História Da cabeça aos pés - Meninos

"(Boys) Sometimes a girl just needs one 
To love her and to hold 
Then she's in control" 
_ Britney Spears

"Mano do Céu! Quase não consigo driblar dona Kushina... a mulher é terrível! Imagina o desastre se ela descobre sobre a Hinata assim? Dá um tempo! Tenho que prepará-la aos poucos, se não ela assusta a Hina..."

Por mais que se conhecessem há anos, sabia bem como sua mãe era exagerada e impulsiva. Tanto porque essa é a maior herança que recebera de Uzumaki Kushina, além da energia e do sorriso sempre largo. Portanto, estava fora de cogitação contar por agora sobre o que tinha rolado com a Hyuuga na noite anterior. Certamente, em poucos minutos, sua mãe estaria planejando todos os detalhes do casamento. Naruto sabia o quanto agradaria a ruiva o fato dos dois estarem juntos. Desde o dia que acordara naquele hospital, Kushina tinha tomado gosto pela menina. Pobre coitada das bochechas de Hinata que eram esmagadas pelas mãos da ruiva de vez e sempre. Não mais do que as de Hanabi. Sempre dizia o quanto eram fofas as filhas de Hiashi. Quando conheceu Neji, então, teve certeza que aquela família tinha genes abençoados. Kushina adorava dizer que roubaram toda a beleza dos seus ancestrais, já que descendiam de uma mesma família.

"Coitada da mamãe, sofreu tanto nesses últimos quatro anos... O sorriso dela estava radiante hoje quando me viu acordando daquele jeito! Ela merecia, mais do que ninguém, saber..., mas eu preciso ter certeza de tudo, para não decepcionar dona Kushina e seu Minato... ainda mais".

Enquanto pensava, Naruto chutava algumas pedrinhas que encontrava pelo caminho até a casa de Sasuke. Mesmo que estivesse absorto em pensamentos, não conseguia parar de sorrir feito um bobo. Era difícil acreditar que alguma coisa pudesse estragar o seu dia. O sol brilhante ornava com o céu limpo e anil de Konoha. As folhas das árvores dançavam contentes ao serem acarinhados pela brisa. Ah, o verão... Naruto tinha boas lembranças da sua infância nessa época do ano. Dos 10 aos 15, todas elas continham a Hyuuga.

"É Naruto, hoje você tem um encontro.... O mais esperado de todos os tempos, não vá fazer besteira! ", se reprimiu. Foi quando olhou para a vitrine de uma das lojas que existia por ali e abriu o maior sorriso que podia. Já tinha o elemento surpresa para aquela que lhe despertava os melhores sentimentos.

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Com a parada repentina pelo caminho, Naruto chegou quase meia hora atrasado na casa de Sasuke. Para se desculpar, levou algumas bebidas. Todos os meninos já estavam sentados na varanda da frente da residência Uchiha.

— Porra, Naruto! Estava fabricando o asfalto para chegar até aqui? Qual o seu problema com relógios? – ralhou Sasuke.

Não teve tempo de responder, foi agarrado pelo colarinho pelo rapaz de cabelos compridos.

— Faça as coisas da forma correta, caso contrário eu arranco o que você tanto preza e carrega no meio dessas suas pernas... estamos conversados, Uzumaki?

— Heh, boa tarde para você também, Neji! – sorriu de canto, em deboche.

— Wooow, o que estamos perdendo por aqui? – esse foi Lee.

— Nasceu um novo casal em Konoha, ontem. Você não quis ir com a gente, perdeu. Teve showzinho em público, teve príncipe salvando a princesa indefesa, teve dança com rostinho colado seguido de um coice que até agora estamos procurando o cavalo; também teve uma dança sensual envolvendo o ex e uma crisezinha de ciúmes; mas tivemos alguém finalmente tomando alguma atitude nessa vida ao invés de só choramingar. – contou Shikamaru.

— OH!

