________**Kenny**________
- SE VOCÊ NÃO ME LEVAR PARA A MINHA CASA, EU VOU QUEBRAR TODO ESSE LUGAR! -Ameaço aos berros, apavorando meu cuidador/babá. – Chame um maldito carro agora e me leva pra casa. -Digo ainda o segurando pela camisa, olhando em seus olhos repletos de pavor enquanto o encaro da forma mais ameaçadora que posso fazer enquanto sinto essa dor horrível por todo o corpo.
- M-mas senhor, v-você e-está muito ferido. O-o senhor Uri me ordenou a...
- NÃO ME INTERREÇA O QUE ELE ORDENOU, SÓ ME TIRE DAQUI AGORA!!! -Digo, o soltando, mas no mesmo momento a porta do quarto/prisão em que estou é aberta.
- Já disse pra não ameaçar meus subordinados de morte. -Uri entra e faz sinal para o outro sair do cômodo, o mesmo não espera nem mais um segundo antes de sair correndo. – Eu não posso sair para resolver alguns assuntos por uma hora que você tenta fugir? -Diz, se sentando na cama, a minha frente.
Coro e viro o rosto.
- ... Quero ver meu sobrinho. Aquele babaca ainda está com ele, eu preciso matar ele antes qu-Aí aí aí! -Uri aperta e puxa minhas bochechas com força, me fazendo lacrimejar.
- Já falei para parar com isso. -Ele solta minhas bochechas. - Eu já consegui fazer com que você saísse do hospital mais cedo, quer voltar para lá?
- ... -Viro o rosto novamente. – Se eu voltar pra lá, eu me jogo do último andar.
Uri dá um peteleco em minha testa.
- Idiota, para com essa teimosia. Aqui você está mais aconchegado, tem comida boa e ainda tem um enfermeiro lindo cuidando de você. -Diz sorrindo, fazendo pose. – Quer mesmo arrumar briga e voltar pro hospital? Posso te deixar em coma induzido até que seus machucados melhorem também.
- ... Estou a seus cuidados, enfermeiro. -O puxo e o beijo com vontade. Achei que ele não resistiria e se entregaria a mim, contudo... – Aí! Porque me mordeu?!
- Eu já falei que você precisa de repouso. Até respirar deve ser difícil, então se aquieta aí. -Diz me olhando com os olhos ameaçadores. Tenho mais medo do que ele pode fazer do que a Hange com uma faca na mão. – Se anima, o Levi avisou que, agora que a Mikasa está acordada, vão fazer uma festa. -Meus olhos se enchem de brilho. – Você pode ir, mas vai ter que deixar todas as armas aqui e vai prometer que não irá arrumar problemas e que ficará bonitinho na cadeira de rodas.
Faço uma careta irritada.
- ...
- Aceita meus termos? -Pergunta arqueando uma sobrancelha.
- ... Sim, melhor do que seu subordinado.
Uri me encara, mas não consegue disfarçar muito à vontade de rir, abrindo um leve sorriso. Ele desfaz o sorriso ao lembrar de algo.
- ... Temos que contar a eles sobre o diário. -Diz sério.
Desvio o olhar para baixo, não propositalmente, suspirando e sentindo novamente aquele peso sobre minhas costas.
- Eu sei...
- ... -Uri bate as mãos sobre suas pernas e sorri. - Trouxe seu jantar! -Ele pega a bandeja que deixou na cabeceira quando entrou, abre a tampa e pega uma colherada de sopa. – Abre a boca. -Diz, levando a colher em minha direção.
- Preferia você nela. -Digo antes de abocanhar a colher, o olhando enquanto o fazia, no fim dando um sorriso malandro. – Mas você recusou.
O vejo ficar corado e dar uma estremecida antes de ignorar e pegar mais uma colherada.
- Come logo... -Diz com a colher cheia novamente.
- Como quiser, enfermeiro.
________**Levi**________
Já se passou duas semanas desde todos os problemas com Rod. Eren está se dando muito bem com os gêmeos, mais ainda depois que eles descobriram que ele era o pai deles. Sayumi, em especial, é a mais unida com ele. Como eles são pequenos não fizeram tantas perguntas sobre o porquê do Eren não saber sobre eles. Dissemos apenas que nos separamos e perdemos contato.
Esse apartamento anda uma loucura desde que Sasha e Eren vieram morar conosco. Sushi, a cachorra de Sasha, adora brincar com os gêmeos, mas eles fazem muita bagunça e barulho, sem contar que vivem correndo pelo apartamento. Sasha e Mikasa estão num grude só, como Eren e eu, até parece que somos recém casados! Sasha e Eren, como ótimos primos tem algo em comum, que é um grave problema com organização, parece que sempre conseguem deixar algo zoneado. E, claro, como o mestre em organização, estou ensinado eles a serem mais organizados, na base do ódio, mas to.
