- Então porque Yuki não me levou com ela? - arqueei a sobrancelha
- Porque até então você ainda não havia recebido alta, isso foi agora pouco...
- A noite?
O youkai suspirou pesadamente e coçou as têmporas com as pontas dos dedos como se assim buscasse por paciência
- Sim Rin
- Sabe oque é... eu estou cansada demais para ir hoje - voltei a fitar a janela e a linda noite de luar
- Isso é algum tipo de piada? - sua voz ficou grave (mais que o de costume)
- Vê alguém aqui rindo? - sem tirar os olhos da lua
- Rin você vai voltar hoje para cas...
- Eu não tenho casa - o cortei
- Tem sim! - ouvi o som dos seus passos sobre o piso e em poucos instantes ele apareceu na minha frente com um olhar ameaçador - Seu lugar é ao meu lado!
- Não se engane Sesshoumaru, o fato de você ter feito essa "marca" - pousei as mãos sobre o lugar que agora não mais me incomodava com algum tipo de desconforto - não quer dizer que eu seja sua propriedade, você nunca mandou em mim e não será agora que irá mandar - o olhei firme
- Não me afronte!
- Eu não vou com VOCÊ! - alterei meu tom
- Você vai! Nem que para isso seja a força! - torceu os lábios
- Quero ver quem vai me tirar daq...aaaahm me solta!
O youkai me pegou no colo e debruçou-me sobre seu ombro, passou o braço direito sobre minhas pernas e as prendeu para que eu não as conseguisse mover
- SESSHOUMARU! Me solta seu louco! - eu debatia-me enquanto tentava me soltar dos seus ombros mesmo que, embora tudo fosse em vão
- Não me faça ter que por um pano em sua boca também - murmurou enquanto caminhava até a porta
- Eu estou tonta! Para com isso!
- Se ficar quieta a tontura passa, não adianta tentar fugir é inútil!
- Eu, eu...vou gritar se você não me soltar agora!
- Isso, grite e acorde praticamente todo o hospital, conseguiria dormir essa noite sabendo que atrapalhou o sono de muitos feridos e adoentados?
- Aarg! Eu te odeio! - sussurrei
- Já é um começo
Quando estávamos passando pela recepção uma das enfermeiras que estava de plantão parou o Sesshoumaru pedindo explicações, afinal, não é todo dia que um youkai caminha tranquilamente pelo hospital com uma pessoa no ombro como se fosse a coisa mais normal desse mundo
- Essa paciente teve alta senhor? - perguntou assustada a princípio
- Sim - ele respondeu seco
- Por que não pegou uma cadeira de rodas para transportá-la? - Eu via seus passos tentar acompanhar os de Sesshoumaru
- Por que ela preferiu assim - se virou de repente oque me levou a apertas os dedos sobre sua camisa - Se me der licença agora, estou ocupado
- Eu preciso que me dê seu nome, são métodos de segurança do hospital para confirmar que a paciente foi retirada daqui por uma pessoa confiável e autoriza...
- Taisho Sesshoumaru - murmurou sem deixar de caminhar, nesse instante a enfermeira se calou e eu então ouvi o som das portas se abrindo e logo o vento gelado da noite tocando minhas pernas desnudas
- Você poderia ter sido preso! - voltando a tentar me soltar de seu braço
- Está preocupada com este Sesshoumaru? - o ouvi soltar um riso
- De forma alguma! - grunhi - me solta Sesshoumaru eu estou com frio e minha perna está doendo
- Já estamos chegando
Ouvi o som de chaves seguido do alarme do carro se destravando, ele me desceu de seu ombro mais não me libertou por completo já que ficou segurando minha cintura, parecia até mesmo que se ele não fizesse isso eu sairia correndo pelo estacionamento com a perna engessada e tudo mais!
- Já pode me soltar - resmunguei sentindo meus pés descalços tocar o asfalto gelado
- ...
