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História Corrupted (Livro 1) - Gratidão - História escrita por moonysupreme - Spirit Fanfics e Histórias
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História Corrupted (Livro 1) - Gratidão


Escrita por: moonysupreme

Capítulo 90 - Gratidão


12 de setembro de 1995
Hogwarts
07:05

– El, bom dia! – Justin cumprimentou, depois de dar uma pequena corridinha para alcançar Eleanor enquanto ela ia em direção ao Salão Principal, para o café da manhã.

– Bom dia... – Respondeu, um tanto desconfiada, o olhando de soslaio.

– Ok, eu quero te fazer uma pergunta. – Gesticulou com as mãos, mas franziu o cenho e se calou por alguns segundos. – ...na verdade, são duas perguntas.

– Tudo bem... o que é?

– Primeira: em uma escala de zero á dez, o quão irritada você está com o Ernie? – Indagou, e ela virou o rosto para o encarar. – E, a segunda: por que você estaria irritada com ele? Eu perguntei, mas ele não respondeu...

– Ele te mandou vir aqui me perguntar isso? – Ergueu as sobrancelhas.

– Ele disse que não sabe lidar com assuntos sentimentais. – Deu de ombros. – E me ofereceu cinco galeões... azar o dele, pois eu viria falar com você de graça! – Deu um sorriso sem graça, a cutucando com o cotovelo.

– Que meigo... – Ironizou, sorrindo fraco.

– E então? – Ergueu as sobrancelhas. – O que diz? Sobre minhas perguntas?

– Nove e meio. – Respondeu, enquanto continuava andando, olhando para a frente.

– ...pelo menos não é um dez, não é? – Fez careta, um pouco envergonhado. – E a segunda pergunta?

– Eu te vejo depois, Justin. – Sorriu e deu dois tapas no ombro dele antes de apressar o passo para se afastar.

– Tudo b... ei! – Franziu o cenho. – VOCÊ NÃO RESPONDEU A PERGUNTA! – Exclamou, enquanto a via se afastando, mas ela não parecia ter escutado.

– Você parece cansada... – Hermione observou, assim que Eleanor se sentou diante dela, na mesa da Grifinória.

– Monitoria... você sabe. – Ela deu de ombros, disfarçando.

– Aconteceu alguma coisa nos corredores de vocês? – Ron indagou. – Porque, conosco, foi entediante... eu achei que ser monitor significava dar detenções pra quem eu não gosto, mas nem isso eu estou fazendo. – Fez careta.

– Só uma menina da Lufa-lufa saiu do dormitório... não estava se sentindo bem, e eu levei ela pra ala hospitalar. – Explicou, evasiva. – Fora isso, não aconteceu nada.

Hermione não parecia acreditar nisso, mas Eleanor decidiu fingir não ter percebido; reparou que Harry estava um tanto quieto, e virou o rosto para ele.

– E a detenção? – Perguntou para ele, com o tom de voz baixo. – Como foi?

– Você já deve imaginar... – Resmungou, a mostrando suas mãos cortadas.

– Cacete! – Arregalou os olhos e puxou a mão dele para perto de seu rosto. – Isso aqui vai deixar uma cicatriz enorme...

– Mas elas desaparecem depois de um tempo... não é? – Ron franziu o cenho e se inclinou para olhar a mão de Harry também.

– Não sei se essas daqui vão sumir... – Harry negou com a cabeça, ajeitando os óculos com a mão livre.

– Quantas detenções você ainda vai ter que cumprir? – Eleanor perguntou, soltando o pulso dele.

– Hoje e amanhã. – Respirou fundo, engolindo em seco, e balançou a cabeça quando viu a expressão no rosto dela. – É ruim, eu sei.

– Aquela cobra cor-de-rosa não vai descansar enquanto a sua mão não ficar em carne viva! – Ela exclamou, espetando um waffle com agressividade. – Tudo que você fizer, ela vai ver como motivo de mais uma detenção! – O encarou.

– E o que você espera que eu faça?!

– Ela tem razão. – Hermione interviu. – A Umbridge não vai facilitar as coisas, você é quem tem que se controlar pra evitar outras detenções no futuro.

– Eu me comporto se ela se comportar. – Ele resmungou, virando o rosto pro outro lado, olhando para a entrada do Salão Principal, e Eleanor chutou sua canela, por baixo da mesa. – AI! Pra que foi isso? – A encarou, fazendo careta.

