Como a um impulso minhas pernas deram sinais de vida e a única coisa que passou pela minha cabeça foi correr...correr para o mais longe possível, correr para o mais distante dessa cena deplorável que esmigalhou meu coração em frágeis estilhaços, correr de tudo isso que me vêem acontecendo e principalmente correr de Sesshoumaru
-Rin!
Ouvi a grave voz me chamar oque só me causou ainda mais dor, ignorei por completo e segui até as escadas, eu não aguentaria ter de esperar o elevador e correr o risco de ser alcançada. Passei pelas portas e comecei a descer os lances de escada desesperadamente, algumas vezes tinha de esfregar os olhos para que as lágrimas não embasassem por completo a minha visão, eu soluçava oque só dificultava mais ainda o meu fôlego para descer aquela absurda quantidade de degraus na velocidade em que estava. Quando cheguei ao térreo meu coração se aliviou em partes, empurrei as portas de uma só vez e continuei correndo, ignorando por completo os olhares que muitos ali lançavam para mim
Assim que sai da empresa e cheguei a calçada foi como se um choque de realidade me atingisse
"Para onde eu vou?"
Como a um instalo inconsciente a ideia me veio e no momento eu apenas resolvi adotá-la como certa, ou pelo menos a mais sensata
Voltei a correr mas dessa vez eu tinha um rumo a seguir, não via a hora de chegar logo e de alguma forma tentar arrancar essa coisa ruim que eu sentia dentro de mim, mesmo que fosse com uma simples conversa ou um desabafo
Quando dobrei a esquina da confeitaria eu não mais corria, havia perdido o fôlego a tempos atrás, porém, não poderia dizer o mesmo quanto a meu choro que não cessou. Tudo estava apagado e não haviam mais clientes e nem funcionários, provavelmente eu perdi a noção do tempo em que fiquei andando pelas ruas, ou melhor dizendo, eu havia demorado demais para chegar até a confeitaria devido a considerável distância em que percorri a pé. Alguns relâmpagos começaram a iluminar os céus de toda Tóquio e quando um raio foi audível eu me encolhi
Eu me sentei no banco que ficava em frente ao estabelecimento sentindo as primeiras gotas geladas me atingirem com força, meu olhar estava vago, e silenciosamente minhas lágrimas se mesclavam junto a chuva
"Aonde eu estava com a cabeça quando decidi entregar meu coração para aquele youkai que odeia humanos? Quando foi que eu me apaixonei por ele? Eu nem ao menos percebi...e agora eu não sei mais oque fazer, me sinto frágil mais principalmente tola!"
-Rin? Por Kami onde esteve? E... Oque houve?
Aquela voz...assim que atingiu meus ouvidos foi como a mais bela canção de paz, virei a cabeça lentamente para o lado deparando-me com o meu chefe que começava a ficar com as vestis encharcadas assim como as minhas
- Naraku...sama - sussurrei
- Oque houve Rin? - ele se aproximou e tocou meu rosto
- Por favor - fechei os olhos sentindo os mesmos quererem voltar a se encherem de lágrimas novamente - me leve embora... Para longe daqui...onegai
- Venha - Naraku puxou o meu braço e quando fiquei em pé ele enlaçou minha cintura com o braço esquerdo enquanto o outro segurava as chaves do seu carro, caminhávamos debaixo daquela tempestade em direção ao carro dele que estava estacionado metros mais a frente, assim que o alarme foi destravado ele me acomodou no banco e passou o cinto sobre mim, deu a volta e adentrou o veículo repetindo o mesmo procedimento de segurança de segundos atrás
O carro estava em movimento a um bom tempo, porém, nenhuma palavra foi proferida desde que o percurso se iniciou, de alguma forma Naraku estava respeitando esses meus minutos em silêncio enquanto dirigia compenetrado atento aos carros e o trânsito que se formou devido a chuva, e mentalmente eu agradecia muito isso a ele
- Chegamos Rin - murmurou assim que desligou o carro e retirou as chaves do contato
Só então me dei conta que estávamos em um condomínio, um belo condomínio. Sai do veículo que se encontrava parado sobre a cobertura da vaga de estacionamento e segurei na mão estendida de Naraku
Em poucos minutos estávamos a adentrar em sua casa mobiliada de móveis despojados e cores serenas, havia muito verde, muitas plantas tanto por dentro quanto pelo lado de fora, as portas de correr de vidro mostravam das mais pequenas as mais grandes plantas lutando contra os ventos da torrencial tempestade
- Sente-se Rin - sussurrou - eu vou pegar uma toalha para que você possa se secar antes que pegue um resfriado
Me limitei apenas em afirmar com a cabeça positivamente e me acomodar no sofá com as mãos juntas esperando pelo seu retorno. Eu sentia meus cabelos grudados por sobre meu rosto e assim que passei a língua sobre meus lábios senti o quão gelados e sem vida se encontravam
- Aqui está - estendeu-me uma toalha branca, quando eu a peguei ele começou a secar seus longos cabelos negro com a toalha que jazia sobre seu pescoço alvo - está com fome?
