POV Jeon JungKook:
Nem preciso dizer que passei os próximos minutos pensando no que podia estar acontecendo com Jimin e Taehyung. Mesmo eles estando no colégio, não confio nele. Vai por mim. Sou uma pessoa consciente e mesmo assim o beijei praticamente à primeira vista, imagina meu primo.
–O que tanto pensa Kookie-ah? – Pergunta Hoseok balançando meus cabelos enquanto todos andávamos para dentro da escola.
–Nada. – Suspiro desviando a atenção do chão para o corredor.
Pessoas passando para lá e para cá. Ainda penso em um mundo diferente desse, uma realidade que pudéssemos escolher a forma que queríamos viver e agir. Mas na minha realidade os ômegas que não são femininos em certos pontos, sofrem certo preconceito. E os alfas que não agem como machos sofrem a mesma coisa. Uma sociedade opressora como essa me deixa muito nervoso. Eu só queria poder ser quem sou, sem me preocupar com a opinião de ninguém, mas isso não interferiria apenas em mim, mas na minha família também. Pelo menos eu sei que isso seria horrível para meus pais. Então tento andar nos trilhos, mesmo que as vezes desando um pouco. Ok. Muito.
–Tem laboratório agora não é Kookie? – Pergunta Mark, assinto. – Preciso ir amor. – Dá um selinho em Jackson, e se aproxima de mim. – Vamos. – Sorri docemente e vamos em direção a sala de laboratório.
As vezes penso que seria melhor ser como Mark. Ele é um garoto inocente, puro, alegre e eu até penso que sou amigo de um anjo. Pois ele carrega essa aura angelical que ilumina todos a sua volta. Se eu fosse como ele.. Pelo menos minha Omma teria orgulho de mim. Eu seria motivo de orgulho para meus pais. Isso é tudo o que mais eu quero.
–Mark. – Chamo seu nome e ele me olha ainda andando para a sala. – Como é ser um ômega? – Pergunto e ele para me encarando sem entender.
–Você é um ômega JungKook. – Ri como se fosse obvio.
–Não. – Nego. – Apenas nasci com essa espécie, mas eu sei que no fundo não sou um ômega certo. Ômegas corretos são como você, não xingam, falam baixo, são fofos, e iluminam as pessoas a sua volta. – Suspiro. – Eu xingo, falo alto, não sou fofo nem aqui e nem na China, e com certeza só carrego uma aura negra sobre mim. Por que sou assim? – Pergunto frustrado passando os dedos entre os meus fios de cabelo.
–Ei. – Chama a minha atenção, o olho. – Para com isso. – Balança a cabeça. – Você é perfeito do seu jeito. Todos gostam de você por ser assim, diferente. – Sorri. – Um ômega que não segue as regras. – Suspira. – Não parece curioso? Tenho certeza que muitos alfas vão querer saber mais sobre essa coisa exótica. – Ri baixo e eu sorrio de lado.
–Obrigada por tentar amenizar a minha pequena depressão passageira. – Rio fraco. – Agora vamos princesa. – Digo e ouço seus múrmuros, ele não gostava de ser chamado de princesa, mas parece muito com uma.
–Fez a tarefa... – Mark é cortado quando entramos na sala e vimos Taehyung agarrando Jimin. Acho que fiquei em choque muito mais que Mark.
Eu sabia que isso provavelmente iria acontecer, mas eu não queria ter que ver tal cena. Por isso faço um barulho com a garganta e percebo Taehyung o afastar e nos encarar com as bochechas vermelhas, o lanço um olhar que dizia ‘’Depois conversamos’’. Tae sai praticamente correndo seguido por Mark que logo percebeu a tensão do lugar.
–Sai daqui. Você nem sequer estuda mais. – Minhas palavras foram direcionadas para Jimin, porém eu nem consegui encarar o mesmo.
–Só estava vendo as qualidades dessa escola. – Fala e percebo que ele estava se aproximando de mim. – Gostei muito do laboratório por sinal. – O olho e vejo seu sorrisinho malicioso.
