História Connected - Capítulo 20 - Reencontro

capítulo vinte - reencontro

    Assim que saíram da sala de Shikamaru, tanto Naruto quanto Hinata foram até o escritório querendo fazer algumas anotações em silêncio acerca do caso de Deidara, e tentar contactar a prima do Uzumaki. Eles só não esperavam se deparar com uma Sakura sentada em uma cadeira com o rosto ilegível.

    — Sakura, está tudo bem? — o loiro perguntou se aproximando da amiga.

    A rosada balançou a cabeça nervosa, como se estivesse tentando se controlar para não chorar.

    — O quê aconteceu? — Hinata indagou enquanto se ajoelhava do lado dela.

    — Eu… Eu acho que não vou poder mais dar conta desse caso… Vejam por vocês. Esse foi o retrato falado que o Sai fez, esse homem… ele estava na boate no exato dia em que eu, vocês e o Sasuke estivemos. Ele… ele tentou se aproximar de mim… mas o Sasuke o impediu… Eu…

    — Sakura, calma. Fica tranquila. — Hinata apoiou as mãos nos ombros da garota, procurando tranquilizá-la ao mesmo tempo em que Naruto analisava o desenho do homem feito pelo retratado falado.

    — Eu também me lembro dele, esse cara tem os dentes afiados que nem o de um tubarão. — Naruto murmurou com certo desgosto —  Você lembra de ter visto ele no clube, daquela outra vez Saky…?

    — Não. E mesmo que ele estivesse lá, eu estava bêbada demais para me lembrar de um rosto. Mas que ele me abordou da última vez, isso é certeza.

    — Bem, isso significa duas coisas. — o loiro comentou desviando o olhar das duas — Primeiro, que nós finalmente vamos conseguir um mandado para entrar naquela maldita boate. E o segundo, é que o Sasuke finalmente vai saber em quem dar umas boas porradas.

    Sakura corou, e depois piscou alguns momentos meio desnorteada.

    — Por quê diz isso?

    — E depois vocês dizem que o lerdo sou eu.

    Hinata mordeu os lábios tentando não rir em respeito a amiga que fechou a cara para Naruto.

    — Bem, Saky. Eu e a Hinata temos que te contar uma coisa, e acho que talvez fosse interessante ter a sua ajuda. — o Uzumaki começou.

    A rosada olhou para Naruto e para Hinata desconfiada, porém acabou cedendo. Aos poucos o loiro foi explicandos as coisas para ela desde o início, de quando eles começaram a suspeitar e investigar o caso já arquivado de Deidara, até chegar no ponto principal.

    — … e agora nós estamos pensando em contatar a Karin.

    A expressão no rosto de Sakura fora algo engraçado de se ver, a menina tinha se controlado para não fazer uma careta. A verdade era que ela e Karin nunca se odiaram, mas ela também nunca fora íntima da mesma justamente por causa de seu relacionamento com Sasuke. E muitas vezes a Haruno se culpava por ter sido tão imatura de perder uma possível amizade com a Uzumaki.

    — Eu falo com a Karin. — ela disse surpreendendo os dois — Estou precisando tirar um tempo de toda essa loucura, e não vou me importar de chamar ela para tomar um café.

    — Tem certeza? — Naruto indagou.

    — Naru, a última coisa que eu quero para mim é ter rivalidade com uma outra mulher por causa de homem. Quer saber, me dê o número dela, vou mandar mensagem agora mesmo.

saky [14:08 PM]

oi

aqui é a sakura haruno, amiga do naruto

posso conversar com você sobre algo importante?

karin [14:10 PM]

sakura que surpresa

sim

podemos marcar de sair? também preciso falar com você

[...]

    Sakura segurou a alça de sua bolsa insegura quando parou na frente da lanchonete, agora que estava a poucos momentos de se encontrar com a Uzumaki, tinha se sentido subitamente desconfortável e ansiosa, disposta a sair correndo e desistir do plano.

    A verdade que vinha a atormentando era a seguinte, Sasuke tinha começado a namorar com Karin algumas semanas depois que ela e Suigetsu tinham assumido relacionamento sério. A princípio ela não tinha gostado e evitava o Uchiha em todo lugar, depois tentou engolir o ciúmes para si mesma, afinal ela estava com outro. Acontece que por um motivo que ela desconhecia, o namoro de Sasuke e Karin não durou muito tempo. E quase um mês depois que os terminaram, Suigetsu tinha terminado com ela, e naquele exato dia ela tinha se embebedado e transado com Sasuke de todas as formas possíveis.

