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História Civil War: Moon. - Tony Stark. - História escrita por Seola______ - Spirit Fanfics e Histórias
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História Civil War: Moon. - Tony Stark.


Escrita por: Seola______

Notas do Autor


Mais um! Esse foi rapidinho né? Espero que gostem!
Ps.: Esse capítulo contém pequenos spoilers do filme "Capitão América: Guerra Civil".

Capítulo 9 - Tony Stark.


- Oi – falei deixando a mochila no sofá ao entrar dentro de casa. 

- Oh – ele levantou o rosto me fitando e forçou um sorriso – oi querida.

- Chateações no trabalho? 

Ele ficou de pé do banco – Sim. Nada demais.

- Você deveria ser menos rude com as pessoas – me joguei no sofá ficando de costas para ele – talvez assim você não se estressasse tanto e, melhor ainda, não ferraria o psicológico de ninguém. 

- Andou ouvindo minhas conversas de novo? 

- Você sabe que posso ouvir tudo que você fala assim que viro a esquina da rua – arqueei uma sobrancelha virando meu rosto para fitá-lo – não é algo que eu goste. 

- É invasivo.

- É incomodo.

- Não é educado.

- Não consigo controlar – rebati mudando de canal, as notícias indicavam uma briga entre heróis o que me chamou a atenção, afinal, eles não eram todos do mesmo time? Em letras grandes o noticiário mostrava uma nova lei implantada chamada Acordo de Sokóvia. Imagens de destruições em massa em todo o mundo, com Os Vingadores ao fundo, passavam na tela a medida que alguém falava os contras de se ter heróis agindo por conta própria.

Aumentei o volume escutando o que o representante das Nações Unidas falava:

- Os heróis sempre fazem muito por nós, não podemos negar – o homem grisalho se mantinha sério com as mãos para trás do corpo – Os Vingadores salvaram nosso mundo de diversas ameaças e somos gratos por isso. Porém as pessoas estão começando a temer, as devastações estão prevalecendo e mesmo que não seja a intenção deles é o que vem acontecendo. O Acordo de Sokóvia vem para que nós, o governo, possamos auxiliá-los a medida que as decisões precisem ser tomadas. Insistimos para que todos assinem e há um tempo para isso ser feito, afinal, é o melhor que podemos fazer para mantermos nosso povo em total segurança. 

Apenas fitava a televisão digerindo tal informação, passavam imagens aéreas de um local totalmente destruído, pessoas saíam em meio a fumaça e escombros e eu não tinha noção do que se tratava ou de onde era, mas a devastação havia sido grande. A foto de um homem com o cabelo grande e um braço de metal me fez entender que ele era o principal suspeito de tal destruição, confirmei meus pensamentos quando um número apareceu na tela para que, quem quer que tivesse alguma informação, ligasse. 

Não sabia dizer se isso me impactaria ou a Peter, nós não éramos parte dos Vingadores, eu sequer era uma heroína, mas Peter já era reconhecido como um herói e isso talvez lhe acarretasse alguma ligação com o Acordo de Sokóvia onde o Governo decidiria o que cada herói poderia fazer ou deixar de fazer, pelo menos era o que eu tinha entendido ao ver tal discussão na televisão.

Pensava em como algo desse tipo poderia ser bom: como o Governo dominaria todos os heróis lhes dizendo o que fazer, quem podem salvar e quando podem fazer isso? Por mais que consigam esta é uma ideia absurda que retira não só a liberdade civil, mas também as chances de pessoas serem salvas. Como o Governo julgará que tal pessoa deve ser salva?

Virei-me em direção à meu pai quem estava parado com os braços cruzados atrás do sofá, ele observava a televisão completamente sério e com a respiração pesada, ele, provavelmente, estava percebendo a loucura em que as coisas estavam se tornando. Ele abaixou o olhar até mim se mantendo em silêncio, logo em seguida andou até a cozinha deixando o celular em cima do balcão.

