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História Confessing - Watch me speak from my heart - História escrita por xavisball - Spirit Fanfics e Histórias
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História Confessing - Watch me speak from my heart


Escrita por: xavisball e Heroine505

Capítulo 5 - Watch me speak from my heart


Fanfic / Fanfiction Confessing - Watch me speak from my heart

Ana acordara com um relâmpago cortando o céu e iluminando o quarto pela janela, que ela havia esquecido de fechar suas cortinas na noite anterior. A chuva caía fortemente pela cidade de Munique e ela se espreguiçou, encontrando o outro lado da cama vazio.

Resmungou sozinha ao lembrar que já estava de volta à sua suíte e não mais compartilhava a cama com Manuel Neuer.

Um sorriso involuntário saltou dos lábios dela e ela se viu tocando a boca com as pontas dos dedos, os tirando de lá ao perceber seu ato.

Se deitou de barriga para cima, enrolou ainda mais entre as cobertas e encarou o teto de olhos bem abertos. E pensou. Pensou no próximo jogo – que seria no dia seguinte – pensou em que roupa vestiria no mesmo, pensou em como já sentia falta de estar em casa, pensou em Manuel.

Resolveu pesquisar sobre notícias dos dois e pegou seu notebook para isso. Abriu no primeiro site de fofoca que apareceu e encarou uma notícia sobre Manu no jogo dela. Dizia sobre os relacionamentos anteriores de cada um, possíveis encontros entre eles e alguma expectativa para o futuro.

Estremeceu.

Ana Tereza nunca soube lidar com aquilo e já se sentia frustrada de insistir em tentar sabotar seu relacionamento com Neuer. Ficava mais aliviada do goleiro estar bem ciente do jeito dela, mas seu maior medo não era dele, não era da imprensa e muito menos da distância entre os dois. Seu medo era dela mesma.

Enquanto rolava pela tela, se deparou com uma enorme foto sua beijando Manu. Marienplatz havia se tornado um de seus lugares favoritos e, com toda certeza, impossível de ser esquecido.

Sentia suas pernas esquentarem com o calor do notebook em seu colo na mesma proporção em que sua insegurança aumentava, e ela estava lutando internamente contra aquilo. Se lembrou que não seria possível extravasar dos jeitos que ela fazia – beber e dançar, ou os dois – e se sentia mais frustrada por isso.

Olhou no relógio e viu que acordara muito cedo. Os ponteiros marcavam 6:25 e ela só teria que se encontrar com sua equipe para ir ao treino às 8h em ponto. Voltar a dormir não era uma opção e Ana iniciou outra busca pela internet.

Digitou Bayern de Munique e apertou o enter. Se assustou ao ver a informação que o time jogaria naquele dia e ao mesmo tempo se sentiu mal de não ter sido convidada.

- Preciso ser a pessoa que surpreende pelo menos uma vez nessa vida. – ela disse sozinha, tentando se convencer.

Antes que o minuto de coragem passasse, ela se apressou para pegar o celular e digitar uma mensagem para Neuer.

 

Manuel acordou com um toque em seu telefone e se esticou, bocejando. A claridade da tela fez com que ele lesse a notificação com os olhos quase fechados, mas ao deparar com uma mensagem dela, fez com que tudo mudasse. De repente, era como se ele tivesse sido completo por um sopro de energia.

Abriu rapidamente e se aprontou a ler.

‘’Então quer dizer que o senhor não me contou que vai jogar hoje, hum? Para sua má sorte, vou estar lá. E, para piorar, no seu camarote com uma camisa estampada seu número e nome. Sinto muito, Manuel Neuer.’’

Não conteve o sorriso bobo nos lábios. Pelo contrário, Manuel era o tipo de pessoa que não media esforços para demonstrar qualquer tipo de sentimento. Tanto bons como ruins, ele simplesmente gostava de jogar com a sinceridade.

Sem precisar pensar no que escrever, o goleiro respondeu a tenista.

’Sinto muito por você, mas no meu roteiro isso já estava mais do que programado. E ah, se prepare porque logo depois temos uma programação para fazer. Torça para que a chuva passe. Boa sorte, Ana Tereza’’.

Seu despertador tocou e ele percebeu que era sua hora. O jogo do dia seria no início da tarde e ele iria cedo para o centro de treinamento. O Säbener Strasse o esperava como ele ansiava pela Allianz Arena mais tarde.

Aquilo dela ir aos jogos dele, e ele às partidas dela estava sendo divertido. Era a primeira vez deles se revezando e se esforçando para apoiar um ao outro em suas respectivas profissões e era muito empolgante. Pelo menos era o que ele sentia. Esperava que fosse recíproco, mas evitava pensar nisso.

