Capítulo seis: coração em jogo
Escrita por @ 99bunny99.
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Baekhyun espreguiçou-se, erguendo os braços e bocejando, enquanto deixava o hospital. Tinha demorado uma hora a mais para encerrar seu plantão, mas já estava começando a se acostumar com aquela bagunça em seus plantões e obrigações. Apesar de não estar certo, ele tinha que se adequar e aguentar.
— Baekhyun — uma voz grave surgiu por trás do menor, chamando-o.
O ômega não virou; não precisava se virar para saber quem estava lhe chamando. Reconhecia aquele timbre de voz, reconhecia até de olhos fechados quem estava pronunciando seu nome. Um arrepio subiu por toda sua espinha, gelando-o por completo, e foi inevitável o ômega não apertar os dedos e os estralar agoniado.
Porra. Porra. Porra. Porra. Porra. Porra. Porra. Porra. Porra. Porra. Porra. Porra. Porra. Porra.
O que ele estava fazendo ali?
Baekhyun tinha absoluta certeza de que ele não deveria estar no hospital naquele dia; afinal, havia conferido o quadro de cirurgias da semana e não havia nenhum vestígio do nome daquele alfa pelas próximas duas semanas. Nunca deixava de conferir aquele quadro, não apenas na esperança de seu nome retornar, mas principalmente para não der o risco de encontrá-lo.
— Vai continuar me evitando até quando, Baekhyun?
O alfa questionou, e com sua rápida aproximação, imediatamente uma ânsia de vômito percorreu o corpo do ômega. Céus, como Baekhyun tinha nojo daquele alfa! Detestava tudo nele: a voz, a presença, e, principalmente, o cheiro alheio, que era podre e lhe causava ânsias. O incômodo era tão grande que era visível, e Baekhyun não tinha nenhuma intenção de disfarçá-lo.
Baekhyun não deu ouvidos e sequer respondeu ao alfa. Apenas continuou seu percurso, tentando se afastar dele, precisando de um refúgio. Maldita hora para Kyungsoo estar com a loja fechada.
— Porra, Baekhyun — rosnou, impondo sua voz de alfa sobre o pequeno Byun.
O ômega se encolheu ligeiramente, sentindo dor nos ouvidos sensíveis pelo tom agressivo do utilizado pelo maior, mas recusou-se a obedecer.
— Vai à merda, Yoon-su.
Não era a primeira vez que Baekhyun utilizava esse tipo de palavreado com seu superior. Na verdade, já tinha usado palavras muito piores e pouco se importava, já estava mais do que prejudicado pelo Lee.
E quando Baekhyun achou que o outro havia desistido, seu corpo sofreu um solavanco para trás. Yoon-su tinha agarrado seu braço com uma força ridiculamente desnecessária; os dedos longos do maior se enroscaram ao redor de seu pulso, apertando com força, sem qualquer resquício de cuidado ou autocontrole. Sabia que Yoon-su não gostava de ser contrariado.
— Se você continuar a agir desse jeito comigo, saiba que não vou permitir que retorne ao seu posto ou ao centro cirúrgico. — Yoon-su disse, apertando o braço de pele leitosa, não demorando a deixar a região avermelhada.
Baekhyun revirou os olhos e puxou de volta seu braço com brutalidade, afastando-se do toque alheio. Virou-se na direção do maior e o encarou. Ele não estava muito diferente da última vez que o encontrou; mesmo corte de cabelo, mesmo estilo de roupas, não havia nenhuma diferença. O olhar de indiferença do ômega era notável; Baekhyun não fazia questão de esconder. Então, voltou a virar o corpo para se afastar e acabou por esbarrar em alguém, quase como se chocasse contra um muro de pedra, e a sensação de segurança rapidamente envolveu seu corpo.
Era Chanyeol.
O cheiro do lúpus logo sobrepujou todo o aroma desconfortável do ambiente, causando uma sensação de alívio e segurança no ômega. De forma automática, as mãos de Baekhyun foram de encontro às roupas do maior, buscando proteção. Mesmo que de forma inconsciente, tinha encontrado seu refúgio.
— Tudo bem? — Chanyeol indagou, levando ambas as mãos até o rosto do menor, buscando compreender o que estava acontecendo no local. Ele olhou com atenção para o rosto do ômega, deslizando gentil e sutilmente seu polegar pela bochecha do pequeno.
