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História Como um Clichê Shoujo - 16; Ele é apenas... Ele - História escrita por wang-yale - Spirit Fanfics e Histórias
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História Como um Clichê Shoujo - 16; Ele é apenas... Ele


Escrita por: wang-yale

Notas do Autor


capítulo bem grande né? aproveitem rs
desculpa qualquer erro e não desistam de mim.
boa leitura <3

Capítulo 16 - 16; Ele é apenas... Ele


Fanfic / Fanfiction Como um Clichê Shoujo - 16; Ele é apenas... Ele

Capítulo 16:

Ele é apenas... Ele.

 

Deus... Pode me destruir agora.

Lá estava ele, com os fios escuros em sincronia perfeita e o sorriso doce estampado no rosto, sentado confortavelmente à mesa colorida do ambiente de trabalho.

Hana respirou fundo, o coração pulsando e os cabelos desgrenhados, segurando o bloco de anotações com força. Agora, mais do que nunca, estava nervosa para um cacete.

— S-Seja bem-vindo... — o saudou, dando um reverencia rápida. Queria esconder o rosto, mas isso não era tão possível. Não quando ele a viu e se sentiu surpreso.

— Hana? Ah, você trabalha aqui?

Isso era bem óbvio. O uniforme, os fios amarrados e o bloquinho em mãos. Ela sorriu com a pergunta, sem deixar que o nervosismo transparecesse.

— Sim, eu...

— Que surpresa! — sorriu. Aquele maldito sorriso. — Você pode me recomendar algo?

Ela quis enfiar o rosto no chão. Não era muito boa com escolhas, mas sabia a única coisa que era a mais pedida por ali. Inclinou o rosto para baixo, cravando as unhas de cor rosa pastel nas folhas do bloco.

— Talvez um parfait premium — o rosto vermelho escondido atrás das páginas em branco não conseguiram ver o olhar sorridente que ele redimensionara a si.

— Então vou querer esse. — soltou uma risadinha angelical, daquelas que só ele possuía. — O que houve?

— N-Nada... — virou-se de costas, com os olhos girando como um desenho animado faria. — Vou pegar seu pedido.

Caminhou roboticamente até a cozinha, sentindo cada poro do seu corpo tremer. Era comum que se sentisse nervosa perto de Chittaphon, mas não naquele nível. Talvez o ambiente não tenha ajudado muito, principalmente pelo fato de ele poder vê-la naquele uniforme amarelo e vermelho.

Você realmente está apaixonada pelo meu irmão?

Girou o pescoço. Mas que diabos... Não podia se livrar dele nem mesmo em seu próprio emprego? Ele realmente era filho do tinhoso.

— Aqui está seu pedido.

Foi na hora de seu intervalo que ela aproximou-se da banca em que ele estava logo após outra funcionária entregar-lhe o pedido. Estava cabisbaixa, nervosa e vermelha, o combo perfeito para um tímido ambulante.

— Bom, esse é meu intervalo. Acho que vou sair um pouco.

Já estava quase se despedindo quando sentiu o toque dele contra sua pele, algo macio que agitara seu coração imediatamente. Observou-o detalhadamente com o sangue fervendo.

— Espera. — e ela esperou. — Não quer se sentar um pouco?

Recusaria, mas parecia a hora perfeita para fazer o que vinha pensando. Sentou-se calmamente, enquanto os dedos batucavam uns aos outros. O príncipe segurou a colher com o sorvete na mão, próximo ao rosto dela.

— Você é tão boba. — ele disse, rapidamente, e deixou a colher encostada contra os lábios dela até que ela aceitasse o pedido de provar. E era bastante doce. — Não precisa ficar tão tímida só porque estou aqui.

O gerente nunca pareceu tão interessado no que os dois faziam. Atrás do balcão, observando atentamente como uma idosa de qualquer vizinhança.

— Me desculpe. — ela pediu baixinho, o peito disparando felicidade.

