“Ele era o pior tipo de erro. Era um erro tão grande que parecia certo e aquilo me deixava completamente fora de controle.”
— Sussurro
Um beijo e ele me desmontava.
Sua mão na minha cintura e os lábios mais macios que já toquei, apenas isso bastava para que eu cedesse diante dele. Eu tinha a sensação de que não importava quantas vezes Itachi me beijasse, eu sempre sentiria como se algo dentro de mim acendesse, era como se ele me enchesse de vida e de vontade de viver apenas para tê-lo por perto.
Todo o meu esforço para parecer indiferente à ele, às sensações que ele me provocava e à vontade incontrolável de beijá-lo se foram naquele momento. Tentei me manter fria o máximo que pude, mas o meu máximo não foi o bastante e pareceu impossível não sucumbir diante a vontade de corresponde-lo.
Well you done done me and you bet I felt it
I tried to be chill but you're so hot that I melted
I fell right through the cracks, now I'm trying to get back ♫
Bem você fez bonito comigo e pode apostar que eu senti
Eu tentei ficar fria mas você foi tão quente que me derreteu
Eu caí direitinho mas estou tentando voltar ♫
-I’m Yours (Jason Mraz)
Não vou mentir, eu fugi quando recuperei a consciência do que estava fazendo. Não porque ele me fazia de brinquedo, mas porque meu corpo não parecia se importar com isso e eu simplesmente não podia deixar que as coisas continuassem assim. Voltei a trata-lo com toda a indiferença que pude, não o deixaria me desarmar de novo, não me renderia diante daqueles beijos mais uma vez.
E eu estava preparada para tudo. Menos para aquelas palavras.
“— Me desculpa por ter deixado você esperando por mim aquela noite, eu sei eu agi como o pior dos homens você não merecia aquilo eu fui cruel e sem coração, mas você tem que entender que se nós continuássemos com aquilo você sabe muito bem aonde íamos parar. E mesmo eu te querendo muito, porque sim, eu quero, eu não podia fazer isso. Eu não quero você na minha cama por uma noite. Eu quero você na minha vida eu gosto de você eu me importo com você e eu não quero fazer com você como fiz com as outras. Só que naquela hora, naquela noite, eu não estava preparado para isso, mas se esse é o preço que eu terei que pagar para que você continue na minha vida e não somente na minha cama, ótimo! Então me odeie, eu pago o preço.”
Maldito, mil vezes maldito! Por que fazer isso? Para que falar isso? Não, não, não! Já estava difícil antes, quando só eu me importava, quando só eu me preocupava, o que vou fazer agora sabendo que ele também se importa? Que ele também está se envolvendo? Eu deveria ter te matado antes, quando tive minha primeira chance porque agora não sei quando vou ter coragem de novo.
E, de novo, eu fugi. Fugi com aquele maldito cigarro porque eu me importava com a saúde daquele desgraçado, porque ao invés de ficar feliz com ele se matando, ao invés de agradecer por ele facilitar o meu trabalho, eu estava ali, tentando impedir que ele acabasse com a própria saúde. E, mais uma vez, eu me perguntava o que aquele Uchiha estava fazendo com a minha cabeça.
Mas eu não fugi por muito tempo, logo eu estava de novo atrás dele, sem entender o que estava acontecendo ou o porquê daquele sangue e quando o vi se afastando... Aquele pequeno pedaço de mim que havia se ascendido quando ele me beijou, aquela pequena brecha de luz por dentro de toda a escuridão que eu tinha... Aquele pequeno pedaço pareceu morrer de novo, se apagar de novo, simplesmente porque ele se afastava ao invés de me deixar ajudar.
