Capítulo 11
Pelo resto da noite Sakura apenas existiu, as pessoas iam até eles cumprimentá-los, e aquelas que antes a olhavam com desconfiança, agora abriam sorrisos largos e tentavam-lhe chamar a atenção, de um momento ao outro, ela passou ao centro das conversas e da constante cortesia dos lordes presentes.
Tudo o que a menina queria era apenas desvencilhar-se desta situação e ir até Ino, até naquele instante não compreendia direito o que ocorrera, a certeza de seu destino mais uma vez escapava-lhe das mãos, o homem que prometera-lhe tirá-la da situação a jogara em um emaranhado de mentiras, por fim, ela permaneceu ao seu lado esperando pacientemente a possibilidade de correr ao andar de cima.
O que não tardou a acontecer, pois o mordomo da casa veio até duque e disse-lhe algo em seu ouvido, a feição do homem com a notícia permaneceu impassível, no entanto não demorou para ele abaixar até Sakura, que mantinha-se ao seu lado e murmura.
– É melhor você subir com sua prima – Sakura compreendendo o que ele dizia, mudou seu semblante, levando as mãos as têmporas, demonstrando dor.
– Milorde gostaria de me retirar – falou em alto e bom som, olhando em direção do duque - acontece que frente a tantos acontecimentos, acebei despertando minha famosa enxaqueca, dessa forma, precisarei me retirar e descansar um pouco – virou-se para o grupo que os rodeavam – acredito que todos compreendem, são muitas mudanças na vida de uma jovem – todos riram, e Sasuke a cumprimentando com a cabeça permitiu que Sakura parti-se.
Lentamente, Sakura subiu as escadas, os olhares, daquelas odiosas pessoas, ainda queimavam em sua costa. Porém, ao chegar na ala dos aposentos, ela aumentou o passo digerindo-se o mais rápido possível para onde Ino estava.
Contudo o cômodo estava vazio, um pensamento passou em sua mente, e ela começou a pensar como reverteria a situação, todavia, antes de ela correr para tomar qualquer atitude precipitada Mary veio em sua direção.
– Milady – disse ao ver Sakura – finalmente a encontrei, venha por aqui, todos estão na biblioteca privada do Duque – o alívio que a atingiu fora tão grande, que a garota deu um forte suspiro.
Então Sakura e Mary seguiram juntas a biblioteca privada do duque, o recinto era bem menor que a biblioteca que Sakura conhecia, mas igualmente imponente, as prateleiras iam do chão ao teto tomando conta das quatro paredes, os livros mais antigos e empoeirados demonstravam sua antiguidade e raridade. Perto da lareira, havia um sofá grande e duas poltronas, o que demonstrava como o local era privado. Em uma das poltronas seu tio estava sentado, com um copo de conhaque, seu rosto era impassível e ele não emitia uma única palavra, no sofá, no entanto, Ino estava deitada chorando no colo de sua Ama, enquanto sua tia anda de um lado ao outro como um tigre enjaulado.
– Como isso foi ocorrer – repetia a condessa – você sabia disto? Não sabia Minato?
Mas o homem louro, com pequenos fios prateados mantinha-se calado, ele apenas virava seu copo na boca. Sakura aos poucos aproximou-se de sua família, e no momento que Ino percebeu sua presença ela correu até a prima a abraçando-a.
– Por favor Sakura, diga-me que não sabia de nada disso – suplicou em um ruido engasgado.
– De forma alguma – respondeu apenas, apertando-a em um abraço ainda mais forte.
– Ela não sabia – disse Kushina – Mas seu pai sabia, pois ele conhecia os dois.
Neste momento, o som da maçaneta vibrou e a porta fora aberta, por ela adentraram no recinto tanto Naruto, quanto Sasuke, que tinham em suas expressões descontentamento. Minato então, finalmente, moveu-se, levantando-se ele foi em direção ao duque acertando um tapa em sua face, o homem, apenas aceitou a repreensão do mais velho.
