— Mas o que tem de errado com a minha roupa, Jeon JungKook? — Um conselho de gente normal para gente normal: não use essas roupas tradicionais da cultura de tal país. Geralmente você vai passar vergonha e todos vão te olhar como se você fosse um grande idiota. — Eu pesquisei e o site disse que no Brasil vocês usam essas camisas, ué!
Primeiro: já é difícil brasileiro usar camisa, principalmente no Rio de Janeiro, onde é calor 364 dias do ano — sim, apenas um dia é ameno — então já começa por aí.
Segundo: Você não sai de casa com sombra verde e lantejoulas de estrelinhas — só se for pra ir num bloquinho, aí tranquilo — e nem pensar em usar essas camisas coloridas com estampa praiana. É bizarro.
Ah Jiminzinho, por quê tão turista?
— Jimin, meu amor, meu docinho de coco, minha rapadura... — Eu estava tentando amolecer o coração do meu loirinho e parecia que não estava dando certo, já que aqueles olhinhos cheios de sombra pareciam me engolir em puro ódio. — Olha, meu príncipe, o que você acha de tirar essa maquiagem, esconder essa camisa ridícula e vestir suas roupas de sempre? Eu vou até fingir que eu nunca vi essa fantasia e vou comprar uma caipirinha de morango pra você, que tal?
O grande X da questão é: compre álcool para o Jimin. É sucesso na certa e ele vai desistir de qualquer coisa. Sim, o meu príncipe coreano tinha acabado de chegar no Brasil e já era mestre na arte de levantamento de copo. Influência? Só se for do Yoongi.
A verdade era que Jimin era coreano com alma de brasileiro.
— Eu vou tirar a maquiagem, mas eu vou continuar com a camisa. — Teimoso. Mas ok, o tecido até que ficava menos esquisito no corpinho maravilhoso do meu gatinho. Fazer o quê, né? O pai do Jimin deu uma senhora gozada na hora H. Ô baixinho lindo.
— Vai lá, meu gostoso. — Jimin correu quando eu tentei dar um tapa naquela bunda, o que me deixou super excitado, já que na noite anterior o Jimin nem deu chance de tentar algo.
O Park chegou de viagem ontem de manhã, lá pelas sete da matina — eu tive que me vestir na velocidade da luz pra buscar ele, já que eu estava atrasado — e ele já chegou tacando o “ae caralho” em português. Não, eu não ensinei isso pra ele, ele basicamente fez um mês de curso online de português só para esse momento. Voltando, ele já chegou causando, todo turista — imagina só que delícia você encontrar o seu namorado no aeroporto, todo de regatinha, bermudão e óculos de sol. Cara, eu babei mesmo — e já foi me arrastando para qualquer canto que ele achasse interessante; como uma padaria, botecos e o bondinho do pão de açúcar. Quando chegou a noite, o Tae e o Yoon passaram lá no apê, para conhecerem o meu amor, e nossa, pra quê? O Yoongi trouxe cada bebida que eu só vi o Jimin agarrado na coluna do estacionamento. Foi uma cena bem engraçada, admito. Ver o Park mamadão é ter certeza de que boas risadas você vai dar.
Moral da história: ele roncou e nós não trepamos.
— Pronto? — Jimin saiu do quarto – gatão, sem aquela maquiagem – e nós aproveitamos para tirar uma foto bem linda. Eu juro que não sei como eu consegui me apaixonar tanto por esse cara. Ele é tão maravilhoso que dá vontade de chorar. — Você está me apertando, Jungkook!
Dei um beijinho nos lábios dele, levantando seu rosto para eu me apaixonar mais ainda. Seus olhos castanhos me observavam com curiosidade e eu apenas sorri, erguendo seu corpo no ar.
— Hoje você vai comer um pastelzão com direito a caldo de cana!
(...)
— Olha pra onde anda, mermão. — Gente abusada é foda. O maluco vem empurrar meu príncipe e ainda que dar moral. Ah, não sou obrigado.
— Vai se foder! — Gritei de volta, arrastando Jimin para longe daquele animal. O Park observava a cena com curiosidade, provavelmente tentando entender o que estava acontecendo. Atravessei a calçada, já sentindo a areia da praia cutucar os meus pés. Jimin sorriu e olhou a praia com alegria. Não era a primeira vez que ele conhecia a areia, até porque nos conhecemos em uma praia de Busan, quando eu era intercambista. Mas é diferente sim.
— Copacabana é linda. — Jimin comentou, todo iluminado. Meu coração deu uns solavancos mas continuei em pé. — Oh, vamos pegar aquele lugar ali!
