— Posso te contar algo?
O acastanhado falou, vendo o outro o olhar confuso.
Marco tirou a mão de Jean do seu rosto, entrelaçando a sua a dele de maneira sutil, sorrindo, concordando com a cabeça. Nos últimos dias ele e o Kirstien haviam demonstrado bastante sentimentos um pelo outro, na sua cabeça, não se passava nada demais, Jean falaria sobre o que o incomodava e ele o ouviria, apenas isso.
— No dia em que você dormiu eu acabei...— O acastanhado respirou fundo. Pronto para falar tudo bem rápido e de uma vez só, mas o som do celular do Bodt notificando algo o impediu.
O de sardas olhou rapidamente, mudando a expressão em seguida, que estava mais surpresa. A mão de ambos se soltaram rapidamente.
— Vamos falar disso amanhã ok? — Marco falou, se afastando um pouco apressado e procurando algo para vestir em seu guarda roupa.
— O que aconteceu? — Disse, observando o Bodt jogar as roupas sobre a cama que tinha ali.
— Pode se virar por favor? — Pediu o moreno, Jean fez o que foi pedido, esperando que o outro se vestisse. — Minha mãe está na casa do meu irmão. — O Bodt falou, colocando uma cueca e a calça jeans que tinha ali.
— Tem algum problema nisso?
— Não deveria ter. — O moreno disse. Terminado finalmente de colocar as roupas. — Já terminei de me vestir. — O Kirstein se virou, encarando o outro por alguns segundos antes de retornar a falar. — Acontece que ele estava beijando uma pessoa quando ela chegou lá. Um homem.
— Caralho...
— Sim. Eu tenho que ir lá. — O Bodt selou rapidamente os lábios do outro garoto, que tinha surpresa no olhar. Não imaginou que Bertholdt gostasse de caras.
— Mas, sua mãe te aceitou bem. Não vai ser o mesmo com seu irmão? — Tentou confortar o colega, que sorriu minimamente.
— O problema é o nosso pai.
Após a fala do moreno o Kirstien finalmente notou a gravidade da situação.
— Eu vou com você.
(...)
Sasha estava no banco da frente do carro, do seu lado estava Niccolo, que dirigia com calma. Falco e Colt brigavam no banco de trás do carro, já que o menino não queria dar atenção para o irmão mais velho e só ficava no celular.
A Blouse não sabia onde ficava a casa do Springer, já que o mesmo havia se mudado a pouco tempo, contudo Colt já havia passado por lá, Falco não poderia ficar sozinho em casa, então o dois irmãos estavam no carro do namorado da morena.
— Pode virar a direita. — O Grice mais velho disse, pegando o celular da mão do caçula em seguida.
— Devolve! — O menor falou em surpresa, vendo o mais velho desviar quando tentava pegar o aparelho. — Eu tô falando com a Gabi.
Colt suspirou devolvendo o celular para Falco, que ajeitou seu cinto de segurança, voltando a digitar alegremente.
— Sinceramente, entre você e o Niccolo eu não sei qual é o mais gado. — O adolescente falou. Recebendo um revirar de olhos do mais novo ali. Sasha riu alto, vendo um olhar incrédulo do namorado se formar.
— Desculpa Nicco. — A morena falou rapidamente.
— Colt. Estamos perto? — O mais velho disse, tentando mudar de assunto.
— É aqui. — O carro parou. A Blouse foi a primeira a descer, seguida por Falco correndo atrás dela.
Os outros dois loiros saíram em seguida. Acompanhando os colegas. Sasha chegou a porta do Springer rapidamente, batendo na mesma.
Não demorou muito para que o garoto abrisse a porta, vestido em um shorts do bob esponja e um avental rosa.
— Quanta gente. — Falou assim que avistou as quatro pessoas paradas ali, abrindo passagem para que as mesmas entrassem. — O que aconteceu? — Perguntou quando só restou Sasha do lado de fora, o olhando nada contente.
— Precisamos conversar sozinhos. — A morena disse, vendo o Springer apenas concordar com a cabeça.
Foram para o quarto do menor rapidamente, deixando os três loiros discutindo na sala sobre quem era melhor no futebol.
— Connie. Desde quando você e o Marco pararam de se falar? — A garota disse assim que a porta foi fechada, bastante irritada com a situação. Vendo o amigo se jogar na cama.
— Já faz quase um mês.
A resposta veio triste. Fazendo Sasha deixar a raiva de lado.
— Não acredito que estão mesmo nesse clima por conta de uma outra pessoa. — Se deitou na cama também, do lado contrário ao do Springer. Os dois olhavam para o teto cheio que carrinhos que o menor possuía em seu quarto. — Amanhã, quero que você vá até minha casa, o Jean vai também, vocês dois tem que se resolver. — Um supiro alto de ambas as partes foi ouvido. — Podem sair daí. — Connie ficou confuso com a frase da garota, mas logo entendeu, quando os outros três saíram de trás da porta. — Vocês sussurram muito alto.