– Você não é um duque – acusou Minato – é apenas uma criança, com um título, brincando com a vida dos outros – disse sem erguer a voz, mas de forma fria e assertiva – você prometera a mim, que seu primo não iria fazer mal a minha filha, prometera que falaria com as meninas e prometera que ele era um cavalheiro, no entanto estamos aqui, nesta sala com muitos problemas a resolver, por sua causa – o conde bufou de ódio – se eu pudesse, você nunca mais chegaria perto de minha sobrinha, depois desta noite, mas o noivado já fora anunciado.
Sasuke recebia as acusações sem olhar nos olhos do Minato, mantinha sua cabeça erguida e seus olhos voltados para Sakura que continuava sustentando Ino. Ele não encava o homem na sua frente, pois sabia que ele estava certo, a abordagem fora completamente inadequada, não era do seu feitio, todavia queria dar a oportunidade ao primo, embora este tivesse demonstrado a sua falta de caráter desde o início.
– Quero conversar a sós com ele – disse Sakura quebrando a pausa momentânea que Minato fizera.
– Jamais permitirei que fique a sós com ele – disse Minato – já cometi erros demais, por uma vida.
– Então você sabia – disse enfim Kushina – sabia e não disse-me nada? Colocou nossa filha nessa situação? O que achou que aconteceria Minato?
– Pensei que as duas sairiam muito bem casadas daqui, e no final, tudo não passaria de um contratempo – falou voltando-se para a esposa que encontrava-se atrás dele.
– É por isso que eu penso nessa relação – respondeu com fúria no olhar – o que iremos fazer com nossa filha? Todos saberão que ela passou esses dias grudada com o visconde que desapareceu sem fazer qualquer pedido ou promessa a ela – Ino começou a chorar no colo de Sakura ao ouvir as palavras da mãe.
– Tio, sei que não devo ir contra seu pedido – disse Sakura – no entanto, necessito verdadeiramente conversar com o duque imediatamente, em particular, por isso, o farei com sua pzzzermissão ou não.
– Deixe-a ir Minato, a situação não pode piorar – falou Kushina – eu quero conversar com você.
– Ino, pode ficar com Jane um momento – Sakura olhou para a ama de Ino que levantou-se indo até a garota.
Ino apenas assentiu com a cabeça, permitindo assim ser levada para seus aposentos por sua ama, extremamente preocupada, Naruto também as seguiu, precisava conversar com sua irmã.
– Vamos também Minato – falou Kushina, que alisava a saia para deixá-la a mais impecável possíveis, pois os ombros para trás acertando a postura e esticou a mão, esperando que seu marido a permite-se apoiar-se nele, que receou fazer ainda observando Sasuke que permanecera calado, desde que entrou na sala – Venha – insistiu Kushina – eu também preciso conversar com vocês a só.
Dando-se por vencido, Minato colocou a mão de Kushina em seu braço e andou em direção a saída, muito embora tenha parado na porta e olhado para trás para dizer:
– Ainda quero conversar com você amanhã – Sasuke enfim sustentou o olhar do homem, desviando-se de Sakura, para apenas acenar em concordância.
Desta maneira, foram deixados a sós, Sasuke fora até uma estante próxima, onde estavam as bebidas, pegou duas taças serviu uma dose em cada de Whisky escocês, o líquido âmbar preenchera o copo. Sakura havia sentando-se graciosamente no sofá e aceitou de bom grado quando Sasuke ofereceu-lhe a taça.
– Beba – disse – vamos precisar.
A garota olhou analisando a cor do líquido e sentiu o cheiro forte da bebida, levando-a a seus lábios, o gosto amargo conhecido a envolveu trazendo a ela uma lembrança acolhedora. Sasuke surpreendeu-se com a reação da jovem, não esperava que ela conhece-se a bebida.
