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História Coração azul - Soukoku - Palavras não ditas - História escrita por scaravodka - Spirit Fanfics e Histórias
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História Coração azul - Soukoku - Palavras não ditas


Escrita por: scaravodka

Notas do Autor


eita que esse capítulo ficou tão ruim que me dá vontade de rir de nervoso kqkaskjsjwkakakak

enfim, vida que segue

acho que o próximo capítulo vai ser narrado pelo chuuya, eu tava pensando nisso e acho que seria melhor se tivesse o ponto de vista dos dois sabe

Capítulo 2 - Palavras não ditas


                        Dazai 


Assim que abro meus olhos sou surpreendido com a imagem de Chuuya sentado no puff ao lado da minha cama, eu pisco e espremo os olhos na tentativa de melhorar minha visão e ter certeza de que é mesmo o pequeno e não qualquer assombração. Quer dizer, se ele fosse uma assombração não seria nada assustador, mas é bom certificar. 


Nakahara tem um livro nas mãos, as pernas cruzadas enquanto o objeto está sobre elas. Seus olhos parecem estar tão fixos naquelas palavras que duvido que ele percebeu que estou acordado. Olhar para ele assim me remete ao tempo em que fiquei no hospital após tentar contra minha própria vida, o silêncio que se instala entre nós também é o mesmo, até a luz fraca que entra pela janela parece a mesma. Não está sendo nada confortável ter essas lembranças, foi um momento péssimo tanto para mim quanto para ele.


— O que aconteceu? — eu pergunto baixo ainda ponderando os motivos que levaram Chuuya a invadir meu quarto e ficar aqui ao meu lado. 


Seus lindos olhos azuis encontram os meus e Nakahara fecha o livro, direcionando o corpo no puff para ficar de frente para mim. Ele fica apenas me encarando por um tempo, sua feição está neutra e desprovida de emoções, o que torna um pouco difícil de saber o que está sentindo enquanto aquelas íris azuis correm pelo meu rosto como uma pluma.


— Você estava demorando para acordar. — Chuuya diz por fim, há uma suavidade em sua voz. — Está tudo bem?


Admiro a preocupação dele comigo, mas me sinto culpado. Embora não demonstre, sei que ele tem medo dos momentos em que estou silencioso demais. Ele é perfeito, melhor do que eu em esconder sentimentos, mas consigo perceber quando se preocupa demais com algo. Basta olhar para seus olhos, seus olhos não mentem. 


— Eu estou bem — digo com um sorriso pequeno e me coloco sentado na cama. 


Eu inclino um pouco o rosto para o lado até encontrar o relógio que fica na cômoda. 5:55 horas da tarde. Me assusto ao ver esses números, agora entendo o por que de Chuuya ter vindo me ver. Meu horário de sono sempre foi instável, mas dessa vez consegui me superar. 


Eu direciono meu rosto para o lado da janela ao passo que Nakahara volta a ler seu livro; o dia parece lindo lá fora, o céu em um tom de azul com suas nuvens brancas e fofinhas. Imagino como deve ser a sensação de tocá-las e sentir elas se desfazendo suavemente por entre meus dedos. Queria poder pegar um pedacinho de nuvem e guardar para mim, um motivo? Apenas para ter um pedaço do céu comigo. 


Volto meu olhar para o ruivo ao meu lado, por algum motivo sinto vontade de chorar. Eu o amo tanto… Tanto que às vezes sufoca. 


— Posso fazer uma pergunta pra você, Chuuya? — falo repentinamente. 


Ele faz que sim sem desviar os olhos das páginas do livro.  


— Por que você me salvou aquele dia? 


Minha pergunta o faz me olhar no mesmo instante, seus olhos correm pelo meu rosto e tornam a baixar em algum ponto não fixo mas longe dos meus olhos. 


— Eu não queria que você morresse. — ele responde e então volta a atenção para o livro.


É prático dizer isso. Tão prático que qualquer um poderia dizer. 


— Por que você não queria que eu morresse? — insisto.


— Por que você está perguntando isso, Dazai? — ele me corta, sua voz se alterando novamente. 


— Só responde minha pergunta. — continuo com calma. 


