꧁Depois de 4 meses, Minho reencontra o ex e se aproxima dele, sem que ele saiba que é ele ꧂
8.109 palavras
* Não revisada, possíveis erros grotescos *
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— Tá zuando né?- Minho questiona desacreditado.
— Claro que não - Changbin afirma. — É uma festa de Halloween lá em casa.
— Eu não vou - afirma girando no sofá que está deitado e se abraçando em uma almofada.— Tenho quase 30 anos na cara e indo pra festinha de bruxa.- resmunga.
Changbin revira os olhos. — Chega né Lee Minho, falta 4 anos pra você fazer trinca, tá na hora de viver, superar esse término, e se foi você que terminou, não tem porque ficar remoendo!- afirma e o Lee tem os olhos tristonhos.
— Mas o que eu ganho indo pra essa merda?- indaga.
— Ressaca e alguma boca beijada.- Changbin sorri.
— Ressaca e alguma boca beijada? – Minho revira os olhos, bufando. – Nossa, que oferta irresistível.
Changbin suspira, puxando uma cadeira para se sentar de frente a Minho. — Olha, eu sei que você tá nessa fase "vida de velho", mas sério, não custa nada. É só uma festa, Minho. Sai desse sofá.
Minho se afunda ainda mais na almofada, fazendo cara de desinteressado. — Pra quê? Ficar vendo um monte de casal se pegando e gente bêbada falando merda? Não, obrigado.
— Ou... você pode aproveitar a oportunidade pra encontrar alguém. – Changbin provoca, tentando conter o sorriso.
Minho dá uma risada irônica. — Ah, claro. Porque é exatamente isso que eu preciso agora... outra pessoa pra ferrar minha cabeça.
— Ou talvez alguém que te faça esquecer do Jisung, nem que seja só por uma noite. – Changbin cruza os braços, olhando fixamente para ele. — Você vive dizendo que terminou porque precisava de paz. Então vai atrás dessa paz, porra.
Minho hesita, mordendo o lábio enquanto encara o teto agora.— E se eu acabar encontrando ele lá?
— Aí você faz o que tem que fazer, seja falar, seja ignorar como vocês dois fazem na faculdade . Mas pelo menos você vai estar de pé, vivendo. É isso que importa, cara.
Minho respira fundo, finalmente levantando o olhar para Changbin . — Tá bom, você venceu. Mas só uma coisa...
— O quê?
— Eu vou com a sua fantasia emprestada.
— A não.- se levanta da cadeira e nega com o dedo indicador. — É a única que eu tenho. - faz bico.
— Você vai com ela todo ano, renova cara.- agora ele que se senta no sofá.
Changbin suspira resignado. — Tá bom. Tudo bem então.- dita e Minho sorri largo. Levemente animado. — Acho que tenho uma ideia pra essa fantasia, inclusive...
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— Não tô acreditando que você tá fazendo essa birra, Jisung. – Seungmin cruza os braços, encarando o amigo, que está jogado de barriga para baixo na cama, com o rosto enfiado no travesseiro.— Nem parece que tem 24 anos, parece uma criança birrenta.
— Não é birra, Seung. Eu só não vejo o menor sentido em ir. – Jisung resmunga com a voz abafada.
O mesmo revira os olhos e senta ao lado dele da cama. — Sério? Uma festa de Halloween e você vai preferir ficar em casa... choramingando?
Jisung levanta o rosto, encarando Seungmin com uma expressão emburrada. — Não tô chorando. Só tô cansado, sabe? Essa coisa de 'vida social' já deu pra mim.
— Ah, claro. Porque ficar preso nesse quarto vai resolver todos os seus problemas. – diz, sarcástico. — Talvez sair um pouco, se distrair, te faça bem também, já se passaram 4 meses, tá na hora de viver.
— Sei lá, acho que prefiro assistir um filme de terror sozinho. Mais emocionante do que ver gente bêbada e casais forçando sorrisos. – ele rebate, virando o rosto de volta para o travesseiro.
— E se eu te disser que Minho não vai estar lá? – Seungmin provoca, com um sorriso malicioso nos lábios.
Jisung se vira de repente, com os olhos arregalados. — Você tá falando sério?
— Não sei... talvez. – Seungmin dá de ombros, deixando o mistério no ar. – Mas olha, se ele estiver lá, você vai querer ficar escondido aqui? Vai perder a chance de mostrar que seguiu em frente?
Jisung revira os olhos. — Ah, porque é exatamente isso que eu preciso... uma noite desconfortável fingindo que tô bem na frente dele.
— Ou, você pode usar a festa pra se divertir e provar pra si mesmo que consegue ser feliz, independente dele. – Seungmin sugere, o seu tom é mais suave agora. – Sem expectativas, só uma noite de diversão. Quem sabe?
Jisung hesita, mordendo o lábio. — Tá, mas e se eu encontrar ele lá? Como é que eu vou agir?
— Age como você quiser. Seja irônico, seja gentil, ou simplesmente ignora. Mas pelo menos você vai estar lá, vivendo o momento. É isso que importa.
Jisung solta um suspiro pesado, olhando para Seungmin com relutância. — Tá... mas só uma coisa...
— O quê? – Seungmin sorri, sabendo que venceu.
— Se eu for, você tem que ir comigo o tempo todo. Não vou ficar largado lá.
Seungmin ri, satisfeito. — Fechado. Agora levanta daí e vamos achar uma fantasia pra você.
Jisung sorri, apesar de tudo, com uma pontinha de animação.
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Logo que saíram do ensino médio, Jisung e Minho deram um passo além na amizade que sempre dividiram durante a infância toda.
O namoro que foi um desdobramento natural da cumplicidade que os fazia inseparáveis, uma transição suave de amizade para algo mais profundo, o amor romântico .
Durante os primeiros meses, a conexão que os mantinha juntos parecia inabalável. Eram como duas partes de um todo, e ambos compartilhavam a sensação de que, juntos, nada os separaria.
Mas, ao entrarem na faculdade, as coisas começaram a mudar. A intensidade dos estudos, as novas amizades, e o turbilhão da vida universitária passaram a afastá-los. Jisung começou a fazer engenharia e Minho já fazia direito.
Jisung, que sempre foi curioso e sociável, fez novos amigos rapidamente e começou a passar cada vez mais tempo com eles.
