Dias depois da partida de Mu para Jamiel, Aiolos e Saga foram convocados para comparecerem no templo do grande mestre para tratarem de um assunto de suma importância para ambos.
Após receberem a notícia, os cavaleiros deixaram os menores sob responsabilidade de Shura, que prontamente se ofereceu a ajudar e Angel que se ofereceu em seguida, para chamar a atenção de Saga. Giovanni concordou em ajudar por ciúmes e assim, o trio de aspirantes começou a colocar ordem na casa do sagitariano onde estavam os pequenos concentrados.
Assim que retornaram para a casa, viram alguns dos menores que estavam na sala, com exceção de Shaka que estava meditando em um dos quartos.
Aldebaran estava sentado de frente para o televisor, se sentindo ainda triste pela partida de seu melhor amiguinho. Camus apenas olhava para Aiolia e Milo, achando aquela disputa de quem era o mais forte um tanto entediante e já estava perdendo a paciência, pois estavam atrapalhando sua leitura ao pararem bem a sua frente para fazer tal coisa.
— Ei! Vocês dois! — chamou e viu Milo olhar para ele com o cenho franzido.
— Que você quer, palito de fósforo? — perguntou e viu o outro estreitar o olhar.
— Por que vocês não continuam essa discussão ridícula de vocês em outro lugar, que não seja bem aqui onde eu estou? — perguntou e viu o sorriso debochado do louro.
— Os incomodados que se retirem. — respondeu e soltou um riso, sentindo o peso do livro sobre a cabeça em seguida. — Ai!!! Pica-pau maldito! — disse e avançou contra o outro, sendo apartado por Shura, que o segurou no mesmo instante.
— O que tá acontecendo aqui? — perguntou Shura ao olhar seriamente para eles.
Aiolia olhou para o mais velho e levou as mãozinhas para trás, enquanto meneava a cabeça para os lados. Seus amigos olhavam para a cena curiosos.
— Eu não sei. Eles tão sempre brigando. — respondeu e viu Shura olhar para os outros dois que trocavam um olhar de pura raiva.
— O que vocês tem a dizer? Por que estão brigando desta vez?
Camus cruzou os bracinhos e fez bico, inconformado de estar mais uma vez sendo questionado por causa do pequeno escorpião.
— Esse pica-pau, filho da... — mal respondeu e levou um puxão de orelha. — Ahhh! Doeu, Shuraaaa! — disse ao choramingar e sentir os olhinhos marejarem do puxão que levou.
— Já disse que não é para brigarem! E nada de palavrões, entendeu? — perguntou seriamente e viu o menor concordar com a cabeça baixa, já levando a mãozinha até os olhos para apartar a queda de suas lágrimas.
— Eu só pedi pra eles saírem daqui, pois eu estava... Ai!!! — gritou e sentiu os olhinhos marejarem também.
— Sempre que tem briga, vocês dois estão envolvidos e creio que a culpa não seja sempre por causa do Milo.
— Eu não fiz nada... — choramingou e esfregou os olhinhos, chateado por também estar recebendo parte do castigo.
— Sei... olha, já estou cansado de apartar briga de vocês e vendo o Olos chateado por não saber o que fazer para pararem de vez com isso. — respirou fundo. — Vocês dois vão ficar de castigo no quarto.
— O que? — perguntou o ruivinho ao olhar para o maior inconformado.
— E para aprenderem a superar e deixarem de brigar, vão fazer um companhia para o outro, enquanto estiverem de castigo.
— Isso não é justo! — falou Milo ao olhar emburrado para Shura.
— Não me diga o que é justo. Agora vão! — apontou o dedo em direção ao corredor e olhou seriamente. — E você Aiolia, ficará responsável por não deixar eles brigarem. Se isso acontecer, quero que me chame.
O menor fez beicinho e cruzou os braços.
— Por que eu?! Eu não fiz nada!
— Por isso mesmo. Vão, agora! Os três! — voltou a apontar e viu os três seguiram até o corredor em meio a resmungos.
Shura soltou um suspiro e sentiu uma mão em seu ombro.
— Você sabe mesmo lidar com eles. Tô impressionado. — disse o pisciano ao ver a cena.
— Sei lidar com muitas coisas, desde que me conheço por gente. — respondeu e olhou para o italiano. — Melhor arrumarmos isso tudo, antes deles chegarem.
— Eu não vou arrumar nada. — levou os braços pra trás da nuca e olhou para o lado emburrado.
— Ah, vai sim! — segurou o amigo pelo braço e olhou para Angel. — Pode ver como o Shaka está? Ele está muito quieto.
— Mas ele é quieto. — respondeu o pisciano ao revirar os olhos.
