꧁Minho acaba sendo envolvido em um grande problema entres as Coreias꧂
4008 palavras
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— Onde caralho esse uber tá? Que merda! Tá demorando demais - Minho de braços cruzados balança a perna em aflição.
Está louco pra se jogar no colchão em sua confortável residência depois de uma festa ridícula que seus amigos insistiram em levá-lo.
Minho odeia festas, não deveria ter ido sabendo que sua bateria social acabaria em 5 minutos. Em literalmente 5 minutos porquê a festa começou 22 horas da noite e são 22:28, ele levou 10 minutos pra entrar no lugar e está a 13 esperando o uber que estava perto.
— Vamos moço! Vai esperar eu ser assaltado pra chegar?- questiona o celular e se lamenta balançando ainda mais a perna.
Mais 10 minutos se passam e finalmente o abençoado carro para em frente ao garoto que estava congelando na rua já. Está com uma calça jeans larga e uma blusa branca de manga curta , não poderia estar com mais frio!
— Boa noite - diz entrando no carro. Atrás já tem um homem.
— Boa noite.- ele e o motorista falam juntos. E Minho sorri nervoso.
Conforme o carro anda, ele olha de relance pro homem ao seu lado. Não pode negar, o cara é bonito! Trajado com uma blusa preta de mangas longas e gola alta, calças de couro. Ele claramente tem uma cintura fininha, um corpo miúdo. Lindo.
Os minutos se arrastam e Minho percebe que está demorando demais pra chegar em casa. Ele olha pela janela e nada de parecido com Seul. Está estranhando e sentindo um arrepio.
— Eu vou pra casa primeiro - o homem ao lado dele quebra o silêncio que antes só não era completo por causa da rádio baixo que toca um trote qualquer.— Não precisa se preocupar, você também vai.- ele fita o garoto que fica momentaneamente sem palavras.
O homem que o fita é muito lindo. Ele tem olhos predadores. Uma boca de lábios finos na parte superior e mais gordinho em baixo , um nariz bonito, uma expressão fria, mas ainda sendo sexy sem esforço. Talvez a maquiagem escura nos olhos.
— A... Tudo bem - sorri nervoso. Seus joelhos estão colados e suas mãos estão suando bastante sobre o banco. — Qual o seu nome? - resolve perguntar.
— Han Jisung .- Responde na hora e arregala os olhos, acaba se xingando baixinho. Minho fica brevemente confuso.
— Jisung...- murmura. — Eu sou Lee Minho - diz e o homem o fita rapidamente.
Novamente o silêncio se instala no veículo, até o motorista o quebrar.
— Ai caras, eu vou te que fazer um negócio - o motorista diz.-Vou fazer um desvio de caminho, pela principal demora mais.- ele diz virando voltas.
Minho olha de relance pro homem ao seu lado e fica brevemente preocupado .— Mas senhor, não é perigoso?- questiona hesitante.
O homem gargalha - Relaxa, confia no seu piloto de rota de fuga aqu- a risada dele é cortada por um tiro que perfura o vidro acertando o motorista na cabeça.
Os olhos do Lee e do outro se arregalam e eles se fitam assustados .O carro rapidamente perde o controle e anda sem rumo até bater em um carro parado. Minho acaba batendo o nariz no banco.
O som dos pneus guinchando no asfalto e o vidro quebrado ainda ecoa nos ouvidos dele enquanto a escuridão finalmente o envolve.
...
Quando finalmente começa a recobrar os sentidos, sente uma dor intensa no nariz, que lateja. Um som distante de metal rangendo, barulho de alarme e sirenes.
Seus olhos se abrem lentamente, e a cena à sua frente é um borrão. O homem ao lado dele não está mais no banco; há um vazio estranho e inquietante.
Minho tenta se mover, mas seu corpo está pesado e dolorido. Logo a porta do carro é rapidamente aberta e o Lee é puxado para fora do veículo que rapidamente é tomado por fogo enquanto se afastam e passos rápidos.
Ele logo é abraçado pelo menor que fica de costas pro veículo que explode.
— Você... você está bem? — ele questiona segurando o rosto do Lee que vira a cabeça devagar pra o olhar de cima . Jisung parece ileso, exceto por um corte pequeno na testa, do qual escorre um fio de sangue.
— Eu... Eu tô.- Responde baixo, quase em um murmúrio.
— Ótimo.- se afasta do garoto.— A ambulância já tá chegando, vão cuidar de você - ele diz passando a mão na testa pra limpar o sangue que escorre ali.
— Onde você vai?- questiona confuso.
— Embora.- Responde simples enquanto engatilha uma pistola.
— Quem é você?- questiona o vendo guardar a arma.
— É mais seguro você não saber - pisca pro garoto e se vira de costas para ir embora.
— Tentaram matar você, não é?- questiona e o vê parar. — Você era o alvo.- cruza os braços, começa a chover e a ambulância está perto, junto de carro de bombeiros.
— Se perguntarem, só tinha você no carro.- diz ainda de costas e sai andando por um beco.
Minho , ainda meio atordoado e com o coração acelerado, observa Jisung desaparecer no beco, deixando-o com mais perguntas do que respostas.
A chuva começa a cair com mais força, misturando-se com o sangue que ainda escorre de seu nariz . Ele mal consegue processar o que acabou de acontecer, sua mente ainda está em choque.
A ambulância chega, e os paramédicos correm até ele. Minho é rapidamente colocado em uma maca e levado para dentro do veículo, enquanto um dos socorristas tenta acalmá-lo.
— Vai ficar tudo bem, vamos cuidar de você — diz um dos paramédicos enquanto o examina.
Ele apenas acena, mas sua mente está longe. Tudo o que consegue pensar é em Han Jisung , o homem misterioso que aparentemente salvou sua vida. Quem era ele? Por que estava armado? E, o mais importante, por que alguém estava tentando matá-lo?
Conforme o veículo se afasta, as sirenes cortando a noite, Minho olha para o beco o Han sumiu, sentindo que sua vida acabara de mudar para sempre.
Algo muito maior do que ele pode imaginar pode estar em jogo, e de alguma forma, ele tenha sido envolvido nisso.
...
Após o acidente, Minho tenta retomar sua rotina com o máximo de normalidade possível. A vida continua em sua casa, onde ele se dedica aos estudos e tenta se concentrar no que resta de sua vida cotidiana. No entanto, a experiência traumática o deixa inquieto e com uma sensação de que algo está sempre à espreita.
Os dias se passam e ele se esforça para ignorar o desconforto persistente. Ele se perde em livros e deveres, tentando esquecer o caos da noite em que quase morreu.
No entanto, a sensação de estar sendo vigiado nunca o abandona. Ele frequentemente se vê olhando para fora da janela, esperando ver algo ou alguém familiar.
Os dias se transformam em semanas, e mesmo com a vida aparentemente voltando ao normal, Minho continua sendo assombrado por pensamentos sobre Jisung.