Minho, porém, não conseguia esconder a pontada de ciúmes e a sensação de perda que aquilo trazia. A relação que parecia eterna agora cedia espaço para certas inseguranças que Minho nunca imaginou sentir.
A cada novo grupo de estudos, cada saída que Jisung fazia sem ele, o Lee se sentia mais deixado de lado. Tentou esconder o incômodo, tentou se convencer de que era apenas uma fase.
Mas, naquelas poucas vezes que conseguia estar com Jisung, ele parecia distraído, preso em listas de leitura, trabalhos pendentes e futuras provas , com a cabeça em qualquer lugar, menos ali.
Chegou um ponto em que Minho, cansado de se sentir como uma presença apagada na vida de quem ele mais queria ao lado, decidiu pôr um fim em tudo.
Em uma conversa pesada e dolorosa, ele disse a Jisung que, por mais egoísta que pudesse parecer, ele não estava disposto a aceitar ser deixado de lado pelo próprio namorado.
A humilhação de esperar sempre pela atenção de Jisung o corroía, e ele se recusava a ser aquele que ficava para trás.
O Han até tentou argumentar, tentado justificar o tempo que precisou dedicar aos estudos e aos novos amigos, mas Minho estava irredutível.
Aquela relação, que começou com tanta promessa, agora parecia mais um fardo do que uma parceria. Minho se foi, deixando Jisung somente com um sentimento de culpa.
4 meses passaram voando. Volte e meia eles se encontravam por causa de amigos próximos, mas ignoravam, se afastavam, arrumavam desculpas para não se ver.
Ambos sem intenção de tentar conversar sobre eles, sobre o que foram, ou o futuro incerto. Nada, apenas continuaram separados e vivendo.
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— E aí, como eu tô?- Jisung indaga girando pra Seungmin e Felix verem sua fantasia de Mavie do Hotel Transilvânia. Um vestido preto bem curtinho um pouco soltinho. Meias listradas de preto e vermelho até sua coxa. All star vermelho e uma maquiagem bem branca e um batom preto esfumado na sua boca, não muito forte porque Jisung tinha odiado.
— Perfeito.- Felix está vestido de enfermeira com muito sangue falso. Ele veste uma saia branquinha com meias até suas coxas cheias de furos e sangue. E algumas feridas falsas. Um chapéu de enfermeira adorna sua cabeça e no rosto a maquiagem também é sangrenta.
— Eu amei.- Seungmin está fantasiado de coringa.
— O menos criativo é você, Seungmin.- Felix aponta pra ele.
— O seu namorado vai de ghostface e você tá falando que eu não tenho criatividade?- indaga e o Lee loiro o olha incrédulo.
– Fique sabendo que o meu mozão não vai de ghost face, tá?- cruza os braços e leva a língua pra bochecha em deboche. — Um amigo dele que vai usar.
— Vai chover então, aquela fantasia dele tava quase criando pernas já.- Seungmin diz e Jisung ri.
— Ele vai de que então?- Jisung pergunta.
— Ele vai de médico assasino né, nossa fantasia é de casal.- sorri fofo e Seungmin faz cara de nojo.
– Bom, Já vamos?- pergunta se virando pra penteadeira novamente e passando perfume, de relance olha a aliança que usava com Minho e a do Lee que está ali também.
— Vou chamar o uber - Seungmin informa.
— Uber nada, o Bin vem pegar a gente.- diz e Seungmin o olha feio.
— Mas ele não tá com outros amigos? Aí não cabe todo mundo.- Exclama Seungmin.
— Cabe sim, vamos lá!- diz já pegando o celular e digitando freneticamente.
...
— Eu disse que não ia caber - Seungmin diz e Felix coça a cabeça.
— Amorzinho.- Felix se inclina na janela do carona que tem um amigo de Changbin vestido de Jason, Christopher — Vai te que fazer duas viagens, tô com o Ji e o Seung.- faz bico.
— A não amor, temos que ir, daqui a pouco a galera chega lá em casa, cabe todo mundo, vão subindo um em cima do outro e vapo. Três sentados, três no colo e a gente aqui na frente. - afirma e Jisung e Seungmin se entre olham.
— Eu vou sentado nesse aqui?- indaga mostrando o dedo indicador pro homem de Jason que ri.
— Experimenta.- Changbin ameaça.- Vem aqui na frente, Seungmin vai atrás com o Chris , aí o Jeongin de freira, senta no Hyunjin que tá de príncipe, e inclusive que fantasia mais presunçosa.- dita e o citado xinga ele.- Jisung senta no ghostface e fechou.
Todos logo se encaminham pra seus lugares. Jisung só observa.— Tá falando sério? Eu vou sentar no ghost face? – Jisung olha pra figura encapuzada de preto com a icônica máscara branca na frente do rosto que acena de forma sinistra.
— Vai, Ji . É só uma fantasia! – Felix dá um empurrãozinho nele. – Se você sentir a faca dele, só gritar que a gente ajuda.- pisca pra ele.
— Que nojo... Tá, tá, tanto faz. – Jisung murmura, meio contrariado, enquanto se acomoda no colo da pessoa, sentindo-se desconfortável com a proximidade.
O carro arranca e, durante o percurso, todos estão rindo e comentando sobre as fantasias dos outros. Felix, animado, faz questão de mostrar suas "feridas" falsas para Jeongin , que finge nojo, arrancando mais risadas.
Já Jisung fica em silêncio, tentando ignorar o braço do ghostface ao redor da sua cintura para mantê-lo estável e ainda mais o desconforto em sua bunda, maldita hora, ele pensa.
— E aí, Ji, tá de boa aí no colo do ghostface? – Changbin provoca, olhando para Jisung pelo retrovisor.—
— Ah, tô ótimo. Super confortável, me sinto no próprio filme do pânico – Jisung responde com sarcasmo, cruzando os braços.
Todos - menos o mascarado e Jisung - riem e continuam o caminho até finalmente chegar na festa, o medo era de serem pego com oito pessoas em um carro pra cinco.
O ghostface também sente que vai morrer. Tem um gostoso bem sentado em cima de seu pau. Depois de 4 meses sem transar, essa posição se torna um castigo.