–Não brinque com meu primo. – Digo seriamente cruzando os braços. Jimin arruma brevemente alguns fios ruivos de cabelo que estavam bagunçados e volta a me encarar.
–Por que não?
–Ele pode parecer atirado, mas no fundo ele só quer achar o alfa perfeito. E eu sei que você não é essa pessoa, então afaste-se dele antes de magoa-lo. – Digo dando um passo à frente, seus olhos em encaravam profundamente e isso me fez prender a respiração por alguns segundos. – Você mesmo disse que não curtia o estilo oferecido.
–E o que você sabe de mim para sair falando essas coisas? Eu beijo quem eu bem entender, e quando der vontade. Vou brincar com ele igual brinco com todos que se envolvem comigo. – Fala e eu solto o ar pela boca. Suas palavras eram frias.
–Não faça isso. – Digo e dou outro passo à frente, agora eu já sentia sua respiração quente contra meu rosto, mas eu não me importava com isso no momento. – Se brincar com ele, juro por tudo que acabo com você. – Falo e ele apenas me encarou e soltou um riso baixo.
–Um ômega? – Questiona com desdém.
–Sim. Um ômega que odeia estereótipos. – Afirmo com um sorriso provocativo no rosto.
–Sabe.. Adoro esse seu jeito diferente. – Sinto suas mãos segurarem firmemente a minha cintura. – É extremamente excitante. – Diz e sinto seu nariz roçar no meu. Não JungKook. Para de ser tão sensível a seus toques!
–Sai! – Exclamo juntando forças e o empurrando, seus olhos se arregalam. – Para de achar que todo mundo quer dar para você! – Exclamo outra vez. – Agora sai dessa escola, e da vida do meu primo.
–Da escola tudo bem, agora da vida de Taehyung... Preciso enjoar primeiro. Mas ele beija muito bem. – Fala e eu aperto os punhos, ele se aproxima da porta. – Não mais que você, amor. – Diz com seu tom provocativo, logo saindo da sala de laboratório.
(...)
As três primeiras aulas passaram e parecia que o tempo não andava. Mark até tentou tirar explicações de mim, mas não conseguiu mais que poucas palavras minhas, eu não podia contar que beijei Jimin, e que agora ele tem como presa meu primo. Ainda me amaldiçoo por ter deixado ele apertar minha cintura daquela forma, aquilo me deixou até excitado de alguma forma, ainda mais com seus olhos tão penetrantes e seu cabelo ruivo bagunçado. Ainda bem que o empurrei antes de cometer outro erro, preciso me controlar daqui para frente.
–Acorda JungKook. – Mark estala os dedos na frente do meu rosto. – Hora do intervalo.
–Ah tá. – Balanço a cabeça negativamente para afastar pensamentos não adequados para a hora. – Vamos. – Digo já em pé, saio da sala seguido pelo meu amigo.
–Ficou boiando as três aulas. Quer me dizer o que aconteceu agora? – Pergunta ele na falha tentativa de me fazer dizer alguma coisa.
–Aconteceu que Jimin é um idiota. – A única coisa que saio por meus lábios.
–Quando ele saiu da sala todos os ômegas ficaram loucos por ele. Mas ele não tinha uma boa expressão no rosto, conseguiu irritar ele também? – Pergunta quando chegamos no refeitório.
–Ele que me deixou louco. – Digo. Para mim isso teve mais de um significado, mas ele não tinha que saber.
–Quem te deixou louco Kookie? – Pergunta Yoongi quando sento na mesa ao seu lado, Mark se põe ao lado do namorado que também estava na mesa.
–Não interessa. – Retruco e vejo que ele me mostra a língua. – Não tenho medo da sua língua Suguinha. – Digo irônico e ele agora me mostra o dedo do meio.
–Não me chama assim. – Reclama. – Soube que acabou com a festinha do Tae e do meu primo. – Fala olhando para Taehyung que continuava com a cabeça baixa como se fosse completamente inocente.
–Eles estavam se agarrando na sala de laboratório. Imagina se fossem pegos por outra pessoa? Seria pior. – Falo.