– Prometa que vai se controlar! – Sibilou, de cara feia.

– Tá bom, eu prometo, mas você precisa parar de me chutar do nada! – Bufou, dando um gole no seu suco de abóbora.

– Bem, eu preciso ir no corujal. – Hermione mudou de assunto, tentando evitar uma discussão entre Harry e Eleanor, e se levantou da mesa.

– Corujal? Pra que? – Ron a encarou, curioso.

– Preciso enviar uma carta... pros meus pais. – Ela disse, evasiva, e Ron continuou a encarando, parecendo desconfiado.

– Eu também preciso enviar uma carta. – Eleanor disse, se lembrando da carta que vinha carregando na sua mochila desde o início da semana, mas sempre se esquecia de enviar. – Quer que eu vá com você, Mione?

– Seria ótimo. – Ela sorriu, e esperou que ela se levantasse da mesa.

Quando Eleanor se levantou, no mesmo momento, as corujas entraram no Salão Principal com os correios daquela manhã. Enquanto as duas trocavam algumas últimas palavras com Ron e Harry antes de se retirarem, os quatro viram uma coruja carregando uma enorme cesta com um laço dourado no topo.

– Alguém deve estar fazendo aniversário... – Ron comentou, e eles concordaram. As duas meninas logo depois se retiraram do Salão Principal.

Com sorte, a primeira aula do dia era de Herbologia, e a estufa ficava mais próxima do corujal do que as outras salas de aula, o que as dava tempo o suficiente para irem até lá e voltarem, sem atrasos.

– Você tem certeza de que está bem? – Hermione perguntou, enquanto andavam pelos terrenos da escola. Eleanor, que havia tirado alguns segundos para erguer o rosto em direção ao sol para sentir um pouco do seu calor em seu rosto, a olhou de soslaio. – Parece mais cansada do que o normal... e um pouco triste.

Por um milésimo de um segundo, Hermione achou que Eleanor fosse a ignorar, mas a garota apenas suspirou e pensou bastante antes de, finalmente, responder.

– Está tão na cara assim? – Murmurou, olhando para o chão e colocando as mãos nos bolsos das vestes. – ...é sobre o Draco.

– Ele falou algo pra você? – Franziu o cenho, preocupada.

– Na verdade, não. – Negou com a cabeça. – Mas foi ele quem foi avisar que tinha uma menina da Lufa-lufa fora dos corredores... Ernie me fez ir com ele, enquanto dizia que ia ficar pra trás pra continuar a monitoria... fiquei furiosa.

– Furiosa... com o Ernie?

– É claro! – Exclamou. – Eu falei que não queria ir! Que não queria ficar perto dele... e ele não me escutou! Disse pra eu "colocar meus problemas amorosos de lado", como se eu não tivesse sido quase morta pelo pai dele!

– Hã... mas o Ernie sabe disso? – Indagou, com o tom de voz baixo, talvez por medo da reação dela. – Sobre Lucius Malfoy ter torturado você? Você contou pra eles?

– Eu... – Pensou por alguns segundos. – ... não, eu não contei...

– Faz mais sentido, não é? Ele, provavelmente, acha que vocês só brigaram por algum motivo bobo e terminaram. – Deu de ombros. – Se soubesse que era algo sério, talvez não fizesse isso.

– Você tem razão... – Suspirou, fechando os olhos com força. – Por Deus, eu odeio quando você tem razão. – Grunhiu, apressando o passo e deixando Hermione, que ria baixo, para trás.

Depois de alguns segundos, a grifinória deu uma pequena corrida para alcançar a amiga, que a deu um empurrão leve, de brincadeira, e as duas continuaram andando em direção ao corujal, que estava mais próximo.

Era uma manhã agradável; por estarem passando por dias chuvosos, os alunos usavam algumas camadas de agasalhos, mas, caso sentissem falta do calor do sol, poderiam passar alguns minutos próximos ao lago, onde o sol batia, todos os dias, sem falta. Eleanor considerava esse o clima perfeito.

No entanto, ao subirem as escadas do corujal, sentiam o vento ficar cada vez mais forte, e Eleanor se aconchegava em meio ao cachecol amarelo e preto que usava, chegando até mesmo á cobrir a parte inferior do seu rosto com ele. Mal tiraram alguns segundos para olharem a vista ao chegarem no topo, logo se apressando para entrarem e ficarem pelo menos um pouco mais aquecidas.

