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História Connection - Chris Evans - ESPECIAL - Destino - História escrita por nameiswhite - Spirit Fanfics e Histórias
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História Connection - Chris Evans - ESPECIAL - Destino


Escrita por: nameiswhite

Notas do Autor


Olá, meus amores.
Mais um capítulo do especial para vocês. Tive problemas na formatação do mesmo e, se possível, me avisem caso encontrem algum erro.
Aproveitem o capítulo!

Capítulo 54 - ESPECIAL - Destino


Mais um dia cansativo havia se passado e todos refletiam sobre como aquele era o recesso de verão mais aleatório que a família já teve, uma vez que estavam as cegas, não planejando ir para lugar algum. 

A família de Emma e Chris já havia voltado para suas respectivas cidades, restando apenas Stella em LA. Carly deixou-a com os tios, mas não era cega a ponto de pensar que os desejos da filha de ficar eram puros. Sabia que escondia alguma coisa, mas ela já era grande o suficiente para ter esse espaço.

Emma saiu do banheiro escovando os cabelos, já pronta para dormir. Aquela, aparentemente, era uma noite tranquila. A presença da sobrinha fazia com que as crianças se entretecem com mais facilidade, se divertindo tanto, que acabavam ficando cansadas rapidamente.

Ao contrário dos filhos, Chris e Emma não estavam se fadigando pelo mesmo motivo. Embora esteja de férias da Universidade, a escritora tinha muitos compromissos com palestras e seu recém publicado livro sobre maternidade. E Christopher, bom... Ele ainda era um grande astro de Hollywood e aquelas não eram exatamente as suas férias.

Ela riu quando viu o marido sentado sobre a cama, colocando gelo no machucado que adquiriu nas gravações daquele dia. Ele estava sem camisa, vestindo apenas uma cueca branca, mas seu rosto não estava nada sensual. Ele fazia caretas de dor enquanto tratava do machucado na costela.

_ Acho uma profissão muito desumana, mas você não tem dubles que são contratados para evitar que isso acontecesse? - Emma indagou, deixando a escova sobre o criado mudo e se sentando na cama.

Ela tirou a bolsa de gelo da mão do marido, colocando-a sobre o machucado novamente. Em outra pessoa, aquilo estaria levemente roxo. Mas, em Chris Extremamente Branco Evans, havia uma mistura de verde, roxo, amarelo e vermelho em cores vivas.

Ele fez outra careta.

_ Quis fazer sozinho.

_ Como sempre. - ela respondeu. - Uma hora ia ter que dar errado, né.

Chris continuava olhando para o hematoma, vendo os dedos delicados da esposa tentando fazer com que melhorasse. Em determinado momento, ele deixou de reclamar da dor e passou a sorrir de forma provocativa. Emma demorou para perceber.

_ O que foi? - ela o encarou de relance, mas logo continuou o que fazia.

_ Gosto dessa camisola. - ele disse, fazendo-a rir.

Mesmo depois de todos os anos, ele ainda a deixava corada.

E, de fato, ele gostava. E ela se lembrou disso quando colocou. Era um mini vestido marsala, quase que completamente transparente. Sua renda era delicada, sendo até macia.

Emma apertou a bolsa de gelo sobre o machucado. Chris reclamou, mas também riu.

_ Quer saber de uma coisa?

Ela ergueu as sobrancelhas, ainda concentrada no que fazia. Esperou que ele continuasse, mas o marido insistiu em esperar pela resposta. Ela olhou para ele.

_ O que?

Chris colocou a mão em sua nuca, emaranhando seus dedos pelos cabelos dela. Afastou a mão da mulher, e puxou seu corpo para que ela se deitasse sobre ele na cama. Emma, mesmo que demostrando uma fajuta indiferença, deixou, ficando sentada sobre o volume de sua calça e com as mãos em seu tórax.

_ Prefiro você sem. - ele disse, abrindo um sorriso de canto e analisando o corpo da mulher sobre o seu.

_ Pensei que você estivesse debilitado. - ela deitou sobre ele, aproximando seus rostos.