Permaneci em silêncio enquanto voltava a fitar a televisão no telejornal que passava imagens do Capitão América em uma rodovia lutando ao lado do homem do braço de metal, a jornalista se referiu a ele como Soldado Invernal e então compreendi que Capitão América estava ao seu lado e, consequentemente, contrário ao Acordo, afinal, as letras enormes escrito “Capitão América do lado oposto?” auxiliavam bastante esta compreensão.

Levantei do sofá dizendo que havia lembrado de um trabalho para semana que vem o qual minha dupla era Peter, então precisava falar com ele. Coloquei meu casaco andando em direção a sua casa de modo que perguntasse se ele sabia o que estava acontecendo, ele era um herói, de uma maneira ou de outra isso o afetaria e eu queria saber como. 

Bati na porta e quem abriu foi sua Tia May, ela estava mais sorridente que o normal e ao abrir a porta logo me chamou para entrar, na mesa da sala haviam biscoitos em um prato e uma garrafa de uísque bem ao lado, ela soltou uma risadinha pegando a garrafa e alegando que ia guardá-la. 

- Você também está concorrendo ao estágio? 

- Estágio? – perguntei me virando do sofá enquanto a fitava de costas para mim na cozinha.

- Sim! Aquele que Tony Stark veio falar com Peter.

A fitei assustada – Tony… Tony Stark veio falar com Peter? 

Ela virou-se em minha direção segurando a louça cheia de sabão – Sim. Eles estão no quarto agora.

Fiquei de pé sentindo meu coração acelerar – Tony… Tony Stark está aqui?

Ela então escondeu o sorriso – Oh, querida… Talvez haja duas vagas… Ele não…

- Vagas? – perguntei confusa e completamente assustada – do que…? 

- Do estágio – ela deixou a louça andando em minha direção – Tony Stark veio pessoalmente aqui ofertar a vaga para Peter, eu nem sabia desse estágio que ele estava concorrendo sobre um dos projetos dele, mas é ótimo, não é?!

Balancei a cabeça positivamente sem conseguir falar alguma coisa, olhava assustada para May quem parecia me olhar com um olhar de pena, mas era melhor ela pensar que eu havia perdido a tal bolsa de estágio para Peter do que entender o porquê eu estava realmente assustada. Obviamente Tony Stark estava ali para levar Peter para seu “time” a favor do Acordo e contra Capitão América.

A porta do quarto de Peter se abriu atraindo meu olhar e o de May para a direção de Tony Stark quem saía sorridente a frente de um Peter Parker também contente. Ambos pararam na cozinha e me fitaram de modo que eu me sentisse intimidada, forcei um sorriso olhando apenas para Peter amedrontada com a ideia dele ter aceitado entrar naquela briga de Vingadores que não lhe dizia respeito.

- Oh. Ai está ela! – Tony Stark apontou em minha direção com seu terno de grife e um sorriso forçado no rosto – nossa outra estagiária – ele fez uma breve pausa olhando para Peter e May e então voltou-se para mim – Se ela quiser, claro.

Cruzei os braços o fitando completamente séria. Eu não aceitaria jamais, em hipótese alguma ser capacho do governo. Em primeiro lugar porque eu sabia o que é ser obrigada a ser submissa a quem tem poderes maiores do que você e que, na verdade, te usa como bem entender para seus próprios projetos e ambições. E em segundo porque isso parecia muito mais uma briguinha pessoal do que uma preocupação com o bem estar das pessoas.

- Senhorita Luna Cabbott, eu, Anthony Stark, gostaria de ofertar uma bolsa de estágio em minha Indústria para você e Peter…

- Não – o interrompi de imediato atraindo a atenção de May e Peter quem me fitaram assustados.

- Acredito que seja…

- Você tem que falar com meu pai antes - forcei um sorriso o interrompendo – ele é superprotetor.

Tony riu apontando para a porta - Claro. Mas é claro! Vamos até sua casa que explico à ele.

