximado de Magnus. Nunca teria realmente pensado em adotar Max e Rafe. Nunca teria tido esperanças de que eu realmente podia ter um final feliz – Apertou a mão dela quando ela soltou mais um urro – Você pode não ser uma irmã exemplo, mas é a melhor que eu poderia pedir!
-Está na hora – Magnus se aproximou dela – Bom, a dona do hospital é uma feiticeira e uma velha conhecida minha. Ela entendeu a situação e deixou que eu ajudasse no parto, contanto que houvesse um médico na sala.
-Tudo bem, tudo bem – Ela disse, assentindo com a cabeça compulsivamente.
-Mas ele é um mundano e não sabe nada sobre o Mundo das Sombras, ok?
-Sim, não tem problema. Só vamos logo com isso, por favor – Pediu.
-Tudo bem – Fez sinal para o auto e começaram a levar a maca de Isabelle.
-Raphael. Raphael tem que estar comigo – Sussurrou, já delirando um pouco.
-Eu estou aqui – Ele apareceu do seu lado e segurou sua mão enquanto a colocavam na cama de hospital – Eu vou sempre estar aqui.
-Pronta? – Magnus perguntou, colocando uma luva e fazendo um estralo nela – Cadê essa droga de médico?
-Desculpem o atraso – Um homem alto de jaleco entrou, juntamente com mais dois ajudantes que ficariam ao lado, auxiliando no parto – Fui transferido para cá á pouco tempo, então estou tentando me acostumar com o horário – Colocou as luvas – Isabelle? – A reconheceu.
-Droga – Praguejou – Charlie?
-Espera, esse é o médico gato que deu em cima de você? – Magnus perguntou.
-O que? – Raphael começou a dividir seu olhar entre os três.
-Raph... – Isabelle sussurrou, sentindo seu ar se esvair de seus pulmões. Raphael se sentou no banquinho ao lado dela e segurou sua mão, o olhando preocupado.
-Magnus, o que está acontecendo? – Olhou para Magnus desesperado.
-Os bebês estão sugando sua energia para conseguir sobreviver. É normal, mas temos que tomar cuidado.
-Do que estão falando? – Charlie perguntou, se posicionando em frente à Isabelle.
-Faça seu trabalho, Doctor – Magnus pediu – eu faço o resto. – Ficou atrás dele, de modo que ele não conseguisse vê-lo, e começou a mexer as mãos freneticamente, com sua típica fumaça azul saindo dela, e a concentrou na cunhada e nos sobrinhos.
-Faça força, Isabelle – Charlie a instruiu.
-Não me diga o que fazer – Reclamou, apertando a mão de Raphael e começando a empurrar os bebês para fora.
-Isso, continue! – Charlie disse.
-CALE A PORRA DA BOCA – Izzy gritou, soltando um urro logo depois.
-Acalme-se, senhora – Um dos ajudantes pediu.
-NÃO ME MANDA ME ACALMAR, INFELIZ! – Respondeu, gritando e desencostando da maca, segurando-se nas barras que tinham ao seu outro lado e apertando cada ver mais a mão de Raphael – DÓI DEMAIS!
-Sabemos, senhora – O outro ajudante disse.
-NÃO SABEM PORRA NENHUMA, NÃO SÃO VOCÊS QUE TEM UM ÚTERO E TEM QUE PASSAR TRÊS BEBÊS POR ELE DE UMA VEZ – Isabelle retrucou .
-Mesmo gritando, você fica linda – Charlie disse, desviando a atenção para ela.
-Dá para você se concentrar no parto? – Raphael pediu, com ciúme evidente.
-QUERO VER SE FOSSEM VOCÊS QUE TIVESSEM UMA VAGINA NO MEIO DAS PERNAS – Izzy gritou para eles, respirando pausadamente e fazendo cada vez mais força.
-O primeiro saiu – Charlie o entregou para a enfermeira – é um menino!
-E agora, é o Matthew ou o Andrew? – Magnus se desesperou – Como vamos saber qual é qual? São todos iguais!
-É o Matthew – Isabelle decidiu – Não sei por que, mas é ele!
-Senhora, não pode decidir isso assim! – Um dos ajudantes a repreendeu.