– Onde você mora? – Eleanor perguntou, se lembrando de que a amiga não tinha uma coruja. – Quer dizer, caso seja perto, a Alaska pode entregar a sua carta...

– Ah... eu moro em Hampstead! – Respondeu.

– Hampstead? A farmácia do meu pai fica lá! – Ergueu as sobrancelhas. – Eu moro em Bloomsbury, mas são só quinze minutos de distância!

– Puxa, eu não sabia que era perto assim! – Pareceu surpresa. – Meus pais já devem ter comprado por lá, se esse for o caso... vou me lembrar de perguntar para eles, quando os ver!

– A Alaska pode entregar a sua carta, então! Ela adora ter o que fazer, tenho certeza de que não vai se importar de fazer mais uma parada... – Afirmou, enquanto a ave voava na direção dela,  pousando no seu antebraço.

– Ah, eu agradeço, mas... é que... – Hermione ficou vermelha e abaixou o olhar para o chão, enquanto mexia os próprios pés de um lado pro outro, nervosa.

– Ela voa bem rápido, sabe, então não seriam nem quinze minutos á mais de vôo... provavelmente seriam menos de dez. – Continuou, sem perceber o nervosismo da amiga.

– É que a carta não é pros meus pais. – Ela confessou, de uma vez, calando Eleanor.

– Mas você disse...

– Eu sei, mas é que eu não quero que Ron e Harry saibam... principalmente o Ron, já que ele vai me infernizar sobre isso! – Bufou, tirando um envelope da própria bolsa, o estendendo na direção de Eleanor. – Você pode ver pra quem é, mas, por favor, não fale nada...

Um tanto curiosa, Eleanor decidiu aceitar e ler o envelope, erguendo as sobrancelhas com tamanha surpresa.

De: Hermione J. Granger, Escócia
Para: Viktor Krum, Bulgária

– O Krum! – Exclamou, rindo, a devolvendo o envelope. – Puxa, eu não sabia que vocês mantiveram contato! Como ele está?

– Está bem, você sabe... o de sempre. – Sorriu fraco, envergonhada. – Eu o mando uma carta de vez em quando, dizendo como estão as coisas por aqui, e ele me responde contando as novidades.

– Você vai aceitar o convite dele de ir visitá-lo na Bulgária, então? – Perguntou, curiosa.

– Não! – Arregalou os olhos. – Quer dizer... eu... não sei. Ele sempre fala disso, mas.. parece ser um passo muito grande, e eu não sei se quero isso... nem se estou pronta.

– Ah, tem razão, ir pra Bulgária provavelmente significa conhecer os pais, a família, conhecer a cultura dele... quer dizer, é praticamente oficializar um relacionamento, não é? – Pensou em voz alta, e, ao ver o olhar assustado no rosto de Hermione, se calou, fechando os olhos e enrugando o nariz.

– Você não está ajudando, Eleanor...

– Eu sei, eu sei, sinto muito... – A deu um sorriso constrangido e voltou sua atenção para Alaska, tirando a carta que iria mandar para casa de sua mochila.

– Mas eu não estou cometendo um erro, estou? – Hermione indagou, depois de alguns minutos em silêncio, logo depois que a coruja da escola voou para longe, levando a carta de Krum. – Em não aceitar um relacionamento sério agora, eu digo...

– Ah, eu não acho. – Eleanor respondeu, ainda de costas, terminando de amarrar um nó delicado nas garras de Alaska. – Vocês só querem coisas diferentes. Estão em momentos diferentes, eu diria.

– Como assim?

– Bem, ele é mais velho do que nós, não é? Acho que tem a idade do Cedric, se não for mais velho... – Observou. – Isso quer dizer que ele está procurando algo diferente do que você. Nós temos quinze anos, não é como se entrássemos em um relacionamento com totais intenções de conhecer a família, casar e todas essas coisas.

– Você acha que ele quer casar comigo?! – Arregalou os olhos, apressando o passo para chegar ao lado de Eleanor, a encarando.

Ao a olhar de volta, Eleanor percebeu que Hermione Granger poderia ser uma das pessoas mais inteligentes da escola, poderia saber todos os feitiços e toda a história do Mundo Bruxo, mas, quando se tratava de relacionamentos, não tinha a menor idéia do que estava fazendo.