— Meu Deus! — O Springer disse rindo. — Eu não ouvi nada. — Realmente Sasha conseguia ouvir muito bem, nem notou a presença dos loiros ali.
— A idéia foi deles. — Niccolo apontou para os outros dois ao seu lado.
— Mas você nem protestou né? Só veio. — Colt disse, o irmão do garoto concordou rapidamente, fazendo Connie rir da situação.
— Além de loiros vocês são fofoqueiros. — A morena disse.
— Algum preconceito com loiros? — O mais novo dali falou.
— Não, meu namorado é. E trato normal. — Niccolo, cruzou os braços, fingindo estar com raiva da frase da Blouse, entretanto acabou sorrindo assim que a mesma o abraçou.
(....)
A mulher com a pele pálida e com sardas espalhadas pela mesma, estava sentada no sofá, enquanto encarava em silêncio os quatro homens parados em sua frente.
— Desde quando você esconde que é gay, Bertholdt? — Ela disse, olhando séria para o filho.
— Eu não sou gay mãe.
— Tinha um homem te beijando e tirando sua camisa nesse sofá. — A mão do mulher passou sobre seus fios. Jean e Marco estavam em silêncio, enquanto Reiner parecia bastante nervoso com toda a situação. — Não tenho explicações heterossexuais para isso.
— Eu posso explicar mãe-
— Não tem problemas em você gostar de garotos...— A mulher puxou o ar, o soltando em seguida, sua fala estava melancólica. — Eu sei que não sou sua mãe de sangue. Mas esperava que você confiasse em mim, eu criei vocês. Você é meu filho também. — A mais velha tinha as mãos segurando forte seu vestido, desde sempre se esforçou para que Bertholdt a aceitasse, era muita insegura, e tinha medo que no fundo o maior não a suportasse.
O Hoover ficou em silêncio, era sua mãe, e estava bastante magoada com tudo aquilo. O que poderia dizer?
— Mãe. Ele não sabia. — Marco falou. — Descobriu isso a pouco dias, tenho certeza de que ele estava confuso.— A voz amarga do irmão de alguma forma afetou o maior. Marco estava com raiva de si?— Afinal, ele mentiu 'pra mim também.
Bertholdt se sentiu mal, muito mal.
— Você também mentiu não foi? — O maior olhou para o acastanhado e em seguida para Marco, que entendeu rapidamente a situação.
— Contou 'pra ele Reiner!? — Falou alto olhando para o loiro, que antes que pudesse se defender foi interrompido pelo Hoover.
— Ele não me contou nada. Estava na cara. — A mulher agora se encontrava mais confusa que antes. Por qual motivo seus filhos estavam tento uma discussão do nada? — Se for me chamar de mentiroso. Olhe para você mesmo primeiro! — Jean segurou o pulso de Marco assim que o garoto se afastou do irmão, o seu semblante ficou triste.
No fundo era verdade, quem mais mentia ali era ele, não estava na posição de julgar ninguém.
— Acho que não prescisa da minha ajuda. — O de sardas falou.
— Marco eu não quis...
— Tudo bem Bertholdt. — Interrompeu o irmão. — Vamos, conversar amanhã...
Todos ficaram em silêncio, Reiner impediu que a mais velha se levantassem assim que o Bodt se retirou da pequena sala, sendo seguido pelo Kirstien.
— Marco! — O pulso do moreno foi segurado assim que saíram da casa, a mão de Jean não queria de forma alguma se soltar dali, não até que o outro se acalmasse.
— Vem comigo.
O Bodt disse de forma séria e rude. O Kirstien agora estava muito abalado, afinal, no estado em que o moreno estava se contasse sobre a mensagem, tinha certeza que perdão não era o que iria receber.
Apenas obedeceu o outro, indo com ele, ficou em silêncio durante o pouco caminho que percorreram. Quando o moreno finalmente parou, o Kirstein ficou totalmente surpreso com o local em sua frente.
— Marco. Por que estamos indo a um motel? — Perguntou surpreso, olhando para o garoto ao seu lado.
— Eu quero esquecer um pouco de tudo. — O Bodt suspirou de forma triste. Ele e Jean já haviam feito várias coisas juntos, porém não chegaram ao nível sexo, como o próprio Marco dizia. Contudo, se era tão bom assim...O faria se sentir melhor? Bom, deveria tentar.
— Porra Marco. Não é possível que você esteja pensando direito. — O acastanhado falou, suspirando em seguida, um pouco chateado com a situação, embora entendesse um pouco o lado do garoto moreno. — Para com essa idéia, vamos. — Disse, segurando na mão do outro, esperando que o mesmo fosse consigo, sem sucesso algum.
— Eu quero isso Jean. — O Bodt sorriu gentilmente, encarando as orbes do garoto em sua frente. — Por favor...
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