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História Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, Belial, o segundo! - História escrita por Milynha_Sh - Spirit Fanfics e Histórias
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História Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, Belial, o segundo!


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Oiiiii, gente falei que conseguiria postar só amanha, mas consegui terminar meu trabalho da faculdade antes do que eu previ, UUUHHUUUU Isso me deixou muito feliz, tava quase louca kkkkk.
Mas feliz ainda fiquei quando vi que atingi 100 favoritos, para muitos talvez não signifique nada, mas para uma escritora iniciante com eu isso simplesmente é uma realização, sério gente muito obrigada por me aturarem ate aqui, mamãe ama vocês kkkkk
gente só por curiosidade tem alguém mais velho do que eu aqui? tenho 26!

Capítulo 21 - Esse mordomo, Belial, o segundo!


Fanfic / Fanfiction Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, Belial, o segundo!

Uma densa névoa negra se formou dentro do quarto e a forma de Sebastian começou a mudar para a original. As presas afiadas, as garras longas, as asas negras, as botas de salto. A fúria e o ódio tomaram conta dele e  essa ira era direcionada principalmente a Ciel, que o havia afastado para ficar com sua noiva, e agora ele estava agarrado com ela.   

Um sorriso perverso surgiu em seus lábios. Primeiro mataria o conde, sugaria sua alma lentamente para aproveitar cada gota de sua essência e compensar os anos que sofreu em sua mão. Deixaria Elizabeth por último, ele a torturaria da forma mais cruel possível, a faria sofrer tanto a ponto de implorar pela própria morte.  

Os sons dos saltos eram silenciosos ao tocar o chão, ele se colocou ao lado de Ciel e deslizou as longas unhas pelo lençol até chegar em seu rosto febril. Sebastian lambeu os lábios, estava com tanta fome que era dificil raciocinar, seu interior se apertava ansiando para ser saciado. Faria isso com Ciel acordado para ver todo o sofrimento em seus olhos ou o deixaria dormir o sono da morte, possivelmente o rapaz nem distinguiria o que era sonho e o que era realidade.  

Sua mão rodeou o pescoço delicado do garoto, ah como seria fácil, bastava um mínimo aperto e aquela frágil vida se esvaia. Ele puxou cuidadosamente o corpo de Ciel, colocando a cabeça dele na palma de sua mão e aproximando-se do rosto contorcido pela dor. A tão esperada hora chegou, as mechas de seus cabelos negros tocaram a bochecha corada do garoto, as pontas de seus narizes se encontraram...  

“Sebastian...” Ciel gemeu em meio a mais um pesadelo. “Não me deixe... Por favor...”

Um lampejo de sanidade passou pela cabeça do demônio, que paralisou a centímetros dos lábios de seu mestre. A realidade o atingiu em cheio, o deixando em estado de choque. Seus olhos voltaram à coloração normal, gradativamente sua forma foi se desfazendo para a humana novamente. A incredulidade o arrebatou ao perceber o que estava prestes a fazer. 

Ele largou o conde na cama, dando passos vacilantes ao se afastar. Sebastian não estava acreditando que realmente iria fazer aquilo, iria matar Ciel! Deixou o ciúme e a possessão tomarem conta de seu ser a ponto de tentar contra a vida de seu próprio mestre. A vida da pessoa que ele amava.  

Apesar da situação que o encontrou, o consciente de Sebastian não queria realmente causar algum mal ao rapaz, mas seu instinto demoníaco discordava disso. Sua natureza maligna dizia para matar Ciel, devorá-lo, destruí-lo. Ele tinha que lutar contra sua natureza repleta de maldade e sentimentos ruins.

“Sebastian... Sebastian...” O conde gemia abraçando novamente Elizabeth, em sua consciência era seu mordomo que estava deitado ali.  

Foi então que Sebastian percebeu a real intenção de Ciel por trás daquele ato. Ele se sentiu atordoado por ver que no delírio do conde, era ele quem estava ali no lugar da noiva. Ciel não estava lúcido e poderia até estar abraçado a Elizabeth, mas era o seu nome que ele chamava. Era Sebastian a quem Ciel queria.  