Baekhyun assentiu, mesmo que fosse mentira.
— Tem certeza, Baekhyun? — Chanyeol insistiu um pouco mais, conseguia sentir todas as nuances do cheiro do ômega, e o aroma de Baekhyun denunciava medo, agonia, aflição.
Chanyeol desviou o olhar do ômega por breves segundos, analisando o alfa que estava a alguns passos de distância. Reconhecia aquele alfa; era o mesmo que viu quando foi à primeira vez no hospital ver o ômega. Acabou sorrindo em escárnio quando notou que o mesmo estava tentando impor sua presença. Deixou que seu lúpus se revelasse e cobriu o cheiro do ômega. Seja quem quer que fosse, não ia tocar em Baekhyun, nem mesmo em um fio de cabelo.
O alfa diante dele continuou a manter o olhar na direção do ômega, mas não conseguiu sustentá-lo por muito tempo. Naquela batalha silenciosa, Chanyeol saiu vitorioso, fazendo com que Yoon-su recuasse um passo ao não suportar a presença esmagadora de seu lúpus.
— Vamos. — Chanyeol tomou a mão do ômega e o puxou com delicadeza, retirando-o daquele ambiente e não dando qualquer oportunidade para o outro alfa tentar uma nova aproximação. — Desculpe pelo atraso. Eu cheguei às dezenove, mas me disseram que você ainda estava trabalhando, e eu precisei atender a uma ligação do meu técnico.
— Está tudo bem, Chanyeol. — Baekhyun tranquilizou o maior, sentindo um alívio ainda maior se alastrar por seu corpo ao se afastar de Lee. — Eu que me atrasei; meus horários estão um pouco bagunçados.
Baekhyun entrelaçou seus dedos com os do maior, uma mão praticamente engolindo a outra, e observou as mãos juntas. Gostava daquela visão.
— Não vai perguntar? — Baekhyun sussurrou, esperando que o maior o questionasse sobre Yoon-su.
Ele tinha consciência de que Chanyeol tinha notado algo de estranho, até porque não tinha como esconder que não estava acontecendo nada.
— Não, se você quiser me contar, eu vou querer ouvir tudo. Mas, se esse não for o caso, tudo bem, você não precisa se forçar a me contar.
Chanyeol não forçaria o ômega a nada; mesmo que quisesse saber o que estava acontecendo, se isso o deixasse desconfortável, não perguntaria até que o outro estivesse pronto para compartilhar. Ele conduziu o ômega até seu carro, que estava estacionado do outro lado da rua, e abriu a porta para que Baekhyun se acomodasse no veículo.
— Você esperou uma hora inteira por mim? — Baekhyun perguntou, lembrando do horário em que o outro havia chegado ao local. — Sabe que poderia ter me mandado uma mensagem, certo? Não precisava ter ficado me esperando todo esse tempo.
— Baekhyun-ah, eu quis esperar por você — Chanyeol respondeu. — E eu esperei ainda mais, se fosse necessário.
— Uau, que galanteador. — Baekhyun brincou.
— Apenas para você, está funcionando?
— Talvez — respondeu sorrindo, enquanto passava o cinto por seu corpo. — Vai jantar…comigo?
Chanyeol assentiu e deu partida no carro. O percurso até a casa do omega não demoraria tanto, e apesar de tê-lo deixado lá apenas uma única vez, ele já tinha decorado o caminho. Baekhyun relaxou no banco do passageiro e permitiu-se bocejar mais uma vez. Suas escalas estavam o deixando exausto e, daquele jeito, virando-se para o alfa que dirigia com atenção, resolveu cochilar por alguns minutinhos.
Baekhyun não soube ao certo quanto tempo adormeceu encostado no banco do carro, só despertando quando sentiu uma leve pressão ao redor de seu corpo e percebeu que estava sendo erguido. Ao abrir os olhos, acabou sorrindo ao entender que Chanyeol, o alfa, estava o carregando.
— Está querendo me deixar mal acostumado? — Baekhyun perguntou, bocejando e se aconchegando contra o corpo de Chanyeol.
— Sim. — Chanyeol respondeu e, com o pé, fechou a porta do carro.
Baekhyun abriu um sorriso enquanto era carregado pelo lúpus. Assim, eles atravessaram a entrada de sua casa. Chanyeol era mesmo inacreditável.