— Isso está muito bom. — ele disse, sorrindo. Ela curvou os olhos contra a mesa, mas logo depois o encarou.

— Chittaphon... Por que você é tão gentil?

A pergunta não o chocou ou o fez ficar surpreso. Ao menos, ele não aparentava estar com nenhuma reação no rosto. Virou lentamente os olhos para ela, com um sorriso pequeno nos lábios.

— Porque se eu não for gentil, você não vai gostar de mim.

Olhos arregalados, coração acelerado, bochechas vermelhas. Talvez, ter Chittaphon ao seu lado a fazia se sentir uma criança boba.

— Isso não é verdade! — falou alto, quase que assustando os outros clientes e o próprio ao seu lado, que apenas a encarava, agora, surpreso. — Eu vou continuar gostando de você mesmo se não for gentil. E...

— Então você gosta de mim?

A ficha caiu.

Era isso? Havia, finalmente, se declarado? Tão fácil assim? O momento que sonhara por anos havia, finalmente, chegado?

De repente, sentiu como se fosse morrer.

— Que bom. Eu também gosto de você.

Coração acelerado ao quadrado VS bochecha vermelha ao triplo.

Isso era... Uma confissão, não era?

— Estou de volta — ela a voz de Jiyeon adentrando o estabelecimento.

E não foi só ela que pareceu perplexa ao encarar a figura sentada sobre o banco, pois, ao lado de Hana, Chittaphon também parecia. Os olhos arregalados e a boca aberta denunciavam o choque.

— J-Jiyeon? — ele levantou-se rapidamente, o tipo de ação que Hana jamais achou que veria.

Dois corpos silenciosos logo em seguida. O sorriso satisfatório dela.

— Chittaphon, você... Não sabia que conhecia Hana.

Agora foi a garota quem se pronunciou, levantando-se tão rápido quanto se sentara.

— Nós somos a-apenas amigos.

Isso não parecia justificar muita coisa.

— Que bom. — a maior se pronunciou, ainda sorrindo. Desviou sua atenção até o garoto. — Como está Taeyong?

Por que diabos ela parece tão interessada no demônio?

— Está ótimo. — Chittaphon parecia nervoso.

— Eu imagino que sim.

O assuntou pareceu se encerrar. Os dois corpos completamente sem graça, com ela encarando o chão e ele coçando a nuca. Logo depois, ele disse:

— Vamos ter um festival aberto ao público. Por que não aparece por lá?

— Parece uma ótima ideia.

Hana achava que a ideia era péssima.

             

 

— Por que ela parecia tão interessada no demônio...? — as dúvidas ainda martelavam sua mente mesmo depois de já estar no dormitório.

O corpo de Doyoung indo a sua direção no final do corredor chamou sua atenção.

— Ah, Hana! — ele adentrou rapidamente em seu campo de visão. — O furacão foi realmente ruim, não é? Eu estava na casa de uns amigos e nem consegui voltar para cá...

Ela não queria se lembrar desse episódio nunca mais.

— Enfim, Taeyong mandou te entregar isso.

Notou, segundos depois, que era o casaco da sua farda na qual havia colocado sobre o ferimento dele. Estava bastante limpo e macio quando ela pegou entre os dedos.

— Diga a ele que obrigado.

Doyoung sorriu.

— Talvez você mesma devesse dizer a ele. Agora vou precisar ir a um lugar com a inspetora. — e já foi logo se afastando e acenando. — Até mais!

E Hana ficou ali, parada, analisando seu próprio fardamento com as palavras do demônio ainda rodeando sua mente.

Você está realmente apaixonada pelo meu irmão?

 

 

A primeira semana de provas ocorreu normalmente — apesar dos atrasos de Hana e as noites em claro para estudar —, tudo parecia ter ido bem. Até sua colocação no mural havia melhorado — de 25 para 20 — e, bem, o primeiro e segundo lugar eram os mesmos: Em primeiro, Lee Chittaphon e, em segundo, o tal do demônio Lee Taeyong.