– Eu não quis dizer isso. – Negou com a cabeça, pacientemente. – Estou dizendo que, aqui, no Mundo Bruxo, as pessoas tem o costume de casarem cedo. Krum já acabou a escola, é um atleta famoso... nós não sabemos o que ele quer em um relacionamento. E ele, provavelmente, também não sabe o que você quer.

– O que eu faço, então?!

– Fale com ele, oras. – Deu de ombros, estendendo o antebraço para que Alaska subisse nele novamente. – Precisa deixar claro o que você quer e não quer, assim nenhum dos dois perde tempo. Só diga que quer ir com calma.

– E se ele não entender?

– Ele vai entender, Krum é um cara legal. – Afirmou, enquanto Alaska voava corujal afora. – Além do mais, ele não pode esperar mais de uma adolescente. Até porque você tem quinze anos, e ele, dezenove. Se ele quer alguém com maturidade e querendo casar, que procure alguém da idade dele. – Ergueu as sobrancelhas.

– Você está certa... – Assentiu, pensativa. – Na minha próxima carta, vou falar sobre isso... – Suspirou fundo e cruzou os braços.

– Não se preocupe, vai ficar tudo bem. – Apoiou uma mão no ombro dela em um gesto de apoio.

– Obrigada.. – Sorriu para ela. – Você é realmente sábia quando se trata desses assuntos, sabia?

– É irônico, não é? – Riu pelo nariz e recebeu um olhar indagador de Hermione. – Como eu sempre sei qual conselho dar, e, ainda assim, a minha vida amorosa está uma bagunça. – Bufou e, ao mesmo tempo, as duas andaram em direção á saída do corujal.

Ao voltarem para a escola e passarem pela ponte de madeira, quando estavam prestes á correrem até as estufas, Eleanor jurou reconhecer um par de cabelos ruivos no canto do pátio, e parou de andar bruscamente.

– O que você está fazendo? – Hermione parou de andar e se virou para ela.

– Você pode ir na frente. – Disfarçou, olhando para ela novamente. – Eu esqueci algo...

– Está brincando? Vai chegar atrasada!

– É a Sprout! Ela vai me entender. – Afirmou, mexendo as mãos para que ela continuasse andando.

Hermione a lançou um olhar desconfiado mas, parecendo decidir que não valia a pena se atrasar por isso, voltou á correr na direção das estufas. Enquanto isso, Eleanor estreitou os olhos e andou na direção da silhueta dos gêmeos.

– ...Madame Rosmerta nem vai questionar a sua idade com isso aqui, meu amigo! – George sussurrava, em um tom animado.

– Vai poder beber todo o uísque de fogo que quiser, confie em nós! – Fred acrescentou.

 Isso funciona mesmo? – Uma voz desconhecida soou, e Eleanor não pôde ver a quem pertencia, já que os outros dois estavam na frente dele.

 Claro que funciona, colega! E tem vários estilos diferentes pra você escolher, e tudo por apenas nove sicles! – Fred balançou a cabeça freneticamente e cutucou George com o cotovelo. – George, fale pra ele os estilos disponíveis!

– Bem, como está nos estágios iniciais, não temos todos os planejados, mas, neste momento, podemos te oferecer um cavanhaque, uma barba longa de mago, bigodes de gato, um bigode franc... – Ele numerou, mas foi interrompido quando Eleanor pigarreou, atrás deles, de braços cruzados, encostada em uma árvore.

– Bigodes de gato, George? – Ela arqueou uma sobrancelha, e os dois deram um salto e se viraram para ela, com os olhos arregalados. – Não sei se seria uma escolha muito sábia...

– Eleanor! – Fred exclamou, escondendo uma caixa atrás de si, dando um sorriso sem graça.

– Seu cabelo está bonito hoje! O que você fez nele, hein? – George disfarçou, cutucando Fred para que ele concordasse também.

– Está mesmo! Bem sedoso... um corte estiloso também, não acha?

– É claro, é claro, esse corte combina com você, sabia? Nunca mude! – Afirmou. – A não ser que você queira, é claro... afinal, o cabelo é seu...

– Acham que eu cairia bem com um bigode francês, então? Só pra mudar! – Eleanor indagou, fingindo dúvida. – Ou, quem sabe... um cavanhaque?