    Aquilo a envergonhava muito por diversos motivos. Primeiro que ela tinha medo de ter sido a culpada pelo relacionamento de Sasuke não ter ido para frente.  E segundo que ela nem tinha sequer superado Suigetsu para depois ter se deitado com o Uchiha no mesmo dia.

    Fora por isso que ela tinha desistido de relacionamentos sérios. A verdade dura era que Sasuke sempre atrapalhava seus relacionamentos, querendo ela ou não. Ele sempre seria um fantasma na vida dela enquanto os dois não assumissem o que sentiam, e acabassem com aquilo tudo. E como ela não estava disposta a se entregar sozinha, resolveu viver do descompromisso e de prazeres efêmeros

E agora, olhar diretamente nos olhos de Karin fazia com que ela se sentisse culpada. Não tinha como não se sentir.

— Sakura, oi. — a ruiva sorriu acenando, quando viu a menina se aproximando dela.

Karin parecia a mesma de alguns anos atrás, ela ainda tinha seus longos cabelos ruivos e usava seu óculos retangular, talvez a única diferença visível fosse um anel em seu dedo anelar.

— Oi Karin. — a rosada sorriu, se sentando de frente para a mulher.

— Fico feliz que você tenha me chamado, eu realmente tenho algo importante para te falar.

— Ah, eu também tenho algo muito importante para te dizer. — Sakura disse dando uma risada cansada, tentando não demonstrar o quanto sua rotina de trabalho estava a deixando exausta. 

— Sobre o que seria?

— Antes de eu começar a falar, queria que você não fizesse uma reportagem sobre. Esse é um tema muito complicado, e se o que eu estiver te falando realmente for verdade, é além de complicado, como também perigoso. Por favor.

A ruiva assentiu com a cabeça, começando a ficar preocupado com o que ela tinha a lhe dizer.

— Prometo que não irei publicar nada do que falarmos aqui.

— Naruto estava querendo te contratar, porque nós descobrimos que um de nossos casos arquivados possa estar relacionado com a tal Akatsuki. Eu não conversei com nenhum dos meus superiores antes de vir aqui, por isso que estou meio apreensiva.

Os olhos de Karin escureceram, como se compreendesse o rumo daquela conversa.

— Posso te ceder todo o meu material sobre a Akatsuki, só digo que é um tema bem complicado. Eu mesma tive minhas dificuldade investigando sobre. Quando falamos da Akatsuki, estamos nos referindo a uma organização regida por homens poderosos que têm aval para fazerem o que querem. Eles estão por todos os campos possíveis, na política, na justiça, no comando de empresas… A princípio a teoria sobre a Akatsuki começou quando alguns blogs de conspiração começaram a comentar sobre uma máfia, mas ninguém nunca levou muito a sério. Eu fiquei curiosa e tentei investigar um pouco mais afundo, e admito que foi muito difícil porque parece que os envolvidos fizeram o possível e o impossível para limpar o nome da máfia dos searchs na internet. Para conseguir mais informações eu tive que em bares, cassinos essas coisas. O máximo que consegui foram algumas fofocas de homens bêbados demais para conseguirem segurar a boca, mas não é nada que possa ser comprovado, por isso minhas pesquisas nunca foram para frente.

Sakura piscou, e então fez questão de explicar para a garota como eles tinham chegado àquela conclusão sobre a Akatsuki. Karin além de ser uma boa ouvinte, era também bem inteligente, pois já estava maquinando alguma coisa em sua cabeça enquanto escutava o que a Haruno falava.

— Eu vou pesquisar sobre isso Sakura, mas tenho a leve impressão de que eles viram no Deidara alguém jovem e disposto a fazer o que eles mandavam. Provavelmente devem estar se apropriando das bombas que ele criou com o dinheiro que eles mesmo forneceram.

— Mas qual o fim disso? — a Haruno indagou.

— Não faço a mínima ideia.

Karin deu um gole em sua xícara de café enquanto Sakura comia seu bolo holandês com uma expressão pensativa no rosto, como se estivesse absorvendo tudo o que tinha acabado de ouvir.