‘Como pude pensar em fazer isso?’ Ele se afastou da cama consternado. Um misto de sensações confusas duelavam em seu interior. Raiva. Ciúme. Arrependimento. Culpa. Sebastian precisa sair dali, colocar os pensamentos em ordem, apesar de não ter chegado a fazer mal ao conde, seus instintos demoníacos ainda estavam aflorados. Não seria seguro nem para Ciel, nem para qualquer um que ele continuasse ali.  

“Sebastian... Não me deixe...” O jovem continuava a resmungar.  

O demônio olhou para o rapaz agonizando em febre, balbuciando e chamando seu nome, mas nesse momento não havia espaço para preocupação com ele. A fome que a muito estava adormecida, agora falava mais alto que qualquer outra coisa. Ele precisava sair dali antes que fizesse algo do qual se arrependesse amargamente. Ele abriu a janela e correu o mais rápido que podia, para longe, qualquer lugar servia, contando que ficasse longe de Ciel.  

Correu até ficar longe o suficiente para parar de fugir, Sebastian percebeu ter chegado ao centro de Londres. A noite estava movimentada e a rua repleta de pessoas noturnas. Ladrões, prostitutas, cafetões, clientes em busca de diversão... havia um pouco de tudo. Ele andou pelas ruas sem destino, ignorando as mulheres que insinuavam o corpo. Esse ambiente o enojava e ele nem sabia o motivo de está ali, ou melhor, ele sabia. Precisava extravasar as sensações confusas em seu peito, descarregar seu ódio,  saciar sua fome.  

Andando pelos becos escuros, um cheiro o atingiu como se uma flecha atravessa-se seu corpo, era um odor naturalmente conhecido por sua espécie, o cheiro de morte, de sofrimento, de alma perdida. Isso o atraiu de um jeito impossível de resistir, o hipnotizando, deixando incapaz de usar a racionalidade. 

Igual um cão farejador, ele farejou até chegar no local de onde o cheiro vinha, encontrando ali um velho conhecido. Isso não surpreendeu Sebastian, ele já desconfiava a algum tempo do responsável por trás daquelas mortes.  

Debruçado sobre a vítima, o demônio sugava a alma da jovem que já não tinha forças para se debater, era uma das prostitutas que fazia ponto perto dali. Em outro canto perto da lixeira, jogada em meio aos dejetos estava outra garota,  não estava morta, mas tinha as duas pernas quebras e a língua cortada.  

“Até que enfim você chegou, Belial, ou devo dizer Sebastian Michaelis.” O demônio jogou a prostituta já sem vida no chão, seus olhos estavam vermelho igual os do mordomo.  

“Suspeitava que fosse você, Azazyel, bem que eu havia sentido uma presença desagradável.” Sebastian se aproximou.  

“Que indelicadeza da sua parte. Depois de tanto tempo é assim que você cumprimenta um velho amigo?” O demônio de olhos âmbar provocou com um sorriso. “A propósito, por enquanto pode me chamar de Aron.” 

Azazyel era um dos anjos caídos assim como Sebastian. Apesar do mordomo ter caído primeiro, o outro chegava a ser tão poderoso quanto ele. O demônio de pele bronzeada e cabelos castanhos também usava roupas de mordomo igual Michaelis.  

“Velho amigo? Não sabia que você tinha tanto senso de humor.” Sebastian grunhiu em um tom animalesco, sua voz já não tinha a mesma tonalidade. “Porque você está roubando essas almas? Como sabia que eu viria?”  

Aron analisou o outro mordomo, sempre houve certa rivalidade entre eles, mas quando Sebastian fez um contrato alguns séculos atrás, essa rivalidade se tornou questão de honra. Azazyel tinha um profundo interesse naquela alma, beirava a obcessão, mas seus planos foram destruídos por Belial, que por pura provocação fez o contrato primeiro.  

