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História Coloratura - Kim Namjoon - Coloratura - História escrita por STproject - Spirit Fanfics e Histórias
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História Coloratura - Kim Namjoon - Coloratura


Escrita por: STproject e Betyfnx

Notas do Autor


Opa, opa!! Vim finalizar mais uma historia desta vez da nossa querida @Betyfnx!!

Notas da autora:

"Minha gente kkksjsjjajsksjs então, último capítulo, boa leitura pra vocês. Acabei de achar a transformação, a imagem dele como besta shsbdbshsbajbsjajsjajsbsnnaba é linda pra caralho, vale a pena clicar

https://pin.it/2dwybn4

Espero que gostem do final como eu amei escrever, coloratura me encantou muito."

Tenham uma boa leitura♡¡¡

Capítulo 4 - Coloratura


Fanfic / Fanfiction Coloratura - Kim Namjoon - Coloratura

 Eu havia feito muito pouco disso em minha vida, não me sentia muito confortável nesta posição de submissa onde o total controle é do homem, mas quando Namjoon agarrou os fios dos meus cabelos, puxando-o para trás, para que pudesse me ver quando lambi sua glande inchada em seu primeiro contato em minha língua, me senti tudo, menos submissa.

Ele estava perdido. Seus olhos não poderiam ter o reflexo de sua surpresa, mas aquela imensidão escura dizia muito. Eles mudavam de tonalidades, já os vi mais roxos, ou lilás quando caímos juntos na água e agora, um cinza, se misturando às estrelas cintilantes. Isso só poderiam ser seus sentimentos. Seus dentes castigavam seus lábios inchados e apetitosos, se controlando para que mantivesse minha cabeça parada onde pude saboreá-lo.

E eu garanto, Namjoon é delicioso.

Chupei sua cabecinha, sentindo a maciez em minha língua, o gosto do seu gozo não era ácido. Era diferente, eu não saberia explicar, só conseguia lamber mais aquela área, estimulando a abertura para sentir mais seu gosto. Eu tentava colocar tudo em minha boca, mas ele era grande, preenchendo toda minha cavidade enquanto movimentava minha mão na extensão do seu pau, sentindo a dureza e o desenho de suas veias em meus dedos.

Eu salivava sem perceber, queria que ele aproveitasse tudo que eu estava oferecendo, vibrando por dentro por ele ter me pedido para conhecer o prazer. Comigo. Sentia seus dedos apertaram em volta dos meus cabelos e isso aumentou mais minha fome, lambendo devagar seu cumprimento, voltando pelo mesmo caminho, repetindo e repetindo, até ficar satisfeita, para assim passar a masturba-lo com minha mão, chupando suas bolas, sentindo a textura em minha língua.

Minha lubrificação descia por entre minhas coxas, eu tinha certeza que estava pingando no chão. Meus joelhos doíam pela posição, mas eu só pensava  em continuar, abarcando as bolas dele com minha língua e sentindo o aperto em meus cabelos cada vez mais intenso, seus dedos devem estar travados a esse ponto. Me senti no controle, aquele poder me inundou, deslizei a língua novamente por toda a extensão daquele mastro pulsante, sentia os espasmos, mas queria fazer aquilo durar um pouco mais, encontrando a cabeça intumescida enroscando minha língua ao seu redor, abocanhando o pênis dele o pegando de surpresa, aos poucos encaixando toda a extensão grossa do membro em minha boca, com a língua auxiliando a entrada, numa dança sedutora ao redor dele.

Entre uma sucção e outra, enroscava minha língua e o fazia entrar ainda mais, já encostando minha garganta. Os movimentos de vai e vem, com a sucção, faziam Namjoon enlouquecer cada vez mais, e isso só me deixava mais embriagada com o poder de estar no controle do prazer dele. Enrosquei minha língua, de um lado para o outro, alcançando a base de seu pênis, sentindo o início de suas bolas, lágrimas escorriam por minha face, eu poderia engasgar, chegando até o final e voltando para o início, repetindo aquela dança de minha língua e o seu membro, encaixando mais e mais para dentro, até que os reflexos de minha garganta ficassem descontrolados em conjuntos com o aperto desesperado de Namjoon em meus cabelos.

Seu corpo inteiro tremia, quase convulsionando, estava próximo, dava para saber, e por mais diferente que fosse, minha curiosidade dominava meu ventre a cada gota de lubrificação que escorria entre minhas pernas. Pega completamente desprevenida, senti as mãos de Namjoon saírem rapidamente de meus cabelos, tomarem meus ombros e num súbito empurrão me afastaram dele e de seu mastro majestoso. A poucos centímetros e em uma fração de segundos o ser magnífico em minha frente explodiu no ápice de seu prazer, seu gozo me acertando como um artista golpeia sua tela com tinta abruptamente, meus seios sendo tomados, assim como meu queixo e um pouco tentadoramente próximo dos meus lábios.

Ele me olhava extasiado, impressionado com um evento que nunca sentira antes. Em um ímpeto um tanto sapeca e muito curiosa, com nossos olhares enlaçados um ao outro, trouxe meus dedos até minha face, buscando aquele gozo, chupando meus próprios dedos em seguida, Namjoon estremeceu, meu corpo novamente pego de surpresa, o gosto era surreal, imediatamente senti o adocicado me preencher a boca, desci os dedos até meus seios e vi, as gotas grossas do líquido dispostas sobre meu busto, a textura cremosa e a coloração em um perolado intenso, raspei mais uma gota levando a boca, sim, sim sim, que gosto incrível, era como baunilha verdadeira. Definitivamente ele não era humano. Enquanto eu buscava limpar cada centímetro do meu próprio busto, observei uma alteração ocorrer na face de Namjoon.