_ Tem melhor remédio que esse? - começou a acariciar a coxa de Emma, subindo até sua bunda e apertando. 

Ela gargalhou, unindo seus lábios.

Enquanto se beijavam lentamente, Emma sentia a mão quente de Chris sob seu vestido, explorando todo seu corpo. Quando ele passou a brincar com a barra de sua calcinha, pararam o beijo para rir, aproveitando e tomando fôlego para retomar, dessa vez, com mais urgência.

O clima só ia esquentando até o momento que escutaram uma batida na porta e logo o barulho de alguém tentando abri-la.

_ Mamãe? - era a voz de Sky.

Pararam rapidamente, mas não encaram em direção ao som, tentando assimilar o que estava acontecendo.

Emma já imaginava a menina de frente para eles, vendo todo aquele show de horror que era aquela cena para a sua idade. E, através da conexão, a fala de Chris lhe aliviou.

_ Eu tranquei.

Ele, assim como ela, também planejou aquele momento. Ele trancando a porta e ela usando a camisola preferida do marido. Porém, mais uma vez, foram interrompidos. 

Emma levantou as pressas, sendo seguida por ele. A mulher apenas colocou um roupão sobre si, enquanto Chris procurou por uma calça folgada.

Abriram a porta juntos e a menina sem se importou com a cara de sem graça que eles mostravam.

Ela estava abraçada com sua manta e vestida o macacão azul bebê que amava.

_ Vocês não me colocaram para dormir.

-

Chris cobriu a filha, que se aconchegou próxima da mãe. Ela riu quando viu o pai se afastar e reclamar de pisar em uma peça de lego que estava no chão. Ele se sentou numa poltrona de frente para a cama e Tyler, que estava na porta, foi até ele, acomodando-se em seu colo.

Sky olhou para cima, procurando o rosto da mãe, sorriu de forma fofa e Emma sabia que aquele era o pedido de uma história.

_ Qual vocês querem ouvir hoje? - ela intercalou o olhar dela para Tyler, que deu de ombros.

_ Gosto da história do vovô Sebastian, mas já ouvimos ela ontem. - o filho do meio falou, deixando a escolha para Sky.

Dentre todas as tradições criadas pelos White-Evans, contar sobre as histórias de cada parente era uma linda forma de fazer com que os filhos valorizassem e admirassem a família. Chris e Emma sempre foram muito abertos e gostavam de passar os princípios que lhes foram ensinados. Possuíam grandes exemplos para contar e, por isso, tinham o prazer de mostrar para as crianças o quão importantes eram as pessoas que conheciam. Àquela altura, eles já haviam escutadas todas, mas adoravam ouvi-las novamente.

_ Do tio Scott e do tio Zach. - ela começou a acariciar a mantinha que segurava.

Emma olhou para o marido, pedindo que ele iniciasse.

_ O tio Scott sempre foi um prodígio. Eu não seria nada sem ele, porque aprendi muito observando meu irmão, mesmo sendo mais velho. - Chris começou a contar. - Ele sempre sonhou em ter o que possui hoje e, felizmente, temos uma família que nos incentivou a isso.

_ O que também foi fácil quando ele decidiu se assumir. Ele teve o total apoio. - Emma complementou. - Mas com o Zach acabou sendo diferente. Depois de revelar quem realmente era, muita gente ficou contra ele. E, depois, outras pessoas usaram disso para lhe ferir. Mas ele é forte e passou por tudo isso. Sempre digo a vocês que grandes pessoas merecem o melhor e hoje ele pode dizer que conquistou muito mais do que sempre sonhou. Devemos amar as pessoas  independente de raça, gênero e orientação. Se não houvesse amor na vida dele, talvez não tivesse forças para continuar. 

Chris sorriu para ela, vendo os filhos escutarem suas palavras atentamente.

Ele continuou.

_ Eles se conheceram em Long Beach, em uma festa, tinham alguns amigos em comum. Scott diz que foi amor a primeira vista.

Emma riu, lembrando da forma divertida que o cunhado contava aquilo no passado.

