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História Conforto - Acendendo a luz - História escrita por sukssi - Spirit Fanfics e Histórias
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História Conforto - Acendendo a luz


Escrita por: sukssi e IHS_Shuken

Notas do Autor


Olá pessoal, aqui estou trazendo mais uma one-shot para o @IHS_Shuken! Dessa para o ciclo 8 que tem como tema as fases do luto.

E meus agrecimentos especiais para as pessoas que puderam fazer essa história ser possível: @Mareena_ pela LC e pelos comentários que ajudaram na minha insegurança, a @Ellioly pela capa linda, a @julythereza12 pela betagem e pelos comentários sobre a história e a @schonerbrunnen pela revisão. Obrigada ❤

Fiquem com a leitura e espero que gostem!<3

Capítulo 1 - Acendendo a luz


“A felicidade pode ser encontrada mesmo nas horas mais sombrias, se você se lembrar de acender a luz.”

Alvo Dumbledore em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

Capítulo Único 


Negação.

Era o sentimento mais frequente nos pensamentos do pequeno Uchiha, encolhido e encoberto com o edredom na cama que afundava com a sua presença.

A cama que não era sua, nem o edredom, tampouco aquele apartamento. Pelo menos a camisa preta continuava tendo o cheiro de casa, queria dormir, mas o sono lhe fugia como a gazela da leoa.

Ansiava por seus pais, pelo carinho da sua okaa-san e o afago na testa de seu nii-san, provaria a seu otou-san que podia ser melhor que Itachi, mesmo não tendo se graduado aos sete anos. Podia sentir a felicidade de quando seu pai reconheceu seu poder ao demonstrar um perfeito jutsu bola de fogo.

Após algum tempo, retirou os cobertores do corpo e pôs os pés no chão gelado. Um calafrio percorreu-o até a espinha, o cheiro do quarto impregnado de produtos de limpeza recentemente usados.

Bocejou e coçou os olhos, seus pés percorreram o apartamento, chegando à cozinha.

Okaa-san, otou-san e nii-san já saíram? Estou com fome — falou desajeitadamente.

Entretanto, quando olhou em volta, não achou ninguém.

Okaa-san?...

Os passarinhos lá fora cantaram em coro, anunciando a manhã. Em algum lugar, os filhotes piavam pedindo aos seus pais por comida. Mas ninguém viria atender Sasuke, ele estava sozinho no mundo e chorou, pois não podia aceitar isso.

As memórias frescas o assombravam, todos estavam mortos. E o sangue de seus semelhantes derramado pelo seu próprio irmão. E ele? Fugiu como um garotinho assustado. No fundo, Itachi tinha razão, não valia a pena matá-lo. 

Quanto mais os dias passavam, mais Sasuke tinha certeza de que tudo não havia passado de um pesadelo. Perdera tudo, a pessoa que mais admirava era agora seu inimigo. Não existia mais felicidade, até porque sua vida se tornou miserável, prendia-se à raiva que sentia como quem se agarrava à beira do precipício numa esperança de vida.

Dores de cabeça e cansaço físicos eram diários, entretanto, treinava e treinava, dia após dia. Ficaria mais forte e daria cabo da vida de Itachi Uchiha. Foi a promessa que fez a si mesmo. A única coisa que o fazia viver era se vingar, pelo clã que um dia tinha sido grande, como o último sobrevivente da memória e do legado de seus pais. Conseguiria os mesmos olhos que o nukenin.

Na Academia Ninja, o moreno era focado nas aulas e considerado por muitos um prodígio. No entanto, nunca se aproximava de ninguém. Nem mesmo do perdedor, Naruto Uzumaki, o qual travou uma luta com ele e parecia determinado a tê-lo como rival. Não que ligasse.

Não precisava de perdedores, muito menos de fãs ou cidadãos que o olhavam com pena.


(...)


A neve caía em Konohagakure, deixando as estradas e ruas cobertas pela espessa camada de branco. O vento então, era insuportável. O clima de inverno era presente na vila, e muitas famílias deveriam estar unidas em suas casas tomando bebidas quentes.

A situação climática desfavorável, no entanto, não impediu Sasuke Uchiha de estar sentado de joelhos em frente aos túmulos de seu clã. O ambiente gelado contrastava com a criança sentada.