E na semana seguinte, o barulho e correria haviam se tornado reais. Parecia um verdadeiro caos ver as turmas se embolando para fazer o melhor festival do mundo. Faziam planos no intervalo, nas últimas aulas e até mesmo os que moravam no dormitório se comunicavam com os outros por celular.

A sala de Hana parecia a mais barulhenta de todas.

— Ah, Taeyong corre muito rápido! — uma das garotas no pátio gritou para outra, logo depois da primeira maratona de corridas para treinamento.

Esse cara... Tem algo que ele não seja bom?

— Hana... Você corre muito devagar. — era Nayoung ao seu lado com o caderno de avaliação em mãos.

Realmente? Hana nem se importava muito. Estava praticamente desmaiando ali mesmo, com as mãos apoiadas aos joelhos e a respiração sufocante.

— Obrigada pelo elogio.

Doyoung foi até o demônio quando este parou de correr.

— Você deveria tentar participar da cavalaria humana.

— Não. — disse ríspido.

— Todos estão tão animados — notou Hana, virando-se para Nayoung em seguida. A amiga arrumou o par de óculos.

— Isso é porque as turmas dependem dessa pontuação para ficar em primeiro. É bastante competitivo.

Os olhos de Hana focaram-se no jeito que Taeyong bebia a água da garrafa. Parecia simples, normal, e isso a fazia ter palpitações.

Mas que merda é essa agora? Não posso estar realmente...

— Hana! — Siyeon berrou perto do seu ouvido, quase trombando na amiga. O sorriso estava largo. — Parece que eu e você vamos fazer a corrida de três pernas.

— O que? — arregalou os olhos. — Não mesmo!

Hana tinha problemas com corrida. Desde pequena não conseguia correr muito bem, pois sempre se cansava. E agora, mais do que nunca, não poderia participar de um festival desse nível, quase morrera no anterior.

— Qual é, vai ser divertido! — bateu no ombro da amiga, com o sorriso largo.

Na frente delas, outra corrida já havia começado, e os nervos de Hana nunca ficaram tão aflorados.

           

 

 

— O que? Pedido para outra garota entrar no dormitório? — eram os gritos da inspetora no andar de cima.

Hana nunca estava tão cansada, nem mesmo quando correra no festival anterior — o que foi o verdadeiro inferno, agora que ela se dera conta. Pegara uma latinha de refrigerante para se esfriar e pegara todas as roupas que estavam no varal a pedido da inspetora e devolvera diretamente a ela.

Encostou-se na parede próximo ao seu quarto, bebendo o líquido gelado. A principio parecia estar até com febre.

— Ah, Hana! — era a voz de Doyoung, novamente. Carregava uma caixa de papelão nos braços, sorrindo animado. — Tem um minuto?

Ela apenas concordou, curiosa sobre o que tinha na caixa.

— Ouvi dizer que os estudantes da outra turma vão dançar durante o festival.

— O que? — ela quase se engasgou. Era bem óbvio que receberiam mais pontos. — Que droga...

— Então eu pensei: “por que não fazemos algo especial também?” — ele sentou-se no chão quando a viu fazendo isso. A cerâmica gelada os relaxou.

— Tipo o que?

— Estava pensando ainda, mas talvez devêssemos fazer um festival de cosplay? — ele já foi usando uma peruca comprida que se parecia com o cabelo da Hatsune Miku.

Hana arregalou os olhos.

— Não posso fazer isso! Eu...

Seu lado otaku sendo quase revelado no instante seguinte. Na verdade, ela adoraria usar um cosplay, mas preferia que seu segredo permanecesse firme.

— Ah, vamos! — de repente, o sorriso no rosto dele se alargou. — E não seria ótimo ver Taeyong usando cosplay? Acho que as outras turmas iam pirar!