Ele parecia sofrer com o que estava acontecendo. Tentei me aproximar dele, mas seu olhar de repreensão foi o suficiente para me manter afastada.

Ele não me queria por perto.

De pé em minha frente, seu corpo estremecia, seus braços e pernas pareciam estar crescendo, alongando, sua coloração mudando, o lilás anterior sendo tomado por um tom azulado e esbranquiçado, marcas enegrecidas tomaram seu peitoral, seu cabelo crescerá em um tom prateado, suas mãos agora apresentavam garras grandes, negras, com seus antebraços seguindo a mesma cor, ele agora com certeza tinha mais de dois metros, muito mais.

O quarto onde estávamos parecia encolher em sua volta. Pelos surgiram no fim de seu abdômen marcando ainda mais a descida para seu pênis, ainda ereto e pulsante, como se toda aquela transformação já não fosse o bastante para me surpreender, vi uma movimentação serpenteando atrás dele, uma calda longa sacudiu em suas laterais, vapores saiam de sua boca, e seus olhos assumiram um brilho negro e arroxeado. Aquele ser em minha frente era glorioso. Eu pensei que teria medo dessa sua forma, lembro que explicará que conseguia controlar sua anatomia, mas vê-lo se modificar aos meus olhos, me deixou hipnotizada.

Eu o quis mais do que qualquer homem que já tenha me feito esquentar o interior das pernas.

Ele me encarou de volta, e em um movimento rápido demais para reagir, sua cauda alcançou meu tornozelo, me puxando para ele. Meu corpo se arrastou pelo chão, ficando embaixo de sua forma. Ele me soltou de volta, com um misto de receio e se agachou mais perto de mim, sem encostar aquele seu corpo ao meu.

Aquela sua forma parecia me avaliar, a escuridão dos seus olhos me engolia, o que me deixava sem reação. Em comparação ao seu tamanho, parecia um titã perto de mim.

Nossos olhares se cruzaram e pude perceber uma mudança de expressão, eu senti claramente o embaraço de Namjoon, envergonhado e confuso, como se houvesse perdido completamente o controle das emoções as quais estava sujeito na forma humana, e talvez num medo maior de me assustar com a atual forma que apresentava de pé, diante de mim, que já havia jogado o pudor pela janela.

Da mesma maneira que vi ele mudar, em uma respiração forte e resignada ele voltou à forma anterior, diminuindo seu tamanho, retraindo suas garras, cabelo, marcas, sua cor agora era o lilás convidativo, não havia sinal da existência de uma cauda grande e longa que estava bem ali, a meros segundos. Ele agora era Ele, e minhas pernas pareciam um rio.

– Essa sua forma? - perguntei, a voz arranhando minha garganta.

– Só aparece quando sinto vulnerabilidade, me desculpe, não entendo o que aconteceu - se explicou - Está com medo?

Medo? Senti tudo que poderia, e medo não foi em nenhum momento.

– Não - sem perceber, abri um pouco minhas pernas, a ardência dentro de mim pulsando meu nervo.

Ele captou meu movimento, encarando minha vulva suplicante e encharcada, como uma flor se desabrochando. Imediatamente, seu próprio sentido reagiu, o membro antes relaxado agora duro, apontando em minha direção.

– O que aconteceu comigo, o que você fez, eu - o alien tentava entender as reações do seu corpo, tocando minha barriga com a ponta dos dedos.

Estavam gelados.

O contato me fez estremecer, e ele sorriu de lado, descendo seus dedos mais para baixo, raspando levemente em meu nervo inchado.

Senti gosto de sangue em minha boca, havia mordido muito forte meus lábios, tentando controlar os gemidos que escapavam rebeldemente, só pelo simples fato dele estar me observando, se instigando a ir além, sendo levado por sua curiosidade e desejo.

– Aqui seria quando o humano penetra sua parceira e… eles – tentei terminar a explicação, mas sentia leves espasmos em meu corpo, tirando o resto do foco que ainda tinha - Se quiser, posso mostrar como é.

– Eu quero penetrar você - Namjoon lambeu seus lábios, mostrando seu desejo explícito.

Vibrei por dentro, eu necessitava tê-lo dentro de mim, agora.

Ajoelhado, não precisei chamá-lo para mim, Namjoon se agachou, aproveitei o momento para passar meus dedos por suas costas, puxando-o para mais perto de mim, sentindo sua pele suada em contato com a minha quente, e guiei minha mão por sua barriga, descendo até ter seu mastro em minha mão.

Estava pulsante. Novamente.

Abri mais minha perna, circulando minha coxa em volta de sua cintura e coloquei sua glande inchada em minha entrada molhada, impulsionando meu quadril para frente, encaixando aos poucos seu pau dentro de mim. Mordi os lábios com força, choramingando de prazer e dor. Eu sentia os meus músculos se esticando, tentando acomodar seu tamanho, minha boceta engolindo-o por inteiro.