Sabe quando por breves momentos nosso cérebro simplesmente para, não funciona mais, e tudo que fazemos é unicamente pelo comando de nosso corpo? Aquele foi um desses momentos. Eu sequer pensei, sequer medi as consequências ou deixei-me preocupar com os riscos pelo quais eu caminhava, ou melhor, corria, em direção. Eu simplesmente fui até ele e talvez com mais brutalidade do que calculei, o fiz se virar para mim e então eu percebi, olhando naqueles olhos cansados, na respiração dificultada, no sangue que ainda manchava seu rosto, que eu não precisava de motivos para ir atrás dele, para querer ajuda-lo. Itachi me atraía cada vez mais para mais perto de si e isso não tinha explicação.
Foi ali que eu soube, ele era como a gravidade para mim, me puxando incessantemente, todo o tempo, e eu era um corpo pequeno demais naquele universo inteiro dentro de seus olhos para poder resistir, então eu apenas orbitava ao seu redor, sentindo-me mais perto e embora isso me enchesse de euforia, eu temia cada vez mais o impacto catastrófico que seria quando eu passasse por sua atmosfera. Afinal, corpos pequenos demais se desfazem com o impacto e, mesmo sendo um espetáculo à parte todo aquele fogo e chamas, não deixamos de nos queimar com ele.
Mas eu como disse, não sou capaz de evitar toda essa autodestruição.
-Você está ficando louco se acha que vou te deixar ir embora sozinho.
-Você não precisa deixar. –Disse se virando novamente e, revirando os olhos da maneira mais dramática possível, comecei a andar ao seu lado.
-Você é sempre tão burro assim? Eu não te dei outra opção.
Expliquei a situação rapidamente à Kisame e, depois de pegar todas as nossas coisas, tomar um ducha para tirar a areia do corpo e me trocar, chamei um táxi que nos levou até o apartamento de Itachi. Kisame me ajudou a deixa-lo em casa e depois concordamos que não havia necessidade dos dois permanecerem ali. Alegando um compromisso urgente e inadiável, que eu não tinha tanta certeza sobre sua veracidade, fui deixada lá com o enfermo e mal-humorado Uchiha.
-Agora, você vai me explicar o que exatamente você tem. –Sentei-me ao seu lado no sofá e o encarei séria.
-Não é nada com o que precise se preocupar. Resumidamente, é apenas problemas com meu pulmão.
-E você ainda fuma? –Perguntei incrédula.
-Não estou muito preocupado com isso, querida.
-Pois deveria. –Respondi impassível. –Você me assustou hoje. –Murmurei.
-Então quer dizer que realmente se importa?
-O suficiente para vir até aqui, ou ainda acha que isso não prova nada?
-Ainda estou analisando a situação.
-Analise o quanto quiser, mas vá tomar um banho. Você está todo sujo.
-Certo, mãe. –Provocou se levantando. –Não quer me ajudar a me esfregar? Acho que não alcanço minhas costas direito.
-Vá se ferrar. –Levanto-me também.
-Olha a boca. Ainda sou seu chefe. –Disse se aproximando e tocando em meus lábios.
-Não estou aqui como sua secretária, idiota.
-Então está aqui como o quê? –Sua voz era um sussurro rouco enquanto ele se aproximava ainda mais de mim.
E a verdade era que nem eu sabia como responder àquela pergunta, e por isso me afastei.
-Você está fedendo a sangue.
-Charme masculino. –Deu de ombros saindo e confesso, não consegui não sorrir.
You and I and nobody else
Feeling feelings I never felt
The way you got me under your spell
Don't you keep it all to yourself
So won't you take it
I feel like for the first time I am not faking
Fingers on my buttons
And now you're playing
Master of anticipation
Don't you keep it all to yourself ♫
Você e eu e mais ninguém
Sentindo coisas que eu nunca senti
O jeito que você me colocou sob o seu encanto
Não guarde tudo pra você
Então, você não vai pegar?