Ele tenta se convencer de que foi apenas um estranho e que a situação não tem nada a ver com sua vida. Mas a preocupação persiste, e ele não consegue deixar de pensar no homem que o salvou.
Na universidade, ele finge estar bem. Seus amigos notam que ele está mais distante e menos comunicativo, mas ele sempre desvia a conversa para manter as aparências.
Ele evita festas e encontros sociais, focando em suas atividades acadêmicas como uma forma de escape. Realmente preocupado.
...
Minho , tentando relaxar após a insistência de seus amigos, decidiu ir a um bar próximo. A noite estava fria e ele andou para o local, afundado em pensamentos enquanto tomava um drink. Apesar de ter tentado se distrair, a sensação desconfortável de ser vigiado voltou a assombrá-lo.
Quando ele saiu do bar e começou a caminhar de volta para casa, o medo o envolveu novamente. O barulho da cidade ao seu redor parecia se desvanecer, e a sensação de que alguém estava o seguindo se intensificou.
Ele olhou por cima do ombro e viu uma figura de preto à distância. A pessoa parecia estar seguindo-o, mantendo uma distância constante, mas sempre visível.
Seu coração começou a bater mais rápido e ele acelerou o passo, tentando manter a calma. As ruas estavam mais vazias do que o habitual, e a sensação de estar sozinho se tornou quase palpável. A cada esquina que virava, ele se certificava de que a figura de preto ainda estava lá, seguindo-o de perto.
Ele então virou em uma rua lateral, tentando mudar sua rota na esperança de despistar a pessoa. A figura também virou, mantendo o ritmo. Ele estava quase em pânico agora, sua mente correndo para encontrar uma solução rápida.
Finalmente, quando viu um grupo de pessoas em uma esquina, e sua esperança se renovou. Ele correu na direção delas, tentando se misturar e agir normalmente.
Olhando por cima do ombro, viu a figura de preto parar antes de chegar perto do grupo. A pessoa ficou observando de longe, mas não se aproximou.
Sentindo um alívio temporário, aproveitou a chance para se distanciar e voltar para casa, agora com passos mais rápidos e o coração ainda acelerado.
Assim que chegou à segurança de seu apartamento, trancou a porta e se encostou contra ela, tentando acalmar a respiração.
— Puta que pariu - murmura ofegante. Encostando a testa contra a parede.
— Ele sabe onde você mora, não devia ter vindo pra casa. - Minho sente sua espinha congelar ao ouvir essa voz, mas ela não é desconhecida.
— Como entrou?- questiona sem se virar pra ver o rosto do homem.
Ele sorri nasal — Garoto, você não trancou a porta. - ele diz e Minho engole a seco.
— Vão... Me matar? - se vira pra encarar o homem que acaba franzindo o cenho, mas logo relaxa a expressão.
— Não vou deixar - dá passos pra frente na direção do maior. — Você deve tá confuso.- para a menos de um metro de distância do Lee .
— Confuso?- ri nasal.— Não, eu tô entendendo tudo, peguei um uber depois de uma festa horrorosa e vi o motorista levar um tiro na cabeça, quase morri na explosão do carro, fui aparentemente salvo por um cara muito lindo, mas que anda com uma arma porque estão querendo matar ele, aí volto pra minha vida normal e passo a ser perseguido, e você ainda acha que eu tô confuso?- exclamou tudo andando em direção ao outro . Parou de frente para ele. Agora está a centímetros dele.
— Eu não estou aqui para te machucar. Eu estou aqui para proteger você. E se você está confuso, é compreensível.- diz e o Lee o encara. Ele dá um passo para trás.
— Mas por quê? — pergunta e sua voz acaba tremendo. — Por que você está fazendo isso? Por que você está me protegendo?
— Porque você não deveria estar no meio disso, é óbvio — responde, olhando diretamente para Minho . — Aconteceu algo que você não devia ter visto, e agora está envolvido. Eu vou garantir sua segurança, mas precisamos conversar e entender o que está acontecendo.
Olhando para o homem que o salvou e agora está em sua casa, o Lee sente muitas coisas que não pode descrever .
— O que exatamente está acontecendo? — pergunta, tentando se manter calmo.
— É melhor a gente sentar e conversar - se afasta e anda até o sofá da sala e se senta nele. Minho engole a seco e o segue também.
...
— Deixa eu ver se eu entendi - diz fechando os olhos com força e logo fitando o homem. — Tá me dizendo que é policial, prendeu um líder de facção, e agora estão atrás de você?- questiona exasperado.
O Han assente.— É isso.
Minho ri incrédulo. — Isso é bizarro.
— Eu sei, mas não tem muito o que fazer. Eu recebo proteção por ter feito isso. Dificilmente esse tipo de homem pode ser preso, mas como era um ataque direto ao governo, isso foi realizado.
— Essa proteção não tem adiantado, afinal.- completa cruzando os braços. Fitando o outro , desconfiado.
— Não tem adiantado por causa da nacionalidade dele.- diz e Minho parece ainda mais confuso.
— Ele é estrangeiro? Não seria mais fácil só o deportar? - questiona.
— Sim, mas está em análise ainda, ele é Norte coreano.- diz e Minho encolhe os ombros e arregala os olhos.
— Pera...- ri nervoso, desacreditado. — Tá me dizendo que tem norte coreanos na sua cola? E na minha também? - questiona e o Han assente desviando o olhar.
— Que ótimo - ri incrédulo. — Que maravilha. - ironiza.
— Olha, eu já disse, nada vai acontecer com você, mas, por enquanto eu acharia melhor você fazer faculdade de forma ead e se mudar, posso comprar pra você um apartamento em outra cidade talvez, o que acha?- questiona e o Lee nega com a cabeça .
— Eu não tô ouvindo isso, por Deus.- revira os olhos. — Maldita hora que entrei naquele uber, antes eu tivesse ficado naquela maldita festa.- bate na própria testa em lamentação.
— Se acalma aí, tô tentando resolver esse problema também, você inclusive é um problema pra mim, maldita hora que você chamou pelo uber que eu estava e ele aceitou, pronto. - diz e o outro morde a língua dentro da boca. — Olha só, já aconteceu, eu também não esperava um ataque tão direto a mim. - se levanta do sofá e vai até o lado do garoto.— Mas já que aconteceu, o que você pode fazer é esperar a poeira baixar, eu resolver isso e finalmente você poder voltar pra sua vida, é coisa rápida, nem se preocupa.- toca a cabeça dele.
— Que seja - mantém os braços cruzados e bufa.
— Você vai morar comigo, acho que vai ser mais seguro, melhor eu ter você em baixo dos meus olhos. - acaricia de leve os fios escuros dele.
— Não vou não. - afirma o fitando.
— Vai sim - sua expressão se endurece brevemente. — É mais seguro.
— Uma ova, eu não vou.
— Vai sim.- Jisung retruca o fitando também.
— Não vou não -
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— Esse é o seu quarto - Jisung aponta e Minho o olha feio.
— Isso é clichê, só tem um quarto?- questiona de braços cruzados fitando o menor . — Achei que você fosse rico assim que disse que iria me comprar um prédio.