Chuuya solta um longo suspiro e se mantém em silêncio, queria entender o por que de ele estar tão desconfortável agora. É tão difícil assim dizer que se importa com alguém? Ou ele também não se importa de verdade comigo? 


— Tudo bem, não precisa dizer. — falo quando o silêncio entre nós dois se estende demais e começa a ficar sufocante. 


— Desculpa… — ele sussurra, o olhar baixo enquanto brinca com os dedos da mão. 


Levo meu corpo para mais perto do pequeno e toco seu rosto com delicadeza, ele se surpreende com o toque e levanta o olhar. Chuuya mantém o contato visual por tempo suficiente para que eu perceba algumas lágrimas encherem seus olhos. Quando sente que algumas começam a rolar pelo seu rosto, ele torna a baixar o rosto. 


— Ei, o que foi? — minha testa se franziu em preocupação, é uma raridade ver Chuuya chorar e nas poucas vezes que o faz é porque tem mesmo um motivo. Mas essa é a questão: não estou vendo nenhum motivo para ele ter começado a chorar agora. — Por que você está chorando? 


— Eu não estou chorando — ele diz enquanto passa o dorso da mão rapidamente pelo rosto. 


Típico seu dizer que não está fazendo tal coisa quando fica óbvio que está. 


— Então o que é isto? — abro um sorriso e toco com a ponta do indicador uma lágrima que descia pelo rosto dele. 


Eu esperava que isso fosse o fazer rir mas ele chora ainda mais, escondendo o rosto com as mãos. Não consigo entender o motivo para tantas lágrimas repentinas, talvez tenha sido por causa da pergunta que lhe fiz, mas não acho que Chuuya choraria desse jeito apenas por conta disso. Como eu já disse, é preciso um motivo realmente plausível para o fazer chorar, e acho que apenas uma pergunta fora de contexto não seria capaz de provocar tantas lágrimas. 


Meio sem saber o que fazer, eu giro meu corpo para sentar na beira da cama. Nossas pernas se batem suavemente com o movimento, mas ignoro e apenas abraço o pequeno corpo de Chuuya. Ele se aconchega em mim, sua cabeça encostando lentamente em meu peito ao passo que seu choro apenas se intensifica. 


Nunca sei ao certo o que fazer ou dizer quando alguém está chorando, então para evitar que eu também comece a chorar, apenas abraço mais forte o corpo de Chuuya. É a primeira vez desde o ocorrido que estamos próximos assim, eu não sabia que sentia tanta falta disso, de abraçar o pequeno e ele me abraçar também. É uma sensação tão boa… 


— O que aconteceu, Chuuya? — pergunto assim que percebo uma trégua na sessão de choro.


— Não é nada. — sua voz sai um pouco falha. 


Ele se desvencilha de mim, não queria ter percebido a tristeza que cobriu seus olhos quando me olhou. Agora ele tem mesmo o mar naquelas íris azuis. 


Nakahara lentamente começa a se levantar e direciona o corpo para a porta, suas costas viradas para mim. Aproveito esse momento para analisar as belas curvas de seu corpo. 


— Vou para a sacada, por favor, não venha atrás de mim. — ele diz, sua voz firme vacila um pouco quando pronuncia as palavras. 


— Sabe que pode falar comigo se precisar. — digo alto, mas acho que ele não ouve. 


E então Nakahara Chuuya me deixa, sua silhueta sumindo no corredor e a mesma sensação de vazio é deixada em mim. Por algum motivo, vê-lo chorar daquela maneira me entristeceu em um nível que eu não imaginava ser possível, e não saber a razão pela qual ele chorava me fez sentir um pouco pior.


Eu queria que pelo menos uma vez Chuuya fosse mais aberto comigo com relação ao que sente, mas não posso cobrar isso dele porque sei que sou tão péssimo em me expressar quanto ele. Na maioria das vezes quando uma pessoa não sabe como dizer com palavras o que sente, ela vai demonstrar em ações. Mas pelo visto, nenhum de nós dois sabe como fazer isso. 


É doloroso porque quanto menos palavras saem da boca de Chuuya, mais meu amor por ele parece ficar maior. Maior e mais sufocante. 








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