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História Contrato - Capítulo 4 - História escrita por domAckerman - Spirit Fanfics e Histórias
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História Contrato - Capítulo 4


Escrita por: domAckerman

Notas do Autor


Oi, aqui é a @Ackermanns e eu fiz esse capítulo a pedido do Dom no ponto de vista da Mikasa.
Espero que tanto ele quanto vocês gostem e que ajude a entender um pouquinho de como ela se sente em relação a tudo isso.

E obrigada pelo convite, @domAckerman. Foi difícil, demorou, mas foi uma delícia de escrever.

Capítulo 5 - Capítulo 4


A provocação de Levi surte efeito imediato em Eren e por um segundo deixo a seriedade de lado para respondê-lo também. Sua feição irritada e levemente idiota torna essa porcaria de jantar um pouco mais leve. 

Ainda assim, nada que faça grande efeito. O jantar continua uma droga, aturar minha família nos questionando sobre o nosso casamento repentino está sendo um saco e ter que fingir estar apaixonada é pior ainda. 

Admito que Levi tem tornado a tarefa mais fácil com suas respostas rápidas e que, por vezes, eu não saberia responder. E é mais do que óbvio que eu não deixarei ele saber sobre isso porque não quero dar brecha para que ele pense que pode fazer o que quer. Nossa situação é apenas por uma questão de necessidade, portanto não posso arriscar que alguma coisa dê errado caso o nanico ande fora da linha. 

Antes de tomar a decisão de me casar, tive que pensar em tudo que isso implicaria. Não é como se eu quisesse me ligar a alguém, mas pensar na possibilidade de perder a presidência da empresa é até um insulto. Eu sou a responsável por salvá-la da miséria quando tudo estava perdido e não vou permitir que alguém leve os créditos por isso ou afunde-a novamente. Por isso me vi sem saída. 

O problema é que eu não sou alguém que me envolvo fácil com outras pessoas e não estava com saco de sair procurando um novo pretendente, alguém que talvez eu viesse a gostar. E ainda que fizesse isso, provavelmente assustaria o coitado com um pedido de casamento tão rápido. O mais prático era reunir uma lista de homens de confiança que já trabalham para mim e que estão parcialmente quebrados. Não que nossos funcionários não recebam bem, mas sempre tem um ou outro afundado em dívidas ou que tem o caráter duvidoso. 

De certa forma, Levi é realmente o par ideal e se enquadra nos que estão no fundo do poço - ou quase. Só Deus sabe o que ele fez para estar tão na merda ao ponto de aceitar viver um ano inteiro casado com alguém por dinheiro, mas foi graças a isso que me dei bem. No momento em que passei a analisar os candidatos, não tive dúvidas quanto a ele: é responsável, eficiente e confiável - coisas que eu também nunca vou dizê-lo, porque seu ego é maior que seu tamanho. 

E foi realmente fácil fazê-lo aceitar, o que agradeço porque sei que ele vê realmente como um trabalho e isso me dá menos dor de cabeça do que pensei que teria. Segue os roteiros direitinho e, tirando as alterações nas roupas e as respostas afiadas, é realmente um bom profissional. Até ele próprio torna tudo mais fácil quando resolve dar sua opinião sobre algo e quando eu decido levar em consideração, como a substituição das peças claras por escuras. Não é algo que vá fazer diferença na mentira e como sou eu que escolho, não corro o risco de passar vergonha com um noivo mal vestido. 

Até me arrisco a dizer que ele fica realmente bonito de preto. Levi tem olhos que se destacam e uma beleza bruta encantadora, mas sem ser extravagante. 

Entretanto, isso não melhora as partes ruins da farsa: eu odeio fingir estar apaixonada, odeio me sujeitar a perder um ano na mentira, odeio ter que calcular cada passo que daremos e odeio ter que lidar com o que sai errado. Por sorte, tenho pessoas de confiança que me ajudam nesses aspectos e torna tudo mais prático. É evidente o resultado das aulas de etiqueta com Hange e das fotos de Sasha. 

A essa altura o jantar já acabou e nós estamos no jardim. É inevitável não olhar o relógio de cinco em cinco minutos para conferir se já podemos ir embora: conheço bem minha família e sempre me mantenho afastada, então para evitar que me procurem depois estipulei um tempo limite para aguentar essa tortura. 

- Pra você. 

Tento disfarçar a surpresa ao sentir o corpo de Levi encostando ao meu atrás de mim enquanto passa o braço para frente e me entrega a taça. Toda essa proximidade não estava planejada. 

- O que pensa que está fazendo? 

- Seus primos estavam comentando que não demonstramos carinho o suficiente para um casal que acabou de casar. - sua voz próxima ao meu ouvido causa um arrepio que eu espero que esse abusado não tenha percebido. 

