Capítulo treze: coração em jogo
Escrita por @ 99bunny99.
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Baekhyun girava na cadeira do consultório que estava ocupando temporariamente em Gangwon-do, esperando o resultado carregar na tela do computador. Estava tão concentrado na tela que, ao baterem na porta amadeirada, quase saltou da cadeira em susto. Céus, por que aquele resultado estava demorando tanto? Já haviam se passado os trintas minutos necessários.
O ômega suspirou quando as batidas se fizeram presentes mais uma vez e levantou. Desligou o computador e caminhou até a porta, a abrindo e encontrando um dos médicos do setor.
— Aconteceu algo? — Baekhyun perguntou, escorando-se na porta. Era incomum o incomodarem, na realidade, parecia que sequer existia naquele hospital. Sabia que aquele tratamento era por causa de Yoon-su.
O máximo que ele conseguia fazer era ler alguns prontuários e fazer a ronda noturna, uma função que nenhum outro médico queria assumir. Então, logo supôs que a interrupção daquele médico era para fazer algo que ninguém mais queria realizar.
— Um garotinho foi transferido da enfermaria de um colégio, parece que ele caiu e bateu a cabeça. E-eu achei que estava tudo bem com ele, então eu só limpei o ferimento e fechei com alguns pontos. Só que... não sei o que está acontecendo. Ele... você é especialista em neuro, não é? Por favor…Eu sei o que fazer…
— Quais são os sintomas? — Baekhyun perguntou enquanto saia da sala e passava a andar lado a lado com o médico. — Liste os sintomas.
— Sonolência, dor de cabeça e vômitos.
— Onde ele está? — Baekhyun perguntou, passando a mão pelos fios de cabelo, agoniado.
— Na urgência.
— Peça que preparem a sala de cirurgia — suspirou. — Agora.
Baekhyun não esperou mais nenhuma informação e correu até a ala de urgência e emergência, que ficava no andar abaixo. Assim que entrou na ala, não precisou de muito para encontrar o garotinho, que deveria ter por volta de cinco anos. Puxou as cortinas brancas, tampando a visão de olhares curiosos, analisou rapidamente o quadro da criança e suspirou, apertando os dedos. Como poderiam ser tão irresponsáveis?
Aquele garotinho precisava ser operado.
— Avisem a família e o levem para o centro cirúrgico. — Baekhyun disse para o beta que estava ali perto.
O ômega deixou o local e foi diretamente ao centro cirúrgico, trocando as roupas e lavando as mãos. Só então, na sala, ele sentiu vontade de gritar com todos, especialmente com Yoon-su, por deixar uma equipe tão despreparada à frente de um hospital. Um pequeno erro poderia custar a vida de uma criança. Baekhyun não soube ao certo quanto tempo passou dentro da sala de operação realizando a cirurgia, mas suspeitava que tinha sido um pouco mais que cinco horas. Apesar das complicações, o garotinho iria ficar bem, sem qualquer sequela.
Assim que Baekhyun deixou a sala, precisou se apoiar na parede mais próxima ao sentir uma leve tontura. Só então, lembrou o que estava fazendo antes de toda a confusão.
Puxou o celular de dentro do bolso e, de maneira afoita, abriu o sistema do hospital. Finalmente, o resultado do teste que havia feito, tinha saído. Seus olhos logo marejaram e seus lábios se abriram em um sorriso.
Positivo.
Estava grávido.
Estava esperando um bebê de Chanyeol. Céus, SunWoo iria ganhar um irmãozinho ou uma irmãzinha. Porra. Estava tão feliz que sentia como se seu coração fosse explodir de emoção. Sua família iria crescer um pouquinho mais
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Chanyeol ajustou o boné nos fios de cabelo, colocando-o com a aba para trás, e voltou a ler as mensagens no chat da live que estava fazendo. Junmyeon havia o convencido — obrigado —, a abrir uma live para interagir um pouco com os fãs, tanto os do esporte quanto os da banda. Apesar de não gostar muito de se expor, tinha que admitir que gostava daquilo. Amava dar atenção aos seus fãs, cantar e até soltava alguns trechos de músicas que jamais seriam lançadas, composições que eram apenas suas. Também falava sobre o hóquei, ou melhor, se gabava de quão bom era.