Assenti em silêncio e olhei em direção à May quem sorria animada, ela estava mais animada que o próprio Tony Stark quem estava certo de que teria dois aliados desconhecidos ao seu lado na chamada Guerra Civil. Mas não se dependesse de mim, a ideia de ser uma cobaia do governo e poder usar meus poderes apenas quando lhes for necessário parece uma ideia imensamente egoísta.

Peter abriu a porta segurando-a para mim e Tony, seu carro chique estava parado em frente a porta da casa de Peter e ele já não estava mais com o sorriso largo de antes, pois havia percebido que eu não estava nem um pouco contente com tal situação. Só esperava que ele entendesse que não estava contente com minha situação, apesar de discordar totalmente de sua felicidade, o que indicava que ele estava do lado de Tony Stark, mas era a decisão de Peter e eu não podia fazer nada para mudá-la.

- O que você quer, Stark? – parei na sua frente no instante em que ele caminhou em direção a porta de vidro de minha casa.

- Você sabe o que eu quero – ele cruzou os braços dando um pequeno sorriso vitorioso.

- Não serei parte dessa guerra estúpida – olhei para Peter – e não acredito que você aceitou, Pete.

- Não podemos ficar parados, Luna – Peter me fitou – Capitão está defendendo um criminoso.

- Parece uma briguinha interna onde estão tentando encontrar novas armas – cruzei os braços olhando para Tony – que vença o melhor, certo? 

- Errado – Tony ainda sorria – Capitão está equivocado. Ele está protegendo Bucky Barnes, ou, como é melhor conhecido: Soldado Invernal. Ele matou dezenas de pessoas quando apareceu na cidade há um tempo e recentemente ele atacou a reunião do tratado, feita pelas Nações Unidas, matando, inclusive, o Rei T'challa. 

- Não parece da índole do Capitão ficar do lado de um assassino. Por que Capitão está ao lado dele, então? 

- São amigos de infância.

- Um assassino e Capitão América são amigos de infância? – cruzei os braços. 

- É uma longa história. O ponto aqui é que não podemos agir sem supervisão, somos heróis e estamos colocando os civis em perigo. Acho que você pode ver o acidente causado pela Feiticeira, sabemos que foi sem querer, mas isso não pode ocorrer. Pessoas morreram naquele prédio porque fomos, por nossa conta, atrás de um cara.

- Mas aquelas pessoas precisavam de ajuda, certo?

Ele balançou a cabeça positivamente – Certo.

- E vocês ajudaram. 

- E por um descuido ferimos outras – ele me fitava agora sério – quando juramos protegê-los.

- Não foi intencional, eu sei que se pudessem prever jamais deixariam acontecer. Digo isso de todos e sequer conheço vocês. O ponto é: o Acordo de Sokóvia, de acordo com a tv, dá total liberdade das Nações Unidas de interferirem nas decisões e julgar quando será necessário ou não alguém ser salvo.

- Você está distorcendo as coisas – Tony descruzou os braços – o Acordo não tomará decisões por nós e é isso que você fez parecer, este…

- Luna? 

Virei-me para trás e encarei meu pai parado a porta ainda com o celular em mãos, ele não me fitava, mas sim Tony Stark. Fechei os olhos lembrando o quão meu pai o admirava, falava dele algumas vezes e tentou mostrar alguns projetos para Tony, mas sem sucesso. Sempre que o via na televisão com o traje do Homem de Ferro dizia o quanto ele era inteligente e o quanto queria conhecê-lo pessoalmente. E lá estávamos nós. 

- Olá senhor Cabbot – Tony passou por mim andando em direção a meu pai parado a porta – Tony Stark, muito prazer.

Olhei para Peter quem desviou o olhar para meu pai. Ele estava sério e eu temia perguntar o porquê, já que obviamente eu era a razão daquela cara tão fechada. 

- O prazer é todo meu, Senhor Stark. Sou um grande fã e admirador – ele sorriu me lançando um olhar.