Ignorando-me por completo ele abriu a porta do carro e me ajeitou sobre o banco mesmo eu tentando a todo instante impedi-lo, passou o cinto de segurança sobre mim e o prendeu, fechou a porta e com sua velocidade youkai já se encontrava sentado ao meu lado colocando o cinto e ligando o carro
- Cadê o seu outro carro? - me referia a lamborghini
- Está na garagem, esse é mais espaçoso e fácil de acomodar uma humana fugitiva com a perna engessada - riu de canto
- Tenho meus motivos - respondi rude
(...)
O caminho se iniciou em silêncio tanto é que eu acabei adormecendo, apesar de ter se passado horas eu ainda sentia meu corpo mole e uma sonolência devido as medicações que me deram no hospital
Abri os olhei quando senti o vento tocar minha perna, direcionei o olhar para o lado e lá estava Sesshoumaru retirando meu cinto de segurança cuidadosamente, ele estava tão próximo que eu podia sentir aquele cheiro maravilhoso dele e sua respiração tranquila bater em minha pele exposta, seus longos cabelos roçavam nos meus braços causando-me arrepios involuntários
"Não seja fraca Rin!"
Me repreendi mentalmente voltando a fitar com curiosidade seus movimentos e "cuidados" comigo. Quando retirou o cinto passou o braço direito por debaixo das minhas pernas e com o outro braço livre passou entorno das minhas costas até chegar na cintura
- Sesshoumaru...eu posso andar sozinha - sussurrei com a voz fraca pelo sono
- Não mesmo! - murmurou depois que fechou a porta do carro - Volte a dormir Rin - me apertou mais ainda em seus braços
Minhas pálpebras estavam pesadas e cada vez que "piscava" os olhos eu percebia que estava em um lugar diferente até que me deparei no quarto do youkai. Ele me depositou na cama e me cobriu, se virou de costas e estava prestes a sair de perto de mim quando eu o chamei
- Sesshoumaru? - sussurrei - aonde vai?
- Pegar minha pasta, tenho documentos da empresa para revisar - falou enquanto me olhava de canto
- Eu deveria estar no outro quarto...
- Esse agora é seu também - abriu a porta e saiu
Meus olhos voltaram a pesar e então cai em sono profundo novamente
Acordei com o som de folhas de papel, parecia vir ao longe e por mera e exclusiva curiosidade eu entre abri os olhos, encontrei Sesshoumaru trabalhando mais a frente, ele estava com roupas de dormir e lia com muita atenção os papéis que se encontravam sobre a escrivaninha, seu notebook estava ao lado e vez ou outra ele olhava para tela como se para conferir algo, ele usava óculos de leitura oque só fazia com que sua beleza fosse ainda mais realçada pelo visual intelectual
Me remexei sobre o colchão e seu olhar rapidamente pousou sobre mim
- Está com dor Rin?
- Não... - sussurrei para depois me ajeitar na posição mais confortável, aquela perna engessada estava sendo um verdadeiro empecilho
- Se sentir algum incomodo avise-me, a doutora Suzuki passou alguns remédios para essa finalidade
- Tudo bem Sesshoumaru - fechei os olhos e suspirei tentando retomar ao meu sono
"Estou me sentindo mal de trata-lo dessa forma mesmo ainda estando ferida por tudo oque aconteceu...ele está fazendo tanto por mim e eu estou lhe pagando dessa forma, será que devo colocar em prática os conselhos da Yuki?"
(...)
Os raios do sol acordaram-me de repente com sua quentura matinal, abri o olhos vagamente e ainda perambulando e mancando devido a perna engessada segui até a porta do banheiro, antes mesmo que eu pudesse tocar a maçaneta a porta se abriu de repente revelando um Sesshoumaru apenas de toalha, seus cabelos pingavam espalhados por seu abdómen e braços másculos, foi como um choque de realidade e por pouco eu não "trombei" com ele, meus pés se fincaram no chão com tal visão a medida que meus olhos se arregalaram surpresos, nesse momento os resquícios de sono que estavam em mim abandonaram-me ligeiramente
- Não pode ficar andando com essa perna engessada - me fitou bravo - a doutora disse...
