História Cupidos - Os Alvos Nem Sempre Colaboram - Festas do pijama são mais divertidas quando se faz chocolate

-Você tinha razão, Kagura-chan! O sorvete daqui é mesmo delicioso!

-Não é?

A sombra que a grande árvore de um terreno qualquer que encontraram proporcionava era realmente agradável, principalmente estando em um dia quente de verão com a companhia de um sorvete. Ambas garotas conversavam animadamente sobre assuntos diversos, enquanto os mais velhos apenas as olhavam. Correção, o mais velho.

-Oe, o que você pensa que está fazendo dormindo durante o trabalho? Acorde! – Pediu irritado, vendo o mais novo levantar levemente a máscara vermelha que sempre usava, antes de colocá-la novamente e voltar ao que estava fazendo, dormir. – OE, NÃO ME IGNORE.

-...e então, nós queremos passar uma noite entre garotas. A anego disse que poderia ser divertido. – Comentava Kagura, vendo a expressão facial da princesa ficar mais alegre que antes.

-Realmente, parece ser muito divertido! – Disse sorrindo. – O que acha de virem passar essa noite na minha casa?

-Sério?

-Oe, princesa, não acho que seja muito aconselhável. – Interrompeu Hijikata, enquanto levava um cigarro em direção à boca e o acendia. – As outras amigas da China não são normais.

-Isso torna tudo mais interessantes!

-Não, não acho que-

-Estão convidadas, Kagura-chan!

-Obrigada! – Agradeceu, sorrindo enquanto terminava o que ainda sobrara de seu sorvete e começava a se levantar, indo em direção ao loiro que ainda dormia, encostado no tronco de uma árvore qualquer. – Oe, seu idiota. Ande logo! Nós vamos para outro lugar.

-Cale a boca. Não é você que decide isso.

-Hã?! Pelo menos eu não durmo no trabalho.

-Você não faz nada o dia inteiro.

-Faço bem mais que você!

-Kouki-kun, você não acha que deveríamos... – Sussurrava Soyo em meio a discussão dos dois, chamando a atenção de Hijikata.

-Princesa...

-Ah, sim?

-Já faz um tempo que eu queria perguntar, mas... com quem exatamente está falando? Não apenas agora, desde antes, parece estar sempre conversando com alguém.

-B-bem, eu...

-Soyo-chan, vamos sair logo daqui. – Cortando a fala da amiga, Kagura falou. – Gin-chan disse que idiotice passa. – Acrescentou, cuspindo no chão próximo ao Okita, que tinha um filete de sangue escorrendo pela testa, assim como a ruiva.

-Certo! – A princesa sorriu, enquanto se afastava dos dois policiais rindo de algo que a Yato falara.

-Você não aprende mesmo, hein?

-Cale a boca e morra, Hijikata.

...

                -Então, e aí o maldito sádico apanhou de novo.

-Você e o Okita-san realmente se dão bem, não é? – Perguntou Shinpachi, soando mais como uma afirmação, enquanto uma gota escorria pelo canto de sua testa.

-Hãã?! De jeito nenhum! É um saco ter ele perto toda vez que vou encontrar a Soyo-chan. Não da pra fazer coisas de meninas assim... – Resmungava a ruiva, enquanto novamente pegava parte da porção de arroz que estava no centro da mesa.

-“Coisas de meninas”, você diz... – Começou o mais velho do trio, com uma voz claramente entediada, enquanto apoiava o queixo sobre a mão. – Isso sim que parece ser um saco.

-Cale a boca, Gin-chan! – Pediu parecendo mais uma ordem, terminando o que ainda restava em seu prato e se levantando, porém logo lembrou de avisar. – Ah, amanhã combinei de sair cedo com a Anego.

-Aneue? – Perguntou Shipachi, enquanto voltava sua atenção para a ruiva.

-É, vamos fazer compras. – Declarou, virando-se de costas e caminhando em direção ao seu “quarto”.

-Não acho que isso vá acabar bem...

-Boa noite.

-Ah, boa noite, Kagura-chan.

-Boa noite. – Acenou Gintoki, com um olhar entediado enquanto via a garota se afastar dos dois.

...

-Desculpe, Kouki-kun. Sinto que não avançamos nada... – Falou a princesa, com um olhar entristecido direcionado ao mais novo, que deu um longo suspiro.

“-Fazer o que? Vamos tentar novamente amanhã.”

Soyo estava sentada em seu futon, enquanto encarava seu novo amigo, com quem estava conversando sobre planos futuros, já que finalmente havia surgido uma oportunidade de ajudar sua amiga, como ela havia esperado.

-Realmente sinto muito por não ter conseguido nenhum resultado hoje, mesmo com tantas oportunidades...

“-Relaxe, vão ter mais... só precisamos ser mais rápidos que ela...”

-Você não tem que voltar logo?

