— Sasuke, onde o Sai está? — Hinata perguntou ao vê-lo passar pelo corredor.
— Ah, você não soube? O Shikamaru deu dois dias de folga para ele resolver as coisas do casamento… Realizar alguns preparativos com a noivazilla — sorriu maldosamente.
— A Ino é fofa, não fala assim — rebateu fazendo beicinho.
— Eu sei, Hinata, é só que… a maioria das mulheres fica meio neurótica com esse evento.
— Qual a fonte? Os filmes de comédia romântica sobre noivas?
— Ué, pelo sim ou pelo não, eu não arrisco. Por isso terei um noivo — frisou com um sorriso egocêntrico.
— Só você, Sasuke! — Hinata riu. — Bom, mas quem está no lugar dele, afinal?
— Eu sugeri que puxássemos alguém do RH, já que estamos em meio de mês e o setor está tranquilo. A Matsuri já deve estar subindo.
— Matsuri é um amor, faz tempo que não nos esbarramos por aí.
— Então aproveite para pôr o papo em dia — zombou. — Eu tenho que ir para a GTS, pois ainda estou fazendo um enorme favor para o Nara — falou mais alto, vendo que Shikamaru se aproximava.
— Eu agradeço, Uchiha, está salvando meu pequeno legado. Agora, Hinata, pode me acompanhar um instante?
— Claro — respondeu prontamente.
Os dois foram para a sala que dividiam e Shikamaru foi direto para a própria mesa, carregando o grande envelope que trazia consigo.
— O que é? A arte do Minato?!
— Andou praticando adivinhação, mocinha? — debochou. — Sim, Kiba acabou de me entregar — explicou, abrindo-o e revelando a imagem recém impressa.
— Uau! Ficou perfeito!
— Nosso slogan foi a cereja do bolo! — disse animado.
— Minato vai amar. Eu amei!
— Foi um glorioso trabalho em equipe. Eu te chamaria para comemorar, mas estou meio morto.
— Tivemos uma semana longa — concordou.
— Mas amanhã é sexta — insinuou o moreno.
— E? — Fez-se de desentendida.
— Que tal uma pequena comemoração? Barzinho, algo do tipo.
— ‘Bora, uai! — Bateu palminhas alegremente.
— Você é muito fofa — sorriu encarando-a. — Eu adoraria te beijar agora, mas acho que seria errado…
— É, seria — riu. — Mas depois do expediente nós estaremos livres para isso.
— Esperarei ansioso.
[...]
— Tecnicamente não estamos mais no trabalho — Shikamaru sussurrou, empurrando levemente Hinata contra o seu carro.
— Mas estamos nas dependências da empresa… Próximos a ela… — tentou contestar.
— Então vai resistir, morena linda? — perguntou bem próximo ao ouvido da Hyuuga, soprando as palavras em um convite irresistível.
— Acho que eu jamais conseguiria — confessou sorrindo.
Em seguida ela o puxou para o beijo que ambos tanto queriam. Hinata arfou quando o moreno enfiou os dedos por seus cabelos, puxando de leve, tomando o controle da situação.
Shikamaru beijava como se sentisse sede e apenas Hinata fosse capaz de saciá-lo. Não ousou tocá-la da maneira que ansiava, pois estavam em público, mas certa parte de seu corpo parecia ter vida própria e logo a mulher pôde sentir o membro rígido sob a calça, cutucando-a de uma maneira excitante. Estavam tão compenetrados um no outro que se esqueceram do mundo ao seu redor.
Até que, de repente, foram puxados de volta em um solavanco ao ouvirem uma voz conhecida:
— Ah, há! Eu sabia, caramba!
Assustados, o casal se separou de uma vez, olhando para a direção em que ninguém menos que Sasuke Uchiha estava, apontando para ambos como alguém que acusa uma criança pega no flagra.
— Vocês dois estão se pegando! Safadinhos… — zombou. — Estou tão feliz por vocês.
— Porra, Uchiha! Precisava interromper? — o Nara perguntou, tentando disfarçar o misto de sensações que o tomaram.
Hinata apenas deu uma risadinha tímida, sentindo as bochechas queimarem de vergonha. Apesar de tudo, estava feliz por Sasuke finalmente saber.
— Ah, erro meu. Eu devia ter esperado até amanhã para zombar de vocês… Desculpem — pediu cinicamente. — Boa noite para os pombinhos. Divirtam-se! — disse antes de sair em direção ao próprio carro.