- Eu sei, eu sei, mas agora eu preciso ir ao banheiro - o interrompi passando pelo mesmo de forma rápida e tranquei a porta logo em seguida sentindo meu coração pulsar freneticamente
Fiz minha higiene matinal e sai do banheiro enquanto fazia um coque mal feito apenas para domar os fios rebeldes que persistiam em permanecer desalinhados. Sesshoumaru estava trocado, trajava roupas comuns oque me causou certa estranheza a princípio mas resolvi ignorar enquanto observava ele secar suas longas madeixas com a toalha branca de olhos fechados como se meditasse
- Oque foi? - questionou-me ainda com as pálpebras fechadas
- Nada...- sussurrei - achei que iria trabalhar
- E vou...mas não na empresa e sim aqui na mansão
- Por que?
- Não vou lhe deixar sozinha - abriu os olhos enquanto me fitava de uma maneira terna - por mais que esperneie ou faça birra como a um filhote humano
- Humpf! - fiz bico e cruzei os braços - Você está aqui porque quer! Nada te impede de trabalhar, nem mesmo eu
- Não vou discutir com você Rin - se levantou da cama com os cabelos ainda úmidos - Há roupas suas no guarda roupas - apontou - tome banho e depois desça para fazer o desjejum - saiu do quarto deixando-me sozinha e inerte em pensamentos
"Ele me parece mais...calmo"
"Sesshoumaru Taisho calmo...seria isso possível?"
Me troquei e assim como o youkai havia falado minutos antes fui tomar café da manha, descer toda aquela quantidade de degraus não foi fácil com aquela perna engessada, eu devo admitir! mas minha barriga parecia se contorcer de tanta fome, a comida do hospital era razoavelmente boa pena que não boa o suficiente para me fazer comer toda a refeição quando me traziam
Passei pelas portas grossas de madeira envernizada andando daquela forma estranha como a um pirata e sua perna de madeira, mais a frente pude avistar a mesa do café da manha repleta de frutas, pães, sucos, cereal, esse visão com certeza fez meus olhos brilharem! Me sentei sem demonstrar tamanha euforia da minha fome e passei a saborear algumas das iguarias ali, a começar pelo chá de camomila
Sesshoumaru estava sentado no seu lugar de costume lendo um jornal, como quase todos os dias ele bebia apenas uma xícara de chá ou café. De repente seus olhos pousaram em mim e rapidamente eu desviei o olhar
Uma pontinha...bem la no fundo estava amando estar perto dele mas... a outra não conseguia parar de pensar em tudo oque aconteceu, isso me causava um nó na garganta e parecia que meu cérebro iria parar de funcionar com a quantidade de informações e sensações ruins assim que me vinha isso, as cenas pareciam não querer se apagar da minha mente e tais essas são o que mais me causam extrema dor até agora
- Rin? Oque foi? - o som daquela voz aveludada e mais atenciosa do que nunca soou pelo cômodo trazendo-me junto um arrepio
- N-nada - respirei fundo e voltei a beber do chá
- Seu cheiro mudou...
- Deve ser impressão sua Sesshoumaru, eu estou bem
Ele limitou-se apenas em soltar um murmúrio como "Hum" e voltou a atenção para a leitura do jornal. Assim que acabei de tomar meu café, puxei a cadeira e me levantei prestes a ir embora
- Rin?
- Oque foi? - inclinei a cabeça para o lado
- Izayoi e meu otõsan viram aqui hoje para te ver... na verdade eles acabaram de chegar - se levantou da cadeira e passou a vir em minha direção
- T-tá - a cada passo para mais perto de mim meu coração batia mais forte, como se bombeasse o dobro de sangue por todo meu corpo - Oque está...