-DISSE O QUE, EMBUSTE? – Gritou – Primeiro, é senhorita. Segundo, o filho é meu, eu faço o que quiser com ele. E terceiro, repete isso de novo que eu te corto todinho com o bisturi – Soltou outro grito estridente enquanto o segundo bebê saia.
-É A WILLOW! – Magnus gritou, olhando de trás.
-Ok, amor. Só falta um – Raphael disse, envolvendo a mão dela com suas duas mãos.
-Amor? Nunca me chamou assim – Sorriu boba.
-Então, não quero atrapalhar esse momento lindo, mas o Andrew precisa sair também! – Magnus disse, apontando para as partes íntimas de Isabelle.
-MAGNUS – Ela gritou, sentindo algo rasgar sua pele.
-Ah, desculpe – Voltou para trás, continuando com sua mágica.
-Como está indo? – Izzy perguntou para Raphael, com a voz entrecortada, devido á força.
-Hum – Ele se levantou e ficou ao lado dos médicos, olhando o que estava acontecendo com os olhos arregalados.
-Eu não faço a mínima ideia do que você está fazendo, mas continue! – Disse, voltando ao lado dela.
Isabelle deu um último grito alto, e ouviu um chorinho de bebê.
-Deu certo? – Perguntou.
-Sim, está tudo bem – Raphael beijou sua testa. – Eles estão bem.
-Aqui – Os enfermeiros levaram os três até eles, vendo Magnus se jogar exausto no sofá.
-São lindos – Isabelle sussurrou.
-Muito – Raphael riu junto á ela.
-Quais são os nomes? – Charlie perguntou, incomodado.
-Matthew, Willow e Andrew – Raphael respondeu, olhando feio para ele.
-Nossos filhos – Isabelle sussurrou apenas para ela, como se sua ficha tivesse acabado de cair, olhando lacrimejando para os bebês.
-Vocês foram tão azarados desse tal Charlie ter sido transferido logo para cá! – Jace comentou, sentando-se no sofá do hospital, ao lado de Blair que estava com uma latinha de Coca Cola na mão direita.
-Fomos mesmo – Raphael concordou – Ainda não acredito que ele fez o parto. E se os trigêmeos perguntarem sobre o parto deles algum dia? Vamos contar sobre isso?
-Não faço ideia – Isabelle concordou, vendo Andrew segurar seu dedo indicador com sua mãozinha.
-Bom, recapitulando – Magnus falou, andando de um lado para o outro – Só quero explicar mais algumas coisas. Bom, os bebês são metade Shadowhunter e metade vampiros, então podem receber às runas e precisam de sangue, porém também podem andar no sol.
-Perfeito – Isabelle concordou.
-Porém eles vão ter surtos de crescimento durante o próximo mês, podendo não ser controlado – Abaixou o tom de voz – O s três, mesmo que os surtos não aconteçam ao mesmo tempo, vão ficar com as mesmas idades em certos pontos, podendo parar em qualquer tamanho.
-Como em The Thundermans? – Blair reconheceu a história.
-Exato! – Magnus concordou.
-E depois disso? – Clary pergutou, ficado preocupada.
-Vamos dar um exemplo – Magnus abriu os braços – imaginem que os surtos parem quando eles tiverem aparência de oito anos. Então isso vai realmente durar oito anos, e eles vão ficar desse tamanho até completarem oito anos reais.
-Não estou gostando disso – Izzy se encostou na cabeceira da cama.
-Já pararam para contar quantas crianças temos? – Simon perguntou – Eu sei que Blair não é mais uma criança, mas acho que ainda conta. Então temos Blair, depois Rafe, Max, Matthew, Willow e Andrew. E ainda Alissa em certos pontos, pois tenho certeza de que ela vai aparecer mais algumas vezes!
-Sete, no total – Luke disse. – Caramba!
-Nós somos exemplos! – Gritou, levantando as mãos para o ar.
-Estamos piores que aquela família do reality show que a Blair gosta, os Busbys – Maia comentou.
-Qual? – Alec estranhou.
-Aquele que eles tinham uma filha e então a mulher engravidou de quíntuplas, todas garotas também – Maia explicou.
-Deve ser um pesadelo – Jace comentou, roubando a coca-cola de Blair.
-Acho que a verdadeira pergunta é – Magnus olhou fixamente para os trigêmeos – quando será o primeiro surto de crescimento deles?
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