– Meu pai e eu tomávamos algumas doses escondidas de minha mãe – contou Sakura encarando o nada, quando percebeu o desentendimento do duque – não era algo que uma dama devesse fazer, mas meu pai dava-me algumas liberdades a mais.
– É mesmo? – indagou, o duque, depois de bebericar um pouco da bebida de sua própria taça – quais? – contudo a jovem não respondeu, ao contrário afirmou.
– Acredito que você me deve explicações sobre o ocorrido – falou olhando diretamente para o duque.
Sasuke que já esperava ser questionado, não deixou de surpreender-se com a assertividade da noiva em cobrar-lhe explicações, ele esperava histeria, e encontrou nela maturidade inesperado a uma jovem de 18 anos. As palavras de Minato martelavam em sua mente, ele não era uma criança e provaria isso, a ela e ao conde.
– Eu e Naruto nos atrasamos para o baile dos Taylor, sendo assim, quando chegamos Sai já havia se apresentado como eu, acredito que ele não tinha conhecimento da minha presença na cidade, muito menos de que eu iria ao baile, encontrar-me com vocês – Sakura ouvia calada enquanto bebericava em sua taça – Nós levamos Sai para conversar, e ele nos contou que avistou vocês primeiramente em outra reunião, mas não fora apresentado adequadamente na ocasião, ele confundiu milady com lady Uzumaki, e assim quis tomar meu lugar – ele a olhou com os olhos negros profundos, indecifráveis – haviam dito que minha noiva era a mais bela, mas beleza é relativa e ele entendeu ser lady Uzumaki, o que para mim é um completo ultraje, já que vossa senhoria é o ser mais belo que já tive o prazer de observar.
Ele sentou ao seu lado no sofá, esperando uma abertura que não veio, por isso continuou o relato – Naruto disse-me que seria uma oportunidade conversar com a senhorita sem o peso do contrato, concordei com ele, minha mãe pedira-me a mim a mesma coisa, tentar conquista-la, eu jamais imaginei que iria tão longe, contudo, se fossemos a Londres os Lordes mais antigos saberiam quem eu era, por isso nos retiramos para Rutsea, a intenção era fazer o pedido a vocês até o final da estadia, no começo entendi que seria melhor contar em privacidade o que tinha ocorrido, porém, depois da demonstração de atenção pública de Sai a lady Uzumaki, tornou-se imperante todos soubessem quem eu era, e que jamais deixaria o contrato pondo-a em risco.
– Mas não pensou o mesmo em relação a minha prima – disse levantando-se, dando a costa a ele, pois sentia-se profundamente atingida.
– Na verdade pensei – respondeu a acusação – ontem convoquei Sai ao meu escritório, para que fizesse o pedido conjuntamente comigo, na frente dos Lordes, e assim assegura-se o casamento de ambas, tudo não passaria de uma peça pregada por mim e por meu primo na alta sociedade, e como você viu estavam rindo, pois não contrairiam um duque.
– Então, onde está o visconde? – indagou ainda sem olhar para ele.
– Ele se foi... – informou Sasuke – deixou a cidade e fugiu para a Escócia, acredito, de qualquer modo, ele se foi, declarou-se contra mim ao contrariar minhas ordens.
– Não pode ser – disse Sakura visivelmente conturbada – ele não poderia ter feito isso.
Sasuke nunca sentira o ódio que estava sentindo naquele momento, nem em um milhão de anos, pois em seu íntimo o medo crescia, não cogitara antes, mas e se Sakura tivesse apaixonado-se por Sai, mas não poderia, pois ela pertencia a ele, na frente de todos, ela a tomara para ele e ela o aceitara.
– Infelizmente ele se foi, e resta apenas a mim – disse bruto, puxando o braço da dama, fazendo com que ela olha-se em seus olhos – terá que contentar-se com um duque.