Na verdade não era isso o ponto da história. Eu queria que Taehyung acordasse e visse que Jimin não presta assim como Min Yoongi diz. Mas ele parece cego de amores pelo garoto de cabelos alaranjados.
–Ciúmes por eu ter conseguido beija-lo antes? – Pergunta Tae, deixando todos em silencio, até Suga ficou pasmo com suas palavras. – Pode falar a verdade JungKook. Você nunca passou o cio com um alfa antes, e tem inveja de mim, e ciúmes por eu ter laçado um alfa como o Jimin. – Fala e uma raiva sobe em mim. Aquele tipo de sentimento que não é contido dentro do peito. Eu precisava acabar com esse fogo do meu primo, então simplesmente falei.
–Está enganado priminho. – Pronuncio. – Eu beijei Jimin. – Revelo e tenho certeza que a boca de todos da mesa foram no chão, mas meu olhar estava em Taehyung. – Na praça. Então isso quer dizer que eu provei antes de você. – Finalizo com um sorrisinho cínico.
–Meu Deus. – Murmura Jin.
–Você beijou meu primo naquela praça? Espera.. Isso quer dizer que você foi mais uma conquista dele. Você é idiota JungKook! – Exclama Yoongi me dando um tapa no braço.
–Depois me toquei da burrice que estava fazendo, por isso cheguei correndo. Mas já falei para ele, que era melhor esquecer. - Falo.
–Você viu que eu fiquei a fim dele desde o primeiro momento e mesmo assim beijou ele? Você é um péssimo primo Jeon JungKook. – Fala Taehyung seriamente, depois levanta e sai da mesa. Fecho os olhos e solto um suspiro.
–Ótimo. Agora ele me odeia. – Digo e bufo juntando as mãos em cima da mesa.
–Ele não te odeia, só está magoado por você ter feito isso, mas.. Você não gosta do Jimin, ou gosta? – Pergunta Hoseok preocupado.
–Claro que eu não gosto dele, tá louco? Não sou tão lesado dessa forma. – Digo e todos riem baixo. – Mas eu queria poder apagar aquele beijo da minha cabeça.
–Parece eu quando beijei Namjoon pela primeira vez. – Fala Jin levando um olhar desentendido do namorado. – Calma amor. É que na época eu me senti completamente idiota por ter beijado o garoto pegador do colégio, pensei que seria só mais um. – Explica e deposita um selinho em Namjoon.
A história desses dois é até engraçada. Eles namoram já faz dois anos e meio, na época, Namjoon era realmente o adolescente que pegava todos os ômegas, até que Jin chegou no colégio e de alguma forma laçou o coração dele. Lógico que eles passaram por muitas coisas até chegarem onde estão hoje em dia. E agora eu posso considera-los o casal mais fofo desse mundo. E olha que não sou de falar esse tipo de coisa das pessoas.
–Gente, vai ter uma festa no Ellui Club. Aquela garota rica que fechou o lugar essa noite para a sua festa de aniversário, convidou todos da escola. Vocês vão? – Pergunta Jackson.
–No Ellui Club? – Pergunta Suga. Jack assente. – Acha que vou perder uma oportunidade de ir no lugar mais cobiçado de Seul? Jamais. – Fala e todos riem da forma que ele fala. – Que dia?
–Sexta, começa às 22:00.
–Parece uma boa. – Digo e todos parecem surpreendidos. Acontece que eu não sou muito de sair, tipo nunca. – Que foi gente? Eu preciso me divertir de vez em quando. – Dou de ombros aos olhares curiosos.
–Ok senhor festeiro. – Fala Yoongi e todos riem novamente.
Essa festa pode ser legal e me fazer esquecer as coisas que aconteceram nesse início de semana.
(...)
Hoje é sexta-feira. Essa semana passou tranquila, tirando o fato de Jimin ir no colégio sempre que podia e beijar Taehyung, parecia que ele fazia isso de propósito sempre na minha frente, como se ele dissesse ‘’Olha, eu pego quem eu quiser’’. E isso me dá nos nervos.