O símbolo dos Uchihas na parte de trás de seu casaco preto tremeu conforme as lágrimas jorravam de seus olhos brutalmente fechados. 

O momento de agonia, interrompia a frieza que transparecia em seu rosto no seu cotidiano. Os olhos ônix se abriram e os cabelos negros cobriram sua face quando avançou sua mão para a pedra, removendo o gelo que cobria o nome do seu progenitor. 

一 Sinto sua falta, otou-san 一 confessou. As palavras morreram em sua garganta seca. Iria se vingar, prometeu em silêncio.

Não sabia, porém, que o íntimo momento de fragilidade estava sendo acompanhado por olhos perolados. Hinata Hyuuga observava-o entre as estruturas de pedra, hipnotizada por ver o garoto que parecia tão sério e impassível na sala de aula, parecendo tão… triste.

As mãos pequenas se juntavam enquanto se decidia entre sair correndo ou ir até a figura. Sabia o que havia acontecido, pegou seu otou-san e anciãos do clã falando do massacre algumas vezes. Uma tragédia, descreveram. 

Desde então, solidarizou-se com o menino, já se aproximar era algo completamente diferente. Vê-lo daquela forma, fez o coração gentil dar uma contraída em seu peito, com empatia. Um suspiro passou por seus lábios, soltando um vapor. Quando decidiu dar um passo para fora do lugar, o som de suas botas em contato com a neve fez com que obtivesse a atenção de Sasuke, mal teve tempo de voltar-se.

Ele virou a cabeça, dando de cara com a menina de cabelos índigos na altura dos ombros, um cachecol cobria seu pescoço e um sobretudo vinho a protegia do frio. O byakugan dos olhos denunciava sua linhagem.

O ódio subiu à cabeça do moreno, sua expressão se endurecendo. O que via na garota era tristeza, e sabia que estava sentindo pena por ele. Hinata percebeu as bochechas queimarem pelo flagra.

一 O que você está fazendo aqui? — indagou ríspido. 

Gomen, Sasuke-kun… sinto muito… — disse tímida. Pensou que devia demonstrar seus sentimentos ao colega.

— Saia daqui, eu não preciso da sua pena — cortou-a, antes que pudesse formular alguma frase.

Watashi… — tentou dizer.

— Eu falei, saia daqui! 一 imperou novamente.

O olhar mordaz fez com que a pequena encolhesse os ombros, a fala agressiva a feriu, considerando-se um incômodo para Sasuke. Ela fez uma reverência como outro pedido de desculpas, correndo em passos ligeiros para fora do cemitério. 

As pernas curtas tropeçavam entre a neve e o vento e levantavam seus fios de cabelo. Não queria chatear o Uchiha, entretanto, os olhos ônix já não saíam mais de sua mente. Pois conhecia aqueles olhares de ódio, eles estavam sempre presentes em seu nii-san

E Neji tinha se tornado assim depois da morte de seu próprio otou-san, então Sasuke devia amar muitos seus pais, por isso estava sofrendo. Por isso, tinha muito ódio. Agora Hinata estava ligada aos sentimentos do último Uchiha.


(...)


Seus olhos perolados novamente seguiam o moreno, sentado afastado de todos no horário de almoço da aula. Muitas alunas pareciam querer chamar a sua atenção, sendo ignoradas com sucesso pelo garoto que de vez em quando ou desviava, ou revirava os orbes.

Desde o encontro desastroso no cemitério de Konohagakure, a Hyuuga passou a prestar mais atenção nele. De certa forma, entendia que estava passando por uma fase difícil, compreendia que ter perdido os pais e o clã o fez ficar triste e pesaroso.

Às vezes se perguntava se era por isso que não se aproximava de ninguém ou fazia amigos, nem parecia muito interessado em brincar com as crianças. 

Pegou-se pensando se poderia fazer algo para confortá-lo. Seria capaz disso?


(...)


O bentô continha dois onigiris em um compartimento e em outro algumas fatias de tomate. Os bolinhos eram decorados com nori e pedaços de vegetais formavam uma carinha feliz.

O que aquilo significava? 

Sem dúvidas deveria ser para ele, já que estava no lugar que sempre se sentava, contudo, por quê? 