— Supreendentemente ou não, os protagonistas de todas essas cenas foram Naruto e Hinata. – disse Sasuke com uma cara de desinteresse.

— NÃO ACREDITO QUE PERDI O DIA QUE NARUTO FINALMENTE VIROU HOMEM! – berrou o Lee.

— Menos, Rock Lee. Quase nada! – brigou o Uzumaki. — Somos só nós ou falta mais alguém? – disse, constatando estarem quase todos naquela varanda.

— Chouji foi ajudar o pai na padaria e o Gaara quase nos deu um tiro pelo celular. Vai saber o que aconteceu com aquele louco!

— Ué! – pensou um pouco. — Isso deve ter nome: Matsuri. Tô certo! – constatou Naruto, fazendo um sinal de como se aquilo fosse óbvio.

— Quem sabe? Eu só sei que não merecia ouvir tanta histeria pelo telefone. Ele disse que, talvez, venha mais tarde. – concluiu Shikamaru sobre o cunhado.

Naruto caminhou se espreguiçando, despreocupado, em direção a um dos bancos vazios da varanda. A cara continuava impagável: um tolo apaixonado.

— Agora desembucha e nos conta o que queremos saber, Naruto!

— Digam por vocês, eu não quero saber de nada. Poupe-me dos detalhes, Uzumaki!

— Uchiha, você é um enxerido. Não há nada para saber, que vocês não tenham visto! Neji, eles não vão me deixar em paz. Se preferir, leva essas garrafas para o freezer, pode ser?

— Está é ótimo para mim! Presta atenção o que vocês vão falar. Hinata ainda é minha prima e eu não vou hesitar em entortar algumas mandíbulas se eu ouvir gracinha.... – o olhar era ameaçador e os meninos se encolheram, assentindo em seguida.

— Dramático como sempre. Por quê Neji é tão problematicamente performático? – acendeu um cigarro.

— Agora conta, Naruto. Eu não vi nada. Não estava lá.

— O que aconteceu no festival, fica no festival, Lee. E isso é para aprender a não ser tão Zé Ruela. Treino. Treino. Treeeeeeeeeeino. Deveria parar um pouco, a vida é muito curta para ficar apenas treinando.

— Falou o rapaz que sofreu por amor por quase cinco meses, sem se quer sair do quarto. – debochou. — Anda, me dê fatos.

— Eu e Hinata ficamos. Apenas isso. Beijos. Finalmente eu disse que o sentia. Pensei que doeria, que seria difícil dizer. Mas acho que tirei uma pedra de 1 tonelada das costas.

— Que ótimo isso! Digo, há umas semanas atrás você diria qualquer coisa apenas para não admitir que são perfeitos um para o outro... – Lee estava entusiasmado pelo amigo.

— Ainda acho isso tudo um exagero.

— E como será agora? – esse era Sasuke.

— Continuamos amigos. Não quero perder isso.

— Ô vontade que eu tenho de te socar quando escuto você falar isso... porra!

— Uai, Sasuke. É o que somos: melhores amigos desde a infância. Esse é o filme em que o menino se apaixona pela menina que conhece desde sempre. Que demora a vida para conseguir entender o que seus sentimentos realmente significam. Fica igual um babaca fodido quando finalmente entende, mas ela não está mais lá. E, aí, um dia lindo e mágico a vida os une de novo e... tchanram, ele tem a chance dele de não estragar tudo. Mas sabemos bem que eu sou o cara que sempre estraga tudo. E é aí que entra a porra toda! Eu sou um merda e apenas rezo para não ser um merda com a Hinata.

— ESPERO REALMENTE QUE VOCÊ NÃO SEJA, UZUMAKI! SENÃO EU COMEÇO ARRANCANDO A SUA BOLA DA DIREITA!

— MAS QUE CARALHO, NEJI! – berrou assustado. — Qual o problema dele? Está a metros de distância, mas é só falar o nome da prima que ganha audição de longo alcance? Mas que porra é essa, meu irmão!