A bunda grande que sempre comeu, balança e as vezes salta sobre si por causa dos movimentos do carro.
Ele que acaba suando frio por baixo da máscara, fica quase ofegante. Sua sorte é que o som do carro é colocado no talo.
...
– Feliz dia das bruxas caralho!!!- Changbin diz animado batendo um copo que acabou de virar na mesa em que o grupo está, junto com muitas outras pessoas, todos acabam rindo.
— Feliz Halloween bruxas dia da , porra! – Seungmin fala coisas desconexas enquanto ergue seu copo também, batendo no de Changbin com um sorriso travesso.
— Essa é pra esquecer o semestre! – Felix completa, tomando um longo gole de whisky direto no litro . Com o rosto todo pintado de sangue falso e uma expressão exageradamente aterrorizada, ele se joga nos braços do namorado , que ri e o puxa pra beijar.
Jisung, com sua bebida nas mãos, observa todos ao redor, o clima de festa vai o envolvendo aos poucos. Mas, mesmo em meio à risadas e às brincadeiras dos amigos, ele não consegue evitar os olhares furtivos para o ghostface encostado na parede, alguns passos atrás.
Ele não falou muito, só observa. E Jisung sente o peso daquele olhar, mesmo que a máscara esconda qualquer expressão.
— Jisung, você tá quieto demais! Vai, vira! – Seungmin o encoraja, já animado pelo efeito das bebidas, cutucando-o e levantando seu próprio copo.
— Tô só aquecendo! –Jisung diz, rindo, e vira o copo de uma vez, sentindo o gosto forte do álcool.
Ele tenta se concentrar nos amigos, mas não consegue ignorar o fantasiado que continua parado, sempre o observando.
— E aí, Ji, já tá de olho em alguém? – Changbin pergunta, dando um sorriso malicioso enquanto tenta segurar o copo que quase escorrega da mão.
— Hm? Quem disse que eu tô de olho em alguém? – Jisung tenta desconversar, mas sente as bochechas esquentarem.
Changbin gargalha. – Ah, dá um tempo, né? Desde a hora que você chegou aqui, você não para de olhar pro... pro nosso amigo mascarado. – Ele cutuca Jisung, enquanto aponta com o copo para o ghost face, que ainda está imóvel na parede, observando.
— Vocês são muito sem graça. – Jisung dá de ombros e leva o copo à boca, bebendo mais um gole, tentando ignorar o nervoso que o assola.
Depois de um tempo, a música aumenta, e a pista começa a encher. Felix puxa Changbin para dançar, rindo alto, Chris e Seungmin se olham e sorriem e não demoram pra se beijar.
Encostado na parede, Minho observa o ex , sem tirar os olhos dele por um segundo sequer. Por trás da máscara de Ghost Face, ele sente o calor da festa e principalmente o desconforto de ter o amor da sua vida tão próximo e tão longe... Isso o faz questionar, vez após vez, o que exatamente faz ali.
— Eu nem devia estar aqui...- pensa, mas, ao mesmo tempo, é incapaz de se afastar. Seus olhos seguem cada movimento do menor , o jeito que ele ri com os amigos, o brilho dos seus olhos quando tenta disfarçar a bebida, e com os dedos nervosos que deslizam pelo copo.
Esse é o Jisung que ele amou— o Jisung que ele ainda ama, e essa é a verdade que, por mais que tente, ele não consegue evitar.
— Será que eu vou?- engole a seco. — Mas a gente terminou... Mas eu amo ele.- repete mentalmente, quase como uma confissão silenciosa.
A memória do término ainda o assombra, cada palavra trocada, cada acusação que ainda ecoa na sua cabeça. Mas mesmo assim, estar tão perto dele sem fazer nada parece uma tortura maior.
— Que merda.- ele murmura para si mesmo, sentindo o suor escorrer pela testa, abafado demais pela máscara.
Cada fibra do seu ser parece puxá-lo na direção de Jisung, e ele fica em um embate consigo mesmo.
— Será que eu chego ? Ou será que é melhor só... ficar aqui?
Ele observa novamente e vê quando Changbin cutuca o Han , tirando uma risada nervosa dele, que tenta ignorar a provocação.
Minho sente um aperto no peito. Ele sabe que se aproximar significa se expor, talvez até se machucar, mas não tentar... parece pior.
...
Jeongin e Hyunjin dão as mãos e saem de fininho de perto dos amigos. Jisung aproveita o momento para relaxar um pouco mais. Ele toma outro gole, mas, de relance, percebe que o mascarado está se aproximando.
— Vamos dançar?- o homem sussurra perto do ouvido de Jisung, e ele sente um arrepio percorrer sua pele ao ouvir a voz rouca que não reconhece por causa da música alta.
— Você não cansa de ser assustador, não? – Jisung tenta brincar, mas seu tom sai mais trêmulo do que queria. Ele se vira de frente para ele, tentando decifrar o que se esconde por trás da máscara.
— Quer dançar também?- questiona e Jisung assente, nem sabe o que ele falou, mas vai na onde dele.
O mascarado estende a mão para Jisung, que hesita por um segundo, mas logo a aceita, deixando-se levar para o meio da pista.
A música pulsa ao redor, e Jisung se sente cada vez mais envolvido, o efeito do álcool tornando tudo ao seu redor um pouco mais leve, um pouco mais ousado.
O estranho segura sua cintura com firmeza, puxando-o para mais perto. Jisung sente o coração disparar e ri, sem saber se é do nervosismo ou da adrenalina que a situação proporciona.
Ele deixa o corpo se mover ao ritmo da música, tentando esquecer qualquer preocupação e focando apenas no momento.
— Você sempre foi assim... impulsivo? — o mascarado murmura, sua voz é baixa então é quase coberta pelo som alto, mas o suficiente para que Jisung escute.
O Han morde o lábio, tentando decifrar o tom da pergunta, mas acaba apenas dando de ombros, sorrindo de canto. — Não costumo pensar muito, sabe? — responde, deslizando as mãos pelos ombros do mascarado, sentindo a textura fria do tecido. — Às vezes é melhor só... sentir.
— É mesmo? — O mascarado o puxa ainda mais para perto, seus rostos quase colados. — Então me deixa te fazer sentir algo.