Acordo como em todas as manhãs. E vou para a escola. Hoje não teve nada de interessante, e incrivelmente, Jimin nem deu as caras hoje. Posso soltar fogos, ou está muito cedo?
Assim que as aulas acabaram, voltei quase correndo para casa, fala sério, sexta é o melhor dia da semana, significa que amanhã posso ficar dormindo até tarde sem me preocupar em perder aula. E ainda tem aquela festa hoje à noite, todos do colégio só falavam dela.
–Chegou cedo filho. – Diz minha Omma quando passo pela porta de casa.
–Hoje é sexta Omma, o melhor dia da semana, não posso ficar enrolando na escola. – Falo e ela ri baixo assentindo.
–Tem sido melhor com as pessoas? – Pergunta meio do nada.
–Como assim? – Franzo o cenho.
–Tem sido um ômega exemplar? – Pergunta e eu engulo seco.
–Nunca fui um de acordo com a sociedade Omma.. Não é agora que serei. – Falo e caminho para o meu quarto, bato a porta e me jogo na cama. – Por que todos querem que eu seja perfeito? – Murmuro para mim mesmo.
Fico ali por alguns longos minutos, até ter certeza que minha Omma tinha saído para o trabalho, ela sempre fazia a comida, almoçava comigo e saia, mas eu não queria olhar para ela agora. Eu pensei que ela tinha parado com esses pensamentos de ômegas perfeitos. Eu não sou assim. Nunca serei. Aish!
Saio do quarto e como um pouco da comida que ela deixou. A tarde se passa tranquila, assisto filmes e séries diversas pelo tédio que me consumia. Até que a noite se aproximou, quanto chegou às 21:00 tomei uma longa ducha quente. No quarto resolvo escolher a roupa menos ômega possível, eu não me importo se vou ser julgado, quero me vestir da forma que eu quero. Ninguém manda nisso.
Escolho uma calça jeans preta com alguns rasgos no joelho, uma blusa vermelha, e um blazer preto por cima. Calço coturnos pretos, arrumo meu cabelo da mesma forma de sempre, passo mais do meu perfume. Me olhando no espelho agora.. Me sinto bem. Confiante. Sempre queria me sentir dessa forma, mas é algo quase impossível para mim.
Saio do quarto e me deparo com minha Omma e meu Appa. Eles me olharam dos pés à cabeça, como se me julgassem por inteiro. Suspiro.
–Troque de roupa agora. – Diz meu pai seriamente, ele estava tentando controlar a raiva.
–Não. – Respondo simplesmente.
–Eu estou mandando JungKook! – Usa a voz de alfa já de pé a minha frente. – Chega de bancar o adolescente mimado e rebelde garoto! Você é um ômega, aja como um e se vista como um. Troque de roupa, caso contrário nem pense em pôr os pés nessa casa outra vez. – Outra vez sua voz de alfa soa pela sala. Ele nunca me disse coisas assim, o que deu nele?
–Eu não quero mais tentar me fantasiar de ômega afeminado, não sou daquela forma. Eu sou assim Appa, me aceite, ou.. Não colocarei mais os pés nessa casa. – Caminho até a porta.
–Filho! – A última coisa que ouço antes de bater à porta com toda minha força foi a voz da minha Omma.
Chamo um táxi, assim que ele chega dou o endereço e demora alguns minutos para chegarmos, quando avisto a entrada do lugar que estava cercado por pessoas e seguranças, pago o motorista e saio do carro. Quando ia me aproximando recebi vários olhares, alguns me repreendiam visualmente, outros pareciam querer me comer com os olhos e alguns estavam apenas sem expressão, como se eu fosse um ser de outro mundo. Já estava acostumado com isso a muito tempo.
–JungKook do céu. Se eu não sentisse seu cheiro, com certeza pensaria que era um alfa. – Fala Jackson chegando perto de mim com os rapazes, Taehyung estava junto e nem mesmo ameaçou me olhar.
–Obrigada.. Eu acho. – Digo e todos riem baixo.
–Vamos entrar? – Questiona Jin. Todos assentem e logo entramos.