- Não - murmurei também secando meus cabelos
- Vou preparar um chá então - suspirou - tome uma ducha, não quero que fique resfriada
- Mas não tenho outras roupas
- Não se preocupe quanto a isso, tenho algumas roupas guardadas de mulher que lhe servirão
- Tudo bem
Ele me conduziu até a escada, subimos e adentramos em um quarto, provavelmente o seu já que a cama estava com os lençóis meio bagunçados
- Não repare na bagunça, eu realmente não tenho tempo de arrumar antes de ir para o trabalho - riu enquanto tirava algumas peças de roupas de uma cômoda - aqui Rin - me entregou - no banheiro tem toalhas limpas, eu vou te esperar lá embaixo ok? Deixe suas roupas molhadas ai para que amanhã a mulher que cuida das minhas roupas lave, te entrego depois. Fique a vontade - saiu do quarto deixando-me só
Procurei demorar o mínimo possível, assim que me troquei caminhei até o espelho do banheiro e fiquei observando meu rosto, estava péssimo! Nem depois do banho conseguiu melhorar, haviam olheiras profundas e eu estava muito pálida. Meus olhos percorreram a roupa a qual vestia, institivamente levei a manga da blusa comprida até o nariz cheirando a seguir
"Está cheirosa...Será que essa roupa é da namorada do Naraku?"
Balancei a cabeça afastando pensamentos desnecessários por hora e segui para fora do quarto, desci as escadas e o encontrei na cozinha que ficava próxima a sala, ele estava sentado sobre o balcão de mármore da cozinha com duas xícaras ao seu lado, seus cabelos estavam húmidos mais podia-se perceber que ele havia tomado banho em outro quarto, estava com roupas de moletom e descalço assim como eu
- Naraku-sama? - encostei na porta ganhando sua atenção
- Ah, entre Rin! - sorriu - que bom que as roupas lhe caíram bem
- Sim, obrigada - caminhei até o balcão e me sentei na cadeira próxima a ele
Naraku desceu do balcão e se sentou ao meu lado tomando o chá tranquilamente. Toquei a xícara de porcelana e levei o líquido quente e cheiroso até os lábios o provando
- Está mais calma Rin? - sussurrou sem tirar os olhos da sua xícara
- Sim...me perdoe por causar tanto transtorno - suspirei
- Não precisa se preocupar, você não me causa transtornos...Fiquei preocupado com a sua demora, depois de algumas horas que você havia saído o senhor Taisho apareceu por lá a sua procura
Nessa hora meu coração se apertou e as cenas de mais cedo voltarão com intensidade, porém, eu me contive o máximo para não voltar ao meu estado emocional de antes
- Entendo - apertei a xícara sobre os dedos
- Achei que pudesse estar na casa de algum conhecido, portanto não fiz tanto alarde mas fiquei aliviado quando te vi em frente a confeitaria, por coincidência eu fiquei mais tarde para resolver alguns problemas com alguns fornecedores...
- Sesshoumaru lhe tratou mal?
- Não, ele apenas aparentava estar preocupado com você e...aflito de uma certa forma, quando eu disse que você não estava ele imediatamente voltou para o carro e saiu em alta velocidade
- Entendo...
- Sei que não é da minha conta Rin, mas se vocês brigaram, por pior que tenha sido não seria sensato ligar e avisar para ele que você está bem?
- Hoje não...eu só quero um pouco de paz - olhei em seus olhos
- Entendo e respeito - suspirou assim que se levantou, foi até a pia e depositou a xícara
- Obrigada por me ajudar e me entender - sorri - eu realmente gostaria de causar menos problemas para as pessoas a minha volta
- Você não é um problema Rin... Pelo menos não para mim - riu - Passe a noite aqui e descanse um pouco, tenho certeza que amanha já saberá oque fazer
- Obrigada Naraku-sama
- Por favor, retire essas formalidades todas - sorriu - não somos amigos?