“Como posso explicar... De início foi apenas para saciar a fome, acho que nesse ponto você compreende o que estou falando, não é mesmo?” Aron sorriu, mostrando as presas pontiagudas. “Mas como o nosso querido conde acabou se envolvendo nessa historia, então achei que seria divertido saber quanto tempo você levaria para me encontrar, por isso continuei roubando almas.”

Aron se pôs ao lado da mulher morta, colocou o pé em seu rosto e o virou para um lado, depois para o outro, sua expressão era de puro tédio. Por fim, com um pouco de pressão em seu pé, ele esmagou o crânio da mulher e limpou a sola do sapato no chão.  

“E por falar em conde, quem diria hein! Você me surpreendeu, não esperava isso logo de você, que sempre foi tão profissional.”

Sebastian permaneceu calado, não gostando do rumo dessa conversa, observaria para ver até onde Aron chegaria com todo esse falatório.  

“Ele deve ser delícioso.” Aron lambeu os lábios. “Só para deixar claro, não estou me referindo a sua alma.” 

Antes que Aron percebesse, uma faca de mesa estava cravada em sua testa. “Isso não foi nada gentil, onde estão os seus bons modos? Até para mim isso é um pouco dolorido, sabia?”  

Ele tirou a faca da testa e sem pestanejar atirou na direção de Sebastian, que desviou sem dificuldade.  

“Desculpa, foi apenas reflexo.” Sebastian ironizou. “Foi um desprazer em te reencontrar, mas cansei dessa conversa, ela acaba aqui.” Sua forma demoníaca surgiu outra vez.  

“Que indivíduo sem graça você se tornou. Não estou te reconhecendo.” O demônio revirou os olhos. “Pensei que agora que nos reencontramos as coisas ficariam mais interessante como nos velhos tempos”.  

“Não quero reviver os velhos tempos, nem tenho tempo para brincadeiras, além do mais, tenho que cumprir as ordens do meu mestre.” Sebastian deu um chute na cabeça de Aron, fazendo ele colidir de cara contra o muro. Iria acertar outro chute, mas Aron desviou saltando por cima dele. 

Aron ajeitou os cabelos e tirou o pó das roupas, olhando irritado para Michaelis. “Pense bem no que você vai fazer. Vamos supor que você consiga me mandar de volta para casa, você chegaria facilmente a pessoa que matou os pais do seu querido Ciel e a vingança dele estaria concluída. Acho que isso é algo que você ainda não quer, estou certo?” Ele lambeu o sangue que escorria do nariz.  

Sebastian se conteve, desistindo de atacar. Aron estava certo, realmente não queria que o contrato chegasse ao fim ainda, também não tinha interesse em descobrir quem era o mestre de seu rival. Mesmo com toda sua fome, mesmo que tivesse que suportar a maldita noiva durante esse tempo, mesmo que tivesse que viver eternamente colhendo os frutos de seu maior erro, ainda assim ele desejava ficar o máximo de tempo ao lado de Ciel, mesmo que esse tempo representasse um suspiro perto de sua eterna existência.  

“Por que você está fazendo isso? Qual o seu interesse nesse contrato se prolongar?” 

“Além de matar o tédio? Tenho meus objetivos pessoais, meu caro amigo.” Aron deu de ombros. 

A verdade era que em seu pensamento, quanto mais tempo Michaelis passasse perto do conde, quanto mais apegado ficasse, maior seria sua queda. Quando seu mestre finalmente desse a ordem de erradicar o Phanthomhive, Aron faria Belial provar de seu próprio veneno, assim como ele o fez sofrer quando tomou a preciosa alma de Nefertari. 

“Hmmmm.... hmmmmm...” A mulher que teve a língua cortada se arrastava com dificuldade para perto de Sebastian.  

“Quase havia me esquecido de você, querida.” Aron se aproximou. “Não adianta pedir ajudar para ele. Ele é tão cruel quanto eu.” Ele a pegou pelos cabelos e a arrastou, o sangue de suas pernas quebradas formavam uma trilha pelo chão.