– Oh! Você está me esmagando! - seu gemido rouco arrepiou meu corpo, Namjoon segurava seu peso com seus braços em cada lado da minha cabeça, enquanto eu o aprisionava dentro de mim.

– Mo-mova seu quadril devagar… pra frente - ordenei, arranhando suas costas.

– Assim? - perguntou, se movimentando.

Ele agora entrou todo em minha boceta, me senti tão completa como jamais estive. Era surreal, eu sentia ele preencher cada espaço dentro de mim, como se eu tivesse sido feita apenas para ele.

Sorri extasiada. Mais. Preciso de mais

– Repete – pedi, Namjoon seguindo meu comando.

Meu corpo se movia por causa dele, o seu movimento sendo ditado por meus pedidos cada vez mais agonizantes.

– Mais. Mais. Mais! - Ele agora sabia o que tinha que fazer, seu instinto o guiando. A cada estocada profunda, sentia sua glande atingir meu ponto G.

– Ah! - Namjoon gemeu em meu ouvido, sem conseguir se controlar, seus movimentos mais fortes e ritmados.

– Isso Nam, me fode assim! Porra! - Gritei, sentindo os espasmos mais violentos, meu clitóris raspando em sua pele, causando um estímulo em dobro em mim.

Eu não vou aguentar por muito tempo.

Mais alguns segundos, meu orgasmo veio brutal, não percebendo que tinha morrido seu ombro, abafando meus gritos em sua carne.

Ele ainda continuava.

Continuava a me foder. Minhas lágrimas denunciando o quão sensível estava.

– Namjoon! - Apertei suas nádegas, sentindo a dureza em meus dedos, empurrando mais seu quadril contra meu íntimo. Eu só poderia ser masoquista.

– Eu não consigo parar - arfou, seu semblante em um misto de sofrimento e deleite. Eu sabia o porquê.

Lambi sua bochecha esquerda, tomando sua boca para mim, beijando seus lábios e chupando sua língua, circulando-a com a ponta da minha. Isso o fez aumentar a velocidade dos seus movimentos, mantendo o ritmo até sentir seu limite chegar. Seu gozo preencheu minha boceta, transbordando para fora, melando nossos sexos com nosso prazer.

Eu ainda o beijava. Não estava sendo gentil, eu queria ser tão intensa quanto ele. Namjoon libertava algo dentro de mim que não sabia que existia. Senti meu corpo mole, minhas pernas deslizando para baixo, o que o fez colocar de volta no lugar.

– Eu sinto uma agressividade dentro de mim, uma vontade de devorá-la inteira - sua voz me tirou do devaneio, seus dedos alisavam minha bochecha vermelha, tocando meus lábios feridos.

Beijei seus dedos, fazendo o mesmo com ele. Namjoon era lindo. Não apenas por sua forma humana, mas em todas. Eu sentia que estava sendo atirada em um penhasco, ao desconhecido, o que eu estava sentindo em meu peito… me deu medo por pensar em não ser apenas desejo

 – Você pode – pode fazer o que quiser comigo.

A contragosto, senti Namjoon sair de dentro de mim, seu pau pingando de excitação, sorrindo de maneira devassa ao que eu acabara de dizer. Ele se ajoelhou em minha frente, segurando minha perna direita para seu ombro, deixando esticada.

– Quero fazer o mesmo que você fez, quero compensá-la. Eu só penso em beijar você, por inteira. Isso é normal? - perguntou, sem tirar os olhos de mim.

Minha respiração falhou em conjunto com as batidas de meu coração, me derreti sendo coberta pela expectativa e por algo mais, mais forte, como uma espécie de certeza.

– Sim, sim. Eu também sinto.

Eu observei cada ato seu ansiosa, estava exausta, mas eu queria saber até onde ele iria.

Até onde sua curiosidade o levaria.

Sua boca foi em direção a minha panturrilha, tocando seus lábios inchados em minha pele alva, deixando beijos lentos e molhados.

Às vezes sua língua lambia minha pele.

Outras vezes seus dentes me mordiam. Tudo isso subindo para minha coxa, refazendo o mesmo com a outra perna.

Ele me saboreava no seu tempo.

– o jeito como seu corpo reage, é o que mais gosto de ver, Faith - ele subiu os beijos para o inferior da minha coxa, limpando o meu gozo e o dele, indo mais perto para minha vulva.

Sentia minha entrada piscar, meu coração aumentando a batida toda vez que sua boca chegava mais perto.

Eu estava muito sensível. Nunca havia chegado a esse ponto.

– Namjoon, por favor - supliquei, arqueando minhas costas, levantando meu quadril mais ao seu encontro.

– Eu gostei como ela me apertou - gemi com a forma que ele se referiu meu sexo - fico me perguntando se fará o mesmo novamente.

Não entendi o que havia dito no final, minha visão ficando turva embriagada pelo desejo.

– O que você… Aaah - gritei surpresa, olhando incrédula ao ver Namjoon penetrar sua língua dentro de mim..

O ato inesperado me fez jogar meu quadril pra frente, mantendo meu corpo naquela posição, com namjoon enfiado com o rosto em minha boceta. Sua língua serpenteia em minha cavidade, sorvendo cada gota minha, como se estivesse bebendo algo delicioso e sua sede fosse o alimento de sua veracidade.

Eu gemia sem controle, não me reconhecendo.