Já estava quase uma hora ao vivo. Chanyeol havia respondido diversas perguntas, e vez ou outra, respondia algo sobre 'seu ômega', já que a cada dez perguntas, nove eram direcionadas a esse assunto. No entanto, uma batida tímida tirou seu foco do teclado. Ele havia acabado de cantar uma música. O lúpus sussurrou um "pode entrar" e não demorou a ver SunWoo entrando pelo vão da porta, com os cabelos bagunçados e os olhinhos brilhando com pequenas lágrimas acumuladas. Baekhyun havia deixado o pequeno dormindo quando saiu para o trabalho, e Chanyeol só havia iniciado a live porque o pequeno estava dormindo.
— Vem aqui… — Chanyeol disse, afastando a cadeira de rodinhas e acolhendo o pequeno em seus braços. Pela posição em que estavam, era impossível ver o rosto de SunWoo, detalhe que Chanyeol sequer estava lembrando, afinal, estava ao vivo. — Está com sono ainda?
SunWoo negou, enfiando o rosto no vão do pescoço de Chanyeol, uma ação que normalmente só se sentia confortável em fazer com Baekhyun. Mas, já estava tão acostumado com a presença de Chanyeol que acabava fazendo isso de modo automático.
— Bae… — SunWoo murmurou de maneira abafada — ele foi embora? — esfregou os olhinhos.
— Ele está trabalhando — Chanyeol explicou ao pequeno, passando a destra pelas costas do mesmo. — Daqui a pouco ele volta, pequeno.
SunWoo afastou o rostinho do pescoço de Chanyeol e abriu um sorriso com aquela resposta. Não gostava de ficar longe de Baekhyun, mas também não era ruim ficar apenas com o lúpus.
No entanto, o sorriso infantil não durou muito tempo.
— O que foi, Sun? — Chanyeol perguntou, acomodando-se melhor na cadeira e deixando o pequeno sentado em seu colo.
— Eu… vou precisar ir embora? — SunWoo indagou, confuso, voltando a ter os olhinhos pidões banhados pelas lágrimas.
— Você quer ir embora? — Chanyeol perguntou, levando os dedos até o rosto do menor para enxugar as lágrimas.
SunWoo balançou a cabeça e negou mais uma vez.
— Não…e-eu não quero ir embora.
Não queria ter que voltar ao orfanato.
— Então estamos de acordo, você não vai embora — Chanyeol afirmou, sorrindo e fazendo o pequeno sorrir junto.
— É uma promessa? — SunWoo ergueu o dedo mindinho.
— Sim — Chanyeol agarrou o mindinho do filhote com o seu, selando aquela promessa. — É uma promessa, eu e o Bae não vamos deixar você ir.
SunWoo não precisaria voltar ao orfanato. O processo de adoção estava quase concluído, faltavam apenas alguns poucos detalhes. E não era como se Baekhyun não tivesse adiantado tudo. Toda a documentação, audiências... o ômega já havia passado por todo o processo. Quando entendeu que Baekhyun só não conseguia adotá-lo por ser um ômega solteiro, quis socar a cara do juiz por aquela decisão ridícula. Porém, ser conhecido tinha suas vantagens. Com poucas ligações, havia conseguido a guarda de SunWoo, que em breve seria Park-Byun SunWoo.
Chanyeol só lembrou que estava ao vivo no momento em que escutou o barulhinho das mensagens surgindo no chat. Com um movimento rápido, puxou o casaco que estava em cima do sofá e cobriu o pequeno, mesmo que pela posição que SunWoo estava fosse impossível verem o rostinho do filhote.
— Até a próxima — Chanyeol disse em direção à câmera, desligando logo em seguida.
A risada infantil de SunWoo logo tomou conta do lugar, achando graça de como o lúpus o havia coberto, e o casaco estava com o cheirinho de Baekhyun, o que fez o filhote se agarrar à peça.
— É, eu também sou louco por esse cheiro — Chanyeol murmurou ao ver como o filhote estava. Ele abriu a porta do estúdio e, com SunWoo ainda agarrado à sua jaqueta, seguiram até a cozinha. — Quer comer alguma coisa?
— Bolo de chocolate — SunWoo disse, apressando as pernas gordinhas para acompanhar o lúpus. Assim que estavam lado a lado, Chanyeol estendeu a mão para que o pequeno a segurasse.
— É muito cedo para bolo de chocolate, Sunnie — Chanyeol disse, mas se o pequeno insistisse um pouco mais, ele seria capaz de comprar um bolo de chocolate, bastando o filhote dar um sorrisinho.