“-Oe, oe, é a minha vida e da minha irmã que estão em risco. Não posso voltar sem fazer nada.” – O garoto de olhos azuis dizia. Mesmo contendo seriedade em suas palavras, seu típico olhar entediado ainda não saia de seu rosto. – “Aliás, aquela coisa que vocês combinaram hoje a tarde pode ser bem útil.”

-Ah, realmente.

“-Eu vou te falando algumas sugestões de como agir pra não suspeitarem.”

-Certo.

“-Como eu não posso ser visto por outras pessoas, a vantagem é nossa, mas pensar nisso é realmente entediante.” – Resmungou emburrado, o que faz a princesa soltar um tímido riso, atraindo a atenção do loiro. – “O que foi?”

-Só estava pensando... você realmente se parece...

“-Hm?”

-Com eles. – Completou, causando uma leve surpresa no amigo, que desviou o olhar com as bochechas levemente avermelhadas.

“-É... talvez.” – E novamente a princesa riu de leve pela vergonha do garoto, fazendo-o observa-la, um tanto curioso. – “O que é agora?”

-Ah aah... queria ver sua irmã... ela deve ser realmente fofa! – Comentou sorrindo, enquanto se deitava, preparando-se para dormir.

“-Quem sabe um dia, daqui alguns anos.”

-Sim! – A princesa agora havia ficado realmente animada com tudo que poderia estar por vir caso o tempo presente deles desse “certo”. – Boa noite, Kouki-kun.

“-Boa noite, Soyo-san.” – Disse, após um suspiro, seguido de um sorriso que a garota arriscaria dizer ser meigo.

Ele era realmente um cara orgulhoso, mas sabia que ele tinha um lado que se importava com sua família e queria salvá-la. Seus pais eram realmente fortes, porém queria proteger sua irmã mais nova.

Mesmo sendo apenas poucos anos mais novo que si, o garoto já corria risco de desaparecer, assim como tudo que conhecia. Chegava a ser bizarro pensar que a causa de todo aquele risco era algo tão besta, que se não tivesse um poder consideravelmente “destrutivo”, seria digno de uma crise de risos de qualquer um.

Quando tudo aquilo acabasse, é melhor que ele receba um ano de sukonbu só pelo grau de “problematicidade” e “entediosidade” do que estava fazendo.

...

 -Anego! Bom dia! – Cumprimentou a menina, enquanto se aproximava da mais velha, sorrindo.

-Ah, Kagura-chan, bom dia.

-Demorei muito?

-De forma alguma. – Respondeu, sem tirar seu típico sorriso dos lábios, se virando e começando a andar, sendo seguida pela ruiva. – Onde quer ir primeiro?

-Hm... não temos que comprar as embalagens?

-Sarutobi-san e Tsukuyo-san já estão cuidando disso.

-Tsukki? Ela não ia ver os ingredientes?

-Parece que ela preferiu trocar.

-Entendi... – Falou por fim, enquanto se aproximavam do local de encontro da terceira pessoa que iria acompanha-las.

-Tae-chan, Kagura-chan!

-Yo!

-Bom dia, Kyu-chan. Desculpe te fazer ter o trabalho de vir nos ajudar. Devia estar ocupada com os deveres do seu clã, não é? – Cumprimentou Otae, se curvando levemente, porém encarando a amiga em seguida.

-N-não, imagina! É bom sair com vocês assim, para variar. – Comentou, começando a andar ao lado das outras duas. – Além disso, aqui não tem ninguém perguntando se vou dar chocolates. – Imediatamente se lembrou de Tojo, ele realmente havia ficado insuportável depois que seguira a Shimura num curso de culinária que ensina, especificamente, a fazer chocolates de “dia dos namorados” (mesmo estando incrivelmente longe da data).

-Deve ser difícil... Sinto que Kondou-san também está me perseguindo mais ultimamente.

-Ter dois stalkers malucos parece ser bem problemático. – Disse Kagura, encarando as mais velhas, enquanto levava um sukonbu a boca.

-Bem... Mas fiquei realmente surpresa que aceitou o convite de nos ajudar com os chocolates, Kyu-chan!

-N-não tinha mais nada programado... e vamos poder passar mais tempo juntas, Tae-chan!

-Claro!

-Ah.

-O que foi, Kagura-chan? – Perguntou a Shimura, com sua atenção atraída para a mais nova das três, assim como Kyuubei.

-Acabei de lembrar! Soyo disse que poderemos fazer isso na casa dela! – Contou sorrindo, surpreendendo as outras.

-Na casa da irmã do Xogum? Está falando sério, Kagura-chan?

-Claro, Anego! Ela disse que parece divertido e convidou a gente.

-Se a princesa diz... – Falou Kyuubei, ainda meio desconfiada.

-Acho que isso serve como um incentivo! Vamos comprar os ingredientes! A noite das garotas vai ser um sucesso!

-Sim!!! – Concordou a ruiva.

-Se é assim... vamos. – Seguindo o ânimo das outras, a jovem Yagyu apenas concordou. Seria curioso ver no que aquilo ia dar.