- Sim
- Então, não precisa disso
- É a força do hábito - ri
- Sei como é - riu de canto - Se estiver muito cansada pode subir e se deitar
- Não, na verdade sono é a ultima coisa que eu estou sentindo
- Então venha assistir tv comigo na sala, enquanto o sono não vem
- Tudo bem - me levantei e deixei a xícara sobre a pia e o segui até a sala
Nos sentamos e ele por fim ligou a tv jogando o controle sobre meu colo
- Escolha oque quiser mais saiba que só vou deixar hoje porque é uma convidada essa noite - fez uma expressão divertida
- Mais que honra - entrei na brincadeira - gosta de desenhos? - corei por meio que ter revelado meu gosto um tanto quanto infantil para programas de tv
- Ah claro! Eu adoro os clássicos da Disney - riu
- Eu também! - respondi empolgada
- Então vamos assistir a um filme, qual sugere Rin?
- Pode ser a pequena sereia?
- Sim - sorriu - vou colocar
Em segundos ele voltou a se acomodar no sofá e deu o play no filme, desde então nós dois não desgrudamos os olhos da tela da tv, bem, pelo menos não eu já que Naraku em algum momento foi até a cozinha e voltou com um balde de pipocas e suco, só quando ele me ofereceu que percebi que ele havia deixado a sala por alguns minutos
- Obrigada - agradeci para depois enfiar um punhado de pipoca na boca - Estão boas - falei de boca cheia arrancando uma gargalhada de Naraku - ops...desculpa - depositei os dedos sobre os lábios
- Só desculpo porque você elogiou minha pipoca - riu voltando a fincar os olhos na tv
Aquele momento estava sendo revigorante e estava arrancando do fundo do meu coração tudo aquilo de ruim que eu senti a horas atrás, por alguns instantes eu cheguei a me esquecer do porquê estar ali e simplismente me deixei levar
Ríamos das mesmas partes do filme que sempre eram as que o Sebastião tinha de ir atrás de Ariel e Linguado com sua típica carranca ou até mesmo quando eles entravam em confusão, até mesmo torcíamos para Ariel e Eric ficarem juntos mesmo já sabendo o fim do filme, era algo muito engraçado
Quando o filme acabou eu me espreguicei lentamente sobre o sofá e me joguei toda torta olhando para um ponto fixo na parede sem interesse algum
- Sério estranho se em algum filme da Disney o mocinho não ficasse com a mocinha, não é mesmo? - murmurei entre devaneios
- Ahm com certeza! - Naraku respondeu retirando o filme e o guardando - Mas ficam juntos por justamente ser um conto de fadas... - voltou a se sentar ao meu lado no sofá - Se fosse na vida real, não seria tão mágico quanto é
- É verdade...a vida de todos nós poderia ser como a um conto de fadas, assim não haveria tanto sofrimento e por mais que houvesse sempre haveria aquela certeza de que no fim tudo acabaria bem... - olhei para ele que sorriu
- Que pensamento bondoso Rin - retirou uma mecha do meu cabelo do meu rosto - mas se tivéssemos a certeza de que tudo acabaria bem não haveria o porque de errarmos e errarmos novamente para depois quem sabe acertar na vida
- Como assim? - franzi o cenho
- Quero dizer que errar nos leva a aprender, a vida não teria tanta graça se tudo fosse fácil dessa maneira como em contos de fadas - suspirou melancólico
- Ahm isso sim... Mas pensei nisso na intenção de evitar sofrimentos desnecessários
- Há quem diga que qualquer forma de sofrimento se torna um aprendizado, mas eu não concordo totalmente
- Por que não?
- Por que há tipos de sofrimento que só causam mais sofrimento - sussurrou - não vejo qual o real aprendizado por trás disso
- Naraku... Eu posso te perguntar algo? É um tanto quanto íntimo - corei
- Íntimo? - arqueou uma sobrancelha - pode falar Rin
- Você namora? Ou já namorou ou até mesmo foi casado algum dia?