— Não custa olhar. Vá, por favor.
— Ah, tá bom. — bufou e saiu em direção ao corredor.
O italiano começou a juntar os brinquedos caídos pela sala e resmungou, chamando a atenção de Shura que apenas olhava para ele seriamente.
Como odeio limpar a bagunça dos outros. — pensou.
—
Shaka tentava meditar pela quinta vez naquela manhã, mas novamente falhou. Ainda se sentia triste com a partida de seu amigo e mesmo que tentasse esvaziar sua mente de pensamentos, a imagem do pequeno não saía de sua cabecinha.
Ao olhar pela janela, soltou um suspiro e se perguntou como estaria seu amiguinho naquele momento. Ouviu o som da maçaneta da porta e rapidamente se sentou por ali, fingindo estar meditando de olhos fechados.
Afrodite abriu uma fresta da porta para espiar o pequeno e bateu duas vezes antes de entrar.
— Posso entrar? — perguntou e viu Shaka assentir.
— Pode. — soltou um suspiro e abriu os olhos, vendo o maior fechar a porta e se aproximar devagar.
— Por que não vem comigo até a sala pra ficar com os outros?
— Não quero. Tô meditando agora. — mentiu ao olhar para ele seriamente, pois não queria admitir que estava triste.
— Você pode meditar depois. Não se importa com seu amigo? — perguntou ao se referir a Aldebaran.
O pequeno pensou por alguns instantes e ficou em silêncio, se sentindo mal por estar mentindo. Entretanto, não queria dividir o que sentia, pois confiava parte do que sentia a Buda.
— Shaka?
— Shaka tá pensando. Aldebaran deveria meditar também. — respondeu e voltou a fechar os olhos.
— Quer que eu o chame pra ficar com você? É isso que está tentando dizer? — perguntou e viu Shaka colocar uma mão virada com a palma para cima e cobrir com a outra da mesma forma, juntando os polegares em seguida.
— Shaka não está tentando dizer nada. Shaka dá conselho, pois sabe que Aldebaran está sofrendo. Meditar ajuda. — respondeu e o pisciano ergueu uma sobrancelha.
— Ajuda é? Então, você também está sofrendo, não é? — sorriu de canto e viu o louro abrir os olhinhos no mesmo instante.
— Shaka quer ficar sozinho! — respondeu emburrado e Afrodite continuou com o sorriso no rosto ao ver o menor sem jeito. Até corado estava.
— Está bem… vou falar com ele. — levantou e alinhou a roupa. — Devia ser menos fechado, sabia? Falar com quem se importa com você também ajuda. — piscou o olho e viu o menor baixar o olhar envergonhado.
— Shaka quer…
— Tá, tá. Já entendi. Até depois. — disse e saiu dali, deixando-o novamente sozinho no quarto.
Shaka soltou um longo suspiro e voltou a pensar no amiguinho.
Shaka sente sua falta. — pensou.
—
Ao chegarem no templo do grande mestre, Saga e Aiolos aguardaram até o mesmo ser solicitado da chegada deles e logo viram o guarda retornar.
— Saga, Aiolos… o mestre os aguarda. Pode entrar. — disse e estendeu a mão para que o seguissem até o portão de acesso até o salão.
Ambos seguiram até a entrada e assim que viram as portas abertas, olharam para o mais velho que estava sentado no mesmo lugar de sempre. Levaram o punho para bater contra o peito antes de entrarem e caminharam devagar, um tanto apreensivos pelo motivo de serem chamados ali naquele instante.
Shion notou pelos cosmos o quanto eles estavam nervosos e esperou que se aproximassem para começar o que tinha para dizer a eles.
— Mestre… — Saga se agachou com um joelho apoiado no chão e abaixou a cabeça em respeito ao mais velho.
Aiolos fez o mesmo, mas olhou para ele por um instante.
— Mestre. Aconteceu alguma coisa? — perguntou e viu o mesmo olhar para ele.
— Sim. — respondeu e viu ambos lhe olharem curiosos. — Em poucos dias farei um torneio entre os aspirantes a cavaleiros e acho que estão aptos a participarem.
— Torneio… — Aiolos disse baixinho e Saga baixou o olhar por um instante. Logo, voltou a olhar para o mais velho e por mais que não enxergasse o rosto do patriarca, sabia que estava com os olhos presos a ele.
— Se me permite perguntar, mestre… qual o objetivo desse torneio?
O patriarca juntou as duas mãos, entrelaçando os dedos e apoiou o queixo sobre elas.
— Saberá no tempo certo, jovem Saga. — disse e continuou analisando os mais novos que se entreolharam ainda mais curiosos.
Vocês são meus escolhidos. Tenho plena consciência disso. — pensou.
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