– ... a quanto tempo está aí, exatamente? – George suspirou, derrotado.

– Tempo o suficiente. – Balançou a cabeça em desaprovação. – Quem é o coitado que quer um bigode falso pra comprar uísque de fogo? – Ergueu as sobrancelhas e inclinou o corpo para o lado.

Reconheceu o rosto de um menino da Corvinal, mas não sabia o nome dele, e nem de que ano era. Mas, pelo rosto, e altura, não passava de um terceiranista.

– Não me dê detenção, por favor... – O menino pediu, ao ver o distintivo de Eleanor refletir na luz do sol.

– Como eu vou te dar detenção se você está na aula? – Ela respondeu, depois de pensar por alguns segundos, afinando a voz.

– Mas eu... – Ele franziu o cenho, parecendo não entender.

– Na verdade, eu nem te vi pelos corredores... até porque temos aulas em salas diferentes, não é? – Prosseguiu, desviando o olhar.

– Ela falou pra você se mandar, Walsh. – Fred o apressou, e o menino rapidamente andou para longe.

Quando o menino sumiu da vista deles, Eleanor se virou para os gêmeos, semicerrando os olhos e cruzando os braços novamente.

– Nós já não falamos sobre vocês venderem produtos pros alunos mais novos? – Indagou, sem o tom dócil que usou para falar com o menino.

– Sim, mas veja bem... – George deu um passo para a frente, erguendo o dedo indicador, pedindo a atenção dela. – Você deixou bem claro pra nós não mexermos com os seus alunos mais novos. – Relembrou. – E, se for olhar, ele é da Corvinal, o que tecnicamente torna ele os alunos mais novos da Ayaan, ou seja lá quem são os monitores da Corvinal.

– Eu... não importa! – Revirou os olhos rapidamente e fez careta. – Vocês sabem que eu apoio a loja de vocês, mas não podem usar os alunos mais novos como cobaias! Pode ser realmente perigoso!

– É só uma balinha que faz crescer os pêlos faciais! – Fred a interrompeu. – Não é como se estivéssemos colocando eles em risco!

– Uma balinha que faz crescer os pêlos faciais... e se os pêlos não pararem de crescer? Vocês têm um antídoto pra isso? – Ela indagou, erguendo as sobrancelhas, e eles se entreolharam. – Vocês sabem se são permanentes? Se crescem? Se podem ser retirados, depois?

– Esse é meio que o ponto de uma fase de testes. – Ele suspirou. – Qual é o seu ponto?

– Eu não quero atrapalhar as vendas, mas também não posso deixar vocês colocarem os outros alunos em risco. – Negou com a cabeça. – Então, se vão querer continuar vendendo sem eu atrapalhar, vão precisar ter um antídoto pra todos os produtos, caso dêem errado.

Os dois se entreolharam, como se analisando a proposta, mas ela ainda não havia acabado.

– E nem tudo precisa ser feito com uma poção, sabia? – Acrescentou. – Existem lojas trouxas que vendem bigodes falsos sem precisarem de balinhas mágicas. É só colocar e tirar... só uma idéia. – Sugeriu.

– Mas um bigode colado no rosto não cai? – Fred fez careta. – É esse o ponto da bala! Ela faz crescer, assim, não cai!

– Usem um feitiço de colar, oras. – Deu de ombros. – Os trouxas não tem isso, então os bigodes caem, mas vocês têm. É só adaptarem. – Deu de ombros.

– Ótima idéia, Eleanor, ótima idéia... se fizermos algum avanço, nós te avisamos. – George desconversando, dando alguns passos para trás e puxando Fred consigo, disfarçadamente. – Todos aprendemos algo com isso, não é? O Walsh, á não aceitar balinhas de estranhos... você, que seu cabelo é bonito, e nós, que podemos fazer um bigode falso sem magia. Um conhecimento que podemos levar pra vida...

– Eu deveria dar detenção pra vocês por isso, sabiam? – Afirmou. – Estão matando aula pra vender essas coisas... acho que daria umas duas semanas de detenção.

Os dois se entreolharam, novamente, e Fred empurrou George na direção dela, fazendo cara feia para o irmão.

– Eleanor... El... minha cara amiga... – George sorriu, sem graça, se aproximando. – Lembra do primeiro ano? Quando nós te ajudamos á colocar suas malas no trem?

– Lembro. – Assentiu, mantendo a expressão séria.