Sem pensar duas vezes, Jisung entrelaça os braços ao redor do pescoço dele, com o coração batendo ainda mais rápido.
Eles começam a dançar sincronizados e desajeitados de certa forma , os movimentos deles vão misturando-se com a batida da música .
E mesmo sem ver o rosto do homem, Jisung sente uma estranha familiaridade, algo que ele não consegue identificar, mas que o atrai de forma inexplicável.
Após alguns minutos, ele decide arriscar e aproxima os lábios da máscara, sentindo o ar quente do outro. — E se eu pedir pra ver o que tem por trás dessa máscara?- indaga.
...
O mascarado puxa Jisung pro segundo andar da festa. Procura por um dos quartos principais e logo o acha.
Ele adentra com Jisung que tropica nos pés enquanto anda. E ri sozinho. Minho que bebeu pouco, está perfeitamente sóbrio.
A porta se fecha e eles a trancam. Uma iluminação fraca é ligada e Jisung observa o homem mascarado.
— Eu quero beijar...- se aproxima.— Pode tirar a máscara agora?- enrosca os braços nos ombros dele.
O mascarado logo abre as calças por baixo da fantasia e a deixa cair em seus pés.
— A... Entendi.- Jisung sorri de canto. — Olha, você é enorme.- lambe os lábios olhando o pau duro. — Tanto quanto o meu ex.- sorri ao relembrar. — Droga... Faz tanto tempo.- aperta os olhos. — Mesmo que você seja feio, tem um pauzão.- se ajoelha no chão.
Ele segura o membro pelo falo e passa a estimular. Umidece os lábios e roça o nariz na ponta da glande e logo passa a língua por ali.
O Han hesita um pouco. Mas tenta não pensar muito e ignora o zumbido em seu ouvido por causa da música alta e o álcool.
Ele logo sente o maior estremecer sobre seus dedos e então passa a engolir tudo. Até onde aguenta. Logo se engasga e vai pra trás sentado.
— Desculpa... Não dá.- limpa a boca. — Não dá, eu não consigo, não consigo.- leva as pernas contra o corpo.
— Tudo bem.- o maior diz e logo retira a máscara.
— Você... - sua expressão volta pra irritada enquanto levanta do chão. — Seu merda. Então é você.- o olha de cima a baixo descontente.
— Não achei que ficaria bravo já que não consegue transar com outra pessoa que não seja eu, só não julgo porque também não consegui. - afirma e o Han engole a seco.
— Você não tinha esse direito...- murmura. Minho levanta as próprias calças e a fecha.
— Eu sinto muito, não pensei muito, na primeira oportunidade de poder ter você, eu quis então é isso.- afirma e o Han se encolhe um pouco.
— Se arrepende de ter terminado comigo, então ?- indaga e o maior ri nasal.
— A todo momento, cada segundo, minuto e hora, durante esses quatro meses longe. — Minho responde, com a voz embargada, e suspira, olhando para o chão. — Eu fui um idiota. E cada dia longe só me mostrou o quanto eu preciso de você.
Jisung morde o lábio, tentando manter a expressão dura, mas seus olhos traem uma pontada de dor. Ele respira fundo antes de responder.
— E acha que isso vai consertar tudo? — Ele pergunta com a voz baixa, como se não tivesse certeza se queria ouvir a resposta.
— Claro que não. Se quem errou também, não admite que errou, como vai dar certo ? Eu admito que errei, fui egoísta, e só pensei em mim, mas poxa, olha o meu lado.- abre os braços exasperado.— Namorar sozinho, não dá.
Jisung funga baixo e limpa os olhos lacrimejados. — Eu transo com você, uma última vez... - funga novamente e olha pra ele.
— Por que acha que vou transar com você?- questiona e o menor morde o lábio inferior.
— Não quer?- vira o rosto coradinho. — Eu arrumo outra pessoa pra transar, tô com tesão agora. - afirma e o Lee tem os olhos semicerrados.
— Não conseguiu nem chupar o meu pau, quando não sabia que era eu, e agora vem com essa? - ri nasal.
— Você comeu outras pessoas que não era eu?- indaga e o Lee engole a seco, desvia o olhar. — Óbvio que comeu.- ri.
— Não transei com ninguém.- afirma e o Han o olha surpreso na hora. — Então... Vamos ou não? - indaga e o outro assente.
— Só não quero olhar na sua cara.- dita e o maior também concorda com a cabeça.
— Posso usar a máscara do ghost face, então?- questiona pegando a mesma e mostrando pro Han que ri.
— Meio broxante.- diz e o Lee que ri agora.
— Então só fica de quatro enquanto a gente mata a saudade um do outro.- dita enquanto o menor se aproxima e toca seu corpo . — Vou usar a máscara pra não te beijar.- veste ela e olha o outro que já abre suas calças novamente. — Eu tiro sozinho, deita na cama.- dita se afastando e Jisung assente. Engatinha na cama e se mantém de quatro.
Minho rapidamente se livra das calças, só mantém a blusa e jaqueta de baixo da capa da fantasia. Logo ele veste uma camisinha em seu membro e o lubrifica bem antes de chegar no garoto. Levanta o vestido que ele usa e puxa a bermuda que ele usava e a pequena box.
— Ai você me quebra.- sorri de canto levantando a máscara pra trás e tocando à joia no meio da bunda dele. — Por isso você se mexia tanto no carro, estava com esse plug enfiado no seu cuzinho... Eu que te dei, né?- morde os lábios.
— Foi... Você que me deu.- Jisung diz tímido enquanto o sente passar a mão por toda a sua nádega grande e espalmar.
— Eu realmente quero entrar.- puxa um pouco o plug e o garoto já estremece, sensível.
Logo ele puxa tudo do plug e vê o cuzinho levemente abertinho pra si e aproxima seu rosto, rapidamente enfia a língua ali dentro. Jisung treme brevemente e geme arrastado .
—Min... Isso .- o Han deita o tronco na cama e mantém o quadril empinado. O maior segura suas bandas, mantém abertinho pra adentrar a língua bem lá dentro de si.
— Delícia.- Minho diz e deixa mais uma lambida ali e morde forte as bandas dele. E espalma mais algumas vezes.
— Malvado... Já tá me enchendo de marcas.- morde a língua dentro da boca.
