"I feel loved, I feel so special"
Twice - Feel special
- Vai ser a de presidiário.
- Ótimo, deve ter ficado maravilhoso. - Ela colocou a fantasia na cesta de compras.
Takato sentia que sua aura estava tranquila. Sentia que conseguiria excitar até o garoto que ficou em primeiro lugar no ranking dos homens que queríamos abraçar; estava confiante com seu corpo e alma.
- Eu... Eu me senti diferente quando coloquei ela. - Saijou olhou para a fantasia, pensativo. - Sinto que quero satisfazê-lo, mas também quero me satisfazer.
- Isso é perfeito, Tak. Você está começando a se sentir empoderado, não está se escondendo tanto quanto antes. Finalmente percebeu que o sexo é para os dois, e que tem uma grande importância no seu relacionamento.
- É... - Ele sentiu suas bochechas ficarem um pouco vermelhas por sua resposta, porém feliz de não negar a verdade.
Enquanto conversavam, o moreno nem percebeu que sua amiga o levava para outro corredor.
- Tak, eu pensava de comprar um desses. - Ela levou a mão a boca, passando os olhos por todos os produtos da categoria.
- O que é isso!? - Ele disse, assustado, olhando as embalagens.
- São lubrificantes com sabor.
- O que você está planejando que eu faça? - Ele se imaginou num cenário sexual bem esquisito, talvez "usar a boca" tenha mais efeito no seu psicológico do que ele imagina.
- Takato Saijou, para dar um show, não é preciso apenas do figurino, mas também do espetáculo. Não se preocupe, eu já vi mil casos iguais ao seu quando trabalhava no consultório. Te direi o que exatamente o que fazer.
- Mas... Eu sou inexperiente! Eu posso acabar falhando...
- Takato, pare! - Ela puxou o amigo pelos ombros, o sacudindo. - Tudo tem sua primeira vez, irei te ensinar o que fazer e você irá treinar. Nada vai dar errado.
Depois de uma hora rondando a loja, eles foram para o caixa, e Takato se comprometeu a pagar, pois era um presente dele a Azumaya, e junto decidiu fazer papel do machão, algo como se tentasse provar a comerciante que eles poderiam estar juntos, algo que não dissesse: "eu estou comprando para meu noivo" e sim "minha nova ficante, eu sou um homem hetero e fazemos sexo varias vezes na semana".
Quando foram para fora do estabelecimento, tiraram a foto com sua fã. Ela parecia eufórica com a presença deles.
- Irei postar e marcar vocês, posso?
- Claro! - Misaka respondeu.
Eles foram andando, com Misaka segurando as sacolas plásticas, que não estavam tão pesadas.
- Mande mensagem para Azumaya-kun agora mesmo; vamos logo para minha casa começar a ensaiar.
- Certo.... - Ele corou novamente.
Foram todos os dias até o final de semana indo para a casa da sua amiga para gravar mentalmente os passos que deveria cumprir. Diferente do que era esperado, ele realmente se esforçou para surpreender o parceiro. Como sua temeridade não o deixava livre, comprou um relógio para seu companheiro, caso não conseguisse realizar a surpresa após o jantar. Chegando ao fim de seus ensaios, já sabia até ensinar se alguém o perguntasse.
Quando percebeu, Takato já estava na noite anterior do jantar, vendo Junta apagar a lâmpada para dormirem juntos. Ele se deitou, o abraçando por trás. Takato sorriu sentindo o cheiro do parceiro.
- Chunta...?
- Fale, Takato-san. - Junta abriu os olhos, beijando seu pescoço.
- Feliz aniversário de namoro... - Takato disse, vendo se completar 00:00 no alarme do quarto.
- Eu te amo, Takato-san. No dia seguinte iremos comemorar da melhor maneira possível.
Os dois depois de pequenos minutos dormiram, com um sentimento bom no peito, como se nada pudesse derrubar o que tinham construído.
Deu 08:50. Takato enquanto dormia sentiu algo no meio de suas pernas, fazendo seu corpo ter arrepios que percorriam toda sua extensão. Mesmo apagado pelo sono, começou a murmurar, mexendo levemente sua cabeça; seu coração se acelerava cada vez mais com os toques.
Quando finalmente abriu os olhos, viu sua cueca jogada para o outro lado da cama; rapidamente olhou para baixo, vendo os fios loiros de seu namorado que faziam cócegas em sua virilha. Junta distribuía beijos no interior de sua coxa enquanto respirava fundo, fazendo o ar quente disparar na região.
- Chunta... - Ele falou entre gemidos. - O que está fazendo?
- Apenas... - Ele ergueu a cabeça. - Te acordando numa maneira especial. - O garoto rapidamente voltou as carícias, descendo cada vez mais.