_ Ficaram escondidos durante um tempo, pois era difícil para o tio Zach assumir um namoro concreto quando boa parte de sua família não aceitava. Sua tia Carrie e eu vimos o quão era triste. - Emma disse. - Mas, depois, o destino começou a ser generoso e eles, finalmente, perderam o medo de mostrar para o mundo o quanto eram incríveis juntos. A distância passou a ser muito ruim, Scott ficava muito tempo em Nova Iorque, mas seu pai deu um empurrãozinho para que ele viesse, definitivamente, morar em Los Angeles. E então, eles começaram a trilhar o caminho em busca do que são hoje. Eles cresceram juntos, isso que é o mais lindo.

Eles esperavam que os filhos falassem alguma coisa, como sempre faziam, mas apenas ficaram se encarando com uma expressão vazia, deixando os pais preocupados.

Sky abraçou a mãe, escondendo o rosto.

Chris mexeu com Tyler em seu colo, o virando para que pudesse olhar sua face.

_ O que foi? - perguntou para o menino.

Ele olhou para o chão, mostrando a tristeza.

_ Se eles passaram por tudo isso juntos, por que vão se separar agora?

Chris e Emma se entreolharam, assustados com aquela pergunta.

_ Filho, por que você está dizendo isso? - a mãe perguntou.

_ Stella escutou eles brigando no dia em que estiveram aqui. - ele fungou. - E eles não estão bem há um tempo, dá para ver.

Eles não haviam percebido que a crise no casamento dos dois havia chegado ao ponto de que até as crianças notassem. O casal estava tentando fazer de tudo para ajudá-los, mas era difícil quando, nem mesmo eles, sabiam do que necessitavam.

_ Não pensem assim. - ela apertou os braços em volta de Sky. - Eles já passaram por muita coisa, não vai ser agora que o desfecho será diferente.

Tyler olhou tanto para a mãe quanto para o pai, tentando decifrar se podia confiar naquelas palavras. Não queria ser amaciado por promessas doces, pois eles podiam estar escondendo a real gravidade daquela situação. Mas não haviam pessoas no mundo mais confiáveis que seus pais e ele precisava livrar seu coração daquela angustia, assim como seus irmãos. Amavam os tios e se entristeciam com a ideia de que, um dia, poderia vê-los separados como Lily e Greg, ou a avó Lisa e Robert.

_ Têm certeza?

Emma olhou para o marido, afirmando que ele podia responder.

Certas coisas necessitam de um ponto final, mas não queriam que Zach e Scott tivessem o deles.

_ Temos.

••• 

O dia estava quente e Emma escolheu levar a família em um lugar gramado para que pudessem se divertir com mais comodidade.

Escolher o parque em Hollywood Hills não foi uma coincidência. Às visitas para aquele lugar começaram a ser premeditadas desde o momento que Peter começou a ter os sonhos. Chris e Emma nunca venderam a casa daquele bairro, mas eram raras as vezes que iam para lá. Ela estava, praticamente, abandonada. Todavia, a curiosidade de Peter por ela começou a se fazer presente e, por isso, era comum ver a família White-Evans pelo local novamente. Eles não faziam muita coisa, apenas andavam pela casa conversando com o filho mais velho enquanto Sky e Tyler brincavam com os cães no jardim. Se demoravam bastante no antigo quarto do casal. E, depois disso, iam para o parque passar um tempo em família.

 Desde o fatídico acontecimento com o livro de Felicity sendo escondido pelo filho, Chris e Emma passaram a ter uma atenção dobrada sobre ele e, até então, Peter cooperava. Ele estava mais aberto, sendo sincero para falar sobre sentimentos e a forma como aquela situação estava o atingindo.

 Enquanto Emma e Tyler brincavam de buscar com Sally, a labradora, Sky estava sentada ao lado do pai sobre uma toalha de piquenique. Bem ao lado, Peter os acompanhava e tinha Zion em seus braços, o cão sem raça definida que foi resgatado após um atropelamento nas ruas que o deixou cego. 