A imaginação humana é uma falha. Uma verdadeira falha. Pois no instante seguinte Hana imaginara o que não deveria. Lee Taeyong fazendo cosplay de Levi Ackerman? Vulgo seu personagem preferido dos animes? Não... Isso não podia ser real.

Sangramento nasal imaginário em três, dois, um...

— Certo, vamos fazer isso! — ela levantou-se, animada. Doyoung nunca pareceu tão feliz.

 

 

— Taeyong-ssi!

O demônio ouviu os berros de Doyoung em uma distância razoável. Virou-se para trás no instante seguinte, temendo por fazê-lo. Lá estavam Hana e Doyoung, ambos usando o mesmo cosplay de Inuyasha.

— Hey, you! — era Hana e seu inglês fluente, mas nem tanto assim, em ação.

— O que vocês dois estão fazendo, seus idiotas?

Doyoung foi para cima dele, com um brilho invejável nos olhos.

— Escute, Taeyong! Vai ser realmente divertido! — o demônio se afastou. — Vamos atender ao público e fazer nossa torcida usando cosplay, isso vai ser incrível.

— Sim, sim! — Hana apareceu ao seu lado, parecendo incrivelmente animada. — Podemos ganhar muitos pontos!

Ele girou os calcanhares, nem um pouco interessado.

— Façam o que quiserem.

Em seguida, Doyoung choramingando ao ficar na frente dele, praticamente o abraçando.

— Não, venha! Vai ser triste sem você! Eu quero muito ver seu espírito esportivo!

Se fosse um anime, Hana poderia sentir a gota atravessar sua cabeça. Mas agora, naquele momento, ela só queria que sua fantasia de Levi fosse realizada com sucesso.

— Por favor! — ela aproximou-se também, juntando as mãos e sorrindo animada. — Venha com toda a turma e torça conosco. Não nos faça perder pontos por isso.

— Vocês estão sendo muito irritantes — ele afastou-se mais, com aquela expressão sombria no rosto. Hana nunca quis tanto se enterrar. — Por que querem tanto que eu participe?

— Precisamos de você! — Doyoung exclamou, choramingando ao lado de Hana. — Não é como se pudéssemos fazer isso sem o líder do dormitório!

Ele continuava com a mesma expressão.

Hana usou seus dotes de otaku para se aproximar apropriadamente.

— Em troca eu faço qualquer coisa que você me pedir. — o cutucou com o cotovelo.

Não durou muito para que o rosto sombrio se transformasse em outro completamente diferente, com o sorriso sacana e cheio de malicia estampado nos lábios.

— Ah, então é assim... Qualquer coisa mesmo?

O rosto vermelho dela logo em seguida.

— N-Não! Não se engane! É apenas um pedido. Apenas um.

Ele não desfez o sorrisinho sacana.

— Então você vai se submeter completamente? — ela quase se engasgou com a própria saliva ao notar a aproximação repentina dele. — Isso vai ser interessante. — e logo depois, o sussurro em seu ouvido: — Eu não vou facilitar as coisas para você desta vez.

Se o rosto parecia um estoque de pimenta, agora estava mil vezes pior. Afastou-se rapidamente do corpo dele.

Essa não. Sinto que cavei minha própria cova.

No dia seguinte, logo após sair do serviço, Hana encontrou Taeyong no meio da cidade movimentada, completamente sozinho. Pelo menos dessa vez, eles não haviam se esbarrado.

— O que você está olhando? — ouviu ele perguntar rudemente para um garoto qualquer no meio da rua. Ela achava que talvez eles já se conhecessem.

Foi ao se aproximar que notou outra aproximação maior perto dele, como um guarda-costas.

— Taeyong, está comprando briga de novo?

O garoto não respondeu.

— Lamentável. Depois de finalmente você ter atendido minhas ligações eu pensei que... Mas você continua o mesmo de sempre.

Essa pessoa poderia ser o pai dele?