Sentia sua boca chupar meus lábios maiores, sua língua brincando com minha entrada, subindo para meu clitóris onde fez questão de prendê-lo em seus dentes, apertando meu nervo inchado.

Doía.

Mas de prazer. Segurei seus cabelos, empurrando-o seu rosto mais dentro de mim, desesperada com as sensações que me atingia como avalanche. Namjoon me fez deitar novamente no chão, ainda com sua boca em mim, trocando nossas posições, onde fiquei em cima de seu rosto, sentada em sua boca.

Ele segurava minhas coxas, usando meu peso para sua língua entrar mais dentro de minha boceta.

Não consegui controlar meu corpo em ficar parado, esfregando meu íntimo mais em seu rosto. Eu estava tendo o melhor sexo oral da minha vida. O Alien não parecia cansar. Na verdade, seu fôlego se mantinha sob controle, completamente diferente do meu, onde meus pulmões ardiam em busca de ar.

Eu estava fodendo sua boca e sua língua estava me fodendo. Era impossível mas sentia que seu músculo se esticava mais, circulando em volta das minhas paredes. Meu clitóris foi sugado por ele, forte, sem parar. Meu orgasmo veio de forma avassaladora, inundando sua boca com meu gozo, tomando tudo.

Ele sabia que eu iria gozar. E por isso me manteve presa em seus braços.

Meu corpo tremia, minha mente ficou em branco por alguns segundos. Eu caí para trás, sendo segurada por ele. Namjoon me aninhou em seus braços, me mantendo em seu colo. Ele estava do mesmo jeito, parecia satisfeito, sua expressão se aliviando.

Ainda lambia os lábios para limpar o que ainda tinha meu, os olhos mais intensos que no início da noite.

– Você é muito deliciosa, Faith - disse, beijando minha bochecha, como eu tinha feito com ele.

Eu tentei falar, mas só tive forças para sorrir, arrancando uma risada leve dele.

– Queria que tivéssemos mais tempo juntos.

– Eu também - consegui finalmente buscar minha voz, algo dentro de mim se apertou a sua fala. Não teremos mais tempo. Forcei minha mente a expulsar aquele pensamento, não posso pensar nisso como algo negativo - O que achou? Do prazer humano?

– É intenso, não consigo explicar em palavras - Namjoon ainda me mantinha em seu colo, me segurando com delicadeza, sempre acariciando meu corpo - teve momentos que não me reconheci.

– O sexo entre os humanos vai além do instinto, nós buscamos o prazer. Há momentos que são apenas carnais, outros vão além.

– Estou feliz por ter sido com você - confessou, sentindo meu corpo esquentar por isso. Uma vergonha me atingiu e a vontade de esconder o rosto foi difícil de segurar.

– Eu também.

Ficamos abraçados por um tempo, sem precisar dizer uma palavra, apenas aproveitando a companhia um do outro. Eu me sentia nervosa e ao mesmo tempo ansiosa. Sabia que precisávamos ir, mas não queria sair dos seus braços.

– Quanto tempo temos? - perguntei, minha cabeça apoiada em seu ombro, observando seus dedos entrelaçados aos meus.

– Pouco - disse, formando pequenas estrelas pousadas em nossas mãos.

Fiquei observando a pequena constelação em minha palma, as mudanças de cores controladas por ele, sentia a energia emanada por aqueles átomos, percebendo que seria a última vez que sentiria algo assim.

Ele nos manteve naquele cubículo até não poder mais, me ajudando a levantar e vestir minha roupa que a minutos atrás estavam sendo arrancadas por ele. O silêncio não era desconfortável, mas meu peito doía. Sinto falta dos meus avós, da minha vida, sabia que tinha que voltar, mas porque a vontade de chorar?

Sabia que não poderia. Desde o início, então não posso exigir outra coisa.

Ele vestiu suas roupas, deixando o sobretudo para mim. Saímos do quarto, descendo as escadas, ele tomou minha mão, entrelaçando-a até estarmos fora do hotel.

– Precisamos nos apressar - falou, quebrando o silêncio entre nós – Vem aqui, suba em minhas costas.

– Em suas costas? - perguntei, rindo – Vai me carregar até chegarmos lá?

– Sim, e se segure, vou acelerar na corrida - se agachou ao meu lado, esperando eu realmente subir nele.

Senti um entusiasmo por aquilo, não estávamos estranhos um com o outro, isso era bom.

– Se disser que sou pesada, vou dar um cascudo em você - subi em cima dele, circulando minhas pernas em volta de sua cintura ao mesmo tempo em que segurava em seu pescoço.

O tamanho de seu tronco não deixava de me surpreender, parecia que eu estava abraçando uma pedra enorme, mas macia e musculosa.

– Olhe lá nessa correria, eu não quero caaaaaiiir aaaaaahhhhhh - Namjoon acelerou o passo, correndo pelas ruas iluminadas, em uma velocidade sobre humana - Meu Deus, vou cair, vou cair!

– Não vai! - ele ria, segurando minhas pernas, sem diminuir o passo.

Os prédios se tornaram borrões em nossa volta, o vento frio chicoteava meu rosto, balançando meus cabelos, as pessoas ignoravam nossa presença, como se aquilo fosse algo normal de se ver. Abruptamente, Namjoon parou em um beco, e vi que estávamos em um local mais alto, com paredes altas, sem que pudesse ver o que havia dentro, a parede diante de nós não era simplesmente alta, era colossal, não podia ver seu topo, se perdia nas nuvens, como infernos iríamos atravessar isso eu não sabia. O súbito aperto das mãos de Namjoon em minhas coxas me deram o nervoso dos planos dele, engoli seco e apertei meus braços ao seu redor.