– E quando nós íamos estourar uma bombinha no corredor, no segundo ano, mas nós deixamos você passar antes, senão ia se atrasar pra aula?

– Aham.

– E quando eu te levei pra nossa Comunal, no terceiro ano, pra comemorar a vitória do time no Quadribol? – Continuou. – E te dei vários sapos de chocolate e cerveja amanteigada?

– Prossiga.

– E, no mesmo dia, te defendi quando a McGonagall achou que era você quem tinha deixado o Sirius entrar na Comunal? No quarto ano, quando eu te levei pro Baile de última hora?

– Qual é o seu ponto aqui, exatamente?

– O meu ponto é... em nome da nossa amizade de anos, você poderia deixar a gente sair dessa, não acha? – Indagou.

– Você quer que eu libere vocês da detenção por esses motivos? – Arqueou uma sobrancelha.

– E, também, porque você gosta muito da gente...? – Forçou um sorriso, a cutucando no ombro. – Vamos lá, eu fico te devendo uma cerveja amanteigada! – Suplicou.

– Em nenhum momento, eu disse que iria dar detenção pra vocês... só que eu deveria. – Ela sorriu de lado. – Eu iria deixar vocês irem, de qualquer forma. – Deu de ombros. Atrás de George, Fred suspirou, aliviado, e o outro sorriu. – Agora, dêem o fora daqui. Eu tenho que assistir a aula de Herbologia.

– Já te falei que você é a pessoa mais incrível do mundo? – George indagou, dando alguns passos para trás.

– Por incrível que pareça, não, mas você pode me falar sobre isso quando me pagar a cerveja amanteigada que está me devendo. – Sorriu para ele e voltou á andar em direção ás estufas, enquanto os gêmeos andavam em direção aos corredores do castelo.

* * * *

Na hora do jantar, Eleanor mal tinha começado á se servir das batatas fritas quando sentiu alguns toques em seu ombro. Estava de costas para o corredor entre a mesa da Grifinória e da Lufa-lufa, e, rapidamente, olhou por cima dos ombros, vendo Sam parado ali, parecendo muito nervoso.

– Sam! – Sorriu para ele e colocou o prato na mesa, se virando totalmente para trás. – Aconteceu alguma coisa?

– Desculpa por incomodar, é que... – Ele disse, gaguejando, e parecia segurar algo atrás de si. – É que eu... precisava te entregar isso...

Sam estendeu a cesta que ela havia visto ser entregue no Salão Principal, no café da manhã. Ela arregalou os olhos e franziu o cenho, muito confusa, e sentiu suas bochechas esquentarem quando percebeu que todos os outros alunos passaram á observar a cena, curiosos.

– Uuuhh, a El tem um pretendente! – Lee brincou, arrancando algumas risadas.

– Sam... o que é isso? – Ela sorriu, constrangida, inclinando-se na direção dele.

– A minha mãe enviou para você. – Ele respondeu, parecendo tentar ignorar os cochichos.

– Pra mim?!

– Eu contei pra ela, sabe, sobre o treino... que você me salvou... e ela disse que iria mandar uma cesta pra agradecer... – Explicou, afobado. – Mas eu não achei que ela ia mandar mesmo!

– Ah! – O sorriso constrangido dela se tornou um sorriso sincero. – Ah, Sam... não precisava, mesmo...

– Ela mandou até um bilhete! – Apontou para dentro da cesta, onde ela viu um papel dobrado. – Eu não li, pra você não achar que eu mexi em algo... ou que eu peguei alguma coisa... ia te entregar assim que recebi, mas você já tinha saído, então eu deixei no meu dormitório, e fui correndo buscar antes de vir pra cá! Eu poderia ter dado no almoço, eu sei, mas você teria que ir guardar, então eu deixei pra agora! Espero que não se importe... – Disse, muito rápido, atropelando as palavras.

– Está tudo bem! É muito atencioso, Sam, de verdade! – Riu baixinho, finalmente aceitando a cesta e a tirando das mãos dele. – Agradeça á sua mãe por mim, tudo bem?

Ele apenas assentiu e sorriu, dando as costas e voltando para a mesa da Lufa-lufa correndo. Ignorando os olhares curiosos, Eleanor se virou, novamente, em seu assento, se sentando normalmente.