— Um apartamento, e sim, eu sou rico, essa é uma cobertura de um dos prédios mais renomados da Coreia, o que você queria? - questiona incrédulo com o maior.
— Eu queria privacidade - faz bico.
— Esse quarto é seu, eu não fico muito em casa mesmo, os outros cômodos que eram quartos, eu transformei em escritório, academia particular e outras coisas, se essa é a dúvida.- informa e ele assente positivo com a cabeça.
– Que seja, então - descruza os braços e adentra no quarto, deixando sua mala na porta.
Jisung então caminha até o guarda roupa do quarto.— Fique a vontade, peça o que quiser pra comer, aqui tem algumas coisas, deixei um celular novo pra você aí, um computador, roupas novas, entre outras coisas. - Começa a trocar de roupa. Minho o observa de canto de olho. — Quero que fique a vontade, eu vou sair, preciso trabalhar. - está vestindo uma blusa branca de mangas longas. Sua cinturinha fica ainda mais evidente.
— Vou ficar.- se senta na cama gigante e macia. Se olha brevemente no espelho do teto mas desvia o olhar pro menor só de cueca que desvira uma calça preta . — Gostoso - murmura baixinho. O Han termina de vestir a calça e sorri nasal, mas nada diz.
Ele termina vestindo um blazer preto — Vou nessa, gatinho . - dobra as mangas na ponta e o Lee se levanta da cama e se aproxima dele. Seus pés descalços no chão vão até ele em passos rápidos
— Você é meio desligado.– toca o blazer dele e fecha três botões de baixo e ajeita a gola dele. — Bonito.- confessa.
— Obrigado, criança - toca a cabeça dele e o mesmo o olha incrédulo e bate em seu ombro.
— Eu tenho 24 anos, não sou criança.- afirma. — Você que deve ser velho, não parece, mas deve ser.- faz bico.
— Eu tenho 30- diz piscando pra ele e se afastando pra sair do quarto.
— 30...- murmura. — Mentiroso.- praticamente grita e sorri de canto. – Gosto de caras mais velhos.- comenta mordendo os lábios.
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Com o passar de duas semanas, Minho se acostuma à nova rotina em casa. Apesar de não sair para nada, o tempo parece passar rapidamente. Ele se dedica aos estudos, mas a falta de atividades externas o faz sentir-se entediado.
De vez enquanto ele faz vídeos chamadas com os amigos, joga alguns jogos, mas nada além disso, estava querendo ir ao cinema, mas Jisung definitivamente não deixou.
Mas, o que não esperavam, era acabar se envolvendo mais do que esperavam. Eles compartilham refeições, assistem a filmes e conversam sobre tudo e mais um pouco.
Jisung, que costuma passar muito tempo fora, acaba dormindo no sofá da sala depois de ter cedido o quarto ao maior .
O Lee , que inicialmente resistiu a ficar no apartamento do homem até então estranho , começa a se sentir mais à vontade e até mesmo confortável com a companhia do mais velho.
Nos últimos dias, o garoto se queixou de que o quarto do Han é muito gelado. Aí prontamente ele providenciou um aquecedor para garantir que ele se sinta confortável.
Eles se encontram uma nova dinâmica, com o Han frequentemente explicando a situação em seu trabalho, e Minho , embora ainda um pouco cético, começa a compreender a complexidade do mundo em que ele está envolvido.
A relação entre os dois se torna mais próxima. Jisung mostra um lado mais pessoal e acessível, e Minho encontra um senso de segurança que não esperava.
À noite, quando o Han se deita no sofá e Minho , agora acostumado com a nova rotina, se une a ele, a atmosfera entre eles se torna mais relaxada e íntima, apesar das circunstâncias.
— Está conseguindo?- Minho se acomoda ao lado do Han trajado só com uma camisa xadrez, tendo as pernas dobradas com os joelhos contra o peitoral. Ele estende a ele uma taça de vinho.
– Sim, estamos conseguindo.- sorri breve encostando a cabeça no sofá enquanto segura a taça e o Lee se acomoda a sua frente com o cotovelo no estofado e o rosto descansado sobre a mão.
O Lee bebe um gole da bebida bordo e fita os olhos do outro que estão pousados em si. — O que foi? - questiona.
– Nada.- afirma sem desviar o olhar dele.
— Você tá me olhando e estranho.— Faz bico.
O Han bebe todo o conteúdo da taça de uma só vez antes de falar.— Desculpa.
— Pelo que?- coloca a taça de lado, na mesa de vidro no centro da sala.
— Por tudo. Você é jovem, tem a vida toda pela frente, e quase perdeu tudo, e ainda está correndo risco, isso por minha culpa.- Seus olhos parecem magoados e Minho sente um aperto em seu peito.
— Ei.- toca o joelho do menor em um carinho leve e o faz estender as pernas sobre seu colo . — No começo eu tava frustrado, e assustado, mas confesso que agora eu gosto.- sorri de canto e o Han ri nasal enquanto o fita. O maior faz um carinho reconfortante em suas pernas lisinhas.
— Mas ainda é perigoso - argumenta pegando a garrafa de vinho e bebendo generosos goles e colocando de volta na mesa.
— Não seja tão chato - manha enquanto continua o carinho que chega aos pés do mesmo. Passa a os massagear de leve.
— Hmm- fecha os olhos em deleite pela massagem.
— Não me importo mais com os riscos. Já vi de tudo, e se for o fim, que seja — Minho murmura observando os pés dele enquanto os massageia .
— Eu me importo— Jisung diz, sua voz soa um pouco embargada.— Eu sei que você não tem medo, mas eu tenho. Eu tenho medo que você morra. Eu já perdi muitos parceiros por erro meu.
Minho para por um momento, olhando para Jisung com um semblante mais suave. — Sinto muito por você ter perdido pessoas importantes . Mas você não deve se culpar por isso. Não é sua culpa. Cada um faz suas escolhas e cada um tem seu próprio destino.
— Eu sei, mas não consigo evitar. Sempre parece que eu sou o responsável, que podia ter feito algo para evitar — confessa, sua voz tremendo mais um pouco. Ele abaixa a cabeça, sua tristeza é visível.
— Eu entendo, e lamento por tudo o que você passou. Mas a culpa não é sua. Não deixe que isso te consuma. Você merece ter alguém ao seu lado que te apoie e que não tenha medo de viver a vida — afirma com sinceridade.
— Fofo.- diz sorrindo de canto e o Lee fica brevemente tímido. Logo o mesmo se levanta do sofá.
— Vem.- Minho estende a mão para o Han que o olha confuso.— Dorme na sua cama hoje.- diz e o outro pega sua mão, e ao levantar, Jisung o puxa pra perto de si.
— Vamos dormir?- questiona passando os braços pelos ombros dele e o puxando pra um beijo.
Seus lábios se encontram suavemente no início, mas logo se tornam mais intensos. A saliva se mistura enquanto suas bocas se movimentam, alternando entre mordidinhas leves e chupadas dos lábios.