Eu sabia que ele estava sorrindo. Seu espírito era aventureiro, movido pela sua curiosidade. E como suspeitava, o alien escalou a parede, a facilidade como subia ainda comigo em suas costas me deixava espantada. Não me atrevi a olhar para baixo, chegamos mais ao topo até estarmos na beirada da parede.

A visão da cidade naquela altura me lembrava Nova York, brilhante com seus prédios altos e pessoas sempre apressadas. A diferença é que aqui tinha naves espaciais sobrevoando de perto os monumentos e telões neons.

O frio já não me incomodava tanto, o sobretudo de Namjoon esquentava bastante.

– Há andróides e máquinas vigiando os pontos mais altos da fortaleza, então vamos ter que ser mais cautelosos - disse, aproximando seu rosto no meu, quase encostando seus lábios em minha bochecha.

– Tudo bem - consegui dizer, mesmo sem desviar meu olhar de sua boca.

Ele pulou para dentro da construção, controlando a queda ao segurar nas paredes, até pousar no chão duro. Não tinha nada que pudéssemos ficar escondidos, o chão era liso e sempre tinha sentinelas iluminando o local.

Só estávamos conseguindo passar despercebidos devido a sombra feita por Namjoon, que nos mantinha ocultos.

Eu não tinha ideia do quão grande era esse forte, mas o alien sabia muito bem onde estava indo. Fiquei calada, controlando minha respiração que batia em seu pescoço incessantemente, ficando distraída com a reação de sua pele arrepiada. Ele continuou agachado até se encostar em outra parede, onde tinha uma janela aberta a uns quatro metros. Lá eu conseguia ver o céu estrelado, a luz do luar iluminando nossos rostos.

Subimos novamente, sendo a primeira a entrar por aquela brecha. Namjoon seguiu meu braço, e eu sabia que tinha que pular. Aquela sombra dele se envolveu por minhas pernas, me ajudando a pousar no chão. Esperei ele descer também, e assim que voltou a ficar ao meu lado, pude só agora admirar o que havia atrás de mim.

O céu era completamente aberto, e ali as árvores preenchiam totalmente o ambiente. Olhei para os lados, não conseguia enxergar o fim dela, realmente era uma floresta densa. Namjoon tomou minha mão e começamos a entrar nela, andando lado a lado.

Senti o cheiro familiar de terra molhada, a imensidão nos engolindo, galhos se entrelaçados uns nos outros, formando uma proteção em cima de nós.

A floresta estava viva, os animais ainda corriam por ela, às árvores estavam majestosas, só que muito maiores do que aquelas que existiam em minha época, olhando bem pude perceber que talvez fossem as mesmas árvores, elas agora eram milenares, seus troncos estavam grossos, vimos um grupo de aves cortarem as nuvens em revoada e para minha surpresa esses também eram bem maiores do que os da minha época, longas asas com envergadura que devia equivaler a minha altura, coloridos, com garras maiores, seria uma evolução ou uma mutação?

– Já entrou aqui ? - perguntei a Namjoon, curiosa por ele saber realmente onde estava indo.

– Já, algumas vezes. Esse lugar me atrai. De uma forma estranha, me sinto bem aqui.

– Eu entendo, meus pais me levavam sempre que podiam para dar uma volta na floresta. A trilha já era conhecida.

– Sente muita falta deles?

– Todo dia, mas sinto que não estou só. Essa noite foi a prova disso.

– No meu povo, quando estamos perto do nosso fim, o que nos compõe se mistura ao universo, nos tornando um só - Namjoon segurou minha cintura, me ajudando a subir por cima de um tronco quebrado, voltando a andar - isso quer dizer que voltamos ao inicio, juntos novamente ao que somos. 

– Seus olhos, eles são o céu estrelado.

– É o que sou.

Paramos de frente a uma árvore, tão majestosa quanto a da minha terra, só poderia ser ela. Ainda mais antiga e poderosa.

– É ela - disse, se virando para mim.

– Sim.

Senti minhas mãos suarem embaixo da sua, um aperto cresceu em meu peito e a dor familiar na garganta começou a aparecer. Não queria ir embora, uma culpa me atingiu por ter esse sentimento. Eu tinha que voltar para casa. Não era? Meus avós estão lá, minha vida, meu trabalho. Não posso ficar aqui e abandonar tudo.

Foi apenas uma noite. Eu não posso. Não sou daqui.

Lágrimas esquentaram minhas bochechas e Namjoon levantou meu rosto delicadamente, ele estava sereno.

Será que sentirá minha falta?

– Chegamos a tempo - ele enxugou minhas lágrimas, limpando-as.

Tempo.

– Sim. - A velha angústia dominou meus pensamentos. Não pude me despedir dos meus pais, mas ter que dar adeus a Namjoon está sendo mais doloroso do que eu poderia imaginar.

Eu...não entendo. Esses sentimentos…tão fortes.

– como você fez? O que acontece? - perguntou, olhando em volta.

Ignorei suas perguntas, focando meu olhar em seu peitoral, que antes estava deitada,  queria abraçá-lo.