Só sei que a minha mão foi agarrada pelo loirinho, que saiu correndo igual criança. Montei as cadeiras, a mesinha, o cooler e três guarda-sóis. Jimin tirou a camisa e a bermuda — lá na Coréia eles usam shorts e camiseta na praia, então fiquei bem surpreso quando o meu gatinho ficou só de sunga e óculos de sol.
Eu já falei como o Jimin é um pecado? Pois ele é o senhor do inferno.
— Você tá querendo me provocar, é? — Perguntei, olhando aquela bundinha arrebitada na sunga preta. Jimin se deitou na espreguiçadeira e me entregou o tubo de protetor solar. Ainda me ignora, né. — Você sabe que é feio deixar o namorado de pau duro, né? Fora que eu não quero ver outras pessoas babando nesse corpinho não.
O loirinho ainda riu, mordendo os lábios. Olha só que ousado! Vamos jogar então.
Tirei a minha regata — liberando o resultado de meses na academia — e joguei o bronzeador no peitoral, esfregando. Jimin me olhava perplexo. Chupa!
— Pode passar o protetor em mim? — O Park pediu manhoso, com aquele maldito sorriso malicioso. Desgraçado! É claro que eu fui até ele, e sendo o casal maravilhoso que nós somos, me coloquei atrás do meu namorado, espalhando o creme por todo o ombro, massageando a região. Jimin tremia quando eu passava pela nuca, sendo a região mais sensível do corpo dele. — Isso, JungKookie!
Sorri maldoso, inclinando o meu corpo até praticamente deitar nas costas melecadas do loiro, este que tentou me empurrar. Provocou, agora aguenta.
— Você é uma delícia, sabia? — Sim, eu estava apertando a bunda do Park no meio da praia. Gente, eu juro que eu tentei, mas a eletricidade do corpo dele me chamava e eu literalmente me grudei nele igual a um ímã. — Eu poderia morder essa sua bunda agora mesmo se eu quises…
— Olha o pastel!!! — Bendito seja o retardado que acabou com aquele climinha de pornô. Caí na areia de tanto susto, fazendo o Park se levantar e correr até o filha da mãe, que eu conhecia muito bem pelo tom de voz.
— Porra, Hoseok, desse jeito cê vai espantar os clientes, Bro. — Resmunguei, vendo o morenão rir. Bicho, se tem uma pessoa colorida nesse mundo, é o Hoseok. Só ele mesmo pra usar uma bermuda rosa, uma camiseta verde e boné azul. Vê se pode? É o arco-íris em pessoa.
— Eu quero um pastel! — Jimin gatinho começou a falar, me cutucando. Eu olhei o Hoseok, querendo matá-lo e depois olhei o Parkinho, que estava fazendo uma carinha de gatinho pidão. Eu só vi a minha carteira dando adeus pro meu bolso. — Por favor, JungKookie!
Por favor, JungKookie! Maldito timbrezinho lindo!
— Quanto é o pastel, maluco? — Me rendi, pegando a carteira no bolso da bermuda. Jimin saltou em felicidade, me dando vários beijinhos. Interesseiro. — Onde fica o quiosque de caldo de cana?
— Cinco reais e o quiosque do Mauro fica ali em cima — Entreguei duas notas de cinco e Jimin escolheu o pastel dele, enquanto eu pedi um de pizza. — Valeu Maluco! Aliás, aqui não é motel não, brother. Aquela família ali estava só assistindo a ceninha dos dois. — Hoseok apontou para uma família de quatro pessoas, todas que nos observavam. Ok, né.
— Valeuzão.
Hoseok sumiu entre as pessoas — detalhe: ainda gritando — e eu só vi o loiro devorar o pastel como um morto de fome.
— Vou pegar o caldo de cana, ok? Você fica aqui, tomando conta do nosso ninho do amor. — Avisei, indo em direção até o quiosque do Mauro. Era arriscado deixar o Jimin daquele jeito ali? Era. Mas eu sentiria o cheiro do urubu de longe, ah se sentiria.
Se tem uma coisa que eu odeio, é coincidência. E por incrível que pareça, Yoongi era a maior delas.
— Fala, mané, tudo tranquilo? — perguntei pro platinado, que estava com uma senhora cara de bunda. Ressaca, certeza. — Ih, rapaz, finge que eu não te vi.
Quando o Yoongi está com ressaca, é melhor evitar. É um inferno que só.
— Te odeio, sabia? — Viu só? Ele fica mais chato do que já é.
— Maurão, — Ignorei o Min, dando atenção para o vendedor do suco. — vê aí um litro, com abacaxi, por favor.