Passaram muitos anos tendo a alegria de viver ao lado de Dexter e Dodger. Foram tão felizes ao lado deles, que se esquecem que não eram eternos. Ambos morrerem de forma natural, sendo levados pela idade. Dodger foi quem viveu mais, falecendo com dezesseis anos. Dexter passou a ficar muito triste, pois sentia falta do irmão. Aos treze anos, algum meses depois de Dod, a vida o levou. As perdas foram os primeiros contatos das crianças com a morte e, por isso, Chris e Emma haviam decidido que não teriam outro animal tão cedo por conta do impacto que causou nos filhos. Peter e Tyler foram os mais abalados. O filho mais novo precisou ser hospitalizado devido a uma forte dor de cabeça e indisposição que eram provenientes de seus estado emocional após perder os dois cães. Entretanto, o amor por animais não se exauriu. A família continuava ajudando o abrigo, o qual se expandiu após o governo dos EUA criar uma lei de proibição a venda de animais. O número de adoções cresceu e, com isso, novos abrigos foram criados por todo o país. Sally nasceu durante uma das visitas de Chris e Tyler ao lugar, e o menino se apaixonou quando a viu. Esperaram que ela tivesse o tempo certo de vida para levá-la para casa e, desde então, ela estava com a família. Zion, em contra partida, fugia dos cuidadores a todo custo, vivendo nas ruas. Em determinado dia, um atropelamento o atingiu e Emma presenciou tudo por acaso. Estava voltando do trabalho e, totalmente sensibilizada pela cena, tratou do animal e o levou para casa. Desde então, Sally e Zion faziam parte da família. 

Chris ajudou Sky a se levantar, vendo-a correr em direção a mãe. Pelo canto do olho, percebeu que Peter também observava a cena. Ele estudou o menino que ainda estava alheio a curiosidade do pai. 

_ Como você está? - Chris perguntou.

 Peter respirou fundo, desviando o olhar para o cão em seu colo. Ele acariciou seu pelo preto. 

Sabia sobre o que ele estava perguntando.

_ Hoje, em especial, sinto raiva.

 Christopher entendeu o que o menino queria dizer. Quando se tem um fantasma em sua mente, cada dia se torna singular. É como se a mulher, involuntariamente, brincasse com os seus sentimentos. Em determinados dias, acordava feliz, em outros preocupado e também, enraivado. Vários pensamentos se passavam e nenhum era coerente. 

_ Raiva de que, exatamente? 

Peter deu de ombros.

 _ De passar por isso, mas também dela, eu acho. - suspirou. - É confuso.

 Chris balançou a cabeça em afirmação. 

_ Eu não costumava ser ansioso, mas passei a ser por conta do desespero de encontrar sua mãe.

O menino ainda olhava para o cão.

_ É, acho que é isso...

 Um silêncio se estabeleceu entre os dois e ambos passaram a encarar Emma e os filhos brincando. 

_ Acha que... - Peter continuou. - Que ela também sente? 

Chris estudou a hipótese. Emma sentia coisas diferentes e chegou a ver o mesmo que ele quando estavam no Píer, mas viveu boa parte de sua vida como se a história dela e do marido não estivessem destinadas a se cruzarem. Ela foi capaz de compreender sobre a conexão, mas não ter ciência sobre ela antes.

 _ Não acho seja da forma que você espera. - respondeu de ponderadamente, evitando magoa-lo. - Por que? 

_ Eu não sei. É como se eu sentisse que ela sabe exatamente o que estou passando. 

•••

_ Paris, Emma! - Chris falava para a esposa enquanto tirava as malas do closet. - Nós precisamos dessa viagem!

A mulher fez uma careta, se jogando sobre a cama. 

Seu novo livro sobre maternidade estava fazendo um grande sucesso e, com a oportunidade de divulgá-lo, Chris se viu no paraíso. Não viajavam a sós com ela desde o nascimento de Sky e, nos últimos tempos, eram raros os momentos que tinham sozinhos.

 _ É um livro sobre maternidade, eles vão entender se eu não for porque quero ficar com meus filhos. - ela falou com a voz abafada pelo travesseiro.