As línguas de ambos se encontram, deslizando e explorando, com movimentos sincronizados e algumas tentativas de aprofundar o beijo. Minho usa uma das mãos para apertar a cintura fina de Jisung, enquanto a outra descansa na nuca dele, puxando-o para mais perto.
Seus rostos estão ligeiramente inclinados para os lados, acomodando-se confortavelmente um no outro.
O beijo é um jogo constante de aproximações e afastamentos, com cada toque de língua e pressão de lábios trazendo uma nova onda de sensações.
O contato é constante, os toques são firmes e as respirações se misturam, enquanto ambos parecem se perder na troca. Ficando ofegantes e forçando alguns gemidos pela intensidade.
...
No quarto, eles se separam do beijo apenas o suficiente para Minho tirar a própria blusa. Esse que , com uma expressão decidida, remove a peça com uma leveza que deixa Jisung atento.
Assim que a blusa é retirada, Jisung retoma o beijo com intensidade, suas mãos deslizando pelas costas dele enquanto caminham em direção à cama.
Ao chegarem na citada , Jisung se deita sobre ela, mas seus olhos continuam fixos no Lee enquanto ele começa a abrir a própria blusa.
Jisung, ainda vestido com a blusa xadrez, começa a desabotoar lentamente, revelando sua pele ao olhar do outro .
O Han está corado, um leve rubor se espalhando por seu rosto, mas seus olhos não deixam o maior que tira as calças com um gesto decidido e se aproxima da cama.
— Tem certeza? — Jisung pergunta, sua voz soa um pouco hesitante.
Minho olha para ele com um sorriso tranquilo.
— Já demorou até.- se deita sobre o menor e o beija novamente.— Ou não quer?- separa o beijo pra questionar.
— Porra, me come logo - diz e o Lee sorrindo o beija.
...
Jisung acorda na cama, o ambiente ainda suavemente iluminado pela luz do amanhecer que entra pelas janelas.
O lençol ao seu redor está um pouco amassado, e ele percebe que está sozinho. Ele veste rapidamente a blusa que Minho usava na noite anterior, o tecido ainda morno e com o leve aroma masculino dele.
Com um leve tremor de ansiedade, Jisung se levanta e começa a procurar por ele pela casa. O chama em voz alta, seu tom crescendo de preocupação à medida que percorre os cômodos. A casa está silenciosa, sem sinal do Lee.
O desespero de Jisung aumenta enquanto ele abre portas e vasculha os espaços, seu coração batendo acelerado.
Ele sente um aperto no peito e uma crescente sensação de pânico. Sem conseguir encontrar Minho, ele se sente cada vez mais inquieto, se ele saiu de casa, é um super risco pra vida dele.
— Porra, Minho - começa a digitar em seu celular o número do celular que deu para ele e ao ligar o telefone toca na sala de estar, o celular está ali. — Que merda - joga longe o seu celular e leva as mãos a cabeça. Totalmente assustado.
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— O que quer comigo?- Minho questiona o homem a sua frente.
— Te salvar daquele norte coreano desertor.
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A chuva caía pesada, misturando-se com o suor que escorria pelo rosto de Jisung. Seus passos ecoavam pela floresta escura, cada respiração se transformando em um gemido abafado de esforço.
Ele sentia a mão quente de sua mãe apertando a sua com força, como se o toque dela pudesse protegê-los da ameaça que os perseguia.
Ao lado deles, o irmão mais velho de Jisung avançava com determinação, carregando a irmã caçula nas costas.
O outro irmão mais novo tropeçava, tentando acompanhar o ritmo da mãe, que o incentivava a não parar.
O som de tiros soava como trovões ao longe, misturando-se com o ruído das gotas que caíam das folhas, mas para Jisung, parecia que cada tiro estava mais próximo.
Seus olhos, antes tão brilhantes e curiosos, agora estavam arregalados de pavor, a adrenalina pulsando em suas veias enquanto a fronteira se aproximava.
Mas, a cada passo, o terror se tornava mais palpável, como se o chão sob seus pés fosse desmoronar a qualquer momento.
—Não parem, meus filhos ! Continuem correndo!- A voz da sua mãe soava urgente, quase inaudível sob o estrondo da tempestade. Ele não ousava olhar para trás. Sabia que, se o fizesse, o medo o paralisaria.
Então, o que ele mais temia aconteceu. Um som seco, cortante, fez o mundo parar por um segundo. O grito de sua mãe rompeu o ar, e quando Jisung finalmente olhou para trás, viu o horror que jamais esqueceria.
Sua mãe estava caída, os olhos vidrados, e o sangue manchava a lama ao seu redor. O irmão mais velho tentou proteger a irmã com o corpo, mas outros tiros o atingiu. Ele caiu de joelhos, ainda segurando a pequena no colo, como se pudesse salvá-la de alguma forma. Mas ela também não se movia mais.
O mundo de Jisung desabou naquele instante. Um grito de angústia subiu por sua garganta, mas foi engolido pela tempestade.
Tudo dentro dele gritava para voltar, para tentar salvar o que restava de sua família, mas seus pés o traíram, movendo-se por conta própria. O instinto de sobrevivência tomou conta, empurrando-o para frente, enquanto lágrimas quentes misturavam-se à chuva fria que escorria pelo seu rosto.
— Não olhe para trás. - ele repetiu para si mesmo. O gosto salgado das lágrimas misturava-se com o sabor metálico do sangue em sua boca, mas ele continuou correndo, cada passo sendo um esforço para não sucumbir ao desespero.
A travessia pela floresta tornou-se um borrão de movimentos desesperados e gritos abafados. Quando ele finalmente chegou à fronteira, estava sozinho. O silêncio caiu como uma sentença, o único som restante era o de seu próprio coração, batendo freneticamente.
Jisung caiu de joelhos na lama, a respiração rasgando seu peito. Seus olhos se fixaram no horizonte, onde as luzes da Coreia do Sul brilhavam à distância, como um sonho inalcançável.
Ele sobreviveu, mas algo dentro dele havia sido arrancado. A imagem de sua família, de sua mãe e irmãos caindo sob a chuva, jamais o deixaria. Naquele momento, ele percebeu que o preço da liberdade foi a perda de tudo que ele amava.
Então, como um desertor. Precisa sobreviver novamente em outra realidade.
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— Onde você tava?- Jisung de pernas cruzadaa e sentado na poltrona da sala, questiona Minho que acabou de chegar em casa.
Ele engole a seco.— Eu... Eu fui tomar um ar, trouxe comida.- estende uma sacola cheia de coisas.
Jisung sorri nasal — Ele achou você - morde a língua dentro da boca e leva uma mão ao rosto.
— Hm?- fica brevemente confuso.
– O investigador Seungmin achou você pra te contar sobre mim, a Coreia do Norte.- diz e vê o Lee fechar a expressão e soltar as sacolas.