De repente sua expressão ganhou um ar triste e seu olhar ficou vago por longos segundos
- Me desculpe...não precisa responder se não quiser
- Já...a muito tempo - me fitou - eu namorava uma linda humana, ela se parecia muito com você, sempre doce e amável - riu como se estivesse projetando a imagem da mulher - tinha longos cabelos negros e pele alva como a sua - acariciou minha bochecha com as costas da mão
- Qual o nome dela? - sussurrei
- Kikyou
- É um belo nome - suspirei - vocês não estão mais juntos?
- Não...há muito tempo
- Por que?
- Por que ela faleceu - desviou os olhos dos meus
- Me perdoe Naraku por ser intrometida, eu sinto muito - levantei o corpo do sofá e permaneci sentada o fitando
- Você não tem culpa Rin, não tinha como adivinhar isso - riu sem humor
- Eu prometo que não vou perguntar mais nada - me levantei e fiquei em pé de frente o sofá e a ele
- Não se preocupe quanto a isso - se levantou ficando a minha frente - Sabe Rin, quando eu entrei na sala da faculdade pela primeira vez e a vi sentada lá no fundo meu coração pareceu se esquecer de como deve bombear sangue por alguns segundos, me veio a imagem dela quando eu te vi
- Entendo - abaixei o olhar
- E quando tive a oportunidade de lhe conhecer de perto percebi que a personalidade de vocês se assemelham muito - riu - encarei isso como uma pegadinha no início mais depois que os dias foram se passando e eu te conhecendo cada vez mais e mais, hoje entendo que isso foi um presente de Kami
- Presente?
- Sim Rin...no começo eu ficava frustrado por lembrar dos momentos ruins ou os mais marcantes que passamos juntos quando eu olhava para você mas depois de muito tempo eu só conseguia me lembrar dos momentos bons quando te olhava, entende?
- Sim - sorri
- Eu me arrependo amargamente de não ter corrido atrás dela no dia de sua morte e lhe dito que eu a amava mais do que tudo nessa vida - suspirou - eu fui um tolo!
- Não diga isso!
- Eu fui o causador da morte dela, eu sou culpado e jamais vou me perdoar por isso!
- Culpado?
- Nesse dia nós chegamos em casa após um evento brigando muito, tudo isso por causa do meu ciúmes excessivo, ela tentou argumentar dizendo o quão infantil eu estava sendo mas eu não lhe dei ouvidos e continuei com meu acesso de fúria, jamais pensei que ela pudesse me trair, eu confiava completamente nela mas mesmo assim brigava com ela por ciúmes. Então ela pegou o carro, era uma noite como essa - olhou para a janela - estava caindo uma tempestade muito forte e Kikyou saiu em alta velocidade...eu tentei ir de carro atrás dela mais foi tarde demais - trincou o maxilar - Quando eu consegui alcançar o carro dela o mesmo estava capotado, eu corri até ela e a tirei das ferragens mas Kikyou já não estava nesse mundo - uma lágrima solitária desceu pelo rosto másculo e antes que pudesse tocar ao chão eu a limpei com as pontas dos dedos - desde então minha vida não foi mais a mesma
- Não chore sensei - sorri para ele enquanto acariciava seu rosto - você não tem culpa da morte dela, apenas chegou a hora dela partir desse mundo, não se sinta culpado porque tenho certeza que ela te amava muito, mesmo com seus acessos de fúria - ri - ela gostaria de estar aqui ao seu lado, pode apostar nisso
- Obrigado por me ouvir Rin - deu um meio sorriso - mas isso é um fardo que jamais sairá das minhas costas e da minha alma
- Apenas um grande amor pode curar as feridas de um grande amor que já se foi... - sorri - Você é uma pessoa maravilhosa e merece uma segunda chance, basta apenas achar a pessoa certa! Não tranque seu coração por algo que o destino decidiu, não coloque a culpa em si mesmo, apenas aprenda com o seu erro para que não volte comete-lo de novo, quando conseguir fazer isso esse sofrimento não mais se tornará sofrimento e sim aprendizado
- Parece que eu cai em contradição - sorriu
- Parece que sim - sorri - me prometa?
- Oque?
- Que vai dar uma chance para si mesmo e para o seu coração?
-Isso é algo difícil para se prometer Rin...
- Apenas prometa! O resto vai acontecer naturalmente - ri
- Tá bom! Eu prometo - sorriu
- Agora sim! Esse é o sensei determinado que conheci alguns anos atrás - o puxei para um abraço e o apertei como a um ursinho, no fundo eu desejava que ele fosse muito feliz em breve, quando o soltei ele voltou a me fitar
- Obrigada Rin! - me olhou com carinho - também quero que me prometa algo...