A boate estava toda escura, luzes coloridas brilhavam e dançavam pelo local. A pista de dança estava lotada de pessoas que dançavam, se pegavam e bebiam ao mesmo tempo. O cheiro de álcool era evidente, e o som da música ecoava por meus ouvidos, era contagiante.
–Ela caprichou. – Murmura Yoongi. – Vamos pegar uma bebida Hobi. – Puxa o namorado que nem teve tempo de falar qualquer coisa.
–Que tal uma dança Mark? – Oferece Jackson, o namorado assente timidamente e é logo puxado para a pista de dança.
–Hm.. Que tal uma bebida Namjoon? – Jin pergunta, mas já ia puxando o namorado até a bancada do barman. Eles queriam deixar eu e Tae sozinhos. Mas eu já estava puto o suficiente com meus pais, e se falasse com ele, só iria piorar tudo.
–Tae! – Escuto aquela voz pronunciar o apelido do meu primo alto. Era Jimin.
Me viro na direção da voz e lá vinha ele. Seus cabelos alaranjados estavam bagunçados como sempre, mas era como ele os arrumava. Ele usava calças brancas com rasgos no joelho, uma blusa social preta com as mangas dobradas até os cotovelos, e vans pretos. Ele estava.. Perfeito. Não gosto de pensar isso, mas é a verdade.
–Jiminnie-ah. – Diz Taehyung manhoso laçando os braços no pescoço do mais velho, viro a cabeça para não ver o que aconteceria posteriormente.
Por que eu estava ali mesmo? Eu vim para me divertir, então é isso que farei a partir de agora.
Caminho até o barman e peço quatro doses de vodca. Logo os copinhos são postos a minha frente, os encaro por alguns segundos, na verdade, eu nunca bebi antes, mas sempre vejo isso nos filmes, e as pessoas parecem gostar. Então lá vamos nós.
Viro o primeiro copinho.
O liquido desce ardente por minha garganta, faço uma careta e balanço a cabeça, era estranho experimentar isso, mas de certa forma bom. Passo a língua sobre os lábios que de repente ficaram tão secos.
Viro o segundo copinho.
Agora ardeu menos, e a sensação foi melhor que anteriormente. Era como se o liquido fosse doce, me senti uma criança tomando refrigerante, querendo mais e mais daquela droga viciante.
Virei o terceiro copinho.
Agora sim senti como se estivesse flutuando pelas nuvens. Era como se todos a minha volta fossem anjos, eu me senti feliz, era como eu esperava. Eu precisava permanecer alegre por pelo menos alguns minutos dessa minha vida de desgraças.
Virei o quarto copinho.
Agora senti um calor incontrolável subir pelo meu corpo, e ondas de energia me contagiarem ainda mais. Eu precisava descontar essa energia em algo, por que não a dança?
Começo a me enfiar no meio daquele monte de pessoas que dançavam freneticamente. Fechei os olhos e me deixei levar pela música eletrônica que agora tocava. Meu corpo se mexia de acordo com a batida, passava as mãos por meu corpo na tentativa de liberar aquele calor que aumentava cada vez mais. Baguncei meus cabelos ainda na mesma batida envolvente. Até que sinto mãos fortes apertarem a minha cintura, se eu estivesse sóbrio, teria as tirado rapidamente, mas como o efeito do álcool já estava presente nas minhas veias e tinha subido para o cérebro, apenas pressionei minha bunda para trás, sentindo uma ereção, oh, isso é excitante.
–Se continuar com isso.. Terei que te foder no meio dessas pessoas.. – Pronuncia Jimin com a sua voz mais rouca e sexy possível. Senti que apenas com seu tom eu fosse capaz de gozar.
–Não é má ideia. – Digo ainda me esfregando de costas nele, sinto o volume das suas calças crescer ainda mais. Ele me vira bruscamente, fazendo meu peito colidir com o seu, seus braços laçam a minha cintura, fazendo nossos rostos ficarem a centímetros de distância.