Forcei um sorriso o fitando – Oi, pai.

- Senhor Cabbot gostaria de falar com sua filha sobre uma vaga de estágio nas Indústrias Stark a qual ela está concorrendo, mas, para isso, preciso da sua permissão e podemos…

- Claro! – ele respondeu de imediato me fitando logo em seguida – claro que pode.

Olhei na direção de Peter quem pegava o celular no bolso, provavelmente algo estava acontecendo na cidade e ele teria que ir para resolver como Homem-Aranha, ele me lançou um rápido olhar balançando a cabeça positivamente como se estivesse respondendo a minha pergunta mentalmente.

- Bem, eu… Tia May pediu para que eu comprasse umas coisas no mercado – Peter forçou um sorriso andando em minha direção enquanto olhava Stark e meu pai – foi um prazer senhor Stark.

- Igualmente Parker - ele sorriu olhando na direção de Peter enquanto ele se afastava.

Peter correu na direção da esquina após se despedir de nós, pude ouvir uma risada abafada de Tony quem se virou em direção a meu pai mais uma vez enquanto ele implorava para entrarmos em casa. Não o culpava por estar todo bobo perto de Tony Stark ele o admirava e quem sou eu para julgá-lo? Entrei fechando a porta logo em seguida. Meu pai ofereceu uma bebida a Tony quem negou dizendo que estava ali a trabalho e que evitava beber e ser irresponsável nestes momentos. 

Tentava forçar sorrisos a medida que meu pai me fitava, mas estava sendo difícil a medida que a cobertura completa do telejornal na televisão, que falava sobre o fugitivo Capitão América e o Acordo de Sokóvia, mesclava com a voz tranquila de Tony Stark mentindo ao meu pai sobre um estágio científico na sua Empresa.

Meu pai saiu da sala quando Tony pediu, calmo e educado, para ter uma conversa a sós comigo para explicar algumas coisas do estágio e me dar algumas informações confidenciais já que eu trabalharia com ele.

- A resposta ainda é não – sussurrei o fitando furiosa quando escutei o barulho da porta de vidro se fechando – não serei parte dessa briga…

- Eu entendo o porquê você não quer ser parte disso – Tony me interrompeu completamente sério – você não se considera uma heroína e teve problemas com escolhas que foram feitas por terceiros em relação à sua vida. Eu entendo. Mas há muito mais em jogo do que uma briga entre Capitão e eu. Sou a favor do Acordo, mas não fiz parte de sua criação, me pegou de surpresa tanto quanto aos outros e, provavelmente, a você, Peter e todos os outros heróis que não tem o merecido reconhecimento. O Acordo de Sokóvia é para um bem maior, para o bem maior dos civis e não o nosso – ele fez uma breve pausa se ajeitando no banquinho do balcão – Capitão está se deixando levar pelo pessoal, não compreendo como ele pode pensar que continuar agindo só trará algum benefício para as pessoas que vivemos tentando salvar. O governo não nos controlará, nem as Nações Unidas e muito menos outros órgãos. Continuaremos salvando vidas, mas com segurança.

O fitei em silêncio e com os braços cruzados. 

- Por isso estou aqui convocando a Peter e você. Porque vocês dois são heróis, querendo ou não, ambos fazem parte do nosso mundo, mesmo que seja cuidando de pequenos bandidos no Queens – ele cruzou os braços sem tirar os olhos de mim – podemos fazer o certo, mas precisamos estar juntos. Por isso, preciso saber: você está comigo, Luna Cabbot? 

Permaneci um tempo em silêncio o fitando completamente séria e pensativa. Ele tinha o lado dele, seus ideais e sua forte opinião de que estava certo. E isso, por si só, já o tornava duvidosamente errado.

- Qual seu nome de heroína? – ele perguntou quebrando um silêncio – me surpreendi ao saber que o garoto era Homem-Aranha. Não esperava. Mas isso não vem ao caso – ele se levantou do banquinho – qual o seu?