— Relaxa.- veste a máscara de volta. — Estamos só começando.
...
— Hm... Min.- Jisung choraminga enquanto goza pela quarta vez na noite. Ainda é penetrado por trás. Minho tem uma perna dobrada em cima da cama e ele fode o Han com tudo.
Suas bolas pesadas batem contra a bunda grande e toda vermelha pelos tapas que foi dando no ex namorado, ainda com a máscara de ghost face, está todo suado por baixo, mais ofegante que o normal.
Está sem camisinha agora, tinha três consigo, já usou tudo e agora está no pelo. — Minho...- chama pelo ex que suspira. — Essa posição já está desconfortável demais...- aperta os olhos. — Me coloca de frente logo, por favor. - implora mais uma vez, já tinha pedido antes, mas o Lee ignorou completamente.
Minho está imerso na sensação de foder com o ex. É tudo que ele mais queria nos últimos meses, sentia falta, estava sem fazer sexo, estava sem o seu namoradinho.
– Tá bom, vira pra mim.- sai rapidamente de dentro dele e o ajuda a se virar de frente. Logo volta a entrar. Jisung geme arrastado.
O Lee se livra da capa que usava e da jaqueta, logo tira a blusa também. Fica totalmente sem veste e se deita sobre o garoto, só com a máscara.
Sem cessar a penetração em momento algum. Ele vai e volta dentro dele que aranha suas costas.e lacrimeja, fazendo o lápis de olho borrar em seu rosto.
— Porra, tira isso e fica peladinho pra mim.- puxa o vestido dele pra cima e o faz tirar, cessa rapidamente as investidas.
Ao tirar o vestido, ele continua penetrando. O garoto veste só as meias listradas que o Lee acha sexy demais e sempre couprou várias pro namorado vestir durante o sexo.
Logo ele segura firme a cinturinha fina e desce pro mamilos dele. Deixa marcas bem fortes nos peitinhos e puxa os mamilos dele entre os dentes. O Han geme alto com os estímulos. Seu pau é tocado também.
Minho não economiza nas marcas, sobe pra clavícula e pescoço dele. Deixa chupão em cada pedacinho que dá, o Han sente sua pele arder, mas não se importa, apenas permite que seja marcado e penetrado.
— Amor...- Jisung chama com os olhos marejados e Minho o olha engolindo a seco.— Tira. - estica os braços pra tirar a máscara do ghostface e toca o rosto suado dele. — Me beija.- pede e o Lee nem mesmo hesita.
Ele só se curva sobre o corpo dele, abraça mais a cintura fininha e cola seus lábios em um selar que rapidamente se transforma em um beijo quente.
Suas línguas se enroscam uma na outra, vão se afundando um no outro, depois de tanto tempo, novamente estão com os lábios entrelaçados.
— Puta merda, que saudade.- Minho diz rapidamente segurando o pescoço dele com uma mão e voltando a beijar enquanto continua estocando, sem parar.
Eles continuam os beijos até que o Lee finalmente se derrama de vez dentro do ex que geme mudo. Minho vai bem fundo até se derramar. Ambos tremem juntos enquanto estão conectados.
Eles se separam brevemente e se olham nos olhos, ambos com eles brilhando. Acabam sorrindo e voltando a se beijar.
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— Ainda estão na minha casa, né safados?!- Changbin questiona assim que ambos chegam na cozinha já limpa, ele termina de secar a louça. — Acordaram meio dia, igual o Felix, nem pra ser mais cedo pra me ajudar com a bagunça!-
— Desculpa, Bin.- Jisung diz brevemente cabisbaixo apertando os braços pelo frio da manhã, ainda está de vestido, com a maquiagem toda borrada, os cabelos em uma confusão e as duas meias nas canelas — Eu vou pedir um uber e ir pra casa.
— Eu vou indo embora também.- Minho diz enquanto segura a fantasia de ghostface que acabou tirando e ficando só com a roupa de baixo. Ele coloca sobre um cômodo ali, é de Changbin, ele só pegou emprestado.
— Leva o Ji , Minho.- dita e o Han desvia o olhar.— Você veio de moto pra cá antes da gente ir buscar eles ontem a noite, e agora com a reconciliação...
— Recaída.- corrige. — Eu levaria, mas não tenho outro capacete.- diz e o Seo assente.
— Empresto o meu, pera aí.- diz soltando o pano de prato que tinha em mãos e andando em alguma direção.
— Minho, não precisa, eu chamo um uber, e tô morrendo de frio com esse vestido pra ir de moto.- dita e o maior nega com a cabeça e tira a jaqueta que usava.
— Veste. - se aproxima dele e se coloca atrás estendendo a jaqueta. — Veste, Han Jisung.- insiste e o Han engole a seco e coloca as mãos pra dentro das mangas.
— Não precisa. - afirma enquanto o maior se agacha no chão e sobe suas meias até o meio de suas coxas novamente . E quando levanta, ajeita o vestido dele mais pra baixo.
— Aqui está.- Changbin chega e vê a troca de olhares e ações e sorri.
— Obrigado.- Minho se aproxima do menor e pega o capacete. — Mais tarde a gente se fala.- se direciona ao amigo que assente.— Vem, Han.- se aproxima e puxa o garoto pela mão.
— Tchau, Binnie.- faz tchau com a mão e o citado faz o mesmo.
...
Minho sobe na moto grande e o Han já com o capacete preto sobe e segura na parte de trás. — Não começa agora.- pega as mãos dele e faz enrolar em sua cintura. — Segura firme. - também veste o capacete em seguida.
Logo a moto é ligada. Minho faz ela acelerar um pouco até que começa a andar. Jisung não andava de moto a tempos, sentia falta da sensação de adrenalina que é andar com o ex namorado.
A moto corta o vento gelado da manhã, e Jisung sente o calor que emana do corpo do maior quando escorrega mais pra frente e se abraça melhor a ele , o contraste perfeito para o frio que o envolve.
Apesar de estar tentando manter a mente longe, ele não consegue evitar a nostalgia das inúmeras vezes em que andaram juntos, rindo e com Minho o provocando quando acelerava e ameaçava empinar.
Jisung ele se vê perdido em pensamentos, agarrado à cintura dele, sentindo o peso de tudo o que ficou entre eles, por sua culpa. Sente que Minho se sente culpado por algo que Jisung se responsabiliza agora.