Eu sinto, pela primeira vez, que não estou fingindo
Com os dedos nos meus botões e agora você está brincando comigo
Mestre da antecipação
Não guarde tudo pra você ♫
-Touch (Little Mix)
Quando Iatchi saiu do banho eu já havia lhe preparado o melhor lanche que pude com as coisas da sua geladeira e, para minha própria surpresa, ele tinha muitas coisas na geladeira. Naqueles pequenos minutos ali percebi o quanto seu apartamento era organizado e, com todos aqueles móveis em tons majoritariamente sóbrios, não foi difícil perceber que aquele lugar tinha um pouco de seu dono em cada mínimo cantinho.
-Não precisava de tudo isso. –Disse se sentando.
-Eu sei.
-Então porque fez?
-Porque nem tudo precisa de um motivo ou de uma razão. As vezes fazemos coisas apenas porque queremos fazê-las.
Ele assentiu, para logo depois dizer:
-Obrigado.
-Não agradeça ainda, isso pode estar horrível.
-Eu duvido muito.
Me sentei vendo-o dar a primeira mordida e, como eu temia, ele fez uma careta horrível.
-Está tão mal assim? –Perguntei vendo-o tentar se conter.
-Não. Está... Ótimo.
E foi então que eu me desesperei, ele mal havia terminado de falar e começou a tossir como se tivesse se engasgado.
-Itachi! –Corri até ele e me ajoelhei ao seu lado, mas eu não tinha a menor ideia do que fazer. –Eu vou pegar água, calma!
Mas eu era quem precisava ficar calma, já tinha começado a me desesperar e, quando levantei me virando de costas, o sinto me puxar pela cintura e caio em seu colo.
-O-o quê? –Eu realmente estava confusa.
E então fiquei com raiva.
Do nada ele simplesmente começou a rir e eu percebi que ele estava apenas fazendo hora com a minha cara.
-Idiota! –Dei um tapa em seu ombro e tentei me levantar, mas ele não deixou.
-Você fica linda preocupada. –Disse sorrindo e tenho certeza que fiquei com as bochechas rubras.
-Eu deveria te fazer engasgar de verdade.
-Para quê? Você mesma me ajudaria depois.
-Convencido.
-Realista. Você cozinha muito bem, a propósito.
-Obrigada. Pode me soltar agora?
Ele nega.
-Por que está aqui, Konan? –Sussurrou aproximando nossos rostos.
-Por que você precisa de ajuda. –Respondi sentindo sua respiração chegando até mim e tentando manter minha cabeça longe daquela boca maravilhosa.
-Podia ter deixado isso com Kisame.
-Ele tinha compromissos.
-Você sabe que é mentira. Então me responda, porque está aqui?
-Eu... Não sei. –Assumi. –Eu só quis vir...
-Mais uma daquelas coisas que não precisam de motivo?
Assenti.
-E a lista só cresce.
E com aquele maldito sorriso ele deposita um pequeno, e não menos maldito, beijo em meu pescoço para logo depois me soltar.
Terminamos de comer e ele me mostrou o apartamento, ao voltarmos para a sala finalmente notei a katana que estava pendurada em sua parede.
-Porque você tem uma katana? –Ergo as sobrancelhas.
-Eu fazia parte de uma subdivisão policial chamada ANBU. É um grupo bem restrito, mas bem eficiente. Fomos treinados com várias armas, a katana era uma das minhas favoritas.
-Por que saiu?
-Problemas com a família.
Percebi que ele não queria falar desse assunto, então voltei minha atenção novamente para o objeto exposto em sua parede.
-É uma bela arma.
-Quer pegar?
-Eu não confiaria em mim usando uma espada.
Ele riu.
-Mas eu confio.
Alguém avisa para esse cara que ele não deveria, sob hipótese alguma, confiar em mim?
O vejo tirar a katana do suporte e calmamente a estender para mim. A pego com cuidado, analisando-a. Eu não era uma especialista com esse tipo de arma, longe disso, o mais próximo disso que eu sabia trabalhar era com facas (sou boa com facas) mas não precisava ser um espadachim treinado para perceber que a lâmina estava perfeitamente afiada e que, sem nenhuma dúvida, tinha um corte perfeito.