Todos riram da cara de Naruto, que sem perceber levou as mãos ao meio das pernas, como se protegesse algo de muito valor. De certa forma, era bem isso.

— Bom, Naruto, se você for continuar com esse medo bobo, meu amigo, você não vai a lugar algum. – Shikamaru Nara opinou. — Simplifique. Não torne as coisas mais problemáticas do que elas já são. Vai por mim, amor é um pé no saco. Mas é algo que move a vida. Arrisco que é tão essencial quanto oxigênio. É como se não estivéssemos realmente vivos antes de nos apaixonarmos. Amor, ódio, ciúmes, apreensão, ansiedade, sorrisos bobos, melosidades, clichês. Não sei bem o porquê, mas meio que precisamos disso.

— É por isso que estou arriscando, Shika, sem saber quais são minhas possibilidades. Eu realmente adoro o jeito que a Hinata faz eu me sentir, como se tudo fosse possível, como... sei lá! Como se a vida valesse à pena.... Ela tem esse poder de me deixar assim desde quando ela entrou naquele quarto de hospital e pegou na minha mão.... – suspirou com as lembranças gravadas em seu peito. — Mas, eu realmente tenho medo. Eu já errei uma vez, eu a deixei ir porque fui orgulhoso demais para dizer o que eu sentia, naquele dia do aeroporto.

— Eu odeio esse "MAS" maldito que você enfia em tudo, dobe. Não é possível que alguém tão confiante com tudo, vire um covarde quando o assunto é amor. Naruto do céu, não acredito que isso seja sua fraqueza. Melhore, man! – respirou fundo — Se o seu medo é errar porque já errou, pula essa parte. Se o seu erro foi não dizer o que sentia aquele dia, não vai mais errar por isso, já que disse tudo que deveria ter dito. Chega!

— Teme, só que....

— Nem pense em continuar... – deu um tapa em sua cabeça.

— AI, qual é a necessidade disso, Sasuke?

— "Não importa. Está no passado".

— "Sim, mais ainda dói! "

— "Ah sim, o passado pode doer. Mas da maneira que você vê, você pode correr dele, ou ... aprender com ele. " – ia dar outro tapa, mas Naruto desviou. — "Ahá! Viu só? Então o que vai fazer? "

— Primeiro eu vou te dar um soco! Não acredito que você reproduziu uma cena de o Rei Leão e ainda me levou junto nessa. Eu te odeio, Sasuke! Você é um retardado. Segundo, eu não sou o Simba e você não se chama Rafiki. Ai meu cu!

Shikamaru e Rock Lee riram da situação. Até mesmo Neji, que já voltava com uma garrafa de cerveja e alguns copos. Foi, então, que um silêncio tomou o local.

— Sai, o que está pegando? Não falou nada até agora.

— Mm.. nada.

— Ah, para, Sai. Está parecendo uma mulherzinha com raiva que quer fingir que está tudo bem. O que foi? – questionou Neji com uma sobrancelha levantada.

— Estraguei tudo.

— O quê... você e Ino? De ontem para hoje? Mas, como? – Naruto ficou sério.

— Na madrugada tivemos um sexo incrível. Aquela mulher é um absurdo! Mas aí ela me fez uma pergunta simples e eu poderia ter respondido de forma simples, mas não, eu e essa merda de sinceridade excessiva que só me fode.

— Pergunta? – Uchiha estava curioso.

— "Sai, eu amo estar assim com você. Nós dois, depois de uma transa incrível, juntos. Seu peito é o lugar em que me sinto mais segura. Não acha? Não acha que poderíamos ter isso todos os dias? Dormir e acordar assim? Seria maravilhoso..." "Não, Ino, não acho que seja o momento".

— PUTA QUE PARIU, SAI! – disse Sasuke.

— SEU CU QUE VOCÊ MANDOU UMA PALA DE MERDA DESSAS?! - Naruto estava incrédulo.