 Ele já havia conseguido comprar as passagens, preparar tudo e, até, fez com que a esposa se arrumasse, mas ela ainda reclamava.Não que não quisesse a companhia dos filhos, amava-os mais do que tudo, mas queria aproveitar a oportunidade para estar ao lado da esposa, finalmente sem interrupções.

 Emma também tinha esse desejo, mas seu instinto de mãe a incomodava.

_ Ems, vamos, por favor. - ele insistiu, levando a outra mala até o corredor. - Vamos perder o vôo. Ela bufou, sentando-se.

 _ Quem vai dar o remédio de alergia da Sky? 

_ Sua mãe vai estar aqui para isso.

 _ Quem vai ajudar o Tyler a treinar para a competição de soletrar? 

_ Alice vai saber o que fazer. 

_ Quem vai levar o Peter nos treinos?

Chris revirou os olhos, indo até a cama e pegando a esposa no colo. Ela se debateu, tentando lutar contra ele, mas logo começou a gargalhar. 

_ Sua mãe!

 Começou a descer as escadas enquanto Emma ainda estava sobre seu colo. 

Stella foi a primeira a perceber a forma que os tios desciam e Sky passou a gargalhar junto com ela. Como qualquer adolescente, Peter revirou os olhos, vendo os pais pagarem mais um mico. Todavia, Tyler achou engraçado, mas estava entretido ajudando a avó a enrolar lã e não conseguiu fazer mais do que apenas rir. 

Todos se levantaram, se pondo perto da porta quando Chris soltou a esposa para se despedirem.

 Emma abraçou Tyler de lado, enquanto Sky ia para o colo de pai e Peter se colocava na frente dos dois.

 _ Prometam que vão se comportar. - pediu, olhando para todos, mas se demorando no filho mais velho, dando-lhe a tarefa silenciosa de cuidar dos irmãos. 

_ Nós vamos. - Tyler respondeu por todos.

 Chris beijou o rosto da filha. 

_ Liguem se precisarem de qualquer coisa e obedeçam sua avó. - ele se virou, procurando pelo quarto rosto e sorrindo ao encontrar Stella. - Digo o mesmo para você.

 Ela sorriu amarelo, achando desnecessário aquele aviso.

 _ Vamos? - perguntou para a esposa.

 Ela tirou Sky de seus braços, envolvendo-a com força e a enchendo de beijos. A menina riu, mas sentiu-se aliviada quando a mulher finalmente lhe colocou no chão.

 Emma fez seu famoso biquinho e se virou para o marido. Chris percebeu que se não saíssem dali imediatamente, ela se derramaria em lágrimas.

 Ele abraçou os filhos, a sogra e a sobrinha e logo começou a arrastar Emma para fora de casa. 

 Ela chorou durante o caminho até o aeroporto, mas, por fim, embarcou na esperança de aproveitar o tempo para descansar que aquela viagem proporcionaria. 

•••

A madeira fazia muito barulho enquanto Tyler corria sobre ela.

Peter observava o irmão pelo canto do olho enquanto caminhava calmamente pelo Píer com as mãos nos bolsos. Alice, que vinha logo atrás, empurrava Sky que estava em um carinho próprio para a sua idade. A criança já havia comigo dois algodões doces, mas pedia o terceiro todas as vezes que passavam por outro vendedor.

Emma e Chris haviam viajado no dia anterior e já estava entediante.

Alice não tinha muita disposição para brincar com os netos. O máximo que fazia era jogar damas com Tyler e aquele havia se tornado seu passatempo preferido. Peter se virava muito bem sozinho e, até, gostava, mas seus irmãos sentiam falta dos pais. Tyler ligava para a mãe a cada quinze minutos e Emma, se ninguém fizesse contato, fazia o mesmo.

Além de toda monotonia, Stella aproveitava a saída dos tios para ter mais liberdade. Naquele dia, em especial, nem sabiam por onde ela andava. 

A sugestão de ir para o Santa Mônica Pier naquele final de tarde foi de Peter e Alice atendeu de imediato, desesperada em agradar as crianças que a encaravam o dia inteiro com cara de enterro. 