Não o impeça pela vergonha, eu realmente quero chegar ao orgasmo. Takato pensou, se controlando para não empurrar Junta pelo constrangimento que sentia.
- Chunta, mais rápido... - Ele começou a orientar o parceiro, inibindo a vergonha, com dificuldades de falar.
Azumaya obedeceu o companheiro, testando cada velocidade em seu corpo. Então, Takato anunciou que estava perto do clímax. Ouvindo a predição, o maior colocou a boca no membro ereto do parceiro, que já pingava. Circulou a língua na glande, sentindo o jato invadir sua boca.
- Feliz aniversário de namoro, meu amor... - Disse Junta depois de engolir, com expressão maliciosa.
O moreno apenas arfava naquele momento, sem reação para o que tinha acabado de acontecer. Ele estendeu os braços na cama, vendo o parceiro ficar em cima de seu corpo, se suspendendo pelos braços apoiados no colchão.
- Espero que tenha gostado... quis testar um alarme diferente hoje, e parece que você gostou.
- Chunta... como?
- Hum? - Um ponto de exclamação se formou no rosto de Junta.
- Como consegue deixar meu corpo nesse estado? É estranho...
- Eu não sei. - O loiro enrusbeceu. - É uma via de mão dupla, eu também só fico assim com você. Nascemos para ficar juntos, Takato-san.
- Não exagere, somos um casal como qualquer outro. - Disse o menor, olhando para o lado já irritado.
- Não... - O loiro o puxou levemente pelo queixo, voltando o contato visual. - Somos muito do que apenas um casal.
O loiro se jogou para o outro lado da cama, se aproximou do namorado, esfregando seus lábios no pescoço pálido do outro, com respiração profunda. Saijou sentia o bafo quente em sua região, tendo arrepios.
- Nós somos o casal. - Ele colou a boca na orelha alheia, sussurrando.
O moreno sentiu a mão quente do maior percorrer seu peito por baixo da camiseta, chegando ao mamilo. Azumaya o segurou, fazendo pouca pressão; Takato soltou um murmúrio de satisfação.
- N-não... - O moreno levou a mão ao encontro dos dedos de Junta, impedindo mais toques. - Ainda não, está cedo para mais coisas "assim".
- Certo... depois tem mais? - Ele sorriu.
- Hum... quem saiba você também tenha uma surpresa de presente? - Takato se sentou na cama, tentando fazer uma pose meiga mas ao mesmo tempo sensual.
- Torço para que eu tenha. - O loiro se espreguiça, logo voltando a atenção a Takato. - Agora, eu preciso te dar outra coisa.
- O que? - Takato o olhou surpreso.
- Bom, desde que te fiz aquela massagem outro dia, fiquei pensativo sobre.
- Sobre o que pensou?
- Sobre minhas poucas habilidades com isso.
- Ora, Chunta! Não fique se culpando por algo tão bobo desse jeito. - O moreno cruzou os braços.
- Mas não consegui, então... eu liguei para um centro profissionalizado nisso. Eu marquei spa para você, onde tem os melhores massagistas da região. Faz parte de seu presente!
- Não acredito que fez isso... é muito fofo, obrigado. - Takato corou.
- Eu tive que fazer, não é justo você passar vontade por um namorado que é incapaz de fazer o serviço direit... Aí!!!
Takato foi em direção do namorado e beliscou seu braço, ouvindo o grito de protesto do loiro.
- Toda vez que se sentir culpado por coisas bobas, eu vou te beliscar! - Disse apontando o dedo para o maior.
- Tá bom... vou parar de pensar nisso; mas você vai, né?
Azumaya logo pensou na fortuna que pagou adiantado para que Takato tivesse o tratamento de luxo, onde englobava todo o corpo. Ficou triste na hipótese do parceiro recusar.
- Não tem como dizer não... que horas vai ser?
- Bom, eu marquei das 10:00 até as 15:00. Você vai ficar relaxadíssimo!
- O que!? - O menor se surpreendeu com a duração. - Uma massagem que dura 5 horas?!
- Não, Takato-san. A moça vai explicar quando chegar lá, mas vou dar uma resumida: eles irão fazer hidratações suaves no seu cabelo; fazer todos os tipos de massagem que tinha no catálogo até você dormir; farão tratamentos faciais também. Lógico que vai ter uma almoço, que é composto só por alimentos orgânicos e calmantes.
- Você vai fazer o programa também?
- Não, eu marquei apenas para você. Enquanto isso, vou arrumar a casa para receber o pessoal!
- Mas é injusto eu estar relaxando e você trabalhando aqui, sem ninguém...
- Não é, se você ficar bem já é o máximo para mim.
- Então você ficará bem aqui?