— QUE PROBLEMÁTICO, SAI.

— AMIGO, ASSIM NÃO DÁ PARA TE DEFENDER. – todos arquearam uma sobrancelha para Neji. Vê-lo falar coisas do tipo não era natural. Não mesmo.

Lee andou até o amigo e pegou-o pelos ombros, forçando-o a olhá-lo. — Sai, eu queria te dizer que vai ficar tudo bem, que isso foi só coisa de momento. Que ela está apenas um pouco chateada e que, após uma tarde com as amigas, você receberá uma mensagem no celular pedindo uma conversa. Queria dizer que vocês vão se encontrar e vão fazer um sexo selvagem e que, no fim, tudo estará bem. Mas, não. Primeiro, você fez uma cagada maior do que um bebê após sua primeira refeição com papinhas. Segundo, é a Ino a sua namorada. Só que eu acredito na força da sua juventude Sai e você saberá superar esse fim.

— UAU, com amigos como vocês quem é que precisa de inimigos? Eu estou na completa merda mesmo. Obrigado, por me ajudarem no pior dia da minha vida.

— Ah, nossa, é o pior dia da sua vida! "Por acaso você morreu? " Não, né? "Então seu dia está ótimo! "

— Ah, meu Deus, não ferra, Sasuke. Você está todo trabalhado nas frases de filme hoje! – segurou um riso - Desculpa, cara, mas é que essa doeu até em mim, Sai!

— Ok, Naruto.

— Então é você que vai me acompanhar na noitada? Vai beber comigo até o cu fazer bico?

Todos se viraram para olhar o dono daquela voz, que já chegou tomando o copo da mão de Neji e propondo um brinde ao Sai.

— A todas as merdas que fazemos cotidianamente nessa vida; A essas mulheres que nos fodem, mas a gente não vive sem; a essa porra de sentimento que destrói, mas nos une. Adoraria sair contigo uma noite atrás de umas fêmeas com o único intuito de fornicar, meu amigo, porque essa de amor é apenas para os filmes água com açúcar de Hollywood, mano!

— A tudo isso aí e mais um pouco, Gaara! – virou o copo.

— Tá. Agora que roubou a minha bebida, Sabaku, pode contar qual foi a merda que você fez. – o Hyuuga levantou uma sobrancelha.

— Matsuri me flagrou falando com Kankurou que não queria nada sério com ela, que nosso lance era apenas casual, sexo sem compromisso, amigos com benefícios e que jamais daríamos certo porque ela é complexada. Quer mais?

— Porra que merda. Qual é o problema de vocês, bicho?

— Qual é o problema dela que tem que chegar nos lugares sem avisar e ainda ouvir a conversa dos outros? – franziu o cenho, unindo as sobrancelhas castanhas, que contrastavam com os olhos verdes, a pele branca e os cabelos vermelhos.

— Mentira que você não pediu desculpas? – Naruto estava boquiaberto.

— Nós estamos falando de Sabaku no Gaara, gente.

Rock Lee deu um pulo. — Porra, Deidara. Da onde você surgiu?

— Desculpa, gente. A entrada desse ruivo idiota foi tão triunfal que eu não quis estragar. Boa tarde para vocês!

— Sorrateiro como sempre. – implicou Shikamaru.

O loiro de cabelos compridos deu um sorrisinho. — Respondendo a sua pergunta, Naruto, o problema do Gaara é não escutar os amigos.

Bakuton no Deidara e Sabaku no Gaara nasceram em outras cidades. O primeiro nasceu em uma localidade conhecida como "País da Terra", em um distrito conhecido como "Cidade das Pedras", no norte da Península do Japão. Já o segundo, vinha da Areia, uma cidadezinha ao leste de Konoha, localizada em uma área quase deserta. Ambos mudaram para o local onde moram atualmente ainda crianças. Gaara é irmão de Temari e cunhado de Shikamaru. Ficou amigo dos meninos na escola e já brigou com Naruto, na oitava série, por querer dançar com Hinata em uma apresentação da escola. Na época, dizem, o ruivo tinha uma pequena paixonite na Hyuuga, o que despertou ciúmes no Uzumaki. Atualmente, mantinha um relacionamento casual com sua conterrânea, Matsuri, também uma amiga de infância.