— Pode me colocar no chão agora, Chanyeol — Baekhyun pediu. — Assim eu não vou conseguir abrir a porta e vamos acabar ficando aqui fora.
— Qual é a senha?
O ômega disse os cinco números e não deixou de ficar surpreso quando o alfa o segurou com apenas um dos braços e digitou os números com o outro, fazendo a porta se abrir. Chanyeol carregou o ômega para dentro, e foi como levar um soco direto no estômago: o cheiro de Baekhyun estava impregnado em cada canto da residência. O aroma de morango e caramelo o atingiu em cheio, era tão bom que por alguns segundos saiu de órbita com a fragrância.
— Antes de você me colocar no chão… — Baekhyun disse, passando os dedos delicados pelo peitoral do maior. — Eu quero fazer uma coisinha.
— O quê? — Chanyeol disse ainda levemente letárgico.
Baekhyun ergueu os braços, passando-os ao redor do pescoço do maior, e com isso o puxou para um beijo. O ômega queria os lábios cheios do alfa desde que o viu mais cedo, mas tinha que se controlar, infelizmente. Agora, não tinha ninguém para os impedir. Baekhyun abriu os lábios, permitindo que a língua do lúpus deslizasse para dentro de sua boca. Porra, como amava a dominância de Chanyeol, era tão bom.
O ômega sugou os lábios alheios, intensificando um pouco mais aquele ósculos tão quente e, com uma mordida suave, encerrou o beijo, deixando vários selinhos no rosto do grandão.
— Agora você pode me colocar no chão — Baekhyun disse e finalmente foi colocado no chão. — Eu preciso de um banho e de tirar esse uniforme. Uhm… você pode ficar à vontade. Eu não vou demorar. Se quiser, pode olhar por aí, a cozinha é por ali — apontou indicando o local.
Baekhyun seguiu em direção à escada e logo caminhou até seu quarto. Ele realmente precisava de um banho para relaxar o corpo e se livrar do cheiro de hospital. E não se importaria de deixar o alfa um pouco sozinho em sua casa, confiava o suficiente em Chanyeol.
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Baekhyun desceu as escadas em passos leves, terminando de secar os fios de cabelo com uma toalha. Tinha demorado mais do que o planejado no banho, mas a água estava tão boa que precisou de uns minutos a mais.
— Chanyeol? — Chamou pelo maior, mas ao não obter resposta, deixou que o aroma do lúpus o guiasse pela casa.
Não tardou a encontrar o Park; ele estava em sua cozinha e parecia estar cozinhando algo, já que tão concentrado que sequer prestava atenção nos barulhos ao redor. Chanyeol estava fazendo o jantar? Era isso?
Baekhyun mordeu o lábio inferior enquanto observava o modo como o lúpus estava. Chanyeol tinha puxado as mangas da camisa para cima, deixando os antebraços visíveis, assim como os primeiros botões da camisa estavam abertos. Os cabelos estavam jogados para trás, e céus, como aquela cena parecia tão certa. Chanyeol estava tão à vontade em sua casa que foi impossível não sentir seu coração acelerar. O alfa pouco a pouco iria conquistar todo o espaço disponível em seu coração, se é que já não tinha conquistado.
— O que você está fazendo? — Baekhyun perguntou, encostando-se no batente da porta, desta vez, conseguindo chamar a atenção do maior.
Chanyeol mirou seus olhos no ômega e interrompeu o que estava fazendo para admirar o menor. Baekhyun estava com os fios levemente úmidos e bagunçados, usando uma camiseta branca um pouco curta que deixava o umbigo à mostra — um cropped — e um short também curto. Lindo. Baekhyun estava lindo.
— Então, o que você está preparando? — Baekhyun perguntou novamente, dando alguns passos na direção do balcão para visualizar o que o outro estava cozinhando. — Jjajangmyeon?
O alfa assentiu.
— Deveria ter me esperado para poder ajudar.
— Tudo bem, vamos ter outras oportunidades de cozinhar juntos. — Chanyeol respondeu e, de fato, esperava ter várias outras oportunidades de cozinhar com o ômega. — Venha aqui.
Baekhyun sorriu e terminou de se aproximar de Chanyeol. Com um movimento rápido, o alfa o colocou sobre o balcão marmorizado.