Minho reduz a velocidade ao chegarem a um sinal vermelho. Ele olha pra baixo e a mão de Jisung acaricia seu abdômen.
Ele solta uma mão da direção e toca a coxa dele em um toque firme. O menor se assusta na hora, mas aproveita o toque.
Quando o sinal volta a abrir, ele rapidamente leva as mãos a direção e volta a acelerar mais uma vez. Enquanto dirige, o Lee não pensa em nada, não quer pensar.
...
— Entregue.- Minho diz enquanto tira o capacete.— Pode ficar com ele.- já fala enqqunro Jisung ameaça tirar seu casaco. — Me entrega outra hora.
— Tudo bem... Obrigado.- devolve o capacete que estava vestido para o maior e engole a seco. O clima é brevemente estranho.— Você não quer entrar? Não dá pra ignorar tudo isso, vamos conversar? - indaga e o Lee suspira.
— Não sei- começa a falar mas Jisung o interrompe.
— Vamos Min, é sério, e nem estou falando da recaída, e nem que vamos tentar uma reconciliação, é sobre maturidade mesmo, foi muito repentino, por favor, vamos conversar?- volta a questionar e o maior assente saindo da moto.
— Tá bom, então.- ele caminha com Jisung até a porta da casa dele, levando os dois capacetes em seus braços.
Logo adentram na mesma. Eles tiram os sapatos antes de entrar e então Jisung fecha a porta. — Vou deixar isso aqui - Minho fala do capacete, o colocando em uma pequena cômoda.
— Tudo bem, acho que a gente devia tomar banho, eu mesmo tô um nojo.- diz fazendo careta, o maior ri.
— E eu? Aquela roupa e máscara me fez suar igual um porco. - para na frente do Han e o olha nos olhos por um tempo. Eles apenas se fitam.
—É...- Jisung vira o rosto e Minho na hora, também.— Vem, vamos.- o chama e passa a subir as escadas da sua casa.
...
— Quer mais shampoo?- Minho pergunta enquanto esfrega os cabelos do ex com as pontas do dedo embaixo da água.
— Tá bom, se não resseca.- afirma, de olhos fechados enquanto tem os fios lavados.
O maior continua deslizando as mãos com delicadeza pelos fios do ex , espalhando o shampoo, enquanto seus dedos percorrem o couro cabeludo em movimentos suaves.
Ele mantém os olhos fixos, às vezes se perdendo nas expressões relaxadas do outro que está de frente pra si , às vezes se deixando levar pela lembrança de todos os momentos que viveram juntos.
Minho morde o lábio ao perceber como Jisung, agora de olhos fechados, parece tão à vontade e vulnerável.
O Han sente o toque e relaxa, aproveitando cada segundo. Quando o maior acaba de lavar seu cabelo com shampoo, ele passa uma máscara que precisa deixar no cabelo um tempinho.
Logo Jisung abre os olhos e, sem dizer nada, se volta para ele. Eles invertem, Minho fica do lado do chuveiro.O menor pega o sabonete e esfrega em uma esponja, faz bastante sabão e começa a ensaboar o torso do homem , movendo as mãos devagar pelo peito e descendo pelo abdômen.
Ele não consegue evitar olhar os músculos definidos, a forma que a água desliza por eles, e se pega pensando em como sentiu falta de cada detalhe.
Minho observa ele , seu olhar acaba demorando-se nos traços delicados e nos contornos finos da cintura do ex.Ele sente um calor percorrer seu corpo e percebe o quanto Jisung o afeta mesmo depois de tanto tempo separados.
Sua respiração se torna mais pesada enquanto as mãos de Jisung passam pelo seu abdômen. Ele tenta manter a compostura, mas seus olhos são puxados pelo magnetismo do corpo do outro, cada curva acentuada.
— Pode enxaguar.- o menor diz e Minho se vira de costas pra tirar o sabão da parte da frente de seu corpo que ele mesmo vai lavando outras partes mais íntimas.
Enquanto isso, Jisung passa o sabão pelas costas dele. Ela está toda arranhada, não deixa de sorrir brevemente de canto ao ver essas marcas.
Não demora e ambos já estão prontos. Jisung lavou seu cabelo conforme o cronograma e Minho está limpo depois de tanto tempo.
Antes de desligar o chuveiro, enquanto tiram os últimos resquícios de sabão. Ambos se olham, fixos um no outro.
— O que foi?- Minho questiona desligando o chuveiro.
— Nada.- ri sem graça e abre a porta do box do banheiro. Nisso Minho o puxa pela cintura e o faz grudar as costas na parede gelada.
O Han rapidamente leva as mãos aos ombros dele e aceita o beijo. A língua do homem invade sua boca toda.
Ambos ficam brevemente ofegantes enquanto o beijo se estende. Eles puxam os lábios um do outro entre os dentes.
As mãos do Lee deslizam pela cintura fininha do garoto e abraça o corpo dele contra o seu enquanto o menor aperta seus cabelos molhados.
Seus rostos giram um contra o outro, aprofundando o beijo, Minho desliza uma mão para segurar firme a bunda nua de Jisung, mantendo-o próximo enquanto suas línguas se encontram em um ritmo intenso e familiar.
O Lee sente o corpo do ex se moldar ao seu, cada curva, cada linha se encaixando como se nunca tivessem se separado.
Jisung solta um suspiro contra os lábios do maior , quase um gemido abafado, e o som faz Minho apertá-lo ainda mais contra a parede gelada, o contraste entre o frio do azulejo e o calor de seus corpos incendiando ainda mais o momento.
As mãos de Jisung escorregam para o peito de Minho, sentindo os músculos sob os seus dedos enquanto mergulham ainda mais no ósculo.
O beijo se prolonga, nenhum dos dois está querendo romper a conexão.
...
Ambos se movem um ao redor do outro, rindo suavemente enquanto secam os cabelos um do outro com toalhas macias e depois com secador.
Jisung tenta esconder o sorriso ao sentir os dedos de Minho acariciando seu couro cabeludo, a gentileza inegável acaba trazendo uma sensação de conforto que eles já conheciam.
Vestidos com pijamas cinzas que eles tem igual e estava na casa de Jisung depois que eles terminaram, eles se sentam à mesa para almoçar.