– O que foi isso? – Harry perguntou, franzindo o cenho para a cesta quando ela a apoiou na mesa.

– A mãe dele me mandou isso. – Ela respondeu, e recebeu um olhar confuso dos três. – O negócio do teste de quadribol... quando ele caiu e eu o ajudei. Acho que ela achou que deveria me agradecer por isso. – Deu de ombros.

– Isso é... meio que adorável, na verdade. – Hermione sorriu de lado.

– Eu sei! É incrível! – Ela sorriu também, admirando a cesta, que havia sido meticulosamente montada.

– E o que é que tem de bom aí? – Ron esticou o pescoço para olhar melhor, mas Hermione o deu um tapa no braço.

– Eu nem olhei ainda... – Eleanor estendeu a mão e começou á olhar os itens que haviam sido enviados. – Chocolates, biscoitos, vários doces... tem um pedaço de bolo embalado, um bichinho de pelúcia... e um bilhetinho! – Puxou o pequeno papel e o desdobrou, começando á ler.

"Eleanor,
Espero que não se importe de receber esta cesta expressando minha gratidão por ter cuidado do meu Sam. Achei necessário enviá-la pois sei que existem poucas pessoas que fariam isso por uma criança que mal conhecem.

Samuel têm me falado sobre você, e saiba fiquei extremamente aliviada por saber que ele está sendo tão bem cuidado em Hogwarts.

Obrigada por deixar uma mãe mais tranquila em permitir que seu filho fique 9 meses longe dela, pois sei que, com uma monitora como você, ele estará sempre seguro.

Atenciosamente,
Robin Hastings"

– Isso é ótimo, El. – Harry comentou, sorrindo fraco, quando ela terminou de ler o bilhete em voz alta, e deu dois tapinhas no ombro dela. – Você é uma ótima monitora, mesmo que não quisesse o cargo, no início.

– Não é tão ruim, eu acho. – Sorriu também, dando de ombros e colocando o bilhete de volta na cesta. – Mas ainda acho que tinham pessoas que mereciam o distintivo... e bem mais do que eu. – Suspirou, se virando para trás e olhando para Susan, na mesa da Lufa-lufa.

– Está tudo bem entre vocês? Eu venho reparando que estão um tanto afastadas... – Hermione perguntou, se inclinando através da mesa para mostrar que falava sério.

– Tudo bem, eu acho. – Deu de ombros. – Só acho que é melhor assim, sabe. Mais seguro pra eles... quanto mais longe de mim ficarem, menos perigo correm.

Os outros três se entreolharam, provavelmente pensando a mesma coisa; era um pensamento ridículo. Sabiam que Eleanor não podia se isolar dos seus melhores amigos e esperar que funcionasse.

– Você não acha que isso é... extremo demais? – Ron perguntou, franzindo o cenho.

– Proteger meus amigos é extremo pra você?

– Não, não é isso! – Negou freneticamente com a cabeça, sem intenções de brigar. – É só que... eles são seus melhores amigos, não são?

– São. E é exatamente por isso que eles precisam ficar longe de mim. – Afirmou. – Escuta, nós não sabemos o que Voldemort vai querer fazer comigo! Com Harry, é outra história, mas a nascida trouxa que desafiou ele e estragou todo o plano fui eu!

– E você acha que ele vai mandar alguém atrás dos seus amigos? – Harry perguntou.

– Ele, Lucius Malfoy, eu não sei. Mas é perigoso, de qualquer forma. – Balançou a cabeça. – Pros meus amigos, pra minha família... é por isso que Dumbledore quis me colocar na proteção da Ordem! – Sussurrou.

– Como se afastar todos eles fosse mudar alguma coisa! – Ron ergueu as sobrancelhas. – O mínimo que você pode fazer é dar uma chance de eles... – Tentou argumentar, mas Hermione o parou, o cutucando.

– Agora, não. – A grifinória sussurrou, e ele se calou.

– Eu vejo vocês amanhã. – Eleanor suspirou e empurrou seu prato para longe, se levantando da mesa.

– Você ainda não terminou de comer! – Hermione apontou para o prato.

– Perdi a fome. – Forçou um sorriso enquanto pegava a cesta de cima da mesa. – Boa noite. – E se virou em direção á saída, com passos apressados.

* * * *

– Aí está você! – Hannah sorriu, depois de abrir a porta do dormitório e ver que Eleanor ainda estava acordada. – Que bom que está acordada! Parece que, ultimamente, você está sempre dormindo quando chegamos!