_ Vou me sentar no restaurante para assistir TV. - Alice avisou, parando o carrinho e tirando Sky do mesmo, pedindo uma mesa para o garçom. - Vocês querem comer alguma coisa agora?

Os olhos de Tyler brilharam. 

_ Eba! Eu vou querer... - ia dizendo, mas a mão do irmão em seu ombro o impediu. 

_ Não, nós vamos andar nos brinquedos. - o mais velho mentiu, puxando o irmão e deixando a avó com um olhar curioso sobre os dois. 

Tyler caminhou cabisbaixo enquanto Peter tirava a pequena mochila de suas costas.

_ Não podíamos fazer isso depois? - o mais novo reclamou. 

_ A ideia foi sua. - ele remexeu a bolsa, procurando pelo caderno e o lápis que estavam na mesma. - Vai me ajudar ou não?

Tyler arrumou os óculos, suspirando. 

Os dois caminharam até a extremidade do Pier e o mais velho os guiou para trás de uma construção, encontrando um local vazio. Sabia que ali era o lugar certo. 

_ Toma. - entregou o caderno para o irmão e o mesmo se sentou sobre a madeira. 

_ Você já fez isso antes? - Tyler questionou, vendo Peter encarar o mar a frente com uma expressão de dúvida. - Papai te disse como faz? 

_ Preciso fechar os olhos e esvaziar minha mente para ver com mais clareza. - falou, ainda sem saber como faria aquilo. - Se eu conseguir, te falo todos os detalhes sobre ela. 

Tyler havia sido muito esperto quando teve aquela ideia. Por ver a garota misteriosa sempre que estava dormindo, Peter não conseguia falar e, quando estava acordado, era difícil explanar sobre os detalhes que fariam com que formassem um retrato falado sobre ela. Mas, para a sua sorte, aquela não era a única maneira de vê-la e Tyler tinha grandes dotes para o desenho, os quais foram herdados do pai. 

_ Eu agradeceria se começasse. - o mais novo incentivou. - Estou com fome. 

Peter respirou fundo, fechando os olhos. 

O dia ainda estava quente, mas a noite já caia sua frente e o mar trazia uma brisa fria. Eram as únicas coisas que ele conseguia se concentrar.

 Abriu os olhos, se virando para Tyler e vendo-o revirar os olhos. 

Ele voltou-se para frente novamente, tentando ter concentração. Fechou os olhos e se concentrou na imagem que tinha da pessoa. Não conseguiu novamente. 

Caminhou para trás, começando a acreditar que aquilo não funcionaria.

 _ Esvazie a mente, Peter! - Tyler disse com uma voz impaciente.

_ Eu não consigo! 

_ Só se esforça! 

O mais velho estalou a língua, colocando as mãos na cintura e umedecendo os lábios. Na visão de seu irmão, ele nunca havia parecido tanto com Chris quanto naquele momento.

Peter voltou para a beira, disposto a conseguir. 

Primeiro, ele se concentrou em normalizar seu corpo, fazendo seus batimentos se acalmarem e sua pele se acostumar com a tensão e deixar de se arrepiar. Depois, precisou de tempo e muita insistência para, finalmente, não pensar em nada. 

Tudo estava vazio e, de fora, era como se Tyler o visse dormir. 

_ Pete? - o mais novo chamou, não obtendo resposta.

 Peter viu o vestido vermelho balançando e, logo, o rosto aparecer em sua mente.

_ Vestido vermelho. - começou a falar rápido, ainda de olhos fechados. - A pele é negra, não muito escura. O cabelo é cacheado, cortado na altura do ombro. O rosto... - ele sorriu, maravilhado - ela tem covinhas quando sorri e deixa as maçãs do rosto bem finas. Ela usa piercing no nariz. 

_ E os olhos? - Tyler perguntou com urgência.

 _ Pretos, elevados nas bordas, mas não puxados.

 E então, ele abriu os olhos, perdendo-a de vista. 

Demorou para se situar, mas quando escutou os rabiscos incessantes de Tyler, percebeu onde estava e o que estava fazendo.

O mais novo ainda demorou no que fazia e Peter se sentou ao lado do irmão, roendo as unhas com a ansiedade. 

