vanellope dançava muito peculiarmente, nenhuma dança o corpo domando-lhe de maneira a deixar ralph em constrangimento.
o rapaz sentia arderem-lhe as bochechas - "mas que cacete essa mina...?", bem suja a mente hoje. pois não era possível, não era admissível estarem pensamentos tão indevidos surgindo pela cena ali.
vanellope von scheetz estava sensualizando. dançando, de fato, mas ainda sensualmente.
desde quando ela conseguia movimentar daquela maneira cintura?! - uma curva sinuosa embora o moletom largo não revelasse muita coisa dela. ossos de caveira constratando com a cor escura, cabelos lisos e lustrosos embora as suas raízes em semelhante tom esverdeado estivessem pintadas. sem usar sequer algum short, ao menos o tamanho da roupa e o comprimento das meias livravam-na do gélido frio.
"cara, o que eu faço?", mas ele estava vidrado, chocado demais para qualquer ação tomar perante a performance da amiga.
a von scheetz estava espertamente ciente disso, atrevendo-se mais aproximar do outro para cercá-lo no seu próximo bote: pousando as mãos sobre a cintura alheia, o olhar firmemente não desviava dele mesmo precisando dar uma atenção ao cinto.
- von scheetz, tá chapada? - ele perguntou-lhe seriamente, somente aquilo sendo uma explicação suficientemente digna para especulações rápidas.
ela dançantemente abaixou-se àquela altura, um rubor ardente em ralph vendo ela lambendo os beiços. completamente atônito, sabia estar perdendo aos poucos o controle com aquela visão infernalmente paradisíaca.
- você não tava brincando quando disse estar carente - julgando-se entendido ao agarrar-lhe o punho.
- mas você é mesmo um burro! - imediatamente estragando o clima.
empurrou-o ao saltar da mala, indo até a cama de ralph para pegar o celular jogado. entrementes, quando virando-se à porta, foi sua vez de revirar os olhos por lidar com um impedimento.
- vaza, ralph.
- não vazo não, o quarto é meu.
- me diga o que você quer!
- me diga o que quer você!
batendo o pé ela enfurecida, ralph vendo seus soltos cabelos quando ela virou-lhe as costas.
"amigos só dão trabalho!", às vezes se deliciando com os antigos tempos em que era solitário - antes de quase vanellope atropelar-lhe ao sair velozmente da garagem.
"- mas que inferno, porra!
saiu do carro enfurecida, não pensando duas vezes ao subir em cima de ralph.
- o que tava fazendo na calçada?!
- a calçada é propriedade pública! - embora não propriedade tecnicamente, sem pensar direito com ela tão agressiva agarrando-lhe assim.
- mas o caralho da garagem é minha, e a calçada considero parte da garagem!
- tá, tá! boquinha suja! só não amassa minha camiseta!
soltando-lhe ela então quase imediatamente, uma sobrancelha levantando ao reconhecer o símbolo.
- gosta de alternativa eletrônica?
- sempre escuto música assim no meu quarto.
- tá me chamando pro abate?
- isso é distorção de sua mente pervertida!!!"
mas ela não pensara tão pervertidamente (ao menos foi o que acreditou ao levá-la), passando ambos aquele fim de tarde trocando recomendações de bandas quase nunca aparecidas na playlist do spotify aleatória.
seguia as mesmas músicas ressoando pelo quarto, o lugar onde sua adolescência compartilhara com aquela menina - gradualmente sua melhor amiga, as muitas confusões e gostos peculiares em comum frutificando a convivência entre eles.
- você quer jogar tudo fora! - ela enfim as palavras cuspira - se já está me ignorando desse jeito imagine quando voltar do resort!
"ah, tá!", então era isso, ralph lembrando muito bem o quão babaca sua família fora. apresentando ela em um jantar, não dispensaram modos extremamente rudes consigo, praguejando que aquela amizade só estimularia ainda mais más influências. naquela mesma divisória noite, puxou propositadamente e irado o pano bordado da mesa, mostrando estar ao lado de vanellope ao levar tanta sobremesa para o chão.
assim escolhendo sua sina, passou a ser a ovelha negra da família nesses seus posicionamentos revoltosos, anos de uma conturbada juventude lhe pintando traços de sabedoria.
- vou te dizer, garota: não é porque eu tô afim de fazer as pazes que deles vou lamber seus pés. mas se quer que eu fique sozinho sempre, talvez não seja minha amiga tanto assim.
- nem fodendo.
vanellope pôs as mãos sobre o rosto, uma risada compulsivamente afetada ficando cada vez mais audível.
- você sofre esquizofrenia?! pois deve achar que fui uma amiga imaginária por todos esses malditos anos!
- não venha distorcer as coisas! insinuei que deveria estar feliz por me ver finalmente sendo aceito!
- aceito, você?! tem um monte de roupinha social enchendo a porra da sua mala!! qual é o próximo passo?! fazer uma reforma no quarto?!
- por que não? pode ser! - o timbre da voz claramente irônico.
- ah, é assim?!
vanellope subiu para cima de sua cama, começando a arrancar os pôsteres espalhados entre as duas paredes.
- o que você tá fazendo, sua louca?! - puxou a menina pelo braço, ela furiosamente soltando-se para a "reforma" prosseguir ao som de renfortshort.
caíam lágrimas dos castanhos olhos, o choro dela se intensificando quando ralph puxou-a para si.
- vanellope! vanellope! - chamando o nome imperiosamente, grandes mãos em sua face pousando enquanto lhe encarava as orbes - você anda muito estranha. só para, por favor.
ele precisava altear a cabeça, caso quisesse olhar para vanellope de pé em cima de sua cama. com as bochechas extremamente rubras, fungava esta em uma tentativa esforçosa de parar com o choro.
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