- Eu é quem lhe devo agradecimentos - ri - pode dizer...
- Me prometa que sempre irá sorrir? Mesmo diante dos problemas? Eu não gosto de lhe ver chorando...
- Eu prometo... - suspirei longamente me lembrando de quando Naraku me encontrou mais cedo em frente a confeitaria totalmente perdida em lágrimas - afinal, a minha dívida é grande com você!
Eu compreendia oque Naraku queria realmente que eu prometesse, achei nobre de sua parte me pedir algo desse tipo quando todos estamos sujeitos a ter o coração partido por alguém, e mesmo ele sendo um desses com o coração em estilhaços ele ainda sim me pediu algo puro como isso...Com certeza Naraku percebeu que eu e Sesshoumaru tivemos algo e que minha tristeza provinha disso mas ele foi discreto e somente me pediu para não deixar de sorrir, mesmo sabendo e compreendendo minha tristeza
- Bem já que me deve... Pode pagá-los com o seu magnífico trabalho - disse em tom zombeteiro acabando com o clima nostálgico de antes
- Que forma ótima de pagar uma divida! Eu amo oque eu faço - ri animada
- Falando em amar oque faz, amanha temos trabalho, está na hora de dormir - se espreguiçou
- É mesmo - bocejei
- Tem um quarto de hóspedes no fim do corredor - disse subindo as escadas comigo logo atrás - a cama está arrumada e tem cobertas no móvel de frente a cama, sinta-se a vontade Rin
- Ok. Boa noite - desejei quando já estava em frente a porta do quarto
- Boa noite Rin - ele sorriu e adentrou no seu quarto
Me joguei na cama, agora sim eu me sentia esgotada! Mas meu coração estava aliviado, foi bom eu perceber que outras pessoas também tem problemas tão maiores quanto os meus e fiquei mais feliz ainda por tentar ajudá-lo de alguma forma, mesmo que com meras palavras...todos nós merecemos ser felizes por pior que já fomos, o passado deve ficar no passado
(...)
- Corre Rin! Ou vamos chegar atrasados - Naraku me chamou da sala enquanto eu lavava a louça do café da manha após ter insistido muito para tal ato
- Um segundo - coloquei a última xícara limpa no escorredor e sai correndo com as mãos ainda molhadas
- Eu disse que não precisava Rin! - suspirou
- É o mínimo que posso fazer sensei! - sorri
(...)
Saímos do veículo e já caminhávamos para dentro da confeitaria quando Naraku parou de repente
- Oque foi?
- Esqueci de pegar as chaves da confeitaria, estão no carro - suspirou - espere um pouco eu já volto - começou a atravessar a rua caminhando em direção ao seu veículo
Eu fiquei a observá-lo da calçada, o clima estava agradável e o sol lançava seus raios timidamente sobre Tóquio, o vento bagunçava meus cabelos com a brisa da manhã mas eu não estava me importando com isso, me sentia em paz
Até que meus olhos cruzaram com um par de olhos âmbares muito conhecidos de minha parte, antes mesmo que eu pudesse me questionar mentalmente do por quê de Sesshoumaru estar parado do outro lado da rua me fitando seriamente um carro preto e de vidros filmados cantou pneu vindo em minha direção, quando me atingiu na calçada meu corpo foi arremessado para longe, tudo parecia estar em câmera lenta diante dos meus olhos, eu podia sentir até mesmo o vento balançando meu cabelo conforme meu corpo "voava", quando me choquei contra o chão o impacto e a dor foram tão grandes que eu apaguei
(...)
-Rin! ...Rin! Fala comigo! RIN!
Ao longe eu ouvia aquela voz grave me chamando de uma forma desesperada, parecia até mesmo um sonho, meu corpo estava pesado e tudo parecia rodar ao meu redor, a dor era sufocante e era difícil até mesmo conseguir respirar. Não foi como da outra vez que meu corpo ficou dormente e um sono se apoderou de mim, dessa vez eu sentia a minha vida se esvaindo aos poucos pelo cheiro do sangue frio que se fixava em mim
- RIN! Você não vai morrer...RIN!
A última coisa que senti foi uma aguda e dilacerante dor no meu pescoço, como se meu corpo estivesse sendo queimado vivo
"Meu Kami, leve-me deste mundo...eu não aguento mais sofrer sem ser por aprendizado"
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