Enquanto o Han organiza a mesa, Minho se ocupa em servir os copos de suco pra acompanhar com a comida que pediram por delivery .
O sol da tarde entra pela janela, iluminando o cenário e destacando a harmonia entre os dois. Eles compartilham um sorriso cúmplice, um entendimento silencioso de que, apesar de tudo, esse momento é perfeito. As pequenas interações — as mãos se esbarrando, os olhares prolongados —.
— Vamos comer?- Jisung diz animado e o outro assente.
— Por favor, eu tô morto de fome.- afirma já se sentado a mesa.
Jisung se serve generosamente, pegando uma colherada de arroz e um pedaço de frango, enquanto Minho faz o mesmo.
Eles começam a mastigar em silêncio, cada um absorto em seus pensamentos, mas não conseguem evitar furtivos olhares um para o outro.
O som dos talheres se misturando ao silêncio e em meio a isso, Jisung lança um olhar para Minho, que já estava encarando-o. Eles se encaram por um breve instante, até que Jisung desvia o olhar, com a bochecha levemente corada.
— O frango tá ótimo — o menor diz, tentando quebrar o silêncio, mas logo se distrai com um pedaço que caiu no seu colo. Ele rapidamente o pega e dá uma mordida, mastigando de maneira apressada.
Minho ri, observando a cena, antes de pegar um pedaço de frango com a mão e levá-lo à boca, mastigando lentamente, ainda com seus olhos focados em Jisung. O garoto tenta disfarçar, mas um sorriso involuntário surge em seu rosto.
O clima entre eles é descontraído, mesmo que as palavras não sejam necessárias. Jisung leva a mão ao rosto para limpar uma migalha invisível, mas Minho já estava lá, com a ponta do dedo se aproximando para limpá-lo. O gesto é rápido, quase instintivo, e Jisung se perde um pouco.
— Tenta relaxar.- Minho diz e o Han assente.
Ambos continuam a comer, os olhares se encontrando em momentos ocasionais. A comida desaparece rapidamente, mas a conexão entre eles se torna cada vez mais evidente.
Com cada garfada, cada sorriso, eles se sentem mais à vontade um com o outro, como se o passado estivesse sendo lentamente deixado para trás.
Após alguns minutos de silêncio confortável, Jisung se levanta para pegar um pouco de sobremesa, mas Minho o impede gentilmente com um toque em seu braço.
— Espera, eu também quero.. — Ele se levanta também.
Então, Jisung caminha até a geladeira e abre o freezer , pega um pote de sorvete.O som do recipiente sendo retirado é seguido pelo tilintar de colheres quando Minho puxa duas da gaveta da pia.
Eles se posicionam frente a frente na bancada, e Jisung abre o pote, revelando a textura cremosa do sorvete.
Minho se inclina levemente, observando o sabor que Jisung escolheu. Choco-menta sempre foi seu preferido, Jisung odiava.
Logo o Han vai pra enfiar a colher no sorvete e Minho o imita, ambas as colheres mergulhando no gelado ao mesmo tempo.
A cada colherada, eles se alimentam não só do sorvete, mas da presença um do outro. O gelado escorre lentamente, e Jisung tenta lamber uma gota que escorrega pela borda da colher. Minho ri ao vê-lo, e isso provoca um sorriso tímido no rosto do Han.
Eles continuam a se servir, as colheres se encontrando e se afastando, e em meio a risos e olhares furtivos, a relação se torna cada vez mais íntima.
Minho oferece uma colherada a Jisung, que hesita por um momento antes de se aproximar e raspar os dentes na colher. O Lee leva a boca pra comer o resto dos resquícios depois que tirou da boca alheia.
O maior não consegue evitar um sorriso satisfeito, e em resposta, Jisung dá outra colherada para ele, com um olhar travesso. A troca se transforma em uma competição de quem consegue alimentar o outro, os dois acabam rindo e se divertindo enquanto sorvete derretido escorre por suas mãos.
— Chega.- Jisung suspira.— comi demais. - diz e Minho ri.— Que foi?- faz bico.
— Bobinho.- dá a volta na bancada e se aproxima do menor. Observa mais um pouco o chocolate em volta da boca dele e se inclina passando a língua pelas regiões que tem sorvete e sugando os lábios dele. — Tava sujo.- justifica.— Bom, eu vou embora eu acho.- se afasta um pouco. Jisung assente.
— Antes de ir.- segura o pulso dele e logo solta.— Eu quero dizer que sinto muito, muito mesmo.- diz e o maior espera pra ouvir mais.
— Sente muito?- insinua com a sobrancelha.
— Sinto muito por ter feito você sofrer, eu realmente merecia que você terminasse comigo, agora eu entendo isso, na verdade eu sempre entendi, dizer que sentia raiva de você parecia aliviar minha culpa, mas mão alivia.- limpa as lágrimas insistentes.
— Realmente, isso é verdade.- diz e o Han assente. — Mas eu também falei bastante coisa desnecessária.-
— Não, você sempre esteve certo, eu acabei negligenciando o nosso relacionamento, eu não dei valor pra quem estava ao meu lado até perder.- suas lágrimas escorrem em mais abundância, mas tenta controlar. — Realmente sinto muito, e percebo a pessoa incrível que eu perdi.- contrai os lábios e mexe a cabeça, evitando o olhar alheio.
— Eu tô aqui, não tô?- indaga. — Não perdeu completamente, não adianta, eu amo você.- segura a mão dele e uma ele leva a lateral do pescoço do menor , o faz o olhar. — Eu só quero saber... Você gostaria de tentar? Realmente mudaria?- indaga e o menor assente enquanto chora.
E praticamente pula contra seu corpo. Minho rapidamente o segura por baixo das coxas enquanto tem o pescoço enrolado por ele.
— Eu quero, quero muito você, amor - chora contra o pescoço do maior que aperta ele contra si e sorri sem que ele possa ver.
— Só quero que saiba, você pode estudar muito, se dedicar aos livros, sair sozinho com seus amigos, viver, mas não pode me deixar de lado, precisa estar comigo no fim do dia, ou no começo, só precisa voltar pro meu lado na cama e dizer o que sente.- balança como um bebê o menor que chora.