Estou tentando falar com Erwin desde o dia em que contei sobre o Eren, mas ele sempre ignora minhas ligações ou mensagens. Perguntei para Isabel e ela disse que Erwin tirou férias e não voltou ao trabalho desde então. Como eu seria o segundo em comando e não posso voltar, a empresa está um caos com Hange como CEO, o que é uma catástrofe.
Falta uma semana para o aniversário dos gêmeos, que também será uma comemoração de melhoras minhas, do Kenny, de Mikasa e da Annie. A festa vai ser no nosso apartamento, já que é mais protegido. Até iriamos a cede da Peaky Blinders, mas preciso manter segredo sobre a máfia de vários dos convidados, então lá está fora de questão. Sayumi e Satoru disseram que não precisam convidar amigos da escola, que preferem passar esse dia com Eren e eu, como também os demais. Os dois são mais caseiros, mesmo na escola preferem a companhia um do outro, e como nossa situação atual não é a das melhores, não questionei.
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Nesse momento estou deitado confortavelmente em cima de Eren, que continuava a dormir tranquilamente, mesmo com alguns feixes de luz tocando seu rosto.
- ... Se continuar me olhando enquanto durmo vou sonhar com você. -Diz, ainda de olhos fechados, me surpreendendo.
- Está acordado desde quando? -Pergunto abrindo um sorriso de lado, voltando a mexer em suas mechas de cabelo.
- Não sei, mas estou adorando o carinho... -Diz ainda sonolento.
- É melhor levantarmos, se não daqui a pouco vamos ter duas criaturas famintas em cima de nós querendo comer.
- O Sato e a Yumi conseguem fazer sua própria comida, eles já fizeram até algumas coisas simples pra mim. -Diz, trocando nossas posições, ficando em cima de mim. Ele abre um sorriso e me dá um selinho. – Vamos ficar na cama mais um pouco.
- As duas criaturas famintas que eu falei não são nossos filhos. -Falo rindo. – Estou falando da Sasha e a Sushi.
Eren faz careta.
- ... Realmente, sobre eles não posso discordar.
- Sasha cozinha bem, mas em seguida que acorda ela pode colocar fogo na casa. -O olho tentando não rir de sua expressão de insatisfação. – É melhor levantarmos.
- Céus, quando vamos poder morar em casas separadas?
- Quando isso acontecer estou achando que nossos filhos vão querer um cachorro. Eles se apegaram tanto a Sushi que acho que vão ficar tristes sem um bichinho.
Tento me levantar, mas Eren me impede.
- Mas e nosso “mais cinco minutinhos”? -Pergunta me dando um beijo no lábio inferior, o puxando no fim. – Vamos, ela que espere...
- Você diz isso porque não é você quem vai ter que limpar tudo depois. -Digo lhe dando mais um beijo e em seguida levantando.
- Sua barriga está começando a aparecer. -Eren diz, sorrindo enquanto me observa trocar de roupa.
- Se disser que estou gordo, eu te mato. -Digo o olhando, tentando parecer sério, mas logo sorrindo e em seguida acaricio minha barriga saliente. – Mas vai ser inevitável, já que bebê não pensa para a estética do papa.
- Você deve ficar lindo com barriga... -Diz já de pé atrás de mim, me dando beijos no pescoço. – Vai ser o grávido mais lindo do mundo.
Sorrio com o comentário e, quando ia responde-lo, ouvimos um estrondo na cozinha e em seguida um grito, o que só foi possível porque deixei uma fresta da porta aberta. Ando com receio de deixa-la fechada, já que não ouviria nada. E, mesmo o apartamento sendo “seguro”, ainda me sinto aflito.
- PAPA! -Sato grita, nervoso.
Nos olhamos e corremos para a cozinham, apavorados. Ao chegar lá vemos Sasha com uma frigideira que estava literalmente pegando fogo no fogão, de olhos fechados.
- SASHA! -Vou até ela coloco uma tampa na frigideira, assim apagando o fogo. – Acorda mulher! -Grito e a mesma acorda, confusa.
- Sim senhora senhor! -Diz fazendo continência. – Minhas tiras de bacon já estão prontas? -Pergunta, ainda sonolenta.
- Você colocou fogo, de novo. -Digo em tom severo, em seguida suspirando. – Sasha, quando a Mikasa sair você precisa me acordar. Se você cozinhar sonâmbula de novo, todos nós podemos morrer em um incêndio.
- Gomennasai... -Diz, de cabeça baixa.
- Sai da cozinha, vou preparar nosso café. -Digo, indo pegar meu avental.
- Papa, você ainda está de pijama. -Sayumi diz, já no colo de Eren, grudada em seu pescoço. – Você também pai.
- ... Vou trocar de roupa e depois faço o café da manhã. -Digo após um suspiro e um bocejo.
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Preparei o café da manhã e estávamos comendo quando o celular de Eren começa a receber mensagens. Ele confere e ignora, fazendo uma expressão irritada. Depois mais uma mensagem, e outra, e outra...
- Eren, responde logo. -Digo, mal-humorado.
- ... Se eu responder vai ser pior. -Diz, sério, o que me preocupa.
- Quem é?
Sasha olha para Eren também, curiosa.