- Eu juro que no início, logo depois de ter pago, fiquei com ciúmes pelas pessoas que iriam te tocar.
- Como?!
- Sim, ciúme de você me trocar pela pessoa que faz a massagem.
Takato novamente o beliscou, franzino a testa. Junta fez bico.
- Não seja bobo!!!
Takato olhou o alarme e viu que já eram 09:20, se tocando que poderia se atrasar se não começasse a se arrumar.
- Chunta, vou me arrumar para ir.
- Certo, eu vou te levar lá, ok?
- Tudo bem.
Takato começou a tatear em sua gaveta, procurando alguma roupa para sair. Achou uma camisa verde água, junto com um casaco mesclado entre preto e cinza, finalizando com uma calça jeans. Ainda para ele, era uma grande questão usar roupas de alta costura, mesmo que soubesse que não apareceria em público.
Ele tomou um banho rápido e logo colocou a roupa. Quando Azumaya o viu assim, começou a elogiar seu corpo esbelto, Takato apenas corou bruscamente. O loiro se avizinhou dele, apertando sua cintura e mordendo seu nódulo da orelha. Céus, se foi assim só com essa roupa simples, imagina essa noite. Takato pensou.
- Vamos para o carro, Takato-san. - Junta deu um beijo em seu pescoço, se afastando e pegando a chave do carro.
Não demoraram muito tempo para chegar, o trânsito colaborou. Quando adentraram na recepção, sentiram o cheiro agradável do local, parecido a loções de lavanda.
- Aqui é agradável.
- Sim, achei que você gostaria mais daqui do que dos outros centros.
O recepcionista logo os atendeu. Junta tomou a palavra, relembrando da massagem completa que tinha pago. O atendente olhou num caderninho, vendo que estava tudo correto, os sinalizando.
- Bom, é só seguir aquela moça.
Quando o casal se virou, viu uma mulher que beirava seus 40 anos, com o uniforme mostrando a logo do espaço. Ela sorrindo, se curvou para os dois.
- Bom dia! Qual de vocês vai receber atendimento?
- Será ele. - Junta disse.
- Oh, claro. Me siga, por favor.
Ela começou a andar, Junta deu um abraço rápido em Takato, que logo o repreendeu por estarem em público. O moreno seguiu a moça, exibindo sua coloração avermelhada na bochecha.
Eles passaram por uma porta, onde era uma sala que dava para outras salas mais espaçadas. A moça disse que primeiro, iria o levar para o vestiário, onde ele iria tirar todas as roupas e seria fornecido um roupão. Quando chegaram, ele era todo azul bebê, com compartimentos bem largos.
- Não se preocupe que suas roupas serão deixadas numa espécie de armário. Tipo aqueles de colégio, sabe?
Takato não respondeu, apenas balançou a cabeça para baixo e para cima, afirmando entender. Ela sorriu e saiu, o deixando se trocar. Saijou logo se trancou na cabine, tirando suas roupas calmamente. Ele rapidamente viu um roupão pendurado numa pedaço de madeira preso a parede. Ele dobrou as roupas e colocou a única peça.
Ele saiu e finalmente começaram os tratamentos. Se iniciou com lavagens faciais e aplicações de produtos caríssimos; Saijou apenas fechou os olhos e relaxou na espécie de maca. Posteriormente umideceram seu cabelo com água morna.
- Você prefere hidratação, reconstrução ou nutrição?
- O que você recomenda? - Takato perguntou, tentando se mostrar experiente, pois ele não tinha entendido sequer o motivo da pergunta.
- Bom, vendo o seu cabelo - Ela deu passou os dedos entre os fios -, acho que a reconstrução. Você deve ter problemas por causa da oleosidade, né? Ela é mais forte, e não se preocupe, que a marcas usadas são todas orgânicas e veganas.
- Oh, o que você faça, está bem feito.
Ela passou um shampoo e logo aplicou a máscara, avisando a Takato que iria deixar um tempo em seu corpo, vindo tirar depois. Ele concordou.
Chega outra moça na sala. Ela dá o aviso que estavam testando um novo método de depilação com cera brasileira no estabelecimento, e que o plano pago cobria se ele quisesse experimentar. Então, o moreno começou um enorme conflito interno para se decidir sobre sua resposta. Estava ciente da noite que teria com Junta, perguntando-se se a lâmina daria conta, porém também em dúvida se aguentaria a dor dos pelos puxados pela raiz.
No fim das contas ele decidiu fazer o teste. Terminaram adiantado o tratamento capilar e ele foi para a sala de depilação com o creme no rosto.