-Ela tem uma lâmina leve, pode segurá-la com uma única mão. Assim... –Delicadamente ele segurou em minha mão e me mostrou como manejar a espada, mas estava difícil me concentrar em suas lições com ele tão perto, respirando no meu ouvido.
-Parece afiada.
-Ela é. Então tome cuidado com isso.
Sorrio.
-Não se preocupe... –Me viro ficando de frente para ele e me afasto, colocando a arma entre nós.
-Péssima brincadeira, Konan. –Embora seu tom fosse sério, seus olhos tinham um brilho brincalhão.
-Não disse que confiava em mim? –Pressiono a lâmina contra sua barriga.
Como seria fácil mata-lo ali.
Eu só precisava de um pouco mais de pressão, um pequeno empurrão e estava tudo feito. Um corte pequeno, mas profundo.
Eu só precisava de um pouco mais de coragem, a força para fazê-lo eu tinha. Afinal, já havia derrubado homens muito maiores.
-Não confio nas suas habilidades com uma katana, é diferente.
-Nem tanto.
Devagar ele empurra a lâmina para o lado e, para variar, eu cedo a abaixando. Tinha alguma coisa muito errada acontecendo comigo, eu já devia ter passado dessa fase, eu já devia tê-lo matado.
Minha cabeça estava uma confusão e talvez eu tenha deixado isso transparecer porque, num piscar de olhos, ele estava logo a minha frente, segurando meu rosto com uma mão e colocando a katana na mesa com a outra.
-Há algo errado?
-Não. –Respondi apenas. –Acho que já está na minha hora. –Sussurro me afastando, mas ele logo segura minha mão e me puxa novamente.
-Fique. –Sussurrou ao meu ouvido.
-Porque?
-Não tem um porquê. Eu apenas quero.
Fechei os olhos sentindo-o beijar meu pescoço, me arrepiando imediatamente.
-Itachi... –Murmurei.
-Basta dizer que não quer. –Ele respondeu com outro murmúrio, mordendo minha orelha em seguida.
-Eu não...
Há quem eu planejava enganar? É claro que eu o queria.
Segurei seu rosto e o fiz me encarar.
-Planeja ir até o fim hoje ou vai fazer como da última vez e acabar com a diversão no meio da festa?
-Desta vez, nada vai me impedir de ir até o fim disso.
-Você é um idiota, Uchiha. Um idiota estupidamente sexy.
Your skin's so perfect up against me
Your lips are talking when we don't speak
And I never wanna live this
Cause there's so much left to see
I wanna love you with the lights on
Keep you up all night long
Darling I wanna see every inch of you
I get lost in the way you move
I wanna love you with the lights on
Darling I wanna see every inch of you
Hold you till the night's gone
I get lost in the way you move ♫
Sua pele é perfeita contra a minha
Seus lábios falam quando não falamos nada
E eu nunca quero largar isso
Pois ainda há muito para ser visto
Eu quero te amar com as luzes acesas
Te manter acordado a noite toda
Querido, eu quero ver cada centímetro do seu corpo
Eu me perco na maneira como você se mexe
Eu quero te amar com as luzes acesas
Querido, eu quero ver cada centímetro do seu corpo
Te abraçar até a noite ir embora
Eu me perco na maneira como você se mexe ♫
-Lights On (Shawn Mendes)
Nos beijamos com urgência, todo o desejo reprimido até ali acabava naquele momento. Eu podia sentir suas mãos na minha cintura, por dentro da minha camisa, enquanto eu entrelaçava meus dedos ao seu cabelo.
Itachi me pegou no colo e envolvi sua cintura com minhas pernas, seus lábios eram macios contra os meus, sua língua quente e o beijo voraz, e tudo aquilo era incrivelmente perfeito.