— Então quer dizer que, além de jogador e cantor, você também é um bom cozinheiro? — Baekhyun perguntou levando uma das mão até o rosto do lúpus, deslizando os dedos pela bochecha até alcançar os lábios cheinhos do mesmo.
— É, mas é apenas para você.
— Apenas para mim? Isso é bom, eu não gosto de dividir.
— Eu também não sou muito bom em dividir.
O ômega levou os dedos até o colarinho da roupa alheia e, com um leve puxão, trouxe Chanyeol para ainda mais perto, fazendo questão de rodear as pernas ao redor do tronco do lúpus, prendendo-o contra seu corpo.
— Não se preocupe, você não vai precisar me dividir com ninguém além do SunWoo.
Chanyeol sorriu sutilmente. Aceitava dividir Baekhyun com SunWoo, mas apenas com ele, já que não tinha como competir com aquele garotinho. Sabia que Baekhyun queria adotá-lo; era mais do que óbvio que o ômega considerava o pequeno como seu filhotinho.
O lúpus nunca tinha pensado em formar ou ter uma família, ter filhos, mas quando estava com Baekhyun, se pegava pensando em coisas como aquelas: ter uma família, uma casa grande e aconchegante como a do ômega. Seu apartamento não era um lar, era apenas um lugar que usava para dormir, uma residência. Não poderia considerar um lugar vazio um lar.
Pela primeira vez desejava ter um lar, queria tudo aquilo com Baekhyun. Talvez seja por isso que se sentiu tão à vontade na casa do menor.
— Tudo bem? — Baekhyun inquiriu ao perceber o olhar distante do maior, aproximando seu rosto ao do alfa.
Naquele momento, o lúpus não conseguiu manter a linha de raciocínio ao ter o rostinho do menor tão próximo ao seu. Era como se os lábios alheios estivessem lhe chamando, e bastou isso para tomar os lábios macios contra os seus.
Baekhyun, mesmo surpreso com a ação, retribuiu o beijo, apertando as pernas ainda mais ao redor do tronco alheio e abrindo os lábios deixando que o maior invadisse sua boca. Assim que as línguas se tocaram, Baekhyun estremeceu, e o barulhinho que fez foi abafado pelos lábios unidos. Beijar Chanyeol era algo que o tirava dos eixos, causavam tantas reações que se sentia um adolescente novamente.
Era tão bom.
Tão quente, depravado e também era romântico.
Era sempre uma linha tênue entre as duas coisas, beirando sempre para a depravação.
As mãos de Chanyeol foram para a cintura do ômega, apertando sem pudor e o puxando para a ponta do balcão, deixando os corpos colados. Porra, era tudo tão quente. As mãozinhas delicadas do menor percorreram as costas largas e robustas do alfa, e Baekhyun não hesitou em arrastar as unhas curtas pela região, subindo até os fios de cabelos alinhados, fazendo questão de desalinhar tudo. Ele gostava de deixar o alfa uma bagunça, era sua bagunça particular.
Chanyeol foi o primeiro a se afastar quando lembrou que a comida ainda estava no fogo. Se continuassem, não seria a única coisa a pegar fogo naquele cômodo.
— Eu vou preparar a sala para a gente comer — Baekhyun disse, descendo de cima do balcão.
O ômega foi até a despensa, pegou duas taças e uma das garrafas de vinho que tanto gostava, levou tudo até a sala e colocou sobre a mesinha de vidro. Preferia comer ali do que na sala de jantar, era mais confortável. Chanyeol não demorou muito com os pratos de jjajangmyeon, entregando uma ao ômega.
Baekhyun serviu as taças com um pouco de vinho e começou a comer, é, Chanyeol era um ótimo cozinheiro.
— São do SunWoo? — Chanyeol perguntou ao ômega quando notou que uma das paredes da sala estavam repletas de desenhos, a maioria deles infantis, emoldurados como se fossem quadros.
— Alguns são do Sunnie, mas a maioria são dos meus pacientes. É fofo, não é? Toda vez que eu ganho um, eu mando fazer uma moldura e coloco aqui.
Baekhyun bebericou o vinho adocicado e continuou a comer até não sobrar mais nada no prato. Estava com tanta fome que sequer tinha notado. Era sempre assim quando encontrava Lee; perdia o apetite. Foi nesse momento que lembrou o que tinha acontecido horas atrás. Virou-se na direção do lúpus e decidiu que não queria mais omitir nada de sua vida, queria contar tudo ao Park.