E foi na volta ao dormitório que tudo pareceu ainda pior, quando ela o viu chegar com o lábio machucado.

— Ei... — ela o chamou, mas ele não ligou, subindo as escadas. — O que houve?

— Não é nada.

Ela sentiu como se o ar em seus pulmões tivessem se esvaído. Começou a segui-lo escada acima.

— Como “não é nada”? — tocou em seu braço. — Foi seu pai?  

Ele parou no meio do corredor, e, embora ela não pudesse ver seu rosto, sabia que não havia expressão alguma ali.

— Me deixe sozinho. — e voltou a caminhar.

— Eu não posso te deixar sozinho e...

— Hana — era a mão de Chittaphon tocando seu ombro, enquanto ele sorria para ela. — Estamos no lado masculino, você esqueceu?

Eu só queria ver ele por um breve momento e...

Chittaphon adentrou o quarto quando viu que Hana já havia saído. Chegou bem no momento em que o irmão se trocava, fechando a porta atrás de si.

— Você está bem? — perguntou, sentando-se na cadeira perto da escrivaninha.

— Estou me trocando.

Segundos em silêncio até que Taeyong sentasse sobre a cama e abaixasse o rosto. O corte em seu lábio inferior parecia doer.

— Você se encontrou com ele, não foi?

Taeyong não respondeu, apenas deixou as mãos sobre a nuca.

— Muitos pais e visitantes estarão vindo ao festival... É melhor você se comportar.

 

           

— Olha isso! — Doyoung aproximou-se da turma segurando dois pompom vermelho. — Acho que podemos fazer mais desses para a torcida.

— Estou muito animada pelo festival! — comentou uma garota logo quando Hana adentrou a sala e o nervosismo invadiu seu corpo.

Tantas pessoas estranhas em um só lugar... Ela queria desmaiar.

— Ah, Taeyong! — gritou um dos garotos quando o dito cujo adentrou o ambiente. — O que você acha de...

— Sinto muito. — ele parecia quieto demais, Hana percebeu. — Não vou poder participar do festival.

— O que...? — o sorriso de Doyoung murchou, assim como todos na sala pareciam chocados.

Hana não podia acreditar.

— Não é por causa do cosplay, não é? Se for...

Ele não ligou. Deixou a mochila na banca e virou as costas para o que acontecia dentro da sala. Hana abandonou o ambiente no mesmo instante, partindo atrás dele. A adrenalina invadindo seus poros. A ideia de que ele não participaria parecia patética.

— Ei, espere um minuto! — ela gritou, mas ele não parou. — Eu disse para esperar!

Nem com os olhos dos outros alunos virados para si a impediu de alcança-lo e encarar seus olhos castanhos. Ao contrário do resto do ano, ele não parecia tão demoníaco. Parecia estranhamente vulnerável.

No fim, era estranho que agisse daquela maneira.

— Não me siga.

— Não! — ela o parou ali mesmo, com o ar esvaindo de seus pulmões. Ele pareceu surpreso. — Por quê? Você até mesmo chegou a treinar com todos...

— Eu nunca prometi nada a você. — aquilo pareceu cortá-la. — Entendeu?

— Não precisa prometer, só... Participe com a gente.

Ele trincou os dentes e segurou com força o braço dela, aproximando-se.

— Você é realmente um saco. — continuou raivoso. — Você quer que algo de ruim aconteça?

Não entende o comentário. O que mais de ruim poderia acontecer além daquilo? Era necessário que todos participassem, e receber a notícia de que o melhor em esportes na turma não participaria já era ruim o bastante para que a pontuação mínima seja o penúltimo lugar.

Não se afastou ou se moveu, continuou na mesma posição, encarando-o no fundo dos olhos como nunca havia feito antes.

— Todos estão tão animados e se dedicaram tanto, principalmente com você...

Foi cortada logo em seguida, atribuída ao olhar físico de desgosto.