— Sakura, agora sobre o que eu queria falar com você. Na verdade, não é exatamente eu que queria falar, e sim o Sui, mas já que você tem evitado contato com ele a todo custo…

— O Suigetsu? — ela exclamou ao mesmo tempo em que indagou confusa, e então quando olhou novamente para o anel no dedo anelar de Karin, conseguiu entender alguma coisa daquela situação.

Karin sorriu calma.

— Sim, ele mesmo. Acho que você precisava saber depois de todo esse tempo, não era certo esconder isso de você. Desde quando eu tinha namorado com o Sasuke que reparei nisso, mas quando terminei com ele, estava muito brava para facilitar a vida dele então resolvi deixar quieto. Ele é apaixonado por você Sakura, não parece porque o cérebro dele quando se trata de emoções é do tamanho de uma noz. Um pouquinho antes de terminar com você o Sui tentou conversar com ele, procurou tentar tirar a verdade dele. Mas ele estava tão ranzinza e irritado por ver você feliz com outro cara que acabou não falando nada. Contudo, no dia que o Sui contou para ele que iria terminar com você… o Sasuke surtou, e foi justamente o Itachi que tomou conta dele.

“Não sei como acabou acontecendo, mas depois de brigar com o Sui, ele resolveu encher a cara puto da vida. Só sei que naquele dia Itachi disse que ele sumiu da casa, e quando descobriu que ele estava na sua casa, resolveu não interromper nada, crente de que vocês iriam se acertar.

É por isso que o Suigetsu tentou te contactar esses dias. Sabe, é óbvio o quanto vocês dois se gostam e vivem tentando encobrir os próprios sentimentos por puro medo e orgulho. Só peço que você não feche o seu coração para ele, eu acredito que vocês dois deviam estar juntos já faz um bom tempo, por isso fiz o favor de vim aqui falar com você. Porque eu sei que você também é apaixonada por ele, e eu não faço a mínima ideia do que ele fez naquele dia, do que ele te falou…

Sakura deu um sorriso triste, tentando impedir que seus olhos marejassem com as palavras acolhedoras de Karin.

—  Ele me disse que aquilo não tinha sido nada, que nunca mais iria se repetir, ele me tratou como se eu fosse um nada, uma garota que ele tinha acabado de conhecer. Uma semana depois ele apareceu de novo chorando na minha porta, nós brigamos feio, e estamos brigados até hoje. — a rosada admitiu, secando uma lágrima que escorria livremente pelo seu rosto.

Karin respirou fundo.

— Sabe, ao mesmo tempo que eu quero muito que vocês fiquem juntos, eu também quero arrastar a cara desse arrombado no asfalto.

Sakura riu.

— A gente pode fazer isso mais vezes, sabe, se reunir e conversar. Nem que seja para falar mal do Sasuke.

— Eu aprovo totalmente. — Karin disse com um sorriso sincero.

[...]

Naruto e Hinata se entreolharam enquanto Maddison entrava pela milionésima vez na sala de interrogatório, a loira suspirou como se já estivesse acostumada com aquele ambiente onde os oficiais descobriam uma nova prova e a chamavam para aquela sala novamente.

— Maddison, nós iremos ser breves dessa vez.

A garota deu de ombros, como se não se importasse muito, afinal das contas, ela não tinha exatamente para onde ir.

— Nós realizamos uma análise de solo comparativa entre a da sua amiga, e de uma outra vítima. E nós encontramos isopor e papel espelho. Isso te remete alguma coisa?

Maddison franziu o cenho.

— Vocês estão brincando, é isso?

Quando ela viu que eles estavam sérios, apenas suspirou.

— Bem, ultimamente as baladas não costumam ter globo espelho, isso é um fato. Mas como eu disse uma outra vez, as vezes os clientes pedem danças particulares, muitas vezes temáticas.

— E…?

— O que eu quero dizer é, as únicas vezes que eu tive que fazer ou vi alguma menina fazer danças particulares com um globo espelho no teto, foi somente em uma boate.

— E esse homem, você o reconhece? — Hinata perguntou gentilmente, enquanto colocava uma foto do retratado falado realizado por Sai horas mais cedo.

— Hã, sim. Ele é um daqueles caras ricos que frequentam boates quase que sempre.

— Sabe o seu nome?

— Kisame, um promotor público. Meu Deus, vocês não leem jornal?