–Você fica mais assanhado bêbado.. Isso sim é sexy. – Diz com seu hálito quente batendo no meu rosto, abro um sorriso encarando os seus olhos que tinham aquele brilho escuro que escondia segredos, mas eu gostava desse mistério. – Te ver dançando daquela maneira me deixou completamente duro amor, não acha isso uma sacanagem comigo? – Pergunta me apertando mais a si.
–Me apertar dessa maneira também é sacanagem comigo.. Mas eu não reclamo. – Amplio meu sorriso e mordo o lábio inferior, umedecendo os lábios em seguida.
–Isso também é sexy.. Oh, você é uma bomba sensual para mim amor. – Laço os braços no seu pescoço e puxo levemente os cabelos da sua nuca.
Começamos a dançar colados no ritmo da música, vez ou outra ele descia a mão para a minha bunda, e eu apenas arfava com os seus apertos. Dois corpos quentes dançando, tenho certeza que eu também estava duro, mas estava muito louco para perceber qualquer coisa na hora.
–Não está com meu primo? – Pergunto contra seu ouvido.
–Estava.. Mas ele foi no banheiro, e eu te vi dançando daquela maneira. Não me aguentei amor. – Fala roucamente também no meu ouvido, mordendo o lóbulo da minha orelha em seguida.
–Eu disse para esquecermos aquele beijo..
–Disse.. Ainda quer isso? –
–Podemos esquecer aquele beijo. E começar outro. – Digo e ataco os seus lábios carnudos e convidativos que estavam praticamente chamando por mim.
Suas mãos voltaram a apertar a minha cintura, como se ele quisesse deixar marcas ali. Seu beijo era rápido e selvagem, nossas línguas dançavam a música que tocava, seguia a batida acelerada, as vezes um carinho era feito uma na outra, e as vezes travávamos uma batalha que sabíamos ser incansável, mas era incrivelmente sedutora e excitante ao meu ver. As minhas mãos passeavam por seus cabelos, os bagunçando e puxavam, eu até deixava leves mordidas em seu lábio inferior, o fazendo arfar durante o beijo. Até que a porcaria do ar falta e temos que nos separar, mas ele não deixou de me apertar contra si, apenas colou nossas testas enquanto tentava recuperar o folego, assim como eu.
–Esse foi melhor que o outro. – Fala e tenho certeza que estava sorrindo, já que eu estava de olhos fechados e com um sorrisinho bobo no rosto.
–Concordo.. Só não concordo que o ar acabe tão rápido. – Digo e ele ri fraco concordando levemente com a cabeça.
–Vem. – Fala e em seguida me puxa pela mão, agora parecia que o efeito do álcool tinha atingido seu ápice, e eu apenas fui guiado por ele. Era o canto daquela boate, escuro e escondido. – Podemos aproveitar aqui. – Diz e volta a me puxar para ele. Passo as mãos sobre seu peito até chegar no seu pescoço e solto um leve suspiro.
–Isso é errado. – Digo e mordo o lábio.
–E desde quando você liga para isso?
–Você não me conhece. – Falo. – Mas tem razão.. Eu não ligo para isso. – Falo e sou atacado por seus lábios, rapidamente minhas costas são levadas para a parede daquele canto escuro, eu sentia o álcool da minha boca passar para a dele, mas eu sabia que ele não estava bêbado, pois seu hálito tinha apenas o leve cheiro de menta.
–Jimin? – Espera. Eu conheço essa voz.. – Jim.. Ah meu Deus! – Exclama a pessoa quando provavelmente chega mais perto da gente. Espera essa pessoa é..
–Taehyung? – Jimin questiona se afastando de mim e saindo daquele escuro do canto. Era mesmo meu primo, saio depois e me ponho ao lado do garoto de cabelos ruivos.
A expressão no rosto do meu primo era de confusão, raiva e tenho certeza que ouvirei muito dele agora.
I am caught off-guard by you
Like a wave, I was pulled into
It's a feeling I can't fight
Like a wildfire, deep inside
(Ruelle – Storm)
Tradução:
Eu estou fora de mim por você
Como uma onda, eu fui puxado para dentro
É um sentimento que eu não posso lutar
Como um incêndio, profundo
Continua...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.