- Vou lhe ajudar - murmurou passando a mão direita pela minha cintura enlaçando-a e depois trazendo-me para mais perto dele
- Não precisa eu poço andar sozin...
- Mais este Sesshoumaru não quer isso - sussurrou próximo dos meus lábios, seu hálito quente e com cheiro de hortelã atingiu meu rosto, minhas pernas pareceram ficar ainda mais bambas - Vou apenas ajuda-la a ir até a sala de visitas
Antes mesmo que eu pudesse voltar a protestar ele saiu praticamente me carregando do local e me encaminhando até a sala de visitas, me acomodou em uma das poltronas com extremo cuidado fazendo-me sentir uma frágil boneca de porcelana e depois foi até a porta saindo em seguida
Minutos depois ele voltou acompanhado do Inutaisho e Izayoi, ambos pareciam descontraídos eu diria até...felizes
"Será que aconteceu algo que eu não estou sabendo?"
Pensei comigo mesma não deixando de franzir o cenho em confusão interna
- Rin! - Izayoi caminhou mais depressa assim que me viu na poltrona, eu tentei me levantar para lhe dar um abraço mais a mesma me impediu com um simples gesto com as mãos - Não faça esforços querida! - se inclinou e me envolveu em um abraço protetor - como se sente? - sussurrou em meu ouvido
- Agora eu estou bem - sorri - e você Izayoi-sama?
- Estou bem querida! - se separou de mim e passou a me fitar com carinho - não sabe como eu fiquei preocupada quando soube do acidente - pousou as mãos no peito como se estivesse se recordando do momento - mas graças a Kami tudo está bem
- Rin, como está querida? - foi a vez de Inutaisho me perguntar - será que devo começar a lhe chamar de nora? - sorriu fazendo-me corar de imediato
- Inu! - Izayoi o repreendeu junto de Sesshoumaru que raspou a garganta
- Ora Izayoi! Aposto que também tem essa vontade - seu sorriso se alargou ainda mais - Saiba que estou muito feliz por tê-la na família Rin - se aproximou de mim e me abraçou com carinho
- F-família? - questionei confusa assim que ele se afastou de mim - como assim?
Nesse momento o ambiente ficou tenso e todos se fitaram como se soubessem de algo que eu não tinha conhecimento
- Aconteceu alguma coisa que eu não estou sabendo? - questionei
- Rin... - começou Sesshoumaru
Mas foi interrompido por Inutaisho que fez um gesto para que ele parasse e o mesmo se calou
- Tenho certeza que Izayoi vai conseguir lhe explicar melhor querida - Inu olhou pra ela e a mesma assentiu com um sorriso - Eu e Sesshoumaru vamos tratar de alguns assuntos - se virou e começou a caminhar para fora da sala junto de Sesshoumaru, assim que a porta foi fechada e restou apenas Izayoi e eu no cômodo a olhei apavorada e despejei a avalanche de perguntas sobre ela
- Izayoi-sama... Oque houve? E-eu estou com uma doença grave e ninguém quer me contar? Bem que estranhei o Sesshoumaru me tratando diferente, chegando a ser até 'carinhoso', eu vou morrer é isso?!
- Calma Rin - me puxou pelas mãos e me acomodou no outro sofá de dois lugares e se sentou ao meu lado - Você não vai morrer... - começou - pelo contrário! Vai viver por muitos e muitos anos - sorriu afagando meus cabelos
- Não estou entendendo...
- Sabe essa marca? - tocou na região do meu pescoço que a dias atrás latejava - Sesshoumaru a fez no dia do acidente
- Isso eu sei mas oque tem a ver eu ser da "família"?