O clima sensual acabou se tornando leve e divertido, por isso Hinata apenas sorriu, depositando um beijo casto nos lábios do Nara antes de entrar no carro. Shikamaru seguiu a deixa, sentando-se no banco do motorista.
[...]
Hinata fechou a porta do seu apartamento e sorriu, se sentindo uma boba apaixonada. Era impressionante como em tão pouco tempo Shikamaru foi capaz de se tornar alguém tão especial em sua vida.
Era fato que ele já era seu amigo há alguns meses, e as coisas fluiam muito bem entre eles, mas desde que se apaixonou por ele, tudo pareceu melhorar. Os beijos e os momentos trocados eram algo único e maravilhoso. A Hyuuga se sentia nos céus.
Batidas na porta interromperam seu rumo de pensamentos, deixando-a surpresa e confusa. Poderia o moreno ter subido? Mordeu os lábios ansiosa e foi até a porta, abrindo-a de maneira rápida e se assustando com a figura que voou em seu pescoço.
— Mana! — a voz de Hanabi chegou aos seus ouvidos, fazendo-a sorrir.
— Hanabi, que surpresa! — comentou se separando da irmã e observando a menor. — Onde você estava?
— Gostou do meu visual profissional? — a morena perguntou dando uma voltinha e expondo sua calça social e blusa de botões. — Estava em uma entrevista de emprego aqui perto e resolvi passar na sua casa!
— Fico feliz com isso. Como foi a entrevista?
— Eu particularmente acho que arrasei. Os outros participantes não têm vez!
— Sua autoconfiança é invejável! — riu enquanto ia à cozinha e começava a preparar alguma coisa. — Mas conhecendo você, acredito que tenha conquistado os entrevistadores com seu carisma.
— Eu sou incrível, é o que quer dizer, não é? — sorriu convencida, se sentando à mesa da cozinha e acompanhando os movimentos da irmã.
— Você é quase um Sasuke versão feminina — comentou distraída, se lembrando da cena que viveu mais cedo, onde o moreno a pegou no flagra beijando Shikamaru. — Hana, tenho que te contar uma coisa…
A mais nova arregalou os olhos e sorriu empolgada, se levantando e correndo até ficar colada à irmã. Hinata riu da reação, se lembrando que era assim que a irmã agia desde pequena quando havia alguma novidade a ser contada.
— Eu… estou ficando com o Shikamaru — revelou, fechando os olhos em seguida.
— Como é que é?! — exclamou alto. — O seu chefe chato? Você ‘tá beijando ele?! Com frequência?
— De certa forma é isso… — comentou, abrindo os olhos e encarando a irmã. — Muita coisa mudou desde a última vez que nos vimos pessoalmente, mana. Acho que tenho que te colocar por dentro de tudo.
— Tem mesmo! — a mais nova bradou. — Vamos para a sala e você vai me dizer tudo!
— Mas e o jantar?
— Eu pago uma pizza!
[...]
A sexta-feira pareceu voar, deixando Hinata mais perdida do que estava no começo do dia. Desde a visita da irmã na noite anterior, ficou pensando sobre a ideia de Shikamaru conhecer seu apartamento. No fundo, desejou que ele tivesse subido como imaginou. Não que não tivesse gostado da conversa que teve com Hanabi.
Ela a ajudou bastante, demonstrando empolgação com a história do “romance” que estava vivendo com o chefe. A mais nova havia inclusive dado dicas sobre como apimentar a pegada sem passar para o sexo. Claro que Hinata quase morreu ao ouvir aquilo sair da boca da caçula, porém havia sido, de fato, útil e ela esperava testar algum dia. Mas será que teria oportunidade para isso?
Hinata achava que deveria mostrar a Shikamaru que estava aberta a experimentar novas coisas com ele, afinal, de todos os homens com os quais se envolveu, ele era o primeiro a saber sobre seu receio na hora H; ele respeitava aquilo e nunca tentava passar dos amassos.
Talvez devesse criar coragem e chamá-lo para subir naquela noite. Ele entenderia que ela não queria sexo e desejava somente as preliminares. Corou só de imaginar aquilo. O que estava acontecendo com ela?
— Hina? — A voz do homem a tirou de seus devaneios; ele estava muito próximo a ela. — Nós chegamos.