— Yoon-su, Lee Yoon-su, é o nome daquele alfa. — Baekhyun disse, puxando uma dos travesseiros do sofá para o seu colo. — Ele é o diretor do hospital… um dos donos, para ser mais exato, ele é o filho mais velho do dono.
O ômega desviou o olhar do lúpus e continuou.
— Ele também é médico, o conheci quando comecei a fazer residência no hospital. Na época, ele ainda não era diretor ou algo assim. Ele era o neurocirurgião chefe, no caso…meu professor da residência. Minha especialidade é neurocirurgia e, atualmente, eu sou o chefe dessa área… ou era o chefe. Como eu disse a você, eu estou afastado desse posto. Eu fui afastado por ele, por causa dele. — Baekhyun sentiu a garganta secar ao pôr tudo em palavras. O único que realmente sabia o que estava acontecendo era Minseok, já que trabalhamos no mesmo hospital, não tinha como esconder. Kyungsoo sabia apenas uma parte. — Eu não cometi nenhum erro, pelo contrário, eu sou um dos melhores na minha área, e não estou sendo arrogante ou algo assim.
Chanyeol sabia disso. Já tinha lido algumas reportagens sobre o Byun, e não era mentira. Ele era um dos melhores em sua área.
— Eu achei que íamos para uma reunião da diretoria discutir sobre cirurgias eletivas, porque foi o que ele me disse, isso foi na época que comecei a acompanhar o orfanato e algumas das crianças precisavam de cirurgia e tinha que ser aprovado primeiro. Mas não era isso... Ele… Ele tentou... Eu chutei ele, quebrei toda a maldita sala da casa dele, os vasos, os quadros, a mesa. Eu não deixei ele chegar perto de mim, eu sei me defender. Mas ele disse que eu estava provocando ele, que eu causei tudo. Que ele que tinha me promovido a chefe e disse que, se eu quisesse continuar no meu posto, teria que dar algo em troca. — Baekhyun fez uma breve pausa, regulando a respiração, puxando o ar para preencher os pulmões. — Eu não deixei ele fazer nada comigo. Eu saí e fui direto prestar queixa no hospital, mas falaram que eu não tinha provas, ninguém da diretoria quis me ouvir porque foi tudo um "mal entendido" e eu estava só exagerando, que ele não chegaria perto de mim novamente. Ômegas exageram, né? No dia seguinte, todos estavam falando sobre o que aconteceu, mas as piadinhas sujas não eram sobre ele, eram sobre mim. Desde então, estou afastado.
Ao ouvir tudo atentamente, o lúpus acabou por deixar seus feromônios tomarem conta do lugar, naquele momento, foi a forma que seu lúpus encontrou de acalmar o ômega. Merda, deveria ter dado uma surra naquele alfa, como ele se atrevia a machucar o pequeno? Porra, não era apenas porque era o Baekhyun, mas principalmente por ser ele. Odiava essa situação, detestava a dominação dos alfas sobre os ômegas, não suportava essas atitudes de merda. Sentia vontade de ir atrás de Yoon-su e desferir socos até que ele compreendesse. Se não entendesse por bem, entenderia por mal.
Chanyeol apertava a taça com tanta força que Baekhyun temia que o mesmo fosse quebrar. Então, o ômega levou uma de suas mãos até o braço do maior, tentando acalmá-lo. Estava tudo bem; ele conseguia lidar com todo aquele caos, só precisava aguentar mais um pouco.
— Eu não ligo para as piadas sujas, estou acostumado com isso. Não é a primeira vez que coisas assim acontecem. Eu aprendi a me defender justamente por isso, o Minseok e o Kyungsoo também passam por isso o tempo todo...
— Não. Você não deveria estar acostumado com essas merdas, Baekhyun. É errado.
Chanyeol puxou o ômega para o seu colo, envolvendo-o em um abraço apertado. Iria proteger Baekhyun de tudo. Não permitiria que mais nada o atingisse.
— Eu sinto muito que você tenha passado por isso.
— Eu sou forte, Chanyeol.
— Eu sei que é — respondeu, encostando sua testa na do ômega. — Mas ainda sim, eu vou proteger você.
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