- E por isso se acha no direito de fazer o que quer? 

- Não realmente o que eu quero, mas o que precisamos. Você deveria estar me agradecendo ao invés de reclamar. 

Antes que eu possa responder, sinto suas mãos em minha cintura e um beijo gentil no meu ombro no exato momento em que Pieck está nos encarando com aquele olhar analisador de merda. E só por isso me permito esboçar um sorriso e me manter tão próxima a Levi. 

- Eu vou permitir apenas dessa vez, mas não ultrapasse mais que isso e não pense que pode fazer o que bem entender. Quem paga você sou eu. 

Nosso diálogo é baixo o suficiente para que apenas nós dois escutemos. 

Coloco minha mão livre sobre uma das suas quando a conversa do grupo novamente se volta para nós e Levi agora me abraça de uma vez. Começo a me arrepender de todos os elogios que atribui a esse cara no momento em que ele começa a agir tão naturalmente, conversando com minha família por cima - ou quase - do meu ombro e sinto sua respiração contra minha pele. 

Ignoro todo o desconforto da aproximação e volto a prestar atenção na conversa para evitar que esse idiota também resolva responder o que bem entender. 

Para certo alívio da minha parte, algumas vezes nos perdemos em assuntos próprios de trabalho e me deixa mais confortável. Foi uma sugestão de Levi que falássemos sobre isso para tentar deixar a convivência mais fácil e eu confesso que fico aliviada com isso. Sempre me organizo, me planejo e sigo à risca os roteiros que eu mesma crio, mas nossa convivência particular foi algo que eu realmente não planejei. 

Para mim, estaria tudo bem evitá-lo o dia inteiro. Minha casa é suficientemente grande para isso, mas ainda assim que não significa que não vamos ficar a sós em alguns momentos e quando isso acontece, o silêncio é algo extremamente constrangedor.  

A conversa flui "naturalmente" entre farpas e provocações e na primeira oportunidade já estou longe de Levi novamente. 

Olho mais uma vez o relógio e agradeço por ter atingido minha meta de permanecer nesse ninho de cobras por tempo o suficiente para evitar maiores problemas daqui pra frente. Pego na mão de Levi e vamos nos despedindo de todos com uma falsa simpatia e, honestamente, o meu sorriso mais verdadeiro na noite pela alegria de estar indo embora. 

O que logo se desfaz diante de mais uma provocação de Eren. 

- Vocês mais parecem irmãos do que um casal. Não vi nenhum beijo essa noite. - como se um beijo fosse confirmar a veracidade de um casamento...

- É verdade. A julgar pela forma repentina em que esse casamento aconteceu, se é que aconteceu, é até suspeito. - Pieck completa de forma afiada e eu contenho a vontade de enfiar o meu salto na sua garganta. 

- Mikasa é reservada. Se você não sabe disso, é porque realmente nunca a conheceu de verdade. 

A firmeza de Levi em suas palavras faz Eren fechar a expressão um pouco. Eu teria cortado o assunto antes dele mas o temperamento de Levi parece ser mais curto que o meu na maioria das vezes e da mesma forma em que alguns momentos isso pode ser bom, também pode ser horrível. 

Mesmo assim, vale a irritação no rosto de Eren e a resposta não é totalmente uma mentira. De fato, ele nunca me conheceu e não foi por falta de oportunidade. O problema é que eu também não o conheço de verdade embora tenha achado por muito tempo que sim. 

- Ela não era assim comigo. 

- E agora não estou mais com você. 

Sorrio satisfeita com a feição ainda mais fechada que fica e viro de frente para Levi. É claro que os olhares estão todos sobre nós e, mesmo tentando evitar, sei que em algum momento isso teria que acontecer. Seja aqui ou em outro lugar - o que me leva a querer matar duas coisas de uma só vez: dar o show que esses abutres tanto querem e mostrar a Levi quem realmente manda e pode fazer alguma coisa aqui. 

Me aproximo o suficiente do meu falso marido para colar o seu corpo ao meu e é nítida a surpresa em sua face, mas entende perfeitamente onde quero chegar. Levo minhas mãos ao seu rosto e por um momento me perco na maciez da sua pele quando acaricio e ele segura minha cintura com uma firmeza até então desconhecida. 

Seus olhos se fecham com o meu carinho e eu me aproximo o suficiente para sentir sua respiração. E antes que eu possa avançar por contra própria, uma de suas mãos sobe por minha coluna e segura minha nuca gentilmente para juntar nossas bocas em um beijo. 


Notas Finais


dando um empurrãozinho maroto pra eles se apaixonarem, ai ai


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