Eu tentava espernear, gritar, me mexer, mas não conseguia. A pessoa era bem mais forte que eu, e aquilo já estava me assustando bastante. A hipótese de ser algum dos meninos querendo me dar um susto foi descartada, e minhas lágrimas já começavam a rolar. Quando finalmente consegui enxergar novamente, olhei para todos os lados e me vi num beco. Ali estava um garoto, no máximo vinte anos, loiro e olhos claros, sorrindo perversamente pra mim. Congelei de medo, e o encarei assutada. Ele riu e começou a se aproximar de mim.
— Olha, não sei quem é você, mas quero ir embora. — falei, e tentei sair dali.
— Ah, não princesa. Essa noite você é minha. — falou embolado, e me agarrou.
Eu gritava por socorro, mas não via ninguém que pudesse me ajudar. O garoto passava a mão pela minha coxa, mas jurei pra mim mesma que não iria chorar, não na frente dele. Suspirei de alívio quando vi um garoto de bandana do outro lado da calçada. Gritei por socorro mais uma vez e ele estreitou os olhos, e logo os arregalou por me ver ali. Taylor correu até mim, e o garoto ainda não havia percebido nada.
— Ninguém vem te ajudar, desista. — sussurrou o nojento, perto do meu ouvido.
— Ah, é? Oque eu faço aqui, então? — Taylor perguntou, e o garoto se virou, assustado.
— Vai embora, cara. Não se mete. — o garoto falou e apertou o meu pulso.
— Por favor, me ajuda. — murmurei, sentindo as lágrimas pela minha face.
Aquela foi a gota d'água para Taylor vir com tudo pra cima do garoto. Bastou somente um soco no rosto para que ele caísse inconsciente no chão. Taylor me abraçou tão forte que achei que iria morrer sufocada. E então, desabei a chorar. Ele não disse nada, somente me abraçou e ficou ali. Depois de algum tempo, começamos a andar em silêncio. Taylor não sabia o quanto eu era grata por ter me salvado, oque me fez abrir a boca pra agradecer.
— Muito obrigada, bandana. — brinquei, e ele gargalhou. — Quero ir embora.
— Táxi! — gritou, e um táxi parou em frente á nós. — Vamos, vou te levar pra casa.
Cameron P.O.V
Depois de pular na piscina, minha embriagues passou. John, o dono da festa, havia me dado uma toalha e algumas roupas secas, já que estava ficando frio e eu não podia ficar resfriado por causa de Bart. Ele havia surtado quando Madeline quebrara o braço, sorte que só iria ficar por alguns dias com o gesso, até que tudo ficasse bem. Por falar em Madeline, percebi que não a via em lugar algum. Pra piorar, Taylor também havia sumido. Minha preocupação voltou á tona, mas antes que eu pudesse fazer algo, meu celular vibrou.
"Madeline e eu estamos em casa. Vem pra cá agora, e traz o Shawn." — Taylor.
Aquilo foi o que me fez correr a casa inteira atrás de Shawn, e quando o achei, corri até o meu carro. Ele ficava me perguntando oque havia acontecido, e eu só o mandava calar a boca, que era algo com Madeline. E então, ficamos num silêncio até chegarmos em casa. Quando finalmente chegamos, corri até a porta de entrada. Shawn vinha mais atrás, um tanto preocupado também. Quando entramos, vimos Taylor na cozinha e pegando algo na geladeira.
— Oque aconteceu? — perguntei, olhando pros lados. Taylor levou um susto.
— Cadê a Madeline? — Shawn perguntou, no mesmo tom de voz.
— Silêncio, caralho! — ele pediu. — Vou contar tudo oque aconteceu. — suspirou fundo. — Na festa, eu havia pedido pra Madeline pegar uma garrafa de qualquer coisa pra mim. Então, ela foi até a cozinha. Só que reparei que ela estava demorando demais. Quando fui até lá, ela não estava. Comecei a procurar em todos os cantos da festa e como não a achei, fui até a rua. Chegando num beco, e eu a vi. Um garoto colocava as mãos nas coxas dela, enquanto ela pedia socorro. Eu bati no cara e já liguei pra polícia. Enfim, é isso. — suspirou fundo.
Minha cara não deveria estar nem um pouco boa. Olhei para Shawn e ele parecia preocupado demais. Tentei assimilar tudo aquilo, mas na minha mente só me vinha um nome. Madeline. Como ela estaria após isso? Pensando que, se Taylor não estivesse ali, talvez estaria morta agora. Senti um incômodo enorme ao pensar nisso, então, resolvi esquecer.
— Onde ela está? — perguntei, e Taylor apontou para as escadas.
Fui até o quarto dela, e bati. Ouvi sua voz suave me mandar entrar, então, o fiz. Ela parecia surpresa ao me ver ali, mas nada disse. Fui até ela e fiz a primeira coisa que tinha em mente. Eu a abracei tão forte que achei que iria explodir. Ouvi sua risada fraca e ela passar os braços pelo meu pescoço, aprofundando ainda mais o abraço. Assim que nos separamos, ela me encarava sorrindo.
— Como você está? — perguntei, mas minha voz saiu como um sussurro.
— Estou bem, acho. Não devia ter ido a essa festa, não me sentia bem. — murmurou.
— Vou matar o Jack J. — sussurrei para mim mesmo e a vi sorrir. — Tente dormir.
— Não consigo. — olhou para baixo. Meu coração se despedaçou em milhões.
— Eu durmo com você. — falei, e a vi abrir a boca pra protestar. — Sem mais nem menos.
Ela chegou para o lado e se deitou. Fiquei de frente para ela, de modo que ela colocasse sua cabeça sobre o meu peitoral. Ela suspirou fundo e se ajeitou, de um jeito confortável. Eu apaguei a luminária que estava ali na escrivaninha e me ajeitei ali também. Mandei uma mensagem pro resto do pessoal que estava na festa, e Clarisse disse que já viria pra casa, no intuito de cuidar de Madeline. Meus planos de ficar ali somente alguns minutos foram por água abaixo quando senti meus olhos pesarem. Minha última visão foi dela, dormindo calmamente enquanto colocava sua mão sobre a minha.
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