— Eu já disse para ele que, mesmo que estivesse certo e ela errada, o que não é o caso, mulheres sempre recebem os pedidos de desculpas, mas ele não me ouve. É em vão. – reclamou o Bakuton.

— Desde quando você entende disso?

— Sobre relacionamentos, Gaara?

— Não, sobre mulheres, Deidara. – estava com um tom contrariado.

— Eu adoro as mulheres, Gaara.

— Sei.

— Elas são lindas, majestosas, misteriosas, criaturas encantadoras. Inteligentes, sensíveis. Superiores aos homens em tudo. Se eu tivesse escolha... se isso que dizem, opção sexual, realmente existisse, eu ficaria com mulheres até morrer. Mas gosto é de pinto mesmo. Dos bem grandes, da largura de um braço, se possível! Então, sou fiel ao pincel.

— HAHAHAHAHA Você é ridículo, Deidara! - o outro loiro chorava de rir.

— Quê? Estou sendo sincero Uzumaki! - olhou bem para o menino, de cima abaixo. Umedeceu os lábios, adoçou a voz. — Aliás, Deus abençoe o pincel do Tio Minato! Multiplicai, ó senhor!

— Credo, sai de mim. Sai de mim. Para lá, vai para lá. Não me chamo Sasori. CREDO. CRE-DO!

— HAHAHAHA Esquece, Deidara. Naruto só quer saber de usar o pincel dele na Hinata!

— SAI, EU AINDA ESTOU AQUI MERDA!

— Desculpa, Neji. Foi mal mesmo.

Todos gargalharam. Naruto, embora tivesse saído do seu estado recluso cinco meses após Hinata partir, sempre arranjava uma forma de escapar dos encontros com a galera. Concentrava-se em estudar, em cumprir a promessa de se dedicar. Quando não fazia isso, buscava desenvolver atividades que faria se a amiga estivesse por perto. Tinha esquecido do quanto poderia ser louco estar com os amigos, jogando papo fora.

— Sai, se há a menor chance de ser ela, conserte.

— O quê?

— A Ino. Se você acha que ela é a mulher da sua vida, vá até ela e diga isso. Converse. Seja verdadeiro com você e com ela. Se ela puder ver a intensidade dos seus sentimentos em suas palavras, ela volta. E, talvez, você tenha a noite de sexo selvagem que o Rock Lee falou. – deu uma piscadela para o amigo.

Sai demorou uns minutos para associar aquelas palavras ao Uzumaki. Isso vindo dele era novidade. Fechou a boca que estava aberta pelo choque e tornou a abri-la para responde-lo.

— Obrigado, Naruto! Você está certo. Farei isso. Agora, me sinto bem melhor! – sorriu, sincero.

Gaara olhou de Sai para Naruto. De Naruto para Sai. Olhou ao redor. Tentou entender. — O que foi que eu perdi aqui? Esse loiro safado aqui – apontou para Naruto – está apaixonado ou é impressão minha?

— Sim. Aliás, correção, sempre esteve. Você sabe bem. Seu focinho experimentou a intensidade do amor do dobe por ela.

— Ela? – pensou um pouco. — O QUÊ? NARUTO.... VOCÊ E A HINATA?

— Ficamos ontem e eu finalmente resolvi falar tudo que eu sentia e pensava sobre nós. Pedi uma chance. Vou sair com ela hoje, mais tarde. E, bom, vejamos se vocês sempre estiveram certos mesmo.

— Mano do Céu, como você é sortudo. Fui deixar a Temari lá na mansão. Hinata está mais gostosa do que nunca!