— Olha...- se aproxima. — Eu não posso negar que certos sentimentos por você floresceram dentro de mim nesse meio tempo, então... Te dou uma chance pra me contar tudo.- se senta de frente pro Han.
— Tudo bem - limpa as lágrimas que escorrem de seus olhos. — Já que você se envolveu nisso, eu devo contar a verdade.
— Não quero te pressionar, mas realmente quero saber onde tô me metendo, 30 anos? Policial? Nem aqui, nem em lugar nenhum isso. - diz e vê o Han assentir. — Além de que no uber, quando você me disse o seu nome, foi muito automático, porque você usa um nome aqui na Coreia e na Coreia do Norte, você me disse o seu verdadeiro, não é? - questiona e vê Jisung fecha dos olhos por milésimos.
Flashback -
— Te salvar daquele norte coreano desertor.- Kim Seungmin dita e vê Minho engolir a seco.
— Norte coreano? - Minho soa confuso. Realmente não entende.
— Isso, Sehan Jung, está com você.- desbloqueia o celular e mostra a foto para o Lee.
– Esse é o Jisung - ele pensa. — Sim, ele é Sehan Jung.- engole a seco.
Fim do flashback-
— Sim, meu nome é Han Jisung na verdade. Uma das coisas que te envolveu comigo, foi te contar o meu nome de nascimento . - lambe os lábio antes de continuar a falar, seu olhar desvia para o chão. — Eu tenho 20 anos, na verdade.- diz e vê o Lee suspirar aliviado.
— Na Coreia do Norte, o meu pai foi morto na frente da nossa casa por ter cantado em um pequeno bar uma música sul coreana famosa. - suspira antes de continuar. — Nossa família ficou marcada, meus irmãos e eu começamos a ser excluídos da sociedade, sofrer agressões verbais e físicas, além de que minha mãe e meu irmão mais velho não conseguiam trabalho, e muito menos dinheiro para alimentar a gente.
— Então tentamos algo mais radical. Fugir. O meu irmão era um ótimo hacker, ele conseguiu alterar nossas identidades nos dois sistemas de forma irreversível, então ao chegar aqui, seríamos declarados sul coreanos.
— Mas, nossos vizinhos tinham denunciado a nossa rota de fuga...- engole o choro.— Eles estavam se divertindo enquanto caçavam a gente. - soluça enquanto se lembra. Nem percebeu Minho se aproxima e sentar no braço da poltrona e rodear seus ombros. — Eles mataram um a um. Minha mãe, meus irmãos... E nossos avós deixamos lá, sabe lá Deus o que fizeram.- funga o nariz que escorre em meio ao choro. — Só eu consegui, só eu sai daquele inferno. - aperta o braço do Lee que está em volta de seu ombro.
— Quando cheguei, rapidamente fui atrás de uma facção norte coreana infiltrada, ganhei a confiança deles, me mostrei um prodígio, guardei muito dinheiro e por fim os entreguei aos sul coreanos. - seu choro se acalmou. — Eu entreguei o líder e agora vivo me escondendo dos capangas dele, que só não revelaram que eu sou do norte, porque não podem, não por enquanto.- acomoda a cabeça no ombro do maior. — Você não deveria tá no meio disso tudo - lamenta fechando os olhos.
— Shh- se levanta e fica a frente do Han. Se agacha sobre um joelho na frente dele e segura suas mãos. — Agora já não importa, eu já tô dentro mesmo - acaricia o rosto choroso dele.
— O que ele te pediu pra fazer?- limpa de uma vez os olhos e espera pela resposta do outro.
— Me pediu pra vigiar você e esperar, não entendi muito bem.- balança a cabeça tentando lembrar.
— Eu acho que sei...- balbucia e tem a atenção do Lee.— Enfim, não importa - sorri fraco e ameaça se levantar fazendo o Lee por reflexo fazer o mesmo.
Ambos ficam de pé frente e frente. — Eu... Bom, vou ver o que vou fazer - tenta passar pelo Lee mas o mesmo tranca sua passagem com o corpo.
— O que realmente vai acontecer?- questiona seriamente e o outro desvia o olhar engolindo a seco.
— Não vou poder fugir por muito tempo.- ri nervoso.— Eles vão me mandar de volta pra Coreia do Norte, e de lá, um destino pior do que a morte me aguarda - fita firme os olhos do outro.
O maior leva a mão nos cabelos do Han em um aperto forte, o forçando a manter os olhos em si. — Eu não vou deixar isso acontecer, não vou.- afirma com certeza.
— Você é só um garoto também , não pode fazer nada.- tenta se soltar mas o mesmo o prende com força moderada, só o deixando imóvel.
— Eu em breve serei um advogado formado, tenho muitos conhecimentos na área, meu pai é juiz e minha mãe promotora, sem contar todos os contatos ss minha família com o governo, então alguma coisa deve dar pra fazer... Você sabia, não sabia?- questiona e vê Jisung ficar brevemente confuso.— É claro que sabia. - gargalha incrédulo. — Isso é óbvio, se está tendo problemas com o governo, seduza alguém próximo a ele para se dar bem.- fita Jisung que tem uma expressão confusa e incrédula também.
— Tá insinuando que eu armei tudo pra te fazer me ajudar?- questiona pasmo, passando as mãos pelos cabelos. — Maldita hora - morde os lábios com força. — Vai embora. - aponta pra porta.— Foi um erro te trazer aqui.- se vira de costas pro outro.
— É assim que quer sobreviver? - questiona. — Se você tem um plano, precisa seguir. Sem olhar pra trás.
— Qualquer um faria o mesmo pra sobreviver, eu só não esperava me envolver tão fortemente com você, não era pra esses sentimentos bons terem transbordado.- abraça os próprios braços e sente outros rodear sua cintura.
Minho aperta os braços ao redor da cintura de Jisung, firmando o corpo contra o dele. Não há ternura em seu toque, apenas uma força bruta que exige atenção, forçando o Han a encarar a realidade que ambos evitam.
— Você não entende — o Lee murmura, seu tom é baixo, quase ameaçador. — Não vai tratar de um simples plano, de sobrevivência. Isso aqui... — ele aperta ainda mais, como se pudesse fundir os dois em um só — ...é sobre eu não aceitar perder. Não importa o quanto você tente me afastar, não importa o quão merda seja a sua situação, eu não vou te deixar sozinho agora.
Jisung engole a seco, a sua garganta acaba queimando com o nó que se forma. Ele sente a pressão dos dedos do maior em sua pele, tendo uma de suas palavras o penetrando como um golpe.
— Você não sabe o que está dizendo. Não tem ideia do que eles são capazes. Eu já estou fodido, e se você continuar comigo, vai acabar do mesmo jeito.
Minho solta uma risada seca, sem humor, enquanto afrouxa um pouco o aperto apenas para girar Jisung e forçá-lo a olhar em seus olhos.