— E daí? Não se importa se tudo desmoronar se eu aparecer?

Ela estreitou os olhos, medindo distância.

— O que você quer dizer com isso? — ele não respondeu. — Me responda! Eu realmente quero que você participe.

Ele balançou a cabeça devagar, parecendo surpreso com as palavras, embora não expressasse nada.

No final do corredor, estavam Doyoung e a metade da turma indo em direção a eles. O garoto berrou ao se aproximar o suficiente.

— Então era aqui que vocês estavam! — ele parecia desesperado segurando algumas folhas de papel em mãos. — Esse negócio de não participar era tudo mentira, não é?

Hana ergueu o braço do maior para cima, com um sorriso disfarçado no rosto.

— Ele disse que ficaria feliz em participar! — declarou, absorvendo um olhar de surpresa e irritação de Taeyong.

— Ei, eu não... — ele até tentaria responder, mas os passos de Doyoung foram mais rápidos. Os alunos suspiraram de alívio, aglomerando-se ao redor como se fosse um briga.

— Ah, então era tudo mentira! — Doyoung cutucou a barriga de Taeyong com o cotovelo, sorrindo sacana. — Nossa! Você realmente sabe deixar alguém assustado.

O corpo de Hana já não estava mais ali, afastara-se imediatamente até a classe, onde se encontravam Nayoung e Siyeon anotando o que faltavam nas caixas. Olharam para ela, que parecia ter corrido uma maratona, e aproximaram-se.

— Caramba, você está horrível. — foi Siyeon quem disse, sincera como sempre. Hana respirou fundo.

— É que eu acabei de domar um demônio.

 

DIA DO FESTIVAL ESPORTIVO

 

— Urra! Urra! — berrou Doyoung e a metade da turma ao adentrarem no pátio que já se encontrava relativamente cheio, com rostos desconhecidos parando em todas as barracas de comida feitas pelas outras turmas. — Time vermelho! — gritaram outra vez.

Usavam o uniforme e fitas vermelhas amarradas ao corpo. Alguns com elas no braço, testa ou cintura. Hana escolhera a testa, animada com a movimentação repentina e o ar de alegria do resto do pessoal. E foi Chittaphon que se sentiu surpreso com a comemoração e agitação da turma vermelha. E mais ainda com a presença do irmão sentando-se ao seu lado na arquibancada.

— E eu me perguntando o motivo de você não estar no quarto... — observou o rosto simplista que Taeyong sempre exibia. Não havia nada que pudesse explicar. — Isso não combina com você, sabe? Essa agitação toda.

Ele respondeu simplista, tal como sua expressão.

— Eu sei.

Os lábios de Chittaphon formaram um sorrisinho.

— E também... O pai não te disse para não vir ao festival? Ele até te bateu.

Desta vez foi Taeyong quem deu um sorrisinho.

— Me disse que parar um festival desse nível era fácil para ele — respondeu, não parecendo se importar muito com a ameaça.

— Esse tipo de coisa parece algo que o pai diria. — Chittaphon olhou as próprias mãos antes de encarar o irmão. — Mas isso aqui realmente não combina com você, Tae.

Taeyong olhou discretamente para a garota que sorria animada enquanto conversava com Doyoung e as amigas. Cerrou os olhos e desviou o olhar rapidamente.

— Me pergunto se não foi causa dela... — foi ele mesmo quem disse, sussurrando contra si mesmo.

A gritaria começou mesmo uma hora depois, quando todos os alunos usavam um uniforme composto de blusa branca e short para as meninas e blusa branca e calça para os meninos, bem quando os pais e visitantes aconchegaram-se na arquibancada e o diretor começou a falar no microfone.

Hana sentiu como se fosse desmaiar de nervosismo a qualquer momento. E logo em seguida, enquanto o diretor agradecia, ela sorriu satisfeita ao notar a presença do demônio no mesmo ambiente que ela. Tinha conseguido, afinal.