- Não tenho um.

- Como? Por que não?

- Porque não sou uma heroína. 

- Gostando ou não, você é – ele andou em direção ao outro lado do balcão onde pegou a garrafa de uísque observando-a em suas mãos – você ajuda pessoas, salva-as sem que elas peçam, você já prendeu cerca de quarenta bandidos em menos de um mês e abre mão da sua vida normal, como uma estudante do ensino médio, para salvar algumas vidas durante a noite sem que te peçam e sem receber nada em troca – ele sorriu levantando o olhar até mim – você não gosta, mas você é uma heroína. 

- Você tem razão – o fitei ainda de braços cruzados – eu não gosto. 

- Outra mentira – ele riu – você tem poderes e usá-los para ajudar ao invés de machucar, acaba sendo melhor, certo? 

Não respondi e ele não esperava uma resposta. Deixou a garrafa no balcão novamente olhando-a como se fosse um brinquedo. 

- Pelo menos ajudar essas pessoas faz com que o fardo de ter cegado Marcos diminua.

Ele ergueu o olhar até mim com um sorriso cínico enquanto endireitava seu corpo e encostava as nádegas no balcão, Tony apoiou as mãos no balcão atrás de si aguardando que eu falasse algo, mas apenas me mantive em silêncio, com o coração acelerado, me perguntando como ele sabia de Marcos.

- Não se preocupe, não vou te chantagear ou qualquer coisa assim – ele gesticulou com as mãos completamente tranquilo – eu apenas fiz meu dever de casa antes de vir, ou você acha que foi fácil descobrir quem vocês são? Acredite, não foi.

- O que você quer Stark? – fiqueei de pé o fitando – você me quer no seu time? Em um time que espera para receber ordens do governo e que não tem a liberdade de salvar alguém sem antes o governo dar a permissão? 

Ele não respondeu.

- Você quer que eu, uma garota de quinze anos, lute ao seu lado contra o seu melhor amigo e Vingador porque ele está protegendo um amigo? Por que toda essa Guerra, senhor Stark? Porque cada um não pode escolher o que quer e assim dar por encerrado? Quais os planos para o Acordo para aqueles que não o aceitarem? Tenho milhares de perguntas na cabeça e mesmo me dizendo tantas coisas foi como se não tivesse dito nada.

Tony me fitou respirando fundo, mais uma vez cruzou os braços tornando sua feição séria novamente – Criança, o Acordo não é uma brincadeira ou algo que pessoas como eu, Capitão ou você podem ignorar. O Acordo preza por uma melhoria na segurança das pessoas porque elas estão assustadas com tantas destruições e mortes. Elas não sabem o que fazer e não querem sequer sair de suas casas para um passeio no parque ou uma compra no supermercado. Não deveríamos proporcionar mais medo para os civis, não somos o problema, somos a solução. Mas, infelizmente, somos a solução porque não há nada melhor, o que mudará completamente com o Acordo, sabendo que o Governo, as Nações Unidas e Os Vingadores estão juntos a tranquilidade voltará para todos e seremos sinônimos de segurança mais uma vez. Não há nada de pessoal nisso.

- Você não respondeu minha pergunta – o fitei de braços cruzados – quem não concordar em assinar o acordo será tido como fugitivo? Assim como Capitão América? 

- Sim – ele respondeu desencostando do balcão e andando em minha direção – infelizmente há dois lados nessa briga.

- Ou então não seria uma Guerra, certo? – soltei uma fraca risada sarcástica – então seu amigo e ex-Vingador está sendo procurado por proteger um amigo de infância, você já pensou em ouvir o lado dele? O que ele tem a dizer? 

- Já e ainda sim ele defende Bucky Barnes com unhas e dentes. Ele nos atacou recentemente, contou com o apoio do Capitão e do Falcão, os dois, juntamente com o Soldado Invernal são fugitivos da polícia, afinal, eles fugiram de uma instalação privada enquanto estavam sob vigia. Eles não poderiam sair, mas o fizeram juntamente com Barnes o assassino que, impiedosamente, está solto por ai. 