- Bom dia, Manuel. – ouviu Claudia o cumprimentar quando se adentrou na cozinha.

- Bom dia. – ele respondeu com um sorriso.

- Seu café da manhã já está na mesa, senhor. – ela indicou a sala de jantar com a mão.

- Obrigado. Vai se juntar a mim?

Ela ponderou o pedido dele e acabou aceitando.

Enquanto isso, Ana já estava na van. Acompanhada de seu técnico – que a passava informações sobre o que ele pretendia para o treino daquela manhã – sua agente e o resto da equipe, eles encaravam o típico trânsito pós chuva de Munique. Bem que Manu me avisou, pensou.

Começou a tocar Stay With You na rádio e ela amaldiçoou Cheat Codes por se descrever naquela música. Ana riu irônica enquanto escutava cada uma das palavras daquela canção e ansiava por tirar aquilo da cabeça durante o treino.

Neuer sentia um calor imenso, mesmo com o clima de pós chuva e o céu nublado. Balançou a cabeça e, com uma das mãos, tirou o excesso de suor de seus cabelos. Seu uniforme estava molhado e pesado, e não via pela hora de entrar na banheira de gelo para se recuperar. Apesar de ser um pesadelo para a maioria dos jogadores, era um dos momentos favoritos de Manuel. Se apressou para juntar-se ao resto do grupo no almoço e aproveitou o tempo de descanso antes do jogo para adormecer, coisa que ele fez com a ajuda da playlist feita para aqueles dias. Ele permanecia fiel a ela. Brincar com superstição era uma coisa que ele não fazia.  

Ana Tereza se sentia bem naquele pós treino. Agradeceu não só mentalmente, mas também inúmeras vezes ao Rick pelo treino leve daquele dia – tantas vezes que ele cogitara fazê-la correr algumas vezes em volta da quadra para compensar.

Ela foi animada de volta ao hotel, onde já planejava programar tudo o que faria pelo restante do dia. Desde se preparar psicologicamente para a ‘’surpresa’’ de Manu até qual roupa vestir.

No mesmo instante, recebeu uma ligação dele.

- Oi?

- Ei, Ana. Animada para hoje?

- Eu que te faço a pergunta. – ela disse e ele riu do outro lado da linha.

- Liguei para te avisar que é para ir com roupa de ginástica mesmo.

- Vai estar bem para esse tipo de programa? – Ana perguntou preocupada. Aliás, ele teria acabado de sair de um jogo.

- Carlo pretende me pôr para jogar somente no primeiro tempo. Vou precisar ficar a partida toda lá, mas não vou estar cansado. – ele explicou.

- Ok, então. – ela concordou. – te vejo mais tarde, Manu.

- Vou contar no relógio. – ele a respondeu e encerrou a ligação.

Enquanto ela se preparava emocional e psicologicamente, ele preparava-se fisicamente. Analisava mais uma vez se tudo estava em ordem para mais tarde e, mais uma vez, estava orgulhoso de ter bolado um plano legal. Esperava não a decepcionar.

 

Manuel entrou em campo e a primeira coisa que fez foi dirigir seus olhos em direção ao camarote que pertencia a ele. Sorriu ao ver Ana Tereza ali e ela ficou vermelha ao se deparar com sua imagem no telão do estádio. A Allienz Arena aplaudiu e ela viu Neuer fazer o mesmo, fazendo com que ela desejasse poder jogar algo nele ali mesmo.

Ela abaixou a cabeça e riu envergonhada. Manuel calçou as luvas sem desviar o olhar dela e só parou de encarar Ana com cara de orgulhoso quando Carlo Ancellotti o gritou para ele fosse até o gol e o treinador de goleiros não o deu descanso até o início da partida.

O jogo começou e o time adversário saiu com a bola. Sob uma chuva torrencial, os anfitriões derrotaram o Bayer Leverkusen por 3 a 1, em jogo decidido ainda no primeiro tempo. A primeira vitória em busca de mais um campeonato nacional.

As boas atuações dos três reforços que estiveram em campo encaminharam o resultado durante a etapa inicial. Os bávaros abriram o placar aos nove minutos. Uma jogada com a assinatura do Hoffenheim: Sebastian Rudy cobrou falta em direção à área e acertou a cabeça de Niklas Süle, que completou para as redes. E o cenário ficou ainda mais tranquilo aos anfitriões aos 18 minutos, após cobrança de escanteio. Bernd Leno afastou mal a bola e Arturo Vidal ficou com a sobra. O chileno passou para Corentin Tolisso escorar na pequena área. O francês, aliás, fazia excelente partida no meio-campo, dominando o setor. Do outro lado, o Leverkusen até criava suas jogadas, mas perdeu suas chances de marcar. Neuer salvou com boas defesas.