— AH, CARALHO! EU TÔ AQUI MERDA! MERDA! – Neji não aguentava mais.

— Vocês podem, por favor, parar de criar expectativas por mim?

— Olha, foda-se se você já contou. Vai todo mundo ouvir de novo... desembucha sobre esse babado aí, meu irmão!

— Ai, Deidara! Pelo amor de Deus. Sasuke, tudo bem se eu for para cozinha fazer algo para a gente comer?

— Fique à vontade, Neji. Qualquer coisa, peça ajuda a Mina ou a Rei, ok?

— Certo. Melhor do que ficar aqui ouvindo coisas sobre minha prima. Eu hein! Passo.

— Ciumento....

— Certo, Uzumaki. Somos todos ouvidos.

Naruto começou pelo começo. Contou sobre a forma inesperada que esbarrou com Hinata, enquanto se dirigia ao bar e filosofou o quanto o destino pregava peças. Em como achar uma agulha no palheiro se aplicava a ele achar a sua melhor amiga depois de tanto tempo no meio daquela multidão. Mencionou o quanto incrível foi ver aqueles traços angelicais novamente e como o tempo só lhe fez bem, transformando-a em uma menina-mulher.

Não pôde deixar de mencionar em como se sentiu ao cair por cima da amiga e o quão nervoso ficou ao perceber que Hinata havia mudado as posições e montado nele para fazer-lhes cócegas. Deu graças a Deus por Neji estar na cozinha e não ouvir as perguntas sobre uma possível ereção naquele momento. Ficou tão vermelho que não conseguiu, se quer, desmentir ou omitir fatos.

Contou ainda sobre o quanto seu sangue ferveu ao ver Toneri tentando forçá-la a algo, como achou errado outra pessoa tocando na sua bonequinha de porcelana; e o quanto o seu coração entrou em êxtase ao roubar aquele beijo. Não pôde deixar de comentar que estranhou, e muito, a reação de Neji quando contou que o rapaz importunando Hinata era o Otsutsuki.

Descreveu tudo que passou pela sua cabeça quando ocorreu o mal-entendido com a amiga no meio do show e quando a viu dançando tão provocativa com Kiba. E sobre como não conseguiu não se entregar ao decidir falar tudo o que sentia.

— E aí?

— Aí o quê?

— Como é?

— É. Como é beijar a Hyuuga?

— Ah, gente, menos!

— Conta logo.

Suspirou e abriu um sorriso. — Ela é calma, quente e doce. As mãos mais delicadas que já me tocaram. A Hinata parece ter o poder de fazer tudo girar em câmera lenta e nada mais importar; de me fazer acreditar que eu não funciono bem sem ela; de me fazer odiar a existência dos pulmões, sabe? Você começa e não quer parar. É muito... muito melhor do que podia imaginar por todos esses anos.

— Puta que pariu. Tá amarradão mesmo! – concluiu Gaara. — Como fica agora?

— Eu estou indo devagar. Estamos falando de amor, de relacionamento a dois. Isso é uma maratona, não uma corrida de 100 metros, galera!

Suspirou e sacou o celular:

Naruto: Eu só espero que você não esteja em uma conversa de loucos como estou. Os meninos são muito doidos, meu Deus! Bem, eu só queria dizer que estou contando os minutos para poder te ver mais uma vez. Sabe, são quatro anos e eu quero gravar na minha memória cada detalhe que eu puder. Eu sinto como se já tivesse perdido tempo demais. É muito errado se eu estiver me sentido como um adolescente ansioso? Bom, se for, pouco importa. É como estou no momento e eu não tenho vergonha nenhuma disso, porque é por você Hinata! Até daqui a pouco.

— Ah, Gaara. O conselho que eu dei para o Sai vale para você também. Matsuri não merece que você seja um completo babaca! – sorriu mesmo sendo xingado.

"É bom estar de volta. É bom que ela esteja de volta. Finalmente, me sinto em casa novamente! "