Sakura não esperava esta reação da parte do lorde, e puxou seu braço, mas ele a apertava forte:
– Solte-me milorde, pois está me machucando – disse fria sustentando o olhar negro que a queimava – não poderia importar-me menos com o visconde, mas importo-me com minha prima – completou – pois ele levou-lhe tudo, até mesmo a virtude, por isso rogo a ti, que traga-o de volta serei a melhor esposa que possa ter – ofereceu com o olhar fixos no dele.
Sasuke ao compreender o que ela disse, a soltou rapidamente, contudo sua mão ainda sentia a sensação da pele dela:
– Não posso fazer isso – disse mais sereno – mesmo que eu consegue-se acredito que milady jamais seria feliz casando-se com alguém que fugira dela.
– No entanto o que poderíamos fazer – falou a mulher, pela primeira vez desesperando-se – isso acabaria com as chances de ela conseguir um casamento decente, por favor, você precisa resolver a situação – implorou pela primeira vez, não por si, mas por sua prima.
– Eu coloquei vocês duas nesta situação e resolverei o problema – afirmou prontamente – vamos todos a Londres com a lady Uzumaki, nos casaremos de pronto, mas passaremos estes dias em Londres, e daremos o apoio necessário a família.
Sakura pareceu concordar com a ideia, pois não contestou a decisão do duque, mas havia algo que ainda incomodava-a:
– Eu casarei com você, mas quero uma renda em meu nome – exigiu – desejo ainda uma casa separa da sua, e quero um dote para minha irmã, é tudo o que você me prometera – falou por fim.
– Eu lhe darei tudo o que me pediu e que me pedir, mas jamais permitirei que viva longe de mim – disse sereno – não permitiria que minha duquesa fique longe de mim, nem de minha casa.
– Eu não confio em você – disse ela por fim, olhando diretamente para ele.
– Eu sei que não – respondeu – nem deveria, depois do que lhe fiz, mas eu que rogo a você, eu irei fazer quase tudo o que me pediu, ao fim dessa temporada a lady Uzumaki estará casada, mas você me dará a oportunidade de eu conquistar a sua confiança novamente.
Aproximou-se dela, puxando-a pela cintura, ele era muito mais alto que ela, mas ela viu quando ele levou sua mão ao queixo da dama, puxando-o delicadamente para cima, o olhar de ambos cruzaram-se e ele pediu em silencio passagem a ela, que concedeu ao fechar os olhos apenas sentindo a sensação. A mão que permanecera em sua cintura apertou-a mais ainda, puxando-a para mais perto dele, ela o sentiu por todo o seu corpo, e o perfume de rosas dele quase a sufocou.
Ele beijou-a em seu pescoço e subindo delicadamente, com um caminho de beijos ate perto de sua boca, Sakura sentira um fogo inexplicável que a queimava por dentro, ela mordeu os lábios sentindo a possessão dele sobre ela e quando ele passou o nariz pela rosto dela sentindo o seu cheiro, pode finalmente sentir os lábios deles colando em sua boca, delicados e serenos, pediam passagem, que fora concedida quando ela abriu os lábios, ele então a tomou, a mão que estava em seu queixo fora a sua nuca e a puxou para mais perto.
Sakura, não compreendera completamente o porquê Ino havia entregando-se tão facilmente, mas agora rendida nos braços dele, ela deixaria que ele a levasse ao céu e ao inferno e nem se importaria.
Devagar Sasuke afastou-se dela, colando sua testa a dela, não conseguiu deixá-la completamente, no entanto era necessário, ou a tomaria ali mesmo no chão de sua biblioteca. Ele sentia-se duro e frustrado, mas enfim a soltou, a olhou mais uma vez, colando seus lábios ao dela em um casto beijo e disse:
– Precisamos ir, partiremos para Londres em dois dias – tenho um pretendente aceitável para a Lady Ino, mas preciso conversar com ele antes.
Ambos sentiram-se em se distanciar de vez, mas logo Sakura estava em seu quarto e precisaria conversar com Ino novamente na manhã seguinte.
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