– É... os dias têm sido bem cansativos... – Mentiu, desviando o olhar para a cesta, em cima de sua cama.

– Então, de quem é a cesta? Algum admirador secreto? Ou aquele menininho está afim de você? – A loira indagou, se sentando na cama dela com um salto. Susan, que havia acabado de entrar no dormitório também, fechou a porta.

– É da mãe dele, na verdade. – Explicou, enquanto Hannah olhava de perto os itens de cesta.

– Por causa do acidente nos testes de Quadribol? – Susan perguntou, se sentando na cama dela, ficando de frente para as outras duas.

– Como você s...

– Justin me contou. – Sorriu de lado.

– E a Susan me contou. – Hannah acrescentou. – Foi bem burro da sua parte, El, não vou negar...

– Eu acho que foi bem heróico. – Susan contrariou. – Mas, que foi um pouco burro, talvez tenha sido... só um pouco.

– Mas você ganhou uma cesta cheia de doces no final, então, todos venceram! – A loira exclamou, sorrindo abertamente.

– A mãe dele me enviou como agradecimento, pelo bilhete que enviou... por eu estar cuidando do filho dela. – Afirmou, mostrando para Hannah, que estava mais próxima, o bilhete.

– Puxa, ela parece ser legal! – Hannah observou, entregando o bilhete para Susan também poder ler. – Será que o menino não aceita cair da vassoura de novo pra eu poder salvar ele e ganhar uma cesta? – Indagou, fazendo Eleanor rir baixo.

Em uma fração de segundo, Eleanor parou de rir e se virou para Susan, lembrando que, no bilhete, dizia algo sobre ela ser uma boa monitora. Não sabia como a amiga reagiria á isso.

– Acho que entendo o lado dela... uma queda, se realmente foi da altura que Justin contou, é bem perigosa. Você tem sorte da Madame Pomfrey ter conseguido te curar. – Ela disse, a devolvendo o bilhete. Eleanor continuou a encarando, tentando ver algum relance de desapontamento ou chateação, mas... nada.

– Conhecendo o Justin, provavelmente não foi tão alto assim. – Ela negou com a cabeça. – Foram só algumas fraturas na costela, eu acho... nada que uma poção de reconstrução de ossos não pôde fazer. – Deu de ombros.

– Cacete, olha o que ela te mandou! – Hannah apontou para uma caixa de chocolates bege com detalhes dourados.

– Chocolates? – Eleanor ergueu as sobrancelhas.

– Esses são importados! O moleque deve ser rico! – Exclamou, boquiaberta.

– Qual a diferença de chocolates importados pros nacionais? – Franziu o cenho.

– O gosto, é claro! Os importados devem ser muito melhores!

– Hm... – Pensou por alguns segundos. – Vamos ver isso, então. – Esticou a mão e puxou a caixa para fora da cesta.

Cuidadosamente, abriu a embalagem e, uma por uma, pegaram um dos chocolates. Eram vários sabores diferentes, mas tinham o suficiente para que elas pudessem experimentar todos. Quando Susan estava prestes á colocar na boca, Hannah propôs um brinde, e as três brindaram seus chocolates, dando risadinhas baixas.

"Eu senti falta disso...", Eleanor pensou consigo mesma, enquanto olhava as duas morderem os chocolates e debaterem sobre o gosto, "... tanta falta."

– Viu? O gosto é muito melhor! – Hannah afirmou, com a boca cheia.

– É, literalmente, chocolate... – Susan negou com a cabeça. – Não fica muito melhor do que isso!

– Cara, você bebe chá, então nem tem como te usar de parâmetro do que é bom ou não. – Hannah fez careta para ela.

– Chá é muito bom, pra sua informação!

– É água colorida com gosto de terra! – Retrucou, revirando os olhos. – Vá beber a água do Lago Negro, então! É a mesma coisa, e ainda de graça!

– Você tem o paladar de uma criança de 4 anos, Hannah, é por isso que você não gosta! – Balançou a cabeça.

– O paladar sofisticado, você quer dizer? – Ergueu as sobrancelhas.

– Vocês vão ficar sem chocolate... – Eleanor as interrompeu, colocando seu quarto chocolate na boca, e as duas se calaram, esticando as mãos para pegarem mais um.



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