Olhou para fora e visualizou o pequeno bar, que parecia quase um restaurante francês, devido à bela decoração. Shikamaru sempre a impressionava com os locais que escolhia para levá-la.
— Vamos? — ele perguntou e ela acenou positivamente, sorrindo e saindo do carro.
Entraram no local de mãos dadas e se sentaram em uma mesa próxima à janela. Hinata observou o entorno do local e ficou impressionada com as pinturas que enfeitavam as paredes.
— Aqui é bem bonito — comentou distraída.
— Agradeça ao Sasuke — murmurou revirando os olhos. — Eu perguntei se conhecia algum lugar e ele me indicou esse. Disse que era romântico na medida certa.
Hinata riu e concordou com a cabeça, fazendo uma nota mental para agradecer a Sasuke. Se havia alguém que era fã dela e de Shikamaru como casal, esse alguém era o Uchiha.
— O que vai querer?
— Gosto de Gin com frutas — declarou timidamente.
— Perfeito — o moreno declarou sorrindo —, vou fazer os pedidos. Já volto.
A mulher acompanhou o homem com o olhar, notando o quanto suas costas eram largas e atraentes na blusa social que ele usava. Desceu os olhos discretamente e secou a bunda arredondada e marcada pela calça de linho. Shikamaru era deliciosamente sexy.
Engoliu em seco, sentindo uma excitação fora do comum. Era normal sentir-se atraída por alguém, mas Shikamaru a fazia passar dos limites. Sabia que isso se devia ao fato de não ser algo somente físico, mas sentimental também, e ainda assim parecia fora do comum. “Céus, esse homem tem algum poder especial”, pensou mordendo os lábios.
O moreno voltou com um sorriso e a comanda na mão, sentando-se de frente para ela.
— O bartender disse que ia preparar um drink bem doce, com morangos e framboesas para você.
— E você vai beber o quê?
— Vou de chopp mesmo. Mas só um copo, afinal eu ‘tô dirigindo.
— A gente podia comer contrafilé com fritas. O que acha? — perguntou olhando o cardápio.
— ‘Tô dentro. Ei, amigo — chamou o garçom, pedindo uma porção para dois.
As bebidas foram trazidas em seguida. Eles bebericavam enquanto se encaravam, cada um com seus pensamentos, ouvindo o som ambiente.
Hinata pensava em coisas lascivas, de uma maneira que ultrapassava a época em que escrevia suas fanfics eróticas. Imaginava se seria capaz de fazer tudo aquilo com Shikamaru, tendo certeza de que desejava. Só não sabia se conseguiria, ao menos não de uma vez. Precisava de tempo.
O Nara tomava goles do chopp enquanto observava a mulher claramente perdida em um conflito interno. Ele poderia admirá-la para sempre, mas adoraria descobrir o que a preocupava.
— O que foi, linda?
— Hum? — indagou distraída.
— No que anda pensando?
— Ah, não é nada — riu meio constrangida, bebendo um pouco do drink. — Apenas viajei.
— Antes de eu viajar em você viajando — sorriu —, eu estava pensando em como estou feliz com isso que temos. Eu não sei explicar, mas me sinto um adolescente outra vez.
Hinata riu antes de concordar:
— Me sinto assim também. É uma emoção deliciosa.
— Ótima definição… — Piscou, dando um sorriso ladino.
O pedido chegou, fazendo os dois desviarem a atenção e sorrirem para o garçom. Comeram e conversaram animadamente, relembrando momentos engraçados na empresa e histórias sobre o passado de cada um.
Depois da segunda rodada de bebidas, decidiram ir embora. Shikamaru pagou a conta, apesar dos protestos de Hinata e saíram. No caminho, Hinata olhava de lado para o moreno, se perguntando se deveria chamá-lo para subir junto dela.
Quando o carro parou em frente ao seu prédio, a Hyuuga mordeu os lábios e encarou o homem, que arqueou as sobrancelhas, em dúvida. Queria muito ter um momento íntimo com ele, mas se sentia envergonhada demais para anunciar.
— Eu queria… — sussurrou de forma quase inaudível.
— Queria? — perguntou incentivando-a.
— Quer entrar comigo? — perguntou de maneira rápida, fechando os olhos ansiosa.
— Eu adoraria — respondeu dando um beijo suave na mulher.
[...]
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