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História Coração azul - Soukoku - Entre livros - História escrita por scaravodka - Spirit Fanfics e Histórias
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História Coração azul - Soukoku - Entre livros


Escrita por: scaravodka

Notas do Autor


acho que não tem nada que eu precise falar sobre esse capítulo, só espero que não tenha ficado confuso e tals kakskskaksks

Capítulo 6 - Entre livros


                         Chuuya 


Dazai ainda tem os olhos fechados quando acordei, as mãos juntas um pouco a frente do rosto e sua face delicada o faz parecer angelical. Eu fico por um tempo o observando, ele parece tão frágil enquanto dorme que me faz querer abraçá-lo a todo momento. Ter Dazai assim tão perto de mim me deixa ansioso, mas ele me passa uma sensação tão boa de conforto que é quase impossível simplesmente sair. 


De alguma forma, olhar para sua face assim me faz querer chorar, me remete ao tempo em que ele passou no hospital e seus olhos também estavam fechados. Eu sei que ele apenas está dormindo, mas a ideia de olhos de repente se fecharem para sempre me apavora e por impulso levo minha mão até sua destra girando suavemente em cima da minha. 


Com cuidado pressiono meus dedos indicador e médio em seu pulso, a sensação das cicatrizes ali me faz sentir um pouco de aflição mas continuo com o toque até sentir sua pulsação. Dazai não reagiu nem acordou mas seus batimentos estão normais, o movimento de seu peito subindo e descendo também indica que ele respira. 


Sei que estava tudo muito óbvio, mas me sinto mais aliviado quando me certifico de que ele está mesmo bem e vivo. 


Eu deixo a cama tentando fazer o menos possível de movimentos bruscos para não acordá-lo e arrumo o lençol para o cobrir melhor, ele se mexe mas continua a dormir. Em passos lentos começo a me direcionar para fora do quarto, eu olho uma última vez para o doce rosto de Dazai e fecho a porta com cuidado. 


Por algum motivo me sinto estranho quando me retiro do quarto, uma sensação estranha de estar faltando algo. Talvez seja minha cabeça ou a luz do dia, essa claridade fraca do sol da manhã às vezes me deixa com sentimentos estranhos. 


Assim que chego na sala pego o livro que está sobre a mesinha de centro e começo a folhear, acho que este objeto pertence a Dazai pela forma como está tão cheio de dobras e amassos. Tem vezes que o moreno não é muito cuidadoso com as próprias coisas, mas sei que ele se esforça para mantê-las em bom estado. 


Mesmo trabalhando em uma biblioteca eu não me interesso muito por livros, um completo oposto de Dazai que é quase um viciado em livros sejam novos ou antigos. Admiro bastante seu amor por leitura, espero um dia ter paciência para conseguir passar da quinta página de um livro com dez. 


— Você não vai trabalhar hoje? 


Dazai aparece no meu campo de visão, caminhando passos lentos até chegar ao meu lado no sofá. Ele ainda parece sonolento e seu cabelo está lindamente bagunçado. 


— Posso ir um pouco mais tarde hoje. — respondo o olhando de relance. 


— Que bom. — diz com um sorriso, os olhos tão pequenos que por um momento acredito que ainda esteja dormindo. 


Ele fica em silêncio por um instante, seu olhar focado em algum ponto não fixo além da minha cabeça. Acho que o sistema de seu corpo ainda está carregando e atualizando as informações, Dazai parece quase robótico pela maneira como tem as mãos apoiadas na cintura e sequer pisca os olhos. 


— Chuuya. — ele murmura e então se abaixa para sentar ao meu lado no sofá. — Eu estava pensando…


Dazai parece mais acordado agora, e me encara com um sorriso que me faz ter um certo medo do que vai dizer.


— Será que eu posso ir com você na biblioteca? E ficar lá até seu horário acabar? 


— Claro que pode. — minha resposta rápida parece o surpreender. 


— Ótimo. — diz alegre.


— Mas você não vai ficar cansado de ficar todo esse tempo lá sem fazer nada? — digo assim que me lembro que Dazai fica facilmente entediado. 