Manuel não teve tanto trabalho na primeira metade da partida e passou seu posto para Sven Ulreich com tranquilidade. Após um intervalo mais longo que o normal por causa da forte chuva, com a arbitragem aguardando condições melhores à partida, o Leverkusen voltou para o segundo tempo buscando mais o jogo. Entretanto, suas esperanças caíram por terra aos oito minutos. Robert Lewandowski anotou o terceiro gol do Bayern, cobrando pênalti. O lance, aliás, precisou do auxílio do árbitro de vídeo para a confirmação da infração.

Com a vantagem estabelecida, o Bayern pôde tirar mais o pé e manter um jogo mais na posse de bola. Já o Leverkusen anotou o gol de honra, justamente o mais bonito da noite, em belíssima jogada coletiva. Chamando a responsabilidade, Julian Brandt passou para Admir Mehmedi soltar a bomba, indefensável para Ulreich. De qualquer maneira, a defesa bávara conseguiu conter a tentativa de reação dos visitantes.

Ana chegara a conclusão de que aquele havia sido o melhor jogo que ela tinha tido a oportunidade de ver de perto, e estava empolgada por muitos outros que ainda estavam por vir. Pela primeira vez, se viu assistindo um jogo por diversão. Por gostar. Ficou feliz de estar apreciando uma arte como aquela, mesmo que Manuel não tenha jogado a etapa final da partida.

Ao pensar nele, se lembrou que ele a esperaria na porta do vestiário e tentou se infiltrar entre os outros torcedores para não demorar a chegar lá. E não se arrependeu daquilo: Manu esperava por ela pacientemente sentado num banco. Ele vestia bermudas, camiseta e tênis todos pretos, com detalhes em vermelho.

- Demos sorte que a chuva finalmente passou. – Manu disse depois de abraça-la.

- É... só quero saber o que você tem planejado. – ela disse e recebeu uma risada de resposta.

Manuel a puxou até o estacionamento do estádio e seguiu o caminho para sua casa. Como era mais afastada da cidade, torcia para que não tivesse chovido tanto lá como na Arena. Só ficou aliviado quando chegou e pôde confirmar isso.

Ele a guiou até a cozinha, onde encontraram uma cesta devidamente pronta, feita por Claudia. Neuer conferiu tudo lá dentro e a entregou para Ana levar. Sorteou mentalmente um de seus cachorros e o pegou para ir com eles.

- Ainda não entendi o que vamos fazer. Não vai me explicar? – Ana Tereza interrompeu a agitação dele e o perguntou.

- Eu já tinha esquecido disso, acredita? Então, vou te mostrar um lugar aqui atrás que é incrível. Vamos passar por uma trilha um pouco longa, por isso a comida. – ele apontou para a cesta na mão dela e prosseguiu. – mas, a vista vale a pena. Acho que você vai gostar.

Ela não teve outra opção a não ser concordar, e eles iniciaram a aventura.

 

Alguns quilômetros depois, foi Buster, o cachorro, quem pediu para pararem. Eles se sentaram na grama e dividiram alguns sanduíches e um pouco de água. Daquela vez, continuaram a viagem até o final.

- Uau. – Ana Tereza abriu a boca num grande O. Não sabia como não tinha acostumado com aquilo.

- Gostou? – ele perguntou, a abraçando por trás.

- Eu amei, Manu. Obrigada por ser o clichê menos clichê do mundo. – ela se virou para ele.

- Não entendi mas vou considerar um elogio. – Neuer disse e a beijou, enquanto ela ria dele.

- Você se supera sempre. Não me deixe mal acostumada. – Ana disse apontando o dedo indicador na direção dele.

- Eu não sei ser de outra forma, desculpe.

- Olha, eu espero que sim. – ela disse analisando a vista mais uma vez.

Ana Tereza sentiu Buster pulando em sua perna e o pegou no colo. Manuel se sentou no banco que tinha ali ela se aproximou dele, passando o braço – o que não segurava o cachorro – em volta dos ombros dele.

- Você já está preparada para me dar uma resposta? – ele a perguntou e ela franziu a testa.

- Que pergunta você fez?

Manuel virou seu rosto para o dela e a olhou profundamente em seus olhos. Ana Tereza sentiu como se ele a invadisse como aquele maremoto azul de seu olhar e se sentiu contemplada por uma paz sem comum. Tentou culpar o cenário mas sabia que não poderia negar para si mesma por muito mais tempo.

- Quer entrar na furada de se comprometer comigo? – ele disse sério e ela não conseguiu segurar a gargalhada.

E, no meio do riso, foi que ela percebeu que Manu era único. Por mais que tentasse, seria impossível achar outro ser tão iluminado como aquele.

 



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