Aron parou em frente à Sebastian, suspendendo a mulher pelos cabelos.  “Vamos Michaelis, se alimente.” Ele esfregou o rosto ensanguentado da mulher na cara de Sebastian. “VAMOS! Coma antes que você acabe devorando o conde e acabe com a brincadeira. Eu chego a ter pena de você, da porcaria que você se tornou.” 

O cheiro de sangue fez as narinas de Sebastian dilatarem ao sentirem o odor ferroso. A essência pútrida dessa alma nem de longe apeteceria seu paladar, mas a fome era tanta que esse detalhe já não fazia diferença. A mulher olhou transtornada para ele e suas lágrimas desceram em um pedido mudo por clemência, porém não haveria misericórdia de sua parte, sua vida mundana havia chegado ao fim.  

Agindo por instinto, Sebastian tomou os lábios dela, o sangue em sua boca misturado com os fluídos de seus clientes tinha um gosto horrível, mas seus instintos primários falavam mais alto. Ele finalmente estava matando a fome, estava em êxtase, quase já não lembrava que gosto tinha uma alma.   

A mulher parou de se debater, os braços que arranhavam o pescoço de Sebastian caíram sem vida, seu corpo foi jogado no chão. Apesar do gosto horrível dessa alma, Sebastian se sentiu saciado. Mas isso tinha um preço.

“Não faça essa cara. Você é um demônio, não tem porque sentir arrependimento.” Aron o olhava com nojo. “Você é desprezível. Diga ao conde que a rainha pode ficar com o coração em paz, eu já conseguir o que queria. Por enquanto.” Ele deu mais um olhar para o mordomo e saiu pulando pelos telhados.

Sebastian apenas o observou se afastar, refletindo como em uma só noite ultrapassou todos os seus limites. Por conta de seu ciúme e possessão quase matou Ciel. Quase matou Elizabeth mesmo sabendo que o conde não o perdoaria. Quebrou uma das regras do contrato ao tomar aquela alma sem o conhecimento de seu mestre. E o pior, não matou o outro demônio como havia sido ordenado, pelo contrário, compactuou com ele. Traiu Ciel e agora estava em divida com ele.

“Ah em que situação complicada você se meteu, Sebas-chan.” O shinigami ruivo, que até então só observava, estava sentado em um caixote, sustentando o queixo em sua serra elétrica. 

“O que você esta fazendo aqui?” O mordomo perguntou sem ânimo, fitando o sapato vermelho que o outro usava. 

“Vim recolher essas almas antes que vocês a roubassem, mas achei mais interessante assistir a lavagem de roupa suja.” Grell sorriu, provavelmente William o espancaria por isso. “A propósito esse tom rubro fica esplêndido em seus lábios.” 

O mordomo deu um sorriso sem forças, tinha demorado para o ruivo começar com o assédio. Sebastian não retrucou, ele só ficou ali parado, perdido em seus pensamentos. Ele não sabia o que fazer quando encarrasse Ciel, devia contar a verdade ou omitir?

“Você deveria ter medido melhor as consequências, criaturas iguais a nós não devem se dar ao luxo de se afeiçoar ou se envolver com humanos. Nós somos eternos e a existência de um humano quase não representa mais que um soprar do vento.” Grell fez uma pausa para observar as estrelas. “Você sabe que pagará caro por isso. Mas valerá a pena? Eu acho não.”

Sabendo que o mordomo não responderia, Grell olhou para o relógio de bolso e percebeu que faltavam cinco minutos para a próxima morte, ele desamarrotou as roupas e pegou sua motosserra. “Chegou a hora da Death. Bye Bye, Sebas-chan.” 

Sozinho novamente, Sebastian agora era atormentado pelas palavras do ruivo ecoando em sua mente. Grell tocou na ferida que dia após dia era ignorada, como a sujeira que era jogada debaixo do tapete. Realmente valia a pena tudo que estava fazendo?

“Eu não sei.” Sebastian admitiu.


Notas Finais


Beijinhos de chocolate amores e ate quarta.
Vou tentar postar de 3 em 3 dias o que vocês acham?!


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