- ... Meu pai. -Diz fazendo Sasha estremecer.
- E-eu vou indo. Preciso trabalhar cedo hoje. -Diz se levantando.
- Mas a Mikasa não vai poder te acompanhar hoje, acho que a reunião vai durar até a noite.
- Eu sei, já pedi a Annie que me escoltasse. Vou me arrumar em casa, ainda deixei umas coisas lá. -Diz, um pouco nervosa. – Até depois. -Diz, saindo do apartamento.
Agora estava apenas eu, Eren, Sayumi, Satoru e Sushi.
- ... Papa, já acabamos. Podemos ir pro quarto? -Satoru pede. Esse garoto é muito inteligente, claramente percebeu o clima.
- Sim, depois vou lá pra ajudar vocês com as lições. -Digo forçando um sorriso e os dois saem.
E enfim, Eren e eu estávamos a sós, tendo apenas o som de seu celular recebendo mensagens para atrapalhar o silêncio.
- ... Então, o que está acontecendo?
- Você já deve ter percebido que minha relação com meu pai não é a das melhores... -Diz receoso.
- Isso eu percebi, sempre que falo sobre ele ou que tenho que conhece-lo você muda de assunto.
- ... Meu pai ainda não sabe sobre você, ou sobre nossos filhos. Ele não sabe de praticamente nada da minha vida, exceto pelo que a secretária conta. Ele... -A maior cerra o punho e sua expressão fica mais irritada. – É um babaca que não liga pra própria família.
- É por isso que a Sasha parece não gostar dele? -Pergunto curioso.
- Ela tem medo dele. Uma vez quando ela foi me visitar, quando era pequena, meu pai estava em casa, e nós acabamos quebrando um vidral. Meu pai me bateu tão forte que eu fiquei tonto e caí no chão, então a Sasha tentou me defender e... Ele bateu nela, tão forte que ela caiu no chão e bateu a cabeça.
Fico pasmo, ouvindo a história.
- Ela nunca mais foi me visitar. Meu tio conversou com meu pai também, foi então que ele parou de ter qualquer contato comigo. Meu tio cuidava de tudo pra ele, foi praticamente ele quem me criou. Eu só via meu pai em reuniões onde ele tinha que me levar, pra aumentar seus status. Ele nunca mais falou comigo.
- ... Mas ele não está tentando falar com você? -Pergunto, ainda com frio no estomago.
- É a secretária dele que tá tentando falar comigo. Ele provavelmente já sabe que não estou morando no meu apartamento. Pedi ao meu tio que ajudasse a me encobrir, mas sabia que uma hora ele descobriria. Provavelmente não vou poder adiar mais. -Diz passando a mão pelo rosto, apoiando o mesmo nas mãos em seguida.
- Quer que eu vá junto? -Pergunto, colocando minha mão sobre seu braço.
Ele me olha e força um sorriso.
- Acho melhor eu ir sozinho. Não precisa se preocupar, meu tio vai estar junto, então não vai ser tão ruim. Vou pedir ao Reiner para me acompanhar.
- Vou estar aqui.
Ele parece ficar surpreso e sorri genuinamente, e em seguida toca meu rosto gentilmente, acariciando o mesmo.
- Prometo voltar a tempo para a nossa seção de filmes da tarde.
- É bom mesmo, estou louco pra ver A Dama e o Vagabundo, então não vou esperar se você se atrasar. -Digo sorrindo, fazendo o outro dar uma leve risada e em seguida selar nossos lábios.
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Depois que Eren saiu eu fiquei preocupado, então tentei me distrair arrumando a casa. Redecorei a sala inteira, e mesmo assim continuei inquieto.
- ... -Peguei meu telefone e liguei para a Isabel. – Isabel? O Erwin apareceu hoje?
- Na verdade, ele está aqui agora. -Diz baixo no outro lado da linha. – Pelo jeito ele veio buscar alguns papéis e vai trabalhar a distância por algumas semanas.
- Ele vai fugir de mim?! -Pergunto mais a mim mesmo, surpreso e irritado. Serro o punho, sabendo que não deveria fazer o que vou fazer. – Isabel, enrola pra ele não sair. Estou chegando aí em dez minutos! -Digo desligando, logo correndo para ir até a agencia.
Vou até a porta e paro com a mão a centímetros da maçaneta.
- ... Desculpa, não vou poder cumprir a promessa. -Murmuro antes de abrir a porta e correr até meu carro.
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– Vai ser rápido, nem vão perceber que sai. -Digo a mim mesmo, estacionando o carro em frente ao prédio onde trabalho.
Quando o elevador se abre alguém muito sério sai dele, acompanhado de quatro seguranças, todos usando ternos caros. O senhor em questão estava no centro, e, mesmo estando em um lugar fechado, usava óculos escuros.
Quando ele passa por mim, para. No instante em que eu ia andar, o mais velho segura meu pulso, me impedindo.
- ... Você é Levi Ackerman?
- ... Quem é você? -Pergunto, sentindo meu o coração a mil.
...
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