— Você acha que eu não sei? Acha que eu sou algum idiota que você pode manipular só porque você viveu em duas realidades, dois países opostos, e vidas duplas ? — Ele balança a cabeça tendo a expressão endurecida. — Eu vejo você, Jisung. Eu sei o que está por trás desse sorriso cínico, dessa fachada de desespero controlado. E eu escolho estar aqui, escolho me envolver. Então não me venha com essa merda de "estou te protegendo". Eu não preciso da sua proteção, e muito menos da sua piedade, assim como você não precisa da minha.
O Han tenta desviar o olhar, mas Minho segura seu queixo com firmeza, obrigando-o a encará-lo.
— Me escuta bem. Eu sei que você fez o que tinha que fazer para sobreviver. Sei que você usou as armas que tinha, e, francamente, não dou a mínima. Se você armou para me envolver, parabéns, conseguiu. Agora, você vai ter que lidar com as consequências. Eu não sou o tipo de cara que simplesmente vai embora.
Jisung pisca, as lágrimas teimando em cair, mas ele as reprime com força. Há algo quebrado dentro dele, algo que Minho está tocando, e ele não sabe se está pronto para enfrentar isso.
— Então o que você quer? — A voz de Jisung sai mais fraca do que ele gostaria. — Quer bancar o herói? Quer me salvar de mim mesmo? Não tem nada aqui para salvar. Eu sou um desgraçado, um traidor, um desertor. Se me mandarem de volta, vão me fazer coisas que você nem consegue imaginar.
— E é por isso que eu não vou deixar você voltar — responde, sua voz fria corta como uma lâmina. — Porque, no fundo, você ainda quer viver. E eu não vou ser aquele que te deixa morrer. Se isso significa que eu vou ter que fazer escolhas difíceis, então que seja. Mas não vou ficar parado enquanto você se destrói por dentro.
Jisung fica em silêncio, sentindo o peso das palavras de Minho caírem sobre ele como uma sentença. É cru, real, e exatamente o que ele precisa ouvir, mesmo que doa.
— Então, qual é o plano? — finalmente pergunta, sua a voz soa trêmula, mas ainda determinada.
Minho solta um suspiro — Primeiro, a gente precisa garantir que você não vá ser pego por esses filhos da puta. Depois, a gente resolve como fazer com que essa porra toda desapareça. Mas escuta ... — Ele puxa o rosto do garoto para perto, até que seus lábios quase se toquem. — Não pense que isso é só sobre proteger você. Eu tenho meus próprios motivos para querer que você fique vivo. E não são nada nobres.
Jisung sente o coração acelerar, não por medo, mas por uma compreensão mútua que se instala ali. Não há ilusões, não há promessas vazias. É sobrevivência, pura e simples. E, no fundo, ele sabe que é exatamente o que precisa.
— Pro garoto assustado de antes, você mudou bastante. - sorri de canto.
— Acha que eu não tô com medo? - aperta as bochechas dele entre seus dedos. — Eu tô apavorado pra caralho, a minha única preocupação antes era a porra de um uber que não chegava nunca, agora é simplesmente a vida do cara que eu acho que amo. É completamente diferente.-
— Ama? — Jisung repete, rindo de forma nasal, como se a ideia fosse ridícula. — Nós nos conhecemos há duas semanas.
— E daí? — Minho rebate, sem soltar as bochechas dele. — Quer saber, foda-se o tempo. Duas semanas, duas horas, não importa. Eu só sei que, quando te vejo, meu coração bate diferente. E isso me assusta mais do que qualquer merda que esses filhos da puta podem fazer com a gente.
O menor sente um calor subir pelo corpo, um misto de raiva, confusão e... algo mais. Ele tenta virar o rosto, escapar do toque de Minho, mas é inútil.
— Isso é insano — ele murmura, forçando-se a manter a voz firme. — Eu sou um problema, Min. Um problema fodido. E você parece que não entende, não tem ideia do que tá se metendo.
— Não me importa — responde de imediato, os seus olhos estão queimando em uma intensidade que faz o Han se arrepiar. — Se eu vou me foder, então que seja com você. Não vou recuar só porque você tá tentando me afastar. Entende isso?
Jisung não sabe se quer gritar ou beijá-lo. As emoções se misturam em um nó apertado no peito, e ele se odeia por sentir uma pontada de esperança no meio do caos.
— Você é um idiota, sabia? — finalmente consegue falar, sua a voz carregada de um sarcasmo que não esconde o tremor. — Um idiota teimoso que tá se jogando de cabeça num buraco sem fundo.
Minho solta mais uma risada curta, sem humor.
— Eu já tô no buraco. A questão é: você vai me ajudar a sair dessa merda, ou vai me puxar ainda mais pra baixo? Porque eu não vou soltar sua mão, porra nenhuma.
Jisung sente o peso das palavras de Minho, o jeito como elas cortam fundo, atingindo uma parte dele que ele mal sabia que existia.
E é exatamente por isso que ele quer empurrá-lo para longe, para protegê-lo, mas também para se proteger.
— Se você ficar... — Jisung começa, sua voz soa baixa e cheia de um desespero que ele não consegue mais disfarçar. — Se você realmente ficar, eu não sei o que vai sobrar de mim no final.
O Lee se aproxima ainda mais, até que os lábios dos dois quase se toquem, o calor entre eles fica quase sufocante.
— Então a gente vai descobrir juntos. E se eu tiver que me quebrar junto com você, que assim seja. Eu tô nessa. Com medo, com tudo.
Minho não deixa Jisung responder imediatamente. Em vez disso, ele inclina a cabeça, deixa seus lábios roçando os do outro em uma carícia quente e elétrica que faz o corpo alheio tremer.
Então o beijo começa suave, exploratório, mas rapidamente se intensifica. Minho força a entrada com a língua, buscando espaço, dominando o beijo com uma fome que queima, um desejo que não é mais contido.
Jisung geme contra os lábios dele, seus dedos se enterrando nos fios escuros do cabelo macio , puxando-o para mais perto.
Ele sente o calor dos dedos do Lee apertando sua cintura, seus lábios e língua se movendo em um ritmo frenético, quase desesperado.
As mãos de Minho descem para suas nádegas, apertando com força, e Jisung reage com um gemido mais profundo, o desejo crescendo exponencialmente durante o ósculo molhado.
O Lee arranca um gemido abafado de Jisung quando começa a mordiscar seu pescoço, sua boca se movendo para explorar cada pedaço da pele exposta, mordendo e sugando com uma urgência que faz Jisung se contorcer.
O ataque é feroz e quase violento, e Jisung não consegue conter os sons que saem de sua garganta, a sensação é deliciosamente boa.
Minho puxa os cabelos dele também , mantendo-o firmemente no lugar, enquanto continua seu ataque ao pescoço.
As mãos do Han adentram na roupa do maior, acariciando a pele quente dele, arranhando de leve com suas unhas curtas. Ele sente a falta de ar, mas não quer parar. Os sentimentos entre eles são demais para serem ignorados.
O beijo se torna uma batalha de dominância e entrega, um embate de línguas e dentes, de respirações pesadas e gemidos abafados.
As mãos de Minho exploram cada curva de Jisung, o corpo dele respondendo a cada toque com uma fome igual.