Encarou o bentô determinado a jogar fora, seus olhos escuros passaram pela sala decidido a ver alguma atitude suspeita da pessoa que tinha lhe dado tais comidas. Sasuke não notou a apreensiva Hinata que o encarava com expectativa no canto mais afastado perto da janela. Franziu o cenho em uma careta, uma fagulha de curiosidade atravessou-o para saber quem teria sido. 

— Sasuke, essa comida parece boa! — comentou Naruto Uzumaki, aparecendo empolgado e esfregando as mãos ao seu lado. — Você vai comer tudo? Tem dois, poderia dividir um comigo, hum?

O moreno olhou para o loiro consternado, tudo bem que não queria o bentô, contudo, tinha sido dado para ele.

Os olhos azuis o olharam com expectativa e o Uchiha viu que estava mesmo muito esfomeado. Ele não tinha trazido comida de casa, não?

Tsc, pega um já que quer tanto — murmurou, empurrando a caixa para o lado.

O colega pegou um onigiri, como se tivesse ganhando um prêmio. Enfiou tudo na boca, mastigando com gosto.

Arigato, Sasuke! — agradeceu, ainda engolindo a comida. — Está muito bom! Itadakimasu

Saiu saltitando pela sala num ritmo alegre. Observar como tinha gostado do alimento despertou a curiosidade do moreno em saber se estaria mesmo tão bom assim. Torceu o nariz em dúvida.

Seu estômago roncou alto quando o cheiro da comida fresca inundou suas narinas, suas bochechas ficaram vermelhas com o orgulho ferido. Foi só levar um dos onigiris à sua boca que o sabor agradável o fez devorar tudo que havia dentro da caixa.

Ao ver a cena, a dona do presente exibiu um sorriso, sentindo seu coração dar uma batida alegre em seu peito. Sasuke gostou de seu presente, e aquele foi o primeiro, mas não o último. 


(...)


Um ano se passou desde o massacre; quatro estações se passaram. O órfão daquele dia ainda tinha marcas profundas, as palavras do assassino se instalaram em seu âmago causando feridas. 

Feridas difíceis de curar.

Lutava para se fortalecer, e vivia centrado no passado. 

Naquele dia, depois da aula, caminhou em direção ao cemitério mais uma vez. 

Vestia uma blusa preta com o leque vermelho e branco, o céu seguia sem nuvens com o cheiro das plantas impregnando o ar.

Já dormia à noite, no entanto, tinha pesadelos frequentes.

Quando chegou à casa dos mortos, dirigiu-se a seu clã. 

Um enorme memorial foi construído com o símbolo dos Uchihas, mesmo que isso tampouco pudesse trazê-los de volta à vida.

Sasuke se surpreendeu quando notou que todos os túmulos da sua família e clã tinham flores brancas.

Pegou uma pela haste, que estava sobre a placa de sua okaa-san. O botão parecia ter acabado de desabrochar e tinha um cheiro doce, querendo ou não; não negaria que as flores eram lindas.

Perguntou-se se alguém da vila teria sido o responsável por colocá-las ali.

O Hokage teria se preocupado com isso?

Deixando suas indagações em segundo plano, o Uchiha de oito anos passou momentos prestando suas homenagens aos falecidos. Renovando suas promessas e juras de vingança e restauração.

As nuvens começaram a pesar sob a abóbada celeste e, sem perceber, um ronco ressoou seguido de pesadas gotas que caíram.

Em instantes, tudo já se encontrava molhado pela chuva, inclusive os cabelos negros que caíam úmidos com a camisa grudando sobre o corpo.

Não ligou, continuou sentado ao mesmo lugar, concentrado na própria lástima, nostálgico com tudo que lhe foi tomado e os sonhos infantis interrompidos.

Por que diante deles, não podia se manter forte? Pois ali se tornava novamente o menino da noite de lua cheia, e a dor era inevitável.

As flores molhavam com a chuva e o som do céu transbordando era sua única companhia.

Até sentir que as gotas já não caíam mais sobre seus cabelos. Em um ínterim, atreveu-se a olhar para cima.

Aqueles famosos olhos arroxeados dos Hyuugas, que exibiam um brilho incomum, encaravam-no de volta. 

Hinata, por que ela? 

Suas mãos seguravam um guarda-chuva vermelho, que os cobria do mundo que desabava fora da proteção. 

Desviou os olhos dela para o gramado verde, a tempestade já formava charcos de água em volta deles.