— Min.- se afasta do pescoço dele pra o olhar nos olhos. — Eu prometo que nunca vou te deixar de lado, sempre vou estar com você, eu prometo.- estende o mindinho e Minho o segura no colo com uma mão só e enrola seu mindinho no dele. — Eu te amo.- reafirma e o Lee assente.
— Também amo você, muito mais.- sorri e o Han se aproxima pra o beijar. Voltam a selar seus lábios.
...
— Obrigado.- Jisung murmura, acariciando o rosto do maior que está em sua moto, pronto pra ir embora.
— Obrigado pelo que?- Minho questiona.— Por te comer gostoso?- fala e leva um tapa fraco do Han no braço.
— Por me perdoa, bobão.- faz bico. — Estou realmente aliviado por você voltar a namorar comigo.- sorri fofo e o Lee suspira.
— Caralho, eu te amo tanto.- puxa o garoto sorridente pra selar seus lábios mais uma vez. — Depois de uma transa de reconciliação dessa durante a tarde, tudo que quero é voltar né. - morde os lábios sorrindo.
— Bobinho.- sorri contra o rosto dele com os olhos fechados.
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2 meses depois que voltaram a namorar.
Minho estaciona o carro em frente à casa de Jisung, e os dois saem, Changbin carregando algumas malas de Minho enquanto o Lee observa o lugar familiar. O coração de Jisung acelera ao ver o namorado, e um sorriso se espalha pelo seu rosto.
Assim que Minho sai do carro, Jisung corre na direção dele, sem pensar duas vezes. Ele se joga nos braços do maior, que imediatamente o envolve com força.
— Amor! — Jisung exalta, enquanto Minho o gira no ar, rindo com a alegria contagiante do garoto.
— Olha quem voltou! — Minho diz, com um sorriso radiante no rosto enquanto coloca Jisung de volta no chão. Os olhos do menor brilham com emoção, e ele observa Minho com muito alívio.
— Você está realmente aqui! — fala exasperado, apertando as mãos do namorado.
— Claro que estou. — responde, piscando para ele. — E trouxe toda a minha bagagem junto.
Changbin, que estava organizando as malas, solta uma risada. E chega com as malas pra levar pra dentro. — E eu junto, sempre tenho que tá consolando, dando uma de cupido, e ainda carregador de malas. - afirma enquanto sobe alguns degraus com as malas pra dentro da casa.
Jisung observa Changbin levando as malas para dentro, rindo do amigo que continua se queixando de suas múltiplas funções. Então, Minho dá um passo à frente, com um sorriso enigmático nos lábios.
— Espere, eu tenho uma surpresa para você. — Ele diz, com seus olhos brilhando de entusiasmo. Jisung levanta uma sobrancelha, intrigado.
— Uma surpresa? O que é?
Minho dá um rápido sorriso antes de correr até o carro. Jisung se aproxima da porta, com seu coração batendo mais rápido de curiosidade. Quando Minho volta, ele está segurando uma caixa de transporte de animais.
— O que você trouxe? — Jisung pergunta, com os olhos arregalados.
Minho se abaixa e abre a caixa, revelando três gatinhos pequenos e peludos, que começam a miar suavemente. Jisung solta um grito de surpresa e alegria.
— Oh meu Deus, amor ! — ele exclama, abaixando-se para observar melhor os filhotes. — Eles são adoráveis!
— Esses são Soonie, Doongie e Dori. — Minho apresenta, apontando para cada um dos gatinhos. Um deles, de pelagem cinza, se aproxima cautelosamente, enquanto os outros dois ficam entre si.
Jisung ri, lembrando-se do passado. — Espera um pouco, esse é o nome que nós escolhemos juntos quando planejávamos casar!
Minho sorri nostalgicamente, com seus olhos fixos em Jisung. — Eu nunca esqueci. Eles são uma lembrança do que sonhávamos e ainda podemos sonhar.
Jisung se endireita, olhando para Minho com os Olhão levemente marejados — Isso é perfeito. Você sempre sabe como me surpreender.
— E eles precisam de um lar. — Minho diz, se agachando também e pegando um dos gatinhos nas mãos. Ele entrega o pequeno felino a Jisung, que acaricia suavemente seu pelo macio.
— Nós temos um lar agora. — Jisung diz , olhando para os olhos do namorado , sentindo um calor crescer dentro dele. — Vamos cuidar deles juntos, assim como sempre sonhamos.- afirma.
— Com certeza. - Minho se levanta e Jisung faz o mesmo depois de guardar os gatinhos na caixa novamente.— Nossa reconciliação foi atualizada.- diz e o Han ri.
— Olha, preciso te dar isso.- tira do bolso de sua calça de moletom uma aliança. — Sempre te pertenceu e eu guardei, já tô usando a minha.- mostra a mão com a aliança.
— Tá bom, mas não quero.- pega a mão do Han e tira a aliança do seu dedo. — Elas não significam nada.
— Minho?- está genuinamente confuso.
— Tá na hora de inovar.- se agacha sobre um joelho e tira uma caixinha de seu sobretudo. — Casa comigo?- questiona e o Han leva uma mão a boca.
— Meu Deus.- ri nervoso. — Está brincando né?- questiona.
— Claro que não, eu te amo, achou que nossa reconciliação seria básica? Apenas voltar a namorar? Não! Você é o amor da minha vida, e mesmo que uma festa fantasia clichê tenha sido o ponta pé inicial, agora vamos a outro passo, um matrimonial .- Diz firme e o Han assente com a cabeça.
— Óbvio que sim, eu aceito casar com você.- diz enquanto chora e o maior coloca a aliança em seu dedo.
— Tava na hora em.- Changbin diz chegando atrás deles que se abraçam.— Parabéns aos noivos.- bate no ombro de ambos.
— Obrigado Bin.- Jisung toca o ombro dele também. — Se não fosse a sua festa fantasia, eu e ele não teríamos uma recaída que resultaria na nossa volta. — Então muito obrigado.- agradece sincero.
— Eu só quero os meus amigos felizes. Vocês felizes é só juntos, se tira um, parece que vão morrer.- dita e ambos acabam rindo.
— Verdade. - Minho afirma.— Não sou nada sem ele.- olha pro Han e volta a selar seus lábios.
Fim.
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