– sentirá minha falta? - ele voltou a me encarar, ficando em silêncio. Meu coração estava descompassado, cada batida violenta em minha caixa torácica pareciam tambores ritmados.

– Eu nunca irei esquecê-la Faith. Mesmo depois que partir, mesmo depois de séculos sem você, ainda estará em minha mente.

Eu deveria sentir um alívio, mas só me fez chorar mais.

– Não entendo tudo que acontece no universo, mas conhecer você, estar e sentir você, me fez vivenciar algo novo - Namjoon juntou suas mãos cada lado, segurando meu rosto, se aproximando mais de mim - os humanos são extraordinários. Você é única, e me ensinou tanta coisa em tão pouco tempo, principalmente algo que não sabia que iria sentir.

– Eu… não quero ir embora - solucei, minhas pernas fraquejando.

– Tenho medo de não conseguir protegê-la aqui. Não posso pedir a você para ficar. Algo aqui dentro - ele tomou minha mão, pousando em seu peito, posso não sentir seu coração, mas sentia sua energia - está doendo, só de imaginá-la partir.

Afirmei com a cabeça, puxando-o para mim. Pulei em seus braços, alcançando seus lábios. Meu rosto molhado pelas lágrimas escorregava, minha boca ansiando pela sua, sentindo a textura suave de sua pele.

Precisava guardar cada detalhe seu, nem se eu quisesse, poderia esquecê-lo. Nossas bocas duelavam entre si, sua língua brincando com a minha, acompanhando minha urgência no beijo trocado.

Seus dentes puxaram meu lábio inferior, mordendo devagar, enquanto eu arranhava sua nuca, apertando seu corpo mais junto ao meu. Mesmo sem querer, precisei respirar, parando o beijo, mas Namjoon ainda me beijava. Seus lábios desceram por meu queixo, mordendo-o, descendo mais para meu pescoço, onde beijou, lambeu, mordeu, arrancando de mim gemidos e arfadas.

Senti minha excitação molhar meu íntimo, friccionando meu sexo em seu. Namjoon enlaçou minhas pernas em volta de sua cintura, andando a passos cegos até sentir minhas costas baterem em um tronco de árvore áspero atrás de mim. Seus beijos desceram mais para meu busto, mesmo com o tecido cobrindo, ele beijava meus seios. Arqueei minhas costas, sem segurar os gemidos que escapavam de mim.

Eu precisava tê-lo de novo, só de pensar em ser a última vez, meu peito ardia.

– Faith - me chamou, voltando aos meus lábios, sua voz estava trêmula.

Eu me perdi nas sensações, beijando sua boca com mais ânsia.

– Faith! - novamente, me chamando, agora afastando um pouco sua boca da minha – Alguém está vindo.

Demorei para entender o que ele havia dito, me colocando de volta ao chão, ligando seus sentidos, seu corpo entrando em alerta.

– O que? - procurei algo que pudesse identificar alguém, mas não enxergava nada além de árvores.

– Detectaram nossa presença - assim que Namjoon terminou de falar, aeronaves sobrevoaram acima de nós, alguns andróides, em torno de dez pousaram, eram grandes, quase três metros de altura, junto deles estavam aqueles soldados que nos perseguiram mais cedo.

Eu fiquei atrás de Nam, procurando alguma saída que pudéssemos usar. Mas aí, um zumbido chamou minha atenção, era o mesmo que ouvi na floresta de casa, olhei para a grande árvore, pequenos vagalumes pousaram em seu tronco. E bem no canto, onde poucos poderiam perceber, havia uma brecha. Pequena, mas suficiente para alguém passar.

Namjoon começou a se modificar, sua aparência voltando daquela forma, ele crescia em minha frente e seu olhar voltou para mim.

- Preciso que vá para a árvore, faça o que tem que ser feito, eles podem machucar você! Faith! vá - insistiu ele, rugindo de volta para os soldados em nossa frente. As máquinas avançam por entre as árvores, sem se preocupar com a vida em sua volta, mesmo sendo um local sagrado.

- Espera Namjoon, e você? Eu não posso te deixar aqui sozinho, vão te machucar - pedi, meu corpo se tremendo com a adrenalina. Um andróide avançou em nossa direção, a cauda longa de Nam o partiu ao meio com uma facilidade absurda.

- Soberano, pare de reagir! Temos autorização para usar o uso da força - o soldado mais alto tomou a frente, sendo o líder daquela abordagem. Namjoon não lhe respondeu, mas o ambiente em nossa volta começou a mudar, trazendo uma névoa escura ao nosso redor, construindo uma barreira entre nós e os guardas.

Eu sabia que aquela névoa vinha de Namjoon, pois pequenas estrelas cintilavam em um cenário de um céu estrelado. Tentei tocar com minhas mãos, mas elas fugiam de mim, olhei novamente para Namjoon e ele estava como o conhecia. Aquilo mistério em seus olhos, sempre vou lembrar deles…

Ele sorriu para mim de um jeito terno, que fez meu coração doer mais ainda. Eu não quero ir.

- Namjoon, eu...o que sinto por você, eu preciso dizer - eu não controlava minhas lágrimas, elas embaçando minha visão, deixando tudo turvo.

- Eu sei Faith, eu sinto você.