Sasuke sabia que era Hinata quem deixava o bentô em seu lugar, tinha flagrado a garota pegando de volta sua caixa no dia que deixou estrategicamente sobre a mesa para devolver. 

Apesar disso, ele sempre esperava que o pote devolvido aparecesse no próximo dia novamente cheio. Talvez fosse culpado por aproveitar tais regalias, mas admitia que era grato.

Sempre achou a azulada tímida na Academia, não tinha muita autoconfiança, e isso até o irritava, especialmente após o encontro em um momento de fraqueza do moreno. Porém, descobrir que era justamente a menina quem deixava comida para ele, fez Sasuke notá-la e observá-la de volta.

Não queria ser fraco nem criar laços com a herdeira, mas o que sentia já não era antipatia por Hinata. Ela também deveria estar ali por alguém.

O silêncio se prolongou e nem um dos dois se atreveu a se pronunciar.

A Hyuuga sentia seu coração bater forte no peito, o nervosismo se perpetuando por todo o seu corpo. Pensava se tinha agido errado ao ter tal atitude, contudo, não podia ficar parada vendo o Uchiha se molhar e não fazer nada.

A timidez e o medo se misturavam em seu estômago, com receio de ele mandá-la embora igual a vez anterior. Estava ali para visitar sua okaa-san e seu tio, Hizashi, quando saiu de casa as nuvens já estavam escuras e soube que choveria.

As camélias brancas que colocou sobre os túmulos estavam encharcadas, perguntava-se o que Sasuke tinha achado delas ou se tinha gostado.

一 Foi você? 一 A voz dele finalmente a despertou do seu interior.

一 O quê? 一 perguntou confusa, a ansiedade tomando conta dela por ele lhe dirigir a palavra.

一 As flores, e o bentô… 

H-hai… 一 confirmou, após um tempo calada. Engoliu em seco esperando pela reação, tinha medo de ele achar que fizera tudo por pena.

Os orbes ônix de Sasuke piscaram.

— Por quê? 

A azulada apertou as mãos em volta do guarda-chuva.

— Eu queria, queria de alguma forma fazer alguma coisa que pudesse te confortar. — Parou por um momento, tirando forças para continuar. — Gomen se você não gostou…

As bochechas vermelhas ardiam febrilmente. O menino não respondeu de imediato.

— Não é isso… é… obrigado…

Hinata arregalou os olhos perolados com o agradecimento. Não esperava receber um justo de Sasuke que costumava ser tão frio.

— Quer dizer que… você gostou?

Hai — respondeu rapidamente virando a cabeça para o lado.

A Hyuuga sorriu de orelha a orelha, contente porque a resposta foi positiva. Notou um ligeiro rubor nas bochechas do Uchiha.

— Minha okaa-san gostava muito de flores — disse Sasuke novamente. — Ela ia gostar dessas, são muito bonitas.

— A minha também gostava, essas são camélias brancas, tinha bastante no jardim da minha casa.

— Por que escolheu camélias brancas? — indagou interessado com um levantar de sobrancelhas.

— Elas simbolizam amor, admiração e carinho, geralmente são dadas para pessoas que sentimos a falta e temos saudades — explicou.

O moreno olhou para a flor branca, a chuva ainda caía sobre ela. Saudades, sentia muitas saudades deles. De certa forma, Hinata tinha escolhido bem.

Sentiu uma mão pequena se pôr em seu ombro, um gesto delicado e cheio de significado. Olhou para a colega, pela primeira vez entendendo que o brilho em seu olhar significava empatia e amizade.

— Tenho certeza que, onde quer que eles estejam, vão sempre olhar por você e continuar te amando, Sasuke-kun — pronunciou.

O sorriso afetuoso dela o deixou sem jeito, fazendo algo remexer em seu peito. 

Desviou o olhar dela novamente, não sentiu ódio ou raiva com a sua fala. Toda a memória deles sobrevivia em Sasuke, bem como o amor. 

Ambos ficaram naqueles instantes observando a chuva cobrindo o ambiente. Durou um tempo até se transformar em uma garoa e o sol, imenso, quente e brilhante, projetar seus raios através das nuvens.

Hinata finalmente os descobriu do guarda-chuva, fazendo com que sentissem o calor dos raios solares sobre eles.