- Da família você já é, a um tempo, pra ser mais precisa desde o momento que nos conhecemos - me sorriu arrancando-me um sorriso também - mas isso que o Inu falou tem a ver com a marca em seu pescoço, eu também tenho uma - puxou seus longos cabelos negros para o lado e afastou sua blusa me dando total visão de uma meia lua em sua pele alva, parecia até mesmo uma tatuagem
- É igual a minha - meus olhos se arregalaram - porque tem também?
- Inutaisho fez em mim a muitos...séculos atrás - prendi um grito de pavor com as mãos - eu sou humana Rin mas justamente por viver com um youkai e ter sido marcada por ele como sua isso me permite viver ao seu lado por muito tempo. A partir do momento que um youkai lhe marca é como se ele passasse uma parte dele para você, tanto é que quando um dos dois morre normalmente o outro permanece o resto da sua existência sozinho, isso quando não acabam morrendo de desgosto pela falta e o vazio que a pessoa amada deixou - seu semblante ficou triste, parecia que nesse momento ela se imaginava nessa situação hipotética
- Isso não vai acontecer com vocês - me referi a ela e Inutaisho - vocês são pessoas muito boas e com um amor bonito demais para acabar ao longo dos séculos... Bem, uma hora todos vamos partir desse mundo mas não significa que alguns tenham o destino tão curto assim - sorri
- Ah Rin, foram tantos anos ao lado dele e se passaram tão rápidos, sabia? Me lembro como se fosse ontem quando nos vimos pela primeira vez - suspirou apaixonada - Acho que esse é o dom do amor, você passa muitas primaveras, momentos bons e ruins ao lado da pessoa e sem pestanejar viveria tudo novamente, até pede mais alguns anos bônus - riu
- Porque youkais fazem essa marca Izayoi-sama? Os hanyous também fazem?
- Não querida, os hanyous não fazem por ter uma parte humana, são apenas os youkais completos - suspirou pensativa - Receber uma marca de um youkai é como um pedido de casamento só que com laços e vínculos muito mais fortes, eu diria até inquebráveis! É como se ele doasse uma parte dele para você e recebesse uma parte sua para ele, como uma troca entende? - balancei a cabeça em positivo - Isso que torna a união duradoura, os sentimentos também se ligam de tal forma que mesmo que estejam distantes tem como um sentir o outro e distinguir com precisão o estado emocional que se encontram
- Eu nunca imaginaria isso - murmurei enquanto tocava na minha marca
- O Sesshoumaru lhe marcou inesperadamente porque ficou com medo de te perder
- Me perder?
- No dia do acidente Rin você iria morrer se ele não estivesse lá e não houvesse lhe marcado, como falei a pouco ele passou uma parte dele pra você e consequentemente uma parte dos seus "poderes", não que isso vá te tornar uma youkai, apenas fez com que você se recuperasse fisicamente mais rápido que um humano comum
- Entendo...
- Pra ser sincera eu achei que esse dia iria demorar a chegar mas em momento algum achei que ele seria impossível! Todos nós merecemos ser felizes, não haveria o porquê de ser diferente com o Sesshoumaru. Você e o Sesshoumaru se tornaram um, por isso Inu disse que você é da família - sorriu
- Izayoi-sama eu reconheço oque Sesshoumaru fez mas em momento algum ele me perguntou se era isso que eu queria pra mim! - falei com indignação - Passar o resto da minha vida ao lado dele... E-eu não sei se consigo, para falar a verdade eu nem sei se eu quero isso! A senhora teve a opção de escolha quando Inu-sama lhe marcou mais e eu?
- Eu te entendo Rin... - a mesma abaixou o olhar - eu também ficaria assim mas deve se levar em conta que se essa marca está ai agora é porque você permitiu que ela se fixasse
- Eu?