— Então…tteokbokki? — SunWoo perguntou olhando na direção do lúpus.
— Tteokbokki! — Chanyeol afirmou.
Chanyeol levou o filhote até a cozinha do apartamento, deixando-o em cima do balcão, e foi até a geladeira pegar os ingredientes necessários para fazer o almoço. Não era como se o lúpus não soubesse cozinhar; só não estava acostumado. A maior parte do tempo, ou estava viajando por causa do time ou era por conta da banca, então acabava a maior parte do tempo comendo em restaurantes ou o que era passado na dieta do time. Mas agora, com Baekhyun, sua geladeira vivia lotada de comida caseira, chocolate ou doces que o ômega sempre deixava. Baekhyun tinha mudado tudo, e céus, como amava aquela intromissão do médico, até mesmo a dieta que deveria seguir. Burlava a maior parte do tempo apenas para dividir a refeição com o ômega.
O lúpus, após separar tudo o que era necessário, começou a preparar a refeição. Mesmo que a todo momento tivesse que parar para explicar algo ao pequeno alfa, que se encantava com tudo, mesmo que fosse obrigado, não deixaria que levassem aquele filhote para longe.
Nunca.
— Baekhyun, chegou.
Chanyeol disse assim que o cheiro do ômega chegou aos seus sentidos, desceu SunWoo do balcão e deixou o pequeno correr até a entrada do apartamento para receber o Byun.
— Meu amor — Baekhyun disse assim que entrou, agarrando o pequeno na entrada e abraçando-o de maneira apertada.
— Eu não ganho um abraço? — Chanyeol perguntou, escorado na entrada da cozinha, observando a cena à sua frente.
— Você tem que vir até aqui — Baekhyun disse, espalhando vários beijinhos pelo filhote.
Chanyeol se aproximou, e não demorou a envolver ambos em seus braços.
— Aconteceu algo? — Chanyeol perguntou preocupado, sabendo que faltavam horas para o plantão do ômega encerrar.
— Me liberaram mais cedo — Baekhyun respondeu sorrindo, e o lúpus logo soube que havia algo por trás daquele sorriso.
— Baekh-
— Não se preocupe, é uma coisa boa. — Baekhyun garantiu, andando até o sofá do apartamento.
O ômega sentou, trazendo o filhote para seus braços. SunWoo não demorou a se aconchegar, enfiando o rostinho no vão do pescoço alheio, deixando que o aroma doce o envolvesse. Baekhyun sorriu com aquela ação e, com uma das mãos, bateu no estofado, indicando para o maior sentar em um pedido mudo. Chanyeol logo fez isso, sentando, e agora foi a vez do ômega se aconchegar, encostando seu corpo contra o lúpus e buscando uma de suas mãos.
— Você se divertiu com o Chanyeol? — Baekhyun perguntou, bagunçando os fios de cabelo do menor.
— Sim — SunWoo respondeu, sorrindo. — Ele é legal — sussurrou, querendo que apenas o ômega escutasse, como um segredo.
— É mesmo, meu amor. Você gosta dele?
SunWoo pareceu pensar por alguns segundos, com as bochechas vermelhas de vergonha.
— Eu também gosto de você, Sunnie — Chanyeol disse, fazendo o pequeno arregalar os olhos. — Quer saber o porquê?
— Quero — respondeu.
— Porque você é meu filhotinho.
— Yeollie, nosso filhotinho. — Baekhyun corrigiu o maior. — Não é fofo? Olhas essas bochechas vermelhas.
Baekhyun apertou levemente as bochechas gordinhas e avermelhadas do filhote. Já sabia que Chanyeol queria um espaço no coração de SunWoo há um tempo, e esperava que o mesmo permitisse. Afinal, aquele coraçãozinho já havia sido tão machucado.
SunWoo havia sido abandonado com poucos meses de vida.
— Eu sou? — SunWoo perguntou, piscando os olhinhos redondos. — Você quer ser meu papai?
Chanyeol assentiu com um sorriso.
— Eu quero, Sunnie. Você deixa?
E, com um movimento rápido, o pequeno alfa abraçou o lúpus. Baekhyun sorriu, passando a mão pelo rosto para limpar as lágrimas. Céus, ele estava com apenas algumas semanas e já estava completamente emotivo. Naquele momento, decidiu esperar só mais um pouquinho para contar a novidade.
No final daquele dia, depois de várias brincadeiras e filmes, SunWoo finalmente adormeceu no meio da cama do casal. Chanyeol virou-se com cuidado no colchão, olhando na direção do ômega, que estava acordado.