Ele descreveu como uma das piores experiências de toda a sua vida. Parecia uma tortura medieval, sentiu como se estivessem arrancando sua pele junto. Estava todo vermelho e escondendo as lágrimas, com o trauma da dor que sentiu nas pernas, virilha e ânus. Nunca sentiu nada assim e tentaria evitar para os próximos anos.
Se sentiu aliviado pela comida estar deliciosa, pois o acalmou do sofrimento que tinha acabado de passar. Depois do almoço, pediram para ele tirar o roupão e se deitar na cama de uma sala com o peito virado para baixo, com a toalha escondendo suas intimidades. Então o fez, ainda com o pano na cabeça.
- Boa tarde. - Takato se surpreendeu ao ouvir uma voz masculina, pois achava que só mulheres faziam o tratamento ali.
- Boa tarde.
Céus, o que Junta pensaria se visse que estou nu em uma cama e outro homem vai me massagear? Takato pensou, com um sorrisinho no rosto, achando graça da situação.
Logo o profissional tocou em suas costas, arranhando as unhas levemente, o menor sentiu uma arrepio.
- Como você descobriu o nosso espaço?
- Oh, é que... - Ele pensou antes de responder. - Estou saindo com uma pessoa, e ela resolveu me dar de presente uma massagem.
- Entendo. - O médico ignorou o fato de estar massageando o famoso Takato Saijou, mesmo sabendo seu sucesso. - Essa pessoa deve gostar bastante de você, já que eu soube que pagou o completo.
- Eu também espero que sim... - Takato sorriu, corado.
- Olha, por que um dia os dois não vêm aqui para testar a massagem tântrica juntos?
- O que seria isso? - O mais velho começou a mexer nos músculos e tendões, manuseando calmamente.
- Bom, é uma modalidade de massagem que tem como objetivo redistribuir as energias sexuais do corpo, testando a sensibilidade. Os casais que testaram, adoraram.
- Er... não sei. - Ele sentiu que suas bochechas tiveram uma coloração ainda mais forte.
- Não sou eu que faço, temos outros especializados só nessa área. Garanto que não vai se arrepender.
- Eu... vou perguntar ao meu noivo. - Takato se assustou, vendo que deixou escapar. - Q-quero dizer, essa pessoa!
- Não se preocupe, Saijou. Nosso espaço tem a política de não compartilhar os segredos de nossos clientes com ninguém. Tudo que começa aqui, termina aqui.
- Obrigado... - Takato então relaxou os músculos novamente.
Quando finalmente bateu às 15:00, o moreno percebeu que tinham conversado durante todos os movimentos do mais velho. Saiu do estabelecimento sabendo que ele era casado, dos seus anos de experiência e das histórias engraçadas que teve no consultório. Ele saiu feliz, para se dizer o mínimo.
- Oi, Takato-san!
- Olá, Chunta.
- Podemos ir para casa? - Junta o abraçou e passou rapidamente o nariz em seu pescoço, dando uma fungada. - Você está muito cheiroso!
- Está dizendo que eu era fedido? - O moreno perguntou, mal humorado.
- Nunca, meu amor.
Eles foram para o carro, logo chegando em casa. Subiram as escadas para chegar ao apartamento. Quando Azumaya abriu a porta, o moreno logo reconheceu a voz de alguém que se localizava na sala.
- Tak, você voltou!
- Espera... você estava aqui desde quando?
- Ela veio aqui por volta das 13:00, te procurando. Eu falei da surpresa que fiz e ela decidiu ficar para me ajudar a limpar a casa. Nesse momento, percebemos que deveríamos ser mais próximos!
- Sim, Tak, você nunca me contou que o Junta-kun era tão engraçado! - A garota logo se aproximou e deu tapinhas no ombro do loiro.
- Então continuem se divertindo, eu vou para o quarto. - Takato disse de forma rígida e seca, indo para o seu quarto e batendo a porta com força. O barulho ecoou pelo apartamento.
Misaka e Junta se entreolham, sentindo um incômodo pela reação do moreno. Os olhos do maior viraram duas bolinhas, com seu sorriso murchando, aparentando desespero.
Depois de alguns minutos, Takato ouviu batidas na porta, porém não disse nada. Ela se abriu, mostrando a figura de Misaka.
- Tak, o que aconteceu...?
- Nada, só quero deixar vocês livres. - "Percebemos que deveríamos ser mais próximos" era a única frase que se passava na mente de Takato. Ele se martirizava por ser uma atitude apenas... infantil, se sentia como um garoto de oito anos: deitado na cama, de bruços e com o travesseiro escondendo o rosto, enquanto resmungava por ver seu amor com sua melhor amiga.
Ela se sentou na cama, fazendo o moreno desviar os olhos, evitando qualquer contato visual.
- Takato Saijou... você está com ciúmes de mim e do Junta?
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