Ele me levou pro quarto e assim que me deixou na cama começou a tirar a camisa que usava, o puxei para mim e o beijei mais uma vez, permitindo-me sentir sua pele quente contra minhas mãos que pareciam ter vontade própria ao explorá-lo daquela maneira.
Seus beijos foram descendo até meu pescoço, me deixando louca enquanto ele se desfazia da minha blusa. Inverti nossas posições e preenchi sua barriga com inúmeras mordiscadas e pequenos beijos, me sentando sobre si em seguida, para facilitar a retirada do meu próprio sutiã.
Me livrei daquela peça e Deus! Nada poderia pagar a cara de Itachi quando o fiz, seus olhos transbordavam desejo e tenho certeza que os meus também. Mas ele não me deixou apreciar sua expressão de satisfação por muito tempo, antes que eu tivesse tempo para fazer qualquer coisa ele se sentou me puxando para um beijo sedento por luxúria, sua mão na minha nuca logo começou a puxar minha cabeça para trás, abrindo espaço para que ele descesse os beijos por meu pescoço e, em seguida, até meu seio livre, uma vez que sua outra mão já se ocupava com o outro.
-Perfeitos. –Murmurou com um sorriso malicioso em seus lábios antes de sugar meu seio e me fazer suspirar com as sensações que ele me provocava.
Desci minhas mãos até o cós de sua calça moletom e desfiz o nó que a amarrava, vendo isso ele me deitou novamente na cama e tirou meu short junto com minha calcinha. Não pude evitar um gemido quando seus dedos me invidiaram, provocando meu clitóris e fazendo-me arquear completamente.
Eu já estava convencida de que nada seria melhor que aquilo, até que sua língua começasse a fazer o trabalho. Não haviam palavras para descrever as ondas contínuas de prazer que corriam por meu corpo, não tinha formas de conter meus dedos em seu cabelo, puxando-o para mais perto ou as inúmeras vezes que tive que apertar os lençóis porque toda a luxúria parecia não caber mais em meu corpo.
E foi daquele jeito que atingi o primeiro orgasmo da noite, e Itachi não parecia satisfeito. O vi tirando o resto de roupas que ainda usava e pelo sorriso convencido em seus lábios soube que estava com a mesma expressão de satisfação dele de minutos antes.
Aquilo não era um homem, era um deus grego representado na mais cuidadosa escultura já feita. Itachi era, fisicamente, o homem mais perfeitamente incrível que já vi. Quando ele se posicionou entre minhas pernas eu já o beijava novamente, mordendo seu lábio quando ele começou a penetração.
Ambos gememos conforme nos movimentávamos em busca de prazer, ele apalpava meus seios e beijava meu pescoço enquanto eu deixava inúmeras marcas de minhas unhas por suas costas.
O cheiro de sexo já impregnava o lugar, o som de nossos corpos se chocando disputava com o de nossos gemidos que já não eram mais contidos e, após algumas estocadas, cedemos a intensidade de nosso clímax juntos e nos deixamos cair na cama, ofegantes.
Itachi me puxou para si, em silêncio, e eu apenas fiquei ali. Não tínhamos nada a dizer, não precisávamos.
Nossos olhares já diziam tudo o que precisávamos saber e eu estava aliviada por isso. Eu não sabia o que sentia por ele, era algo num nível de complexidade que eu ainda não conhecia, era um sentimento súbito e avassalador, que me deixava sem palavras, mesmo querendo dizer tanto. E embora eu não soubesse nominar esse sentimento, estava claro que, de alguma forma, ele tornara-se recíproco.
Não estávamos ali apenas para algumas horas de diversão, ou apenas para pura satisfação sexual. Era algo a mais, mais do que simples desejo.
E aquilo me assustava.
Eu não conseguia mais pensar em acabar com aquilo, com ele, sem me sentir mal. Sem me entristecer. Fechei os olhos, pensando no que faria dali em diante e o senti beijar minha testa com tanto carinho que não fui capaz de pensar em nada além da minha vontade de permanecer daquele jeito.