— Uau, está realmente lotado! — Nayoung aproximou-se dela, amarrando a fita vermelha na testa com força. — Nunca me senti tão nervosa.

Hana sorriu para ela, animada.

— Sinto que vou morrer — comentou em meio ao barulho da torcida. — Mas espero que seja o melhor dia das nossas vidas.

Até Siyeon riu do comentário, engasgada com uma salsicha que havia pegado da turma do 1-D. Olhou para as duas amigas logo em seguida.

— Esse é o nosso último ano, temos que fazer valer a pena! — comentou, sorrindo abertamente. Era a primeira vez que Hana e Nayoung a viam tão animada com algo que não fosse comida.

Os alunos ficaram em posição para a corrida. Hana esperava que o demônio conseguisse esse triunfo, visto que o vira praticando quase que a semana inteira.

A pistola soltou a bandeira e o barulho fez com que os corpos corressem o mais rápido que podiam. Notaram, logo em seguida, o quão rápido os dois irmãos eram. Parecia até clichê, mas a vida de Hana já havia se tornado uma.

— Faça seu melhor, Taeyong! — a turma gritou, levantando-se na arquibancada oposta à dos pais e visitantes. E Hana também estava torcendo, embora que timidamente.

Mas foi o príncipe Chittaphon quem chegou ao primeiro lugar, garantindo a primeira pontuação para sua classe. Hana ainda sorria, afinal, não podia se sentir triste pela paixonite ter ganhado.

— Os estudantes das outras classes estão fazendo o maior alvoroço, até os pais. — comentou Doyoung, animado.

Hana desceu da arquibancada por um segundo, esbarrando no corpo de Jiyeon logo em seguida.

— Ah, me desculp... — observou a colega de trabalho e sorriu. — Você realmente veio.

A outra, no entanto, parecia nervosa e sorriu amarelo.

— Sim... Bem, até mais. — e virou-se rapidamente, deixando uma Hana confusa para trás.

E foi nesse momento que a turma vermelha acabara de receber um ponto com a vitória de Taeyong e Doyoung na cavalaria humana. Então ele realmente participou, Hana sorriu lembrando-se de quando ele falou que não participaria.

— Faltava uma pessoa na nossa equipe, então ele entrou — Doyoung disse, já próximo de Hana. — Conseguimos! — deram um highfive, animados.

— Participantes da corrida de pernas, por favor, se preparem! — a professora de teatro gritou.

— É a minha vez... — Hana sussurrou para si mesma, já sentindo o coração pular para fora. Quando chegou a linha, não viu seu par. — Onde está...

Então a carranca dele apareceu, já indo amarrar as pernas dos dois. Hana nunca se sentiu tão confusa.

— Ela trocou comigo — Taeyong disse, apontando para uma Siyeon preocupada com a comida. — Disse que estava passando mal.

Passando mal meu cu!

— Mas...

— Acho bom você ser rápida — parecia uma ameaça. Ela concordou lentamente, olhando agora para trás e mandando careta para a amiga descontrolada na banca.

Ela não ouviu quando a sirene para a corrida tocou, e mal conseguiu acompanhar a rapidez na qual o demônio se movia. Era inacreditável, e achava que ia dar de cara no chão a qualquer momento.

Foi bem no instante em que percebeu que haviam conseguido o primeiro lugar. As pernas tremiam e ar faltava, mas foi por impulso que esticou a mão sobre o demônio, esperando que seu highfive fosse compreendido, enquanto sorria vitoriosa para ele. E ele não queria, mas fez.

— Pausa para o almoço! — o diretor anunciou no microfone.

Foi bem no instante seguinte que algo atacou seus ouvidos, a voz que conhecia tão bem.

— Hana, você conseguiu o primeiro lugar! — já foi logo o choramingado da mãe a abraçando e o pai parecia estar no mesmo estado, segurando duas cestas de comida em mãos.