- Espera um pouco – ergui a mão até Tony me sentindo idiota por não ter notado isso antes – Capitão América tem mais de cem anos, como ele e Bucky Barnes são amigos de infância? 

Tony demorou um tempo para responder – O Soldado Invernal recebeu esse nome no momento em que se tornou parte de um experimento russo. Ele foi comandado para matar ao redor do mundo como um assassino de aluguel, mas sem receber ou saber disso. 

- Então ele estava sendo controlado? O Soldado Invernal, na verdade, não era Bucky Barnes? – arqueei as sobrancelhas.

- Isso não o faz menos assassino – Tony retirou o celular do bolso que chamava com um toque baixo e divertido, ele olhou para o celular apertando um botão e tornando a colocá-lo em seu bolso.

- Você não pode simplesmente jogá-lo em uma prisão e fazer de conta que nada aconteceu com ele – o fitava enquanto tentava permanecer séria – ele precisa de ajuda. Ele estava sendo controlado e…

- Sabemos disso, criança – ele me interrompeu – e é o que pretendemos para ele. Se Capitão o entregasse nada aconteceria com ele, ou Falcão, poderíamos chegar a um acordo onde ele não precisa ficar preso. 

- Mas também ele não ficaria livre.

- Correto. 

- Você entregaria um amigo, senhor Stark? Mesmo sabendo que tudo o que ele fez não era ele? Que tinha alguém em sua mente ordenando para que ele fizesse tudo aquilo? 

Tony cruzou os braços novamente sem tirar os olhos de mim.

- Entregaria? – tornei a perguntar.

Seu celular chamou mais uma vez. Ele revirou os olhos e resmungando disse que precisaria atender o telefone já que estavam insistindo, assenti em silêncio observando-o caminhar até os fundos de minha casa enquanto gesticulava com as mãos. 

Como alguém conseguia ser tão cruel aquele ponto? E pior: não perceber isso. Não acreditava que Tony realmente queria que Capitão fosse preso e Bucky Barnes fosse forçado a um tratamento governamental, ele parecia sem escolhas e opções e uma grande parte de si não aceitava o fato de seu melhor amigo estar do lado oposto ao seu. Mas Capitão tinha suas razões e, para mim, ele não parecia errado, afinal, o fato dele, um herói que carrega a bandeira do seu país na roupa, estar recusando seguir ordens do governo quando lhes fosse necessário era algo ironicamente assustador. Sem contar o fato de que ele queria proteger o amigo do que quer que lhe fosse reservado. Isso não parecia merecer um lugar na prisão ao lado de tantos homens ruins, não para mim.

Stark voltou para a cozinha enfiando o celular dentro do bolso da calça, me fitou com um pequeno sorriso dizendo que precisava ir, mas que voltaria para continuarmos nossa conversa. Ele não respondeu a minha pergunta e isso não me surpreendia, mas acho que nem mesmo ele sabia a resposta. E eu não sabia o que pensar, saber a história de uma guerra apenas por um lado é completamente errado, então eu daria um jeito de achar Capitão para ouvir a sua real história. Eu sabia que, por mais que eu quisesse, agora não tinha mais como ficar nula em tal situação, Tony Stark sabia minha identidade e meu endereço e se esta Guerra realmente se encaminhasse para seu princípio, ninguém com habilidades estaria fora.


Notas Finais


O motivo pra Guerra Civil, como podem ver, é o mesmo do filme "Capitão América, Guerra Civil".
Senhoras e senhores, lhes apresento Tony Stark! Falei que ele apareceria nesse capítulo e ai esteve ele. Antes de mais nada quero muito saber: qual o lado de vocês na Guerra Civil? Time Capitão América ou Time Homem de Ferro?
Me digam!
Espero que tenham gostado e que continuem acompanhando e gostando!
Beijos!


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