Como eu queria que não tivéssemos nos conhecido sob essas circunstâncias.
-Está tudo bem? –Perguntou preocupado e eu apenas sorri, ele se preocupava com muita facilidade.
-Só estou cansada. –O encarei.
-Então somos dois. –Sorrimos.
-Que tal descansar um pouco? –Murmurei acariciando seu rosto e logo tive meus lábios tomados por um beijo lento.
-Acho uma boa ideia. –Sussurrou me abraçando e fechando os olhos em seguida.
Pillow talk
My enemy, my ally
Prisoners
Then we're free, it's a thriller
I'm seeing the pain, seeing the pleasure
Nobody but you, 'body but me
'body but us
Bodies together
I'd love to hold you close, tonight and always
I'd love to wake up next to you ♫
Conversa de travesseiro
Minha inimiga, minha aliada
Prisioneiros
Então somos livres, é um terror
Eu estou vendo a dor, vendo o prazer
Ninguém além de você, ninguém senão eu
Ninguém, mas nós
Corpos juntos
Eu adoraria te abraçar, hoje e sempre
Eu adoraria acordar ao seu lado ♫
-Pillowtallk (Zayn)
Depois que ele dormiu me levantei e vesti minha calcinha e a blusa que ele usava antes. Fui até a sala e logo minha atenção fora tomada pelo objeto em cima da mesa.
A katana.
A peguei e analisei mais uma vez, girei-a na minha mão e senti seu peso.
Se eu prolongasse aquilo por muito mais tempo, não seria capaz de concluir minha missão. Eu sabia disso.
Mecanicamente voltei até o quarto, Itachi dormia tranquilamente. Ergui a espada até a altura de seu peito e respirei fundo. Vamos, Konan, não é a primeira vez que você mata alguém, certo?
Mas seria a primeira que eu mataria alguém que eu gostava.
Não posso pensar nisso.
Fechei os olhos para me concentrar, mas tudo que veio a minha mente foram aqueles olhos e aquele sorriso. Os abri, decidida a acabar com aquilo, não deixaria aquele Uchiha continuar na minha cabeça. Eu não podia.
E então eu me perdi de tudo, me perdi de mim enquanto observava sua respiração tornando-se regular, a expressão serena em seu rosto e seus lábios entreabertos, convidativos.
“Tarde demais.”, concluí.
Eu já não era mais capaz de fazer aquilo. Eu já havia me apaixonado.
Maldito Uchiha.
Guardei a katana em seu devido lugar e resolvi preparar um chá, eu precisava mesmo me acalmar. A verdade era que minha cabeça estava explodindo e eu estava com tanta raiva de mim, por deixado isso acontecer, que pela primeira vez em muito tempo eu senti as lágrimas se acumularem atrás de meus olhos.
Não de tristeza, mas de indignação.
Eu fazia isso a anos e nada parecido chegou a acontecer. Agora eu tinha o futuro da organização que me acolheu, das pessoas que cuidaram de mim quando eu não tinha ninguém, tudo isso nas minhas mãos e era incapaz de resolver esse problema porque eu havia me apaixonado pela única pessoa capaz de me levar para a cadeia.
Não. Cadeia seria um destino de sorte para mim.
Eu era uma assassina, essa é a verdade, e com tanto sangue nas mãos eu não podia esperar nada menos que a pena de morte.
Suspirei.
Eu não podia livrar a Akatsuki desse problema, porque para isso teria que matar Itachi.
Eu não podia mata-lo, porque havia me apaixonado.
Não posso abandonar essa missão porque Pain mandaria alguém capaz de matar o homem pelo qual estou apaixonada, e não sou capaz de deixar isso acontecer.
Mas se eu continuar fracassando e alguém descobrir, serei morta pela própria Akatsuki.
Senão, serei morta pela legislação do país.
Belo Romeu e Julieta onde fui me meter.
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