— Achei que estivesse dormindo, — Baekhyun disse baixinho. — SunWoo não cansou você?
— Eu treino pesado para os jogos, consigo aguentar o tranco ainda.
Baekhyun riu contido, não querendo acordar o mais novo.
— Bakkie… tem algo que eu preciso que você saiba.
— O que? Que você me ama? — Baekhyun estreitou os olhos. — Eu amo você, Park Chanyeol.
O lúpus riu anasalado diante daquela ação e acabou por cobrir o rosto com o antebraço.
— Eu passei horas treinando na frente do espelho para sair perfeito...
— Você, eu e o Sunnie nessa cama… acho que esse é o momento perfeito, ou eu estou errado? Nossa família.
— Eu te amo — Chanyeol disse. — Eu amo você, Byun Baekhyun. Amo tanto que meu coração dói, eu…eu quero tudo com você. Quero essa família. Quero você. Quero nosso sol. Quero ter um lar com vocês.
Chanyeol finalmente sentiu que tinha dito tudo o que estava guardado em seu coração, tudo que estava dentro de si há tanto tempo. Baekhyun e SunWoo eram seu lar.
— Eu também quero tudo com você, Chanyeol.
O ômega estendeu a mão, entrelaçando seus dedos com os do alfa.
— Quero acordar todos os dias ao seu lado, ouvir você cantar, jogar, tudo, absolutamente tudo…também tem algo que eu quero que você saiba….Chanyeol-ah, — Baekhyun disse, levando a mão do alfa até sua barriga e fazendo os dedos dele deslizarem por baixo da blusa. — Você sabia que o SunWoo foi promovido a irmão mais velho?
Chanyeol piscou, confuso. Após alguns segundos, ele entendeu o que Baekhyun estava tentando dizer. Seu coração acelerou tão rápido que ele mal conseguia acreditar. Agora compreendia o que eram aquelas nuances no aroma do ômega. Não era apenas SunWoo tentando cobrir o cheiro do ômega enciumado, era seu cheiro em Baekhyun.
Cheiro do filhote. Mais um filhotinho.
— Amor — Chanyeol tocou a barriga lisa do ômega. — Você…está…
Baekhyun sorriu e virou o rosto para o maior, assentindo com a cabeça. Com aquele movimento, ele pôde ver os olhos do lúpus brilhando por causa das lágrimas. Chanyeol estava chorando.
— Eu estou grávido.
— Porra! — Chanyeol xingou e levantou da cama, dando a volta no móvel para ir até o lado que o ômega estava ocupando. — Quando? Quanto tempo?
— Eu fiz o teste hoje — Baekhyun respondeu. — Só estou com algumas semanas, ele ainda é desse tamanhozinho, uma sementinha — indicou o tamanho com os dedos.
Chanyeol inclinou-se sobre o ômega, selando os lábios. Ele mal conseguia expressar em palavras tudo o que estava sentindo. Esperava que através daquele contato, Baekhyun entendesse.
— Dois filhotes — Chanyeol disse, passando a mão pelos fios de cabelo, sentando-se no chão ao lado do ômega.
— Eu sempre quis ter uma família grande — Baekhyun riu.
— Podemos resolver isso rapidinho.
— Céus, eu mal tive esse e você já está pensando em outro? — Baekhyun acusou o maior falsamente, em tom de brincadeira. — Está mesmo feliz?
— Acho que nunca estive tão feliz. — Chanyeol levou os dedos até a testa do ômega, afastando os fios de cabelo para deixar um leve beijo no local.
Baekhyun bocejou.
— Eu também, acho que meu coração pode até explodir de tanta felicidade.
— Pode dormir — Chanyeol disse, voltando a tocar na barriga do ômega. Ele ainda iria ficar um bom tempo acordado, aproveitando aquela sensação.
— E você?
— Vou ficar mais um tempinho acordado.
— Eu te amo — Baekhyun disse, apenas movendo os lábios, sem deixar escapar sua voz.
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Chanyeol espreguiçou-se, erguendo os braços, enquanto entrava no hospital. Sentia os músculos doloridos do último treino, mas com a final tão perto, era normal que a intensidade dos treinos aumentasse. Junmyeon não tinha piedade alguma. Apesar de poucas vezes naquele hospital, ele sabia o caminho decorado até o consultório que o ômega estava ocupando. Porém, ao virar no primeiro corredor, que dava acesso à sala de Baekhyun, um cheiro característico chegou aos seus sentidos.