...
Minho empurra Jisung contra a parede, logo tendo seus corpos colados, e suas respirações se tornam pesada e irregular.
O Lee já arrancou a roupa do outro com facilidade , já fez todas a preliminares sobre a cama, se preservou e o preparou com os dedos.
Depois de o tirar da cama o colocou contra a parede e agora seus dedos apertam a pele dele de forma possessiva, fazendo o Han gemer, os sons escapando de sua garganta à medida que Minho o toca, o calor crescente entre eles vai se tornando quase insuportável.
O maior que não perde tempo, posiciona o Han , mantém seus olhos fixos no rosto rosado , vendo as expressões de entrega dele.
Com um movimento brusco e preciso, ele levanta a perna dele e o penetra. O corpo de Jisung treme com a sensação, seus olhos se fecham na hora e um gemido de dor acaba escapando sem aviso.
— Awnn, Minho, caralho... — Jisung geme arrastado e segura os ombros dele com força, tentando se manter firme no ritmo enquanto é tomado pela sensação.
O Lee responde com um gemido baixo, o som sendo abafado pelos lábios do Han que o buscam pra beijar.
Ele não hesita, penetrando com um ritmo firme, cada empurrão fazendo Jisung se contorcer, seu corpo se ajustando ao movimento das estocadas.
Rapidamente o maior morde o pescoço do Han enquanto aperta firme a bunda dele, o mantendo bem aberto para seu pau ir bem fundo enquanto as marcas dos seus dentes deixam uma trilha de prazer e dor.
— Você gosta assim, não é? — Minho pergunta com a sua voz soando rouca e cheia de provocação. Ele dá um tapa firme na lateral do quadril do menor , a palma de sua mão ficando quente e dura contra a pele exposta.
O Han responde com um gemido forte, os sons saindo mais rápido agora, sua cabeça balançando para frente e para trás. Ele puxa os cabelos de Minho, e sua respiração fica mais ofegante misturada com os grunhidos de prazer.
— Sim, caralho..., mais... — Jisung implora, seu corpo se arquear em direção ao ritmo do Lee.
Os tapas e mordidas são recebidos com prazer, a sensação de ser dominado, fodido, e ao mesmo tempo. Amado.
Minho acelera o ritmo, cada movimento sendo mais intenso que o anterior. Ele aperta a cintura de Jisung com uma força quase brutal, os seus dedos são enterrados na carne.
A sensação é avassaladora, e o Han não consegue mais se conter, os gemidos vão saindo mais altos a cada empurrão.
— Isso é tudo o que você queria?— pergunta, sua voz baixa e carregada de prazer. Ele pega Jisung por baixo das coxas e o levanta do chão, seu corpo se move com uma urgência que só aumenta.
Jisung responde com um grito abafado, seu corpo se contraindo em um orgasmo intenso. Ele segura Minho com força, os dedos se enterrando em seus ombros, enquanto o prazer o domina completamente.
Minho continua, sua respiração se tornando mais irregular, os movimentos agora mais rápidos e desordenados.— Eu vou gozar - avisa e já sente Jisung se derramando sobre seus abdômens
— Goza logo- Jisung aperta os olhos e lambe os lábios. O Lee logo o beija e passa a gozar também. Goza com tudo, fazendo os gemer em uníssono.
— Obrigado - o menor murmura colando suas testas. Ele roça o nariz no do outro em um carinho reconfortante.
— Pelo que?- o Lee questiona enquanto caminha com ele em direção ao banheiro.
— Por ficar.- abraça os ombros dele e afunda o rosto em seu pescoço.
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Minho desperta com o coração acelerado, com uma sensação de que algo terrivelmente errado pesa em seu peito.
Seus olhos se abrem para um quarto vazio. O espaço onde Jisung deveria estar ao seu lado está frio, a ausência é cortante.
Ele se levanta rapidamente para se vestir, não pensando muito, mas sente que algo está errado.
Os lençóis estão amassados de um lado, mas não há nenhum sinal de Jisung.
Logo ele sai do quarto, esperando encontrá-lo na sala, talvez preparando algo para eles... qualquer coisa que indique que tudo está bem.
Mas quando chega à sala, o que encontra faz seu sangue gelar. O apartamento está em completo caos. Móveis virados, papéis espalhados pelo chão, e sinais claros de luta por toda parte. Sua mente roda, tentando juntar as peças do que pode ter acontecido.
Não é possível que tenha dormido tão profundamente.
— Bom dia dorminhoco - Seungmin dita cruzando os braços.
Minho engole a seco.— Onde ele está?- se aproxima furioso.
Seungmin não recua, mas há uma faísca de provocação em seu olhar. — A caminho da Coreia do Norte. Um desertor não sai impune, mas o desgraçado tem uma sorte... graças a ele, outro desertor norte-coreano foi preso, vários grandes de facções e tals. Então ele foi absolvido. Só tem que voltar pra lá. — A voz dele soa cheia de sarcasmo e indiferença, como se estivesse apenas informando o tempo lá fora.
Minho não consegue processar a resposta. A frustração e o terror se transformam em uma onda de raiva incontrolável. Ele agarra Seungmin pelo colarinho, puxando-o para perto, seus olhos agora são cortante como facas . — Você vai me levar até ele. Agora. Antes que eles o levem de volta. Eu juro, Seungmin, se algo acontecer com o Jisung...
Seungmin ergue as mãos em uma falsa rendição, mas sua expressão permanece inalterada. — E o que exatamente você vai fazer, Minho? Vai entrar lá e resgatá-lo como em um filme? — Ele dá um meio sorriso, como se achasse a ideia absurda. — Você realmente acha que tem alguma chance contra isso? Estamos falando do governo da Coreia do Norte, não de uma briga de bar.
— Eu não dou a mínima para o que você acha! — rosna, apertando ainda mais o colarinho do outro . — Eu não vou deixar ele voltar praquele inferno. Me leva até ele agora, ou eu faço você se arrepender de ter cruzado meu caminho.
Seungmin estreita os olhos, mas a ameaça parece deixá-lo mais intrigado do que assustado. — Está mesmo disposto a arriscar tudo por ele? — pergunta, como se estivesse o testando.
— Tudo. — responde sem hesitação, a intensidade em sua voz acaba refletindo o quanto ele está disposto a sacrificar. — Eu não vou perder o Jisung. Agora, me leva até ele!
Por um momento, Seungmin observa o Lee como se pesasse suas opções. Então, com um suspiro pesado, ele cede, embora sua expressão ainda seja de uma frieza calculada. — Tudo bem. Mas se isso der errado, vai ser tudo culpa sua. E você vai ter que viver com isso.
Ele solta Seungmin, mas seu olhar permanece afiado, tem suas mãos tremendo pela adrenalina. — Vamos logo. Cada segundo conta.
— Não pense que isso vai ser fácil. — murmura, ajeitando o colarinho amassado. — Mas eu espero que você tenha mesmo essa coragem toda quando chegarmos lá. Porque não vai ser bonito.