- Sim, não basta apenas um youkai lhe marcar e pronto! Não são todos que conseguem isso, tem que existir amor entre ambos oque de fato não acontece sempre e na proporção certa para se adquirir a marca, mesmo que inconsciente um pedacinho ai dentro de você permitiu e aceitou que Sesshoumaru ficasse
Fitei o chão meia desnorteada, era muita informação para assimilar e principalmente aceitar
- Não seja severa com ele Rin, sei que Sesshoumaru não é um youkai fácil de lidar mais tudo oque ele fez por você foi apenas por amor, mesmo que aquele orgulho e ego dele seja enorme o suficiente para não admitir isso - riu - Ele te aceitou do jeito que você é porque não aceita-lo assim também? Depois que passamos a conviver com quem amamos muita coisa muda no nosso interior, não vai ser diferente com Sesshoumaru e quando se der conta vai ter passado séculos e séculos ao lado dele
- Izayoi-sama como ele pode me amar se antes do meu acidente eu o peguei aos beijos com Kagura?
- Kagura? É a secretaria dele não? Eu nunca me dei bem com essa mulherzinha, ela tem um olhar de quem está prestes a dar o bote a qualquer momento! Não que eu esteja defendendo o Sesshoumaru mais ela é o tipo de pessoa que gosta de ver a desgraça alheia, além da obsessão que ela nutre por Sesshoumaru desde que começou a trabalhar na empresa, quem não garante que ela fez uma cena de propósito?
- Mas quem me garante que Sesshoumaru não quis beija-la?
- Pelo que percebo nas vezes em que vou na empresa ele a evita muito fora a forma como a trata quando a mesma vai até sua sala, se fosse comigo eu já teria pedido as contas do serviço a muito tempo! - fez uma expressão de pavor - Tenho certeza que ela soube que você e Sesshoumaru se envolveram Rin, ela é uma youkai e obviamente deve ter sentido seu cheiro nele e dissimulada como é não duvido nada do que seja capaz de fazer para ter o Sesshoumaru para ela
- Quando diz isso uma certa esperança nasce dentro de mim mas depois me vêem as cenas deles se beijando em minha mente e um nó se forma na minha garganta junto de uma angustia dilacerante - senti meus olhos se encherem de lágrimas
- Querida eu sei que é difícil mais tente ser mais racional nesse momento, oque sente quando pensa apenas no Sesshoumaru?
- Uma coisa boa e uma saudade que não cabe em mim - ri fraco - estamos tão pertos mais tão distantes ao mesmo tempo
- Rin não passa pela sua cabeça que essa angustia que sente não possa estar vindo dele?
- Do Sesshoumaru? - franzi o cenho
- Lembra sobre vocês serem apenas um agora? Tudo oque você sentir ele também vai sentir e isso se aplica a você também - me fitou - Você tem um coração bom Rin e por mais que tenha sido magoada com isso que aconteceu não conseguiria guardar algum tipo de magoa do Sesshoumaru muito menos uma espécie de angústia sem lógica, você ficaria triste mais depois seguiria em frente. Para saber se oque está sentindo é seu, basta se questionar se esse sentimento é natural de você
- Nunca senti algo nessa proporção, pelo menos não que eu me lembre - suspirei - e o pior de tudo é que eu não sei lidar com isso
- Viu? Isso vem dele e não de você, eu tenho certeza que ele está se sentindo culpado e muito mal com tudo oque aconteceu
- E justamente por eu ter essa marca agora eu sinto tudo oque ele está sentindo...
- Exatamente! - Me puxou para perto de si e rapidamente eu apoiei a cabeça em seu colo, ávida pelo carinho materno que apenas Izayoi poderia me dar naquele momento
- Já aconteceu alguma vez de um casal conseguir viver separado mesmo tendo essa marca que os liga um ao outro?
- Nunca ouvi falar algo a respeito Rin, mas creio que seja um tanto quanto impossível, se estando perto é possível sentir tudo isso imagine vivendo longe - suspirou pensativa - Não deve ser fácil!
- Não mesmo... - suspirei sentindo sua mão delicada percorrer meu cabelo, tranquilizando-me da forma que ansiava minutos atrás
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