O cara foi fazer, enquanto eu tinha que aturar as bufadas do Yoongi na minha orelha.
— Cara, você pode parar de fazer isso? É irritante e você não é um touro! — Reclamei mesmo. Yoongi revirou os olhos e pegou um maço de cigarros, acendendo um bem na minha cara. Nojento. — Você é incrível. — Ironia on.
— Eu sei. — falou, mexendo nas correntes que carregava no pescoço. Yoongi é tipo aqueles malucos que gosta de rap e anda todo malandro por aí, sabe? Tem várias tatuagens, usa correntes e quando está com a galera dele, fala a língua da “quebrada”, como ele mesmo diz. — Sai de perto, tá calor.
— Mas você que veio se agarrar em mim, doido. — Empurrei o magrelo pra longe, pegando enfim a garrafinha verde. Deixei mais um pouco do meu dinheiro ali e dei um tchau bem seco pro Yoongi.
Eu adoro ele, menos quando ele está nessa situação.
— Voltei, meu ursinho. — falei todo contente, me deparando com um urubu querendo bicar a minha carne. — Ixi, que isso?
O urubu estava de conversinha mole pra cima do meu homem, que fingia entender alguma coisa que o cara falava. Gente burra, além de ir atrás de homem comprometido — nós usamos aliança, ok? Então dá pra saber sim —, ainda vai querer dialogar com gringo que só sabe falar palavrão e “cachaça". Ah, eu não mereço isso.
— JungKook! — Jiminzinho gritou sorridente — provavelmente dando graças a Deus, já que finalmente eu poderia dar um chute no rabo daquele pedaço de bosta e ele poderia conversar com alguém, no caso eu.
— Toma. — Entreguei a garrafa, sem tirar o olho do loiro saradão que se achava o rei da praia. Puf! Toma anabolizantes, certeza. — Aê mermão, mete o pé daqui.
Não, eu não estava peitando o cara. Mas a minha vontade era de meter um soco naquele sorrisinho maldito que ele estava pra cima de mim.
— Estava só conversando com o seu irmão. — Irmão? Ah não. Isso já é demais até pra mim, o senhor da paciência. Isso é o cúmulo.
— Ele é o meu namorado. — Me aproximei, querendo marcar território como no reino animal. Se fosse necessário, eu mijaria na cadeira do Jimin só pra ninguém chegar perto. Meu homem. — Vai procurar outro cara, vai. Ele não fala português, entendeu? Então para de encher o saco antes que eu tenha que arrancar o teu pinto com a minha mão, e olha, não vai ser legal.
Ainda bem que o Jimin não entende nada de português. Bendito curso on-line que só ensinava “Olá” e “obrigado”.
— Calma brother, sem confusão. — Santa paciência, cordeirinhos, qualquer porra que me faça ficar parado, me ajuda porque eu vou voar nesse cara. — Tô de saída já.
— Mete o pé, rapa daqui!
O cara finalmente foi embora e ainda bem que o caldo de cana ainda estava ali, na metade. E Jimin? Bem, Jimin assistia tudo como se fosse um programa de televisão interessante.
— Gostou? — Apontei pra bebida. Me sentei calmamente e entrelacei meus dedos aos de Jimin, dando um beijinho. Jimin concordou e sugou o canudinho, sorrindo angelical. Ai meu coração. — Que bom.
Passamos o resto do dia na praia, jogando bola — outra luta, já que ver o Jimin correndo pra lá e pra cá só de sunga foi realmente maravilhoso —, Jimin surfou e experimentou açaí e paçoca.
— Fiquei sabendo que o calçadão fica lindo nesse horário. — Jimin comentou, aparecendo com a toalha enrolada na cabeça. Era noite e estávamos descansando, já que o Taehyung tinha nos convidado para um luau na praia. Estávamos esperando o Kim chegar do serviço — ele trabalhava no Mc Donald's durante a semana e aos sábados cantava num barzinho — para irmos até o luau.
Jimin estava com aquela maldita camisa com estampa de sol e eu só queria morrer, mas felizmente ele estava usando o colar de conchas que eu comprei de um hippie.
— Sabe o que mais é lindo nesse horário? — Perguntei, estendendo os braços para o Park se sentar no meu colo. Jimin sorriu e veio pro colinho do papai, dando vários beijos pelo meu rosto — Você. Mas você é lindo sempre, então nem vale.
— Claro que vale. — Jimin riu, segurando meu rosto entre seus dedos. Caralho, como eu amo esse cara. Ficamos ali, nos olhando por minutos – quis até desistir do luau e fazer amor com ele ali mesmo – mas era tarde demais. Taehyung estava tocando loucamente a minha campainha, como se fosse uma criança encapetada.