Minho não responde, apenas o encara, esperando que ele se mova. Seungmin, finalmente, se vira e começa a caminhar em direção à saída, com o outro o seguindo de perto.
Os dois saem rapidamente do apartamento, a tensão no ar é tão densa que parece vibrar. Minho sabe que o tempo está se esgotando. E, por mais que o medo o consuma, a única coisa que importa agora é ir até Jisung.
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Minho vê os guardas conduzindo Jisung em direção à fronteira, cada passo deles marcando a distância crescente entre eles.
Seu peito aperta com uma dor insuportável, e ele percebe o quanto o menor se tornou essencial em sua vida, mesmo em tão pouco tempo.
O medo, a raiva e o desespero se misturam, mas acima de tudo, é o amor e a urgência que o movem.
Sem pensar, Minho abre a porta do carro e sai correndo em direção a Jisung. Todos os guardas apontam suas armas para ele, mas isso não importa.
A única coisa que ele consegue ver é o Han , o único que realmente importa. Ele corre como se sua vida dependesse disso, porque, de certa forma, depende.
Jisung, ao perceber Minho, também começa a correr de volta. Quando finalmente se encontram, seus corpos colidem em um abraço desesperado, firme, como se o mundo ao redor não existisse mais.
O Lee o segura como se nunca mais fosse soltá-lo, sentindo a intensidade de cada momento que passaram juntos, o quanto Jisung significa para ele, e a certeza de que faria qualquer coisa para protegê-lo.
Ele sente o corpo de Jisung tremer em seus braços, e, mesmo assim, ele se agarra ainda mais forte, como se pudesse o proteger de tudo.
— Seu maluco — Jisung murmura, quase sem fôlego, ainda colado a ele. — Você é completamente louco. — Ele busca os olhos do maior , segurando o rosto dele com ambas as mãos, como se quisesse gravar esse momento em sua mente para sempre.
Minho sorri enquanto lacrimeja . — Se sou louco, é por sua causa. Eu faço tudo pra te manter comigo.
O Han solta um suspiro trêmulo, seus dedos acariciando suavemente a pele do Lee — Min... — Ele hesita por um momento, as palavras vão pesando em sua língua. — Depois do serviço militar... se eu conseguir sobreviver a isso, poderei viver entre as duas Coreias. Não será fácil, mas é possível.
Minho aperta os lábios, a dor e a esperança lutando em seu coração. — E até lá, o que eu faço? — A voz dele é um sussurro áspero, carregada de todas as promessas que ele já começou a fazer em silêncio. — Você acha que eu posso continuar sem você?
Jisung engole em seco, seus olhos acabam marejados, mas ele se força a manter o olhar firme no de Minho. — E se eu te pedisse para me esperar? Se eu te pedisse para aguentar tudo isso por mim, por nós... você esperaria? Eu sei que é egoísta, mas você -
Minho não hesita. Ele desliza as mãos até os cabelos de Jisung, puxando-o para mais perto. — Eu esperaria uma vida inteira por você, Jisung. Eu não me importo quanto tempo leve. Se é para te ter de volta, eu espero.- diz tão firme que tira o chão do menor que fecha os olhos, pressionando a testa contra a dele , como se quisesse fundir suas almas nesse momento.
— Não me esqueça, Minho. Prometa que não vai me esquecer.- pede rente ao rosto dele ainda.
— Nunca. — A palavra sai como um juramento sagrado. — E você? Você vai voltar para mim? Promete que vai lutar para voltar?
Jisung hesita um pouco, o medo e a incerteza transparem em sua expressão. — Eu não sei o que me espera lá,... mas eu vou lutar com tudo o que tenho. Eu vou fazer de tudo para voltar para você.
Minho sente as lágrimas queimarem seus olhos, mas ele não as deixa cair. Ele apenas puxa Jisung para outro abraço, sentindo os corações batendo freneticamente no peito de ambos. — Eu vou estar aqui. Quando você voltar, eu vou estar aqui, esperando.- afirma e ele assente.
Realmente vão esperar.
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📻Sehan Jung Retorna à Coreia do Sul Após Cumprir Serviço Militar na Coreia do Norte📻
Hoje, em uma cena marcada por emoções conflitantes, Sehan Jung que na verdade é Han Jisung, um norte-coreano que desertou há três anos, voltou à Coreia do Sul após completar seu serviço militar obrigatório na Coreia do Norte. A notícia de seu retorno agitou o país, gerando reações diversas entre a população.
Han Jisung , que foi forçado a retornar ao Norte sob circunstâncias dramáticas e intensamente debatidas, sobreviveu ao rigoroso serviço militar norte-coreano, um feito que muitos consideram extraordinário.
Seu retorno à Coreia do Sul foi acompanhado por uma pequena multidão no aeroporto de Incheon, onde ele foi recebido por aplausos de alguns e olhares desconfiados de outros.
Aqueles que o aplaudiram o veem como um símbolo de resiliência e perseverança, alguém que sobreviveu ao inimaginável e voltou para reivindicar seu lugar na Coreia do Sul. Muitos acreditam que sua experiência no Norte o tornou um homem ainda mais forte, um exemplo de coragem em face da adversidade.
No entanto, nem todos compartilham desse sentimento. Alguns manifestantes presentes no aeroporto seguravam cartazes expressando ceticismo e desaprovação, referindo-se a Jung como um "traidor" ou um "risco" por sua origem norte-coreana.
A desconfiança em relação a desertores, especialmente aqueles que retornam depois de passar um tempo significativo na Coreia do Norte, permanece uma questão sensível no país.
Han Jisung , visivelmente emocionado, não deu declarações à imprensa, mas fontes próximas indicam que ele está determinado a reconstruir sua vida na Coreia do Sul, apesar dos desafios que ainda enfrenta.
A sociedade sul-coreana, dividida em sua recepção a Jisung, continua a debater o que o retorno desse jovem homem significa para as complexas relações intercoreanas e para os direitos dos desertores norte-coreanos. Enquanto isso, o olhar atento da nação permanece sobre Han Jisung , esperando para ver como ele irá navegar essa nova fase de sua vida.
— Nossa, coitadinho. Deve ter passado pelo inferno.- comenta o motorista diminuindo o volume do rádio.
— Com certeza.- comenta baixinho.
— Bom, o senhor não quer ir direto? Posso deixar o senhor Lee Minho esperando, normalmente eu não aceito duas corridas.- diz vendo o homem atrás de si atráves do retrovisor, ele apenas ajeita os óculos escuros no rosto.
— Ele é o meu homem , está esperando por mim.- diz simples olhando para fora da janela.
— Uau, está certo.- diz o senhor de idade. — Namoram a muito tempo?-questiona.
— Eu sai do país a 3 anos, não nos vimos desde então, mas ele já sabe do meu retorno, e está esperando.- sorri de canto.
— Que ótimo, vamos lá então - o homem acelera o veículo.
— Como é bom estar de volta - Jisung suspira.
Fim-
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