Flash de fogo começou a penetrar naquela proteção, os barulhos se tornando difícil de ouvi-lo. Quanto mais demorava aqui, mais atravessavam a névoa. Ele veio para perto de mim, suficiente para sentir seus dedos em meu rosto. Fechei os olhos aproveitando aquele mínimo, mas intenso contato, me desesperando ao vê-lo se afastar.

- Espera! Nam-Namjoon - seu sorriso ainda estava ali, sereno. Suas estrelas me envolveram, não percebi que estava tão perto da árvore, e em um empurro, fui puxada para dentro do antigo. Meu último olhar foi nele, seus lábios se movendo, em um sopro de despedida.

- Alias, meu nome é Orion.

 

(---)

 

Macio. Foi a primeira coisa que veio à minha mente ao acordar. Abri os olhos, me deparando com o céu escuro, sem estrelas, sem luz. Tentei me levantar, ficando em pé, mesmo com a vertigem de tontura me atingindo.

E ali estava a árvore. Estava em casa.

Casa.

Não havia vagalumes iluminando a floresta. Estava tudo tão escuro e opaco. Meu peito rasgava em uma dor agonizante. Não é justo. Após anos sozinha, sem me conectar com alguém, me é tirada essa chance.

Namjoon.   

Eu já sinto sua falta. Por que tem que doer tanto? Toquei a árvore, e não tinha nenhuma brecha, nada que me pudesse confirmar que não foi o sonho, se não fosse pelas roupas, teria sido um delírio. Seu casaco ainda estava comigo, aquele pedaço de pano fora do tempo, ainda me esquentava, mas sentia frio. Algo interno, que congela meus membros, me deixando parada no mesmo lugar, perdida.

Deixei-me vagar, não sabia como tinha achado o caminho de volta, mas as luzes das ruas, ainda amarelas, se juntaram aos primeiros raios solares do dia. Entrei no gramado de casa, sem precisar bater na porta. Vovó Celine estava me esperando.

Como se tivesse sentido, ela foi até mim, abraçando meu corpo gélido com força, como se pudesse recolher cada pedaço quebrado de um vaso frágil.

Deixei as lágrimas me lavarem novamente, vovó praticamente me levando para dentro, não percebi que eu já estava em meu quarto. Ali mesmo, continuei desabando, sendo ninhada pelos braços calorosos e aconchegante dela. Pelo seu cheiro familiar de canela e café…

Contei tudo para ela, da floresta, da árvore, do futuro, de Namjoon… precisava desabafar, tinha que saber que não era um sonho.

Vovó não me questionou. Em nenhum momento.

Ela acreditou. E ficou comigo até quando eu estivesse mais calma.

Poderia contar para você agora os dias, semanas, meses em que duvidei da minha própria sanidade e cada lembrança sendo um mártir em minha rotina.

Voltei para os Estados Unidos algumas semanas depois. Eu não vou esquecê-lo. Em umas noites solitárias em minha sala, olhando para o céu estrelado, eu tive a ideia mais improvável e louca que poderia ter. Livros são meu objeto de estudo e são coleções de Namjoon. Lembro de vê-lo no local que lembrava a biblioteca. Eu deveria tentar.

De livros de receita aos clássicos de Shakespeare, em cada exemplar que eu achava, escrevo um recado para ele, em seu futuro. Todo dia, sempre que podia ter uma brecha, deixava palavras nas páginas gastas, mesmo sabendo que poderia ser um tiro no escuro. Precisava avisá-lo que voltaria ao festival ano seguinte.

"Namjoon, vou te encontrar novamente"

"Eu ouvi seu nome, Orion. Não é tão complicado de pronunciar"

"Teve uma noite com muitas estrelas onde moro, me lembrou seus olhos"

"Me espera Nam…"

Faltavam dois meses para o Samhain, o ano tinha passado mais rápido do que imaginava, já tinha planejado tudo. Pedi demissão do meu trabalho, aos poucos apagando os meus rastros um dia deixados na cidade onde nunca dorme. No início de outubro, voltei para Irlanda.

Contei o que faria aos meus avós, eles se preocuparam, mas não me impediram. Eu contava os dias para a noite da fogueira. O medo de fracassar era tão grande que acordava de madrugada suada, ansiosa.

 

(---)

31 de outubro de 2022.

Estou indo embora essa noite. Se alguém chegar a achar, e tiver curiosidade em ler, espero que tenha dado tudo certo ao final.Minha fantasia foi escolhida para ele. Usava um vestido comprido, mesmo modelo do antigo de mamãe, mas num tom azul escuro, brilhante. Novamente, fui desenhada por aqueles traços. Vovó finalizou minha roupa com aquele seu toque único,  eu havia tatuado a constelação de Orion em minhas costas, parecia que tudo se conectava. Vovó e vovô me acompanharam até o início da floresta, eles iriam para a fogueira dançar em minha homenagem, estavam lindos em suas roupas celtas.

A despedida não foi dolorosa, se tem algo que aprendi nesse tempo é nunca estaremos só, as pessoas não partem realmente, simplesmente não estão no mesmo plano que nós. Eu vou vê-los de novo, assim como mamãe e papai. Segui meu caminho adentro, sentia o instinto dentro de mim, sabia cada passo que teria que dar em frente, onde chegar, eu sabia onde estava indo. Não precisei procurar muito pela árvore, um pouco longe, se ouvia os tambores, as melodias envolvendo o antigo.