— Vai queimar essa porra e você que vai pagar! — Gritei, deixando o Kim entrar na minha casa.
Já falei sobre a amizade do Park com o Taehyung? Não? Pois então, é um inferno.
Eu odiava ver o Jimin perto do Taehyung porque eles simplesmente me ignoravam! Olha só que horrível.
Era Jiminzinho pra lá, TaeTae pra cá. Grr! Uma chatice! Eu só ficava chupando dedo.
— Vocês dois não comecem! — Avisei, apontando para ambos. Taehyung — que estava todo produzido — riu, enquanto Jimin revirava os olhos. — Chim, tira essa toalha, amor.
— Ah, é.
Descemos a escada do prédio e fomos a pé mesmo para a praia, aproveitando para mostrar o lugar todo para o Park. Desde as pessoas, até as casas. Tudo.
— Taehyung, — Chamei o Kim, que parecia distraído. — tem certeza que isso aqui é um luau? — Bicho, pensa num mar de gente bêbada e quase pelada. É, era isso que nós estávamos presenciando na avenida principal. Um bloquinho. Era nesse inferno que o Taehyung tinha nos metido.
— Eita. — Foi a única coisa que o castanho conseguiu dizer. Eita. Ah, pelo amor de Deus, eu vou arrebentar ele. — Já que nós estamos aqui, vamos aproveitar, uh?
— Sim!
— Não! — Interrompi meu mozão, me colocando na frente dele. — Jamais que a gente vai se enfiar nesse formigueiro, tá maluco, Taehyung? Eu hein, parece até que não me conhece. — Até parece que eu vou deixar o Jimin se enfiar no meio dessa muvuca pra ser assaltado e levar várias apertadas. Tá bom. Aham.
— Nós vamos ficar e pronto! — Jimin bateu os pés, fazendo a careta mais fofa que eu já vi, porém seu rosto estava vermelho como um pimentão. — Eu quero ir, Jeon JungKook!
— Não! — Teimei, cruzando os braços. Se o Jimin queria curtir música brasileira e beber, que fosse em outro lugar, mas ali de jeito nenhum.
Pior que o loiro não quis nem saber. Já foi metendo pé pra longe de mim, junto com Taehyung. Quando eu finalmente achei os dois, só vi as duas criaturas com a camiseta amarrada na cabeça, cobertos de purpurina e fazendo o quadradinho no meio de várias pessoas.
Eu só posso ter mijado na cruz, não é possível.
— Park Jimin! — Soltei o famoso grito da pantera asiática, empurrando várias pessoas. Jimin estava quicando ao som de Olha a explosão e realmente teria uma explosão, e não seria nada legal. — Puta que pariu, sai daí!
Quem disse que o Park me deu bola? Continuou quicando enquanto Taehyung se esfregava num cara qualquer ali. Mereço.
— Jimin, chega né? — Não adiantou. Só vi o Park rindo, enquanto roçava a bunda no meu pinto. Ah, gente, assim não dá. Sério. Isso é o inferno Carioca. — Opa, faz assim não, bebê.
Quando você tem Park Jimin rebolando freneticamente na sua virilha, você não tem controle de mais nada. Inclusive do quadril, que começa a impulsionar pra frente sozinho.
— Socorro, sai. — Segurei a cintura de Jimin, parando o loiro antes que desse merda. Melhor evitar né. — Vamos apenas dançar, que tal?
— Tira a camisa. — O Park gemeu, provavelmente bêbado. Taehyung deve ter dado catuaba pro Jimin, já que eu conseguia ver o Kim virando goela abaixo a bebida. — Vai, Kookie.
— Para, Jimin, aqui não! — Tentei enfiar naquela cabecinha chapada que ali não era lugar de brincar, mas parece que o loiro não entende o significado de “para”, já que começou a dançar com os lekes que estavam ali. Sim, Jimin estava fazendo o passinho. — Jesus.
Eu queria sentar, mas era muito perigoso deixar o meu namorado perdido ali, sendo sarrado por qualquer cachorrão, então fiquei ali mesmo, dançando com ele. De repente as pessoas começaram a jogar os braços para a esquerda e para a direita, numa coreografia que o carinha que estava no trio elétrico ensinava.
Só sei que começou a tocar várias músicas, de sertanejo a axé. Jimin cantou — ou melhor, tentou — e no final se divertiu pra caramba. Admito que foi legal no final, quando já estávamos bêbados e gritando ao som de marchinhas carnavalescas.