— Mãe? Pai? — ela não podia acreditar, estava quase chorando, se não fosse o fato do demônio estar bem ao seu lado.

— Nós viemos! — disse o pai, contente.

— Queríamos fazer uma surpresa, por isso não te ligamos. — a mãe separou-se do abraço. — Enfim, vamos comer?

O pai encarou Taeyong.

— Oh, ele é seu amigo? — não, por favor, não! — Venha conosco, garoto! — já foi logo empurrando o coitado para que se juntassem a eles.

Era oficial, Hana morreria em breve.

Aconchegaram-se atrás da escola, no pátio que parecia o mais silencioso para se comer, onde apenas alguns alunos almoçavam e jogavam conversa fora.

— Acordei logo cedo e fiz um monte! — o pai disse, já abrindo a cesta.

Hana amava a comida do pai.

— Eu também preparei um curry! — disse a mãe.

Hana não gostava da comida da mãe.

Arroz, bulgogi, kimchi, kimpab e curry.

— Tem algo que você não gosta? — a mãe perguntou sorrindo ao demônio, já lhe entregando um prato bastante cheio.

Ele negou, quieto.

— Além do mais, você é muito bonito! — Hana quase engasgou-se com o arroz, tossindo rapidamente. — Poderia ser que você e Hana são namorados?

Engasgou-se oficialmente.

Como diabos ela parecia tão feliz perguntando isso?

— Vocês entenderam errado! — gritou, vermelha como o molho que comia.

A mãe e o pai se olharam animados.

— Nenhum de nós conseguiu encontrar o amor na escola... — disse o pai, sorridente.

— Nosso primeiro encontro foi quando estávamos no último ano! — a mãe sorriu boba.

Esse par de pais idiotas...

Hana virou-se para Taeyong rapidamente, constrangida.

— Me desculpe, isso deve ser vergonhoso para você. Pode ir se quiser.

Entretanto, ele apenas respondeu:

— Obrigado pela comida. — e já foi comendo com o par de hashi em mãos.

Hana sentiu-se surpresa. Não imaginaria que ele parecia tão tímido na frente de outras pessoas. Pegou seu prato e provou o curry. Seu rosto contorceu-se. Lembrou-se que o prato havia sido feito pela mãe e já ia logo avisando à Taeyong, mas percebeu que já havia comido.

Como ele comeu tão rápido?

— Obrigada... Pela comida. — agradeceu diretamente a mãe, já entregando o prato. A mulher sorriu em resposta.

— Deem o melhor de vocês hoje à tarde — o pai sorriu.

Logo depois que os pais saíram por um minuto, ela estendeu uma garrafa de bebida até ele.

— Aqui está... — entregou-lhe constrangida.

— Isso não tem gás, não é?

— Eu não faria isso.

De repente, ela lembrou-se de algo.

— Eu vi o Chittaphon essa manhã, ele parecia preocupado com você.

Taeyong abriu a garrafa, pouco interessado.

— Ele é muito alarmista.

Hana sorriu.

— Ele parece muito protetor. Qual é o tipo sanguíneo dele?

— AB. — respondeu calmamente, engolindo o líquido gelado.

— Eu sou tipo O.

De repente, ela viu o sorriso de Taeyong. Sem malícia, sem sacanagem. Apenas um sorriso.

— Eu não te perguntei isso.

Agora mesmo... Ele riu? E nós até tivemos uma conversa normal.

Ele não é um demônio. Ele é só... Lee Taeyong

 


Notas Finais


gente não sigam o exemplo da hana e imaginem taeyong de levi.........serio rsss
encontrei três playlists sensacionais que me ajudaram muito a escrever esse capítulo e a relaxar, recomendo muito que escutem, sério.

https://www.youtube.com/watch?v=eSH7QSzkhQg

https://www.youtube.com/watch?v=85ZNn7agHZY

https://www.youtube.com/watch?v=2K4bGTtamJ4

até o próximo <3


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