Olhei para o céu, a lua minguante em sua plenitude, iluminando com sua luz azul o jardim de flores ao meu redor. Novamente, o zumbido.

Sorri sem medo. Estou quase lá.

Pequenos vagalumes se aninham às raízes das árvores, milhares e milhares aparecendo, mais que no ano passado. Eles eram os guardas do portal, eram sentinelas que iluminavam meu caminho até a brecha.

Estava menor, mas ainda presente.

Andei até ela, um vento leve acariciou meu queixo. Olhei pela última vez para trás, em uma saudação de agradecimento e segui em frente, me agachando até sentir a gravidade me empurrar novamente. A nostalgia me atingiu, o sentimento era outro. A queda se tornou minha conquista, as luzes ofuscaram meus olhos, fechando minhas pálpebras até sentir a água embaixo de mim.

Mas ela não veio.

Em seu lugar, senti uma névoa me rodear, mãos quentes envolvendo meu corpo, aproximando-o para mais perto.

Meu coração vacilou uma batida. A primeira coisa que vi foram seus olhos, tão intensos como antes, ele estava maior. Havia crescido. Puxei seu corpo extasiada, a felicidade dentro de mim transbordando intensamente, não conseguia parar de tremer, eu chorava de alegria, abraçando forte seu pescoço, não querendo nunca mais sair de perto dele.

Namjoon ria, sua voz rouca acariciando minha nuca.

– Você viu meus recados - afirmei, espalhando beijos por todo seu rosto. Estava aliviada.

– Não acreditei no início, pensei que estava delirando, mas quando vi mais deles, cacei todos os livros dessa terra, guardando cada um. Eu esperei por você Faith - Ele encostou sua testa na minha, me protegendo com seu corpo. Eu parecia uma criança perto dele.

– E agora? O que faremos? - poderia ficar aqui com ele o tempo todo.

– Ficamos juntos.

– Promete? - as pequenas estrelas nos envolviam agora, como um manto noturno. Para onde estamos indo?

– Prometo, minha Faith - Namjoon acariciou minha bochecha, encostando seus lábios aos meus, em um beijo cheio de saudades.

Foi melhor que um aperto de mão.

.

.

.

O que eu poderia dizer agora, não seria suficiente para contar tudo a você, meu caro leitor. Se chegou ao final da página, bom...quero fazer um pedido. Cuide do antigo, proteja e preserve. Acredite.

Espera, sei o que dizer, pelo menos uma parte. Ficamos juntos, vivemos e nos amamos intensamente. Cada ano era memórias constituídas nessa vida. Minha vida foi se passando e ele continuou ao meu lado.

Viajei por tantos lugares. Namjoon me levou para cada planeta de minha galáxia, e depois que visitamos todos, fui para outras. Tentei conhecer a dele, mas meu corpo não era compatível com sua matéria.

Descobri que era infértil. E descobri que sou uma boa mãe. Aprendi a lutar, conhecendo tantos seres, alguns não foram tão amigáveis conosco. Ensinei todas as línguas que sabia a Namjoon e ele me ensinou a manipular as estrelas. Tivemos muitas casas, a minha preferida continua sendo na terra. Não perco um festival e ele adorava me levar para dançar.

Nos amávamos todas as noites. Confesso que continuei sendo sua professora. Adorava contar as coisas sobre nós, humanos. Ele era o amor da minha vida. Não importa o quão diferentes éramos, sempre me sentia completa com ele.

Engraçado que me apaixonei em uma noite. Só precisou de algumas horas ao seu lado para conhecer seu amor. Eu envelheci. Ele mudou por mim, mesmo que não precisasse. Meus cabelos ficaram até branquinhos como de vovó, Namjoon sempre falava que lembrava algodão, quase azulados.

Quando parti, ele foi comigo.

Vi sua forma mais pura.

Não tive medo. Faz tempo que não sinto medo. Sabia que não encontraria escuridão do outro lado. Há muitas camadas, muitos momentos, muitas memórias. Só não lembramos em vida. Posso dizer que cada átomo do meu corpo foi criado em uma estrela e o que começou, teve seu fim, voltando ao lugar de onde veio. Matéria, elétrons, átomos, e a mais pura energia se expandindo pelo universo.

Minhas memórias, minha personalidade, tudo o que eu conhecia se desfez. Não conheço meu novo Eu agora. Bom, não ainda.

Talvez seja tudo um sonho.

Talvez a vida seja um sonho.

Todos nós somos uma constelação, no final de tudo. Apenas pó e energia vibrando entre o cosmo infinito.

 

"Coloratura

Nós caímos entre as nuvens

E todos antes de nós

Estão lá nos dando boas vindas agora

É o fim da morte e da dúvida

E a solidão está lá fora

Coloratura

O lugar com o qual sonhamos

As melodias dentro de você

E o amor vem se derramando

E todos são permitidos"

(Coldplay – Coloratura)


Notas Finais


Vocês tão ouvindo meu choro? Porque se sim são o de vocês, é isto :')

Agradecimentos para @dyalousty pela betagem carinhosa, @Xxpujinxx pela capa maravilhosa e claro @Betyfnx pela história incrível que fez nos emocionar mais uma vez!! E, claro, a você que leu até aqui♡¡¡

Sigam o @STproject para acompanhar mais obras como esta e até a próxima♤¡¡


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