— Bem, acho que eu vou embora agora. Vejo você em breve — despediu-se a garota.

O moreno finalmente se levantou, coçando o queixo com o dedo indicador pensativo.

— Você já vai?

— Na verdade, ia visitar meu tio e minha okaa-san também, mas meu otou-san não gosta que eu ande muito tempo sozinha pela vila — explicou sem jeito, com os dedos indicadores girando.

— Eu vou com você, depois posso te levar até em casa — propôs, não era bom que a Hyuuga voltasse sozinha.

— É sério? — O rosto se iluminou com a menção.

O Uchiha anuiu. A azulada foi primeiro, até chegarem aos túmulos que estavam próximos. Também tinham camélias brancas em pequenos vasos.

Ele observou Hinata se colocar de joelhos na frente e suas palmas das mãos se juntaram, os lábios dela se abriram e fecharam em preces silenciosas.

Era uma cena solene e cativante, os orbes do garoto não paravam de olhá-la um só minuto. Pensava se a colega também havia sofrido com as perdas.

No fim, entendia como podia compreender seus sentimentos, pelo menos agora.

Quando finalmente acabou, fez uma reverência e pôs-se de pé. O semblante dela já havia mudado, como se estivesse revigorada.

— Já acabou? — Ela confirmou. — Vai na frente então, eu sigo você.

Sair do cemitério e dar de cara com construções, lojas e casas era estranho. De um lado estavam as pessoas vivas continuando com a sua vida normalmente, do outro, as que já partiram.

Caminharam na calçada, os passos de Hinata um pouco à frente de Sasuke. Parecia que estava tímida por tê-lo a seguindo.

Passaram por um canteiro de flores no caminho, olhando para algumas roxas em particular, o Uchiha teve uma ideia.

— Espera aí — falou para a azulada que parou de andar, olhando-o confusa.

O menino atravessou a rua, indo até o canteiro e arrancando uma das flores roxas cuidadosamente. 

A Hyuuga observou a cena estarrecida, enquanto ele vinha de volta trazendo uma violeta na mão.

Chegando à sua frente, estendeu a flor para ela. Boquiaberta, a menina não soube o que fazer.

Um rubor vermelho-tomate surgiu nas bochechas dos dois.

— É para você, combina com seus olhos — disse sem jeito, desviando o rosto para baixo. 

No mesmo instante, um milhão de borboletas voaram pelo estômago de Hinata, que não entendeu o porquê de seu nervosismo.

Ao estender o braço para pegar o presente oferecido, sentiu que suas mãos se tocaram por pouco e sua inquietação aumentou.

Sem jeito, fechou sua mão em torno da haste e levou a violeta ao nariz para cheirá-la e esconder seu rubor.

A-arigato, Sasuke-kun. Eu gostei muito.

Seu toque com a flor era delicado, como se pretendesse protegê-la do mundo. Ela se lembrou do significado, "pequena sinceridade", ou "pequeno amor". Abriu um sorriso inocente e eles continuaram o caminho até o Complexo Hyuuga.

E foi naquele dia que, mesmo que o mundo continuasse caindo, o Uchiha pela primeira vez em muito tempo começou a sentir algo parecido com conforto. Um sentimento que pensou havia muito ter se extinguido. Um sinal que seu mundo podia não ser apenas miserável. 

Hinata Hyuuga era uma garota gentil, e Sasuke Uchiha descobriu naquele dia também que gostava dela.

Os anos passaram e o laço entre eles se fortaleceu, ainda não tinham se graduado na Academia Ninja e seguiam treinando para ganhar suas bandanas de genins.

Uma amizade entre eles se tornou sólida e o ritual deles era colocar camélias brancas nos túmulos, não só dos Uchihas, como da mãe e tio da azulada.

Aos doze anos, o Uchiha não podia mais negar que a presença de Hinata estava oferecendo um novo conforto. Um pequeno e singelo lugar quente e iluminado no seu mundo de escuridão, por pelo menos uma vez, ele achava que poderia começar a seguir em frente e pensar em alguma coisa que não fosse apenas sua busca por vingança desenfreada: o florescer de sentimentos que começara a sentir pela gentil Hyuuga.



Notas Finais


Espero que a leitura tenha proporcionado um conforto e um lugar quentinho em seus corações! Até a próxima história ❤


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