Yoon-su.
Novamente, aquele alfa estava cercando seu ômega. Chanyeol grunhiu irritado e sustentou seu olhar na direção do outro, revelando a presença esmagadora de seu lúpus. Toda a sua paciência havia se esgotado; ele já havia deixado bem claro o que aconteceria se seus caminhos se cruzassem novamente. Yoon-su sorriu em direção ao lúpus, balançando a chave do consultório de Byun, sussurrando de forma silenciosa um "ele é meu." E isso foi a gota d'água. A tensão que se instalou naquele corredor silencioso e mal iluminado era palpável.
— Ele é meu, porra, — Yoon-suh repetiu, em meio a um rosnado, dando alguns passos na direção do lúpus.
Com um movimento extremamente rápido, Chanyeol avançou contra o outro alfa, jogando-o contra a parede. Yoon-su sorriu de forma provocativa, com o ego nas alturas, sabia como enfrentar alguém. E, caralho, como não via a hora de se envolver em uma briga com aquele lúpus e o socar até as mãos sangrarem, e ensinar de uma a vez por todos a ele a quem Baekhyun pertencia.
A rivalidade entre os dois alfas estava prestes a explodir.
Yoon-su foi o primeiro a levantar a mão, tentando acertar o punho no rosto do lúpus; no entanto, Chanyeol se esquivou e devolveu o soco com tanta força que o alfa foi atingido com um impacto tão violento que seu corpo deu um solavanco para trás, deixando-o mais uma vez contra a parede. Foi nesse momento que Yoon-su compreendeu a situação e quem estava enfrentando. Não era um simples alfa; Chanyeol era um lúpus. Puro.
Mas não era como se lutasse de forma limpa.
Ele acertou Chanyeol com um chute baixo, direto no estômago do lúpus. Um filete de sangue escorreu entre os lábios de Park, que apenas passou as costas da mão para limpar o líquido vermelho. Ele estava acostumado com esse tipo de coisa; jogos de hóquei costumavam ser violentos.
— Eu avisei o que iria acontecer — Chanyeol disse em voz baixa, se aproximando novamente do outro alfa, que recuou alguns passos.
Chanyeol avançou mais uma vez sobre Yoon-su, dessa vez sem qualquer intenção de parar, permitindo que seu lúpus assumisse o controle. Ele estava decidido a acabar com Yoon-su.
Os socos continuaram, um após o outro, os punhos e os pés movendo-se com velocidade e precisão. O som de socos e chutes misturou-se com grunhidos de dor e raiva. Chanyeol não tinha nenhuma piedade; não era como se ele não estivesse sendo atingido também — embora em uma parecia infinitamente menor —, mas estava cego de raiva, descarregando toda sua ira em cada soco e chute.
A briga entre os alfas parecia que não teria fim; o sangue manchava as roupas dos dois oponentes, e Chanyeol tinha certeza de que a maior parte do líquido pertencia a Yoon-su. As respirações pesadas eram visíveis para quem se atrevia a presenciar a cena violenta.
Chanyeol estava prestes a desferir mais um soco no rosto ensanguentado de Lee, quando foi arrastado para longe por um grupo de seguranças. Ele tentou se soltar, o que quase conseguiu, se não fosse por outros três seguranças se aproximando. Ao todo, precisou de seis seguranças para contê-lo, enquanto Lee Yoon-su estava sendo segurado por dois, quase desacordado e completamente sujo de sangue dos pés à cabeça. Os poucos pacientes presentes no local estavam horrorizados.
— Baekhyun — Chanyeol rosnou, ainda completamente fora de si; seu lobo precisava ter certeza de que estava tudo bem com seu ômega.
Com alguns puxões, Chanyeol se livrou dos seguranças e, antes que pudesse ser segurado e contido novamente, alcançou a chave que havia caído no chão durante a briga e abriu o consultório de seu ômega. Assim que Baekhyun avistou o maior, correu para abraçá-lo, sem se importar se iria sujar ou magoar os hematomas do alfa. Estava tão assustado que só conseguia enxergar o lúpus em sua frente.
— Ele machucou você? — Chanyeol perguntou, acolhendo o corpo do ômega em seus braços.
Baekhyun apenas negou com a cabeça e continuou agarrado ao maior, não permitindo que ninguém ousasse se aproximar.
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