— Eu não vou estar fazendo nada, vou ficar lendo todos os livros que estiverem na minha frente, isso não é nada cansativo! — ele continua no mesmo tom. — Pode até me ajudar a distrair um pouco. 


— Tudo bem, então… 


Não preciso perguntar para saber por que Dazai busca por uma distração, mas ele tem razão, livros podem mesmo ajudar uma mente que precisa de um pouco de descanso de repetidos pensamentos.


                           Dazai


A biblioteca é linda por dentro, bastante espaçosa e rica em detalhes. Fico encantado com a quantidade de livros nas altas estantes; eles variam em tamanho, cor e capas, tão encantador que sinto vontade de pegar todos e nunca mais devolver. 


Os que julgo serem mais antigos têm em especial minha atenção, sempre achei lindo demais os detalhes de suas capas. Imagino como deve ser ter um em mãos, uma parte do passado tão próxima de mim.


Eu sigo Chuuya até o segundo andar dessa biblioteca e sentamos um ao lado do outro em uma mesa específica. Ao contrário de como estava cheio de gente lá embaixo, aqui não há mais ninguém além de nós dois. Fico genuinamente feliz com isso. 


— Pode pegar quantos livros quiser, só tome cuidado para não estragar nenhum. — ele sussurra. — A culpa pode vir para mim depois. 


— Não se preocupe, vou cuidar de cada um como se fosse meu. — digo com um sorriso. 


Chuuya solta um riso baixo, me lembro agora que ele estava com meu livro um pouco mais cedo, o estado dele não era um dos melhores então não o julgo por rir. 


O ruivo toca minha mão suavemente antes de me deixar, ele desce as escadas com pressa e some em algum lugar lá embaixo junto daquele monte de gente. Eu não sei ao certo o que ele faz nessa biblioteca, mas acredito que esteja classificando e organizando novos e diferentes mundos. 


Eu queria poder fazer algo como Chuuya faz, mas não me sinto como se fosse capaz de ter que lidar com muita gente e ainda ter que aguentar os olhares tortos que recebo porque sou uma múmia ambulante. Não julgo, eu também estranharia ver uma pessoa coberta de bandagens andando como se fosse normal por aí, mas não acho que precisava deixar tão óbvio assim essa "anormalidade". 


Quer dizer, eu não preciso de alguém me olhando o tempo todo para que me lembre que tenho os braços e pescoço cobertos com ataduras. Isso me incomoda porque nunca consigo imaginar o que podem estar pensando sobre mim quando estão me olhando, imagino como ficariam seus olhos se me vissem sem essas ataduras. 


De qualquer forma, não há porque ficar mal com isso agora, não tem ninguém aqui além de mim e essas estantes então acho mais proveitoso me enfiar em alguns livros do que ficar no loop da minha mente.


Me levanto da mesa onde estou e vou andar pelas fileiras de estantes, meus olhos correndo pelos livros sem deixar passar sequer um sem ser visto. Não menti quando disse que vir aqui poderia me distrair um pouco, mas meu real objetivo é encontrar um livro específico. Acho que seria pouco provável encontrar o livro que quero, mas ainda assim não custa tentar.


Continuo correndo o olhar por entre as estantes, estou quase desistindo de procurar quando vejo de relance um livro parecido com o que procuro. Eu imediatamente paro e dou um passo para trás, encaro aquele livro e não hesito em pegá-lo. Um sorriso se forma em meus lábios assim que leio o título e vejo que é exatamente o que eu estava a procurar: O Manual Completo de Suicídio, o livro que vai me fazer capaz de conseguir minha tão sonhada morte. 


Eu me agarro a ele e volto para a mesa onde estava, vejo agora neste livro que estou perto de alcançar a paz eterna. Sei que é estranho ficar sorrindo para algo como isto, sei também que meu sorriso pode não ser um dos melhores e sei que talvez haja lágrimas em meus olhos. 


Mas eu estou com a solução para todos os meus problemas em minhas próprias mãos! Não consigo fazer outra coisa senão sorrir. Dói um pouco ter que fazer isso, mas eu continuo sorrindo. Vou finalmente virar uma estrelinha. 






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