— Não deixe o samba morrer… não deixe o samba acabar! — Lá estávamos nós três, no meio da rua, bêbados, suados e felizes. Jimin estava no meio, já que era o mais mamado de todos, então precisava de apoio duplo.
Um carro passou buzinando e logo vi o rosto de Namjoon e SeokJin, nos chamando. Vish, cara, eu só queria deitar na minha cama e dormir.
— Já vi que o rolê acabou pra vocês. — Namjoon comentou, com som do carro no volume máximo. SeokJin, que estava no volante, nos cumprimentou. — Estamos indo beber lá no Juca, querem ir?
— Não. — Eu falei por mim e por Jimin, que já estava quase dormindo ali mesmo. Entretanto, Taehyung já estava entrando no carro, completamente animado. — Valeu pelo convite, mas estamos detonados.
— Suave. — Jin falou, dando partida.
Vi o carro sumir e olhei Jimin, que estava com os olhinhos fechando. Meu neném.
— Sobe nas minhas costas, vem. — Chamei meu amor, me abaixando. Com muito esforço de ambas as partes, Jimin se agarrou em mim e seguimos nosso caminho até em casa.
Quando cheguei no apê, tranquei tudo — tentando fazer silêncio para o síndico não reclamar — e joguei Jimin na cama, vendo a colcha encher de purpurina. Tudo pelo Jimin, né?
Tirei os sapatos e deixei o loirinho dormir só de cueca. Tomei uma ducha para melhorar a sensação de ranço e me aninhei com o meu gatinho, puxando seu corpo para perto do meu, na famosa posição de “conchinha”.
— Kookie. — Jimin sussurrou, sonolento.
— Hum? — murmurei, sentindo o cheiro de maracujá que vinha dos cabelos do Park. Tudo era completamente viciante nele.
— Eu quero me mudar pra cá. Quero viver pra sempre com você.
Arregalei os olhos no mesmo segundo. Oi? Como assim? Socorro!
— O quê? — Puxei seu rosto, encarando seus olhos. Jimin sorriu, ainda sonolento e meu coração disparou.
— Você aceita casar comigo?
Caralho. Puta merda. Ai meu Deus! Park Jimin está me pedindo em casamento. Não acredito. Alguém me acorda desse sonho…. Mentira, não acorda não!
— J-Jimin, você está escutando o que está falando? Tem certeza? Porque assim, eu sou um porre e você sabe disso, fora que…
— É a maior certeza que eu já tive na minha vida. — Jimin me interrompeu, me olhando fixamente. Ok, ele não estava brincando. Mesmo bêbado, eu conseguia saber que era verdade. O olhar dele me dizia isso. — Sim ou não?
— Ai caralho, claro que sim! — Gritei, pouco ligando para os vizinhos. Nos beijamos – tá certo que o Jimin estava quase dormindo no meio do ósculo – e eu percebi que aquele era o melhor momento da minha vida.
— Eu quero me casar na praia. — Jimin sussurrou, com a testa colada na minha. Eu juro que esse loirinho ainda vai me matar de tanto amor.
Foi aí que eu tive a seguinte ideia: por que não fazer um bloquinho contando a nossa história de amor? Ah, que eu conversaria com Taehyung no dia seguinte.
— Ah, esqueci. — Jimin se levantou, indo até a cômoda. Olhei o loiro desfilando pelo meu quarto daquele jeito e, cara, eu nunca conseguiria amar tanto alguém, como eu amo o Jimin. — Agora sim.
O Park voltou para a cama, abrindo uma caixinha de veludo com um parzinho de alianças, cada uma com uma pedrinha discreta no meio.
— Eu te amo tanto, porra. — Eu estava emocionado demais, vocês não fazem ideia. Jimin riu e colocou a aliança no meu dedo anelar, deixando um selar demorado. Fiz o mesmo com ele – tive que conter algumas lágrimas de emoção que queriam descer pelas bochechas – e puxei Jimin para um beijo cheio de amor. — Quer saber? Perdi o sono.
Jimin riu, sentadinho no meu colo. Passei a mão por suas bochechas, fazendo Jimin fechar os olhos e deitar o rosto na minha mão.
— Vou te deixar cansado, então. — Jimin murmurou, igual a um felino. Ah, que eu pirei. O Park veio engatinhando até o meu peito, onde arranhou com vontade.
— Que tal você dançar olha a explosão em mim? Vou querer ver você quicando com a mesma vontade de horas atrás.
Meu gatinho cheio de purpurina riu malicioso, se jogando com tudo em mim.
Ah, que eu dei o grito do Tarzan.
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