_ O que eu falei foi o suficiente? 

_ Claro que não. - o garoto respondeu sem tirar os olhos do papel.

Continuou esperando-o e, quando finalmente pôde ver, foi inevitável não fazer uma careta. 

_ Algumas coisas lembram, mas... 

_ A culpa não é minha. - Tyler deu de ombros. 

Realmente não podia reclamar, ele havia desenhado tudo o que havia falado, só não ficou exatamente da forma que enxergou. 

Os dois ficam por muitos minutos encarando o estranho desenho e demorou para que algum voltasse a dizer algo.

_ Ela não é familiar? - Tyler perguntou, inocente.

 Peter revirou os olhos. 

_ Se fosse nós não estaríamos fazendo isso agora. 

O mais novo ignorou o fora, pegando o papel da mão dele e se levantando, andando de um lado para o outro. 

_ Não é isso, imbecil... Eu a conheço de algum lugar, tenho certeza!

Peter ficou de pé com urgência, seguindo o irmão. 

_ Então lembra! 

_ Se fosse fácil eu não estaria aqui forçando minha mente. 

Peter fechou a expressão, segurando o instinto de bater no irmão. Aquele não era o momento certo para começarem a brigar. 

Tyler, finalmente, pareceu lembrar de algo, mas, pelo poder da ansiedade, não disse nada antes de começar a correr.

Peter o seguiu, correndo e escutando o som forte que os pés dos dois emitia sobre a madeira. Passaram pelo restaurante, vendo Alice gargalhar para a TV enquanto Sky se lambuzava com o ketchup que estava sobre as batatas que comia. Elas nem ao menos notaram a passagem deles. 

_ Espera! - Peter suplicou quando viu que já haviam corrido por boa parte do píer.

Tyler não deu ouvidos, olhando para todos os lados a procura do que desejava. Maldito dia que não haviam saído com o celular. 

Finalmente, o mais novo chegou onde queria, adentrando o Play Land ainda correndo. Várias pessoas brincavam nos brinquedos e se divertiam a sua volta, mas era na máquina de dança que desejavam chegar.

Peter entrou no local, procurando por Tyler entre as pessoas.

O mais novo virou para trás quando percebeu a aproximação do irmão. Sorriu para ele, apontando para o brinquedo. 

_ É ela! 

Peter não compreendeu, tentando se situar para saber sobre o que Tyler falava.

Olhou para o rosto das meninas que jogavam e ambas lhe devolveram a atenção com um olhar de nojo. Nenhuma era ela. E então, percebeu que não conhecia a música que elas dançavam. 

Voltou-se para a tela, encontrando o vídeo no telão de quem cantava. A menina dançava, mostrando para quem quer que estivesse jogando, como que devia ser feito. Ela também cantava e tudo se clareou em sua mente. Era uma música dela. 

Era ela e Peter não conseguia crer que finalmente tinha a encontrado.

Seu instinto era pular na tela, transpor barreiras e a encontrar, pois tudo o que tinha era aquela imagem. Precisava de mais.

Uma frustração irritante surgiu em seu peito pelo simples fato daquele vídeo não ser nada perto do que desejava encontrar. 

A presença de Tyler o fez perceber que as meninas que jogavam haviam ido embora. 

_ Ela é Summer Holiday! - o mais novo exclamou. - Como você não a conhecia? 

Peter não conseguia tirar os olhos dela. 

_ Summer? 

Tyler encarou a imagem e, depois, o irmão. Não era possível que Peter não sabia a gravidade daquela situação. 

_ Você realmente não faz ideia de quem ela seja? 

Peter engoliu em seco, sentindo que sua boca necessitava de água. 

_ N-não.

O mais novo colocou a mão no ombro do irmão, se compadecendo por sua situação. 

_ Eu não sei que peça o destino quer te pregar, mas Summer Holiday é o nome artístico de Summer Kennedy, filha adotiva de Maggie Kennedy.

 


Notas Finais


E ai, o que acharam?
Ansiosxs para o próximo?
Até logo, então. Mil beijos!!!

Instagram: @dwhite_book


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