Mark o jornalista mais filho da puta da Glow estava bem na minha frente naquele corredor enorme. Ele me olhava como se tivesse ganho na loteria.
- O que faz aqui? – perguntei
- Eu que pergunto. – disse pigarreando. – Era para você e sua secretária terem voltado com a matéria de capa há dois dias. O senhor White me mandou aqui para procurar a grande editora chefe Melanie Sanders, que não se dignou a ligar para a redação da revista para se justificar.
Naquele momento me arrependi de ter ignorando as ligações do White. Se tivesse atendido não teria que ver a cara desse babaca na minha frente.
- Olha aqui Mark...
- Olha aqui você. Eu revirei a porra dessa cidade atrás de vocês, tudo por que a princesinha editora chefe Sumiu dois dias sem dar noticias para revista e agora te encontro há essa hora no mesmo andar que o Bruno Mars está hospedado. – Falou venenoso. - E não negue, por que a recepcionista me falou que você está ficando aqui a convite dele.
Respirei aliviada ele não fazia ideia que eu tinha acabado de sair do quarto do Bruno, que agora dormia pesadamente depois de tudo que havíamos feito.
- Quero ver quando o White souber que você está aqui curtindo a vida com esse cantorzinho...
- Cala a porra dessa sua boca. – Falei baixo e fria. – Sarah levou um tiro.
Pude ver a expressão maliciosa de Mark se dissolver imediatamente. O que tinha agora era um homem aflito e preocupado, diria até consternado.
- Como assim?- perguntou ele passando a mão pelo cabelo loiro oleoso.
- Sarah levou um tiro quando estávamos a caminho da entrevista com Bruno Mars. Reagiu a um assalto.
- Como ela está? ela está bem? – perguntou pegando minha mão para minha total surpresa.
Tipo qual era a dele? alguns segundos atrás ele estava me ameaçando e sendo pior que o próprio Darth Vader e agora era o moçinho de filme romântico. Fala sério qual era a dele? Foi então que se fez a luz em minha mente.
- Merda você gosta dela! – sussurrei o que estava em minha mente.
- O que? – perguntou ele largando minha mão de imediato.
- Sarah está bem. Está se recuperando. – falei para tentar afastar meu último comentário.
- Que bom. – respondeu Mark parecendo inteiramente aliviado.
Eu não podia acreditar que o Lorde das trevas Mark filho da puta Jones, estava apaixonada pela minha secretária zumbi boazinha Sarah. Isso era ridículo. Devo repetir, isso é ridiculamente ridículo. Minha vontade era falar para este trevoso que ele nem pensasse em encostar em Sarah. Pois parecia que se um dia ele encostasse nela a contaminaria com sua maldade. Sei que agora eu que estou sendo ridícula. Mas poxa, Sarah é no momento o que eu tenho mais próximo de ser uma amiga, e agora descubro que o satanás em forma de homem está apaixonado por ela, é demais para mim.
- Como tudo isso aconteceu? – perguntou Mark com um semblante estranho demais para ele. Um semblante vulnerável que nunca imaginei em seu rosto. Serio está noite estava cada vez mais bizarra. Primeiro eu fiz um sexo baunilha com Bruno Mars, e agora meu arqui-inimigo estava abatido a minha frente. Será que eu devia aproveitar o momento para lhe enfiar um lança no peito? Não apenas o faria carregar minhas malas e as de Sarah.
- Eu te conto tudo no caminho do hospital onde Sarah está. Agora me ajude com as malas e pare de moleza. – ordenei.
O Mark das trevas com certeza teria me xingado, mais o Mark apaixonadinho por Sarah apenas obedeceu. Descemos e pegamos um táxi até o hospital. No caminho o coloquei a par de tudo o que tinha acontecido. Ele chegou a sorrir quando falei que ele tinha acordo bem esta manhã. Foi a primeira vez que vi um sorriso dele.
Chegamos ao hospital e fomos direito para o quarto de Sarah. Mark entrou devagar e colocou nossas malas em uma poltrona. E logo se colocou ao lado da cama de Sarah, ele olhava para ela profundamente. Merda ele realmente gostava dela. E ficou assim por vários minutos sem mover um músculo a vendo dormir.
- Mark eu irei dormir aqui hoje com ela. – sussurrei.
- Ah, claro. – falou despertando de seus pensamentos. – Amanhã eu volto.
O acompanhei até a porta e saí junto com ele.
- Nunca pensei que diria isso Melanie, mais obrigada. – Falou ele assim que fechei a porta do quarto de Sarah e ficamos a sós no corredor. – Obrigada por ter feito de tudo para ela ter tido uma chance de se salvar.
- Eu jamais desistiria dela, gosto de Sarah.
- Eu também. – falou ele enrubescendo.
- Percebi.
- Em nome do que fez por ela vou esquecer tudo o que vi nessa noite.
- Do que está falando? – perguntei sem tirar os olhos dele.
- Vou esquecer que depois que fui informando que você estava no hotel, subi e esbarrei com uma prostituta no corredor do andar que você estava. Uma prostituta loira furiosa que me contou como uma morena a havia expulsado do quarto de Bruno Mars. Vou esquecer que fiquei esperando mais de uma hora naquele corredor, até que vi você sair do quarto que a prostituta disse que era o do cantor. – falou ele me deixando boquiaberta. - Juro Melanie, fiquei no corredor esperando por um furo de reportagem, queria descobrir quem era o novo caso do cantor, nunca imaginei que você sairia por aquela porta. - disse por fim e pude ver aquele olhar malicioso ir voltando a sua face. Meu arqui-inimigo estava de volta e com força total, o efeito Sarah havia passado.
Eu absorvi aquele baque rapidamente, se ele achava que me tinha nas mãos estava enganado.
- Você não precisa esquecer nada. Eu tinha entrevista marcada com ele, e tive que expulsar aquela mulher de lá para conseguir a matéria para a revista. E tenho certeza que se eu pedi Bruno confirmará o que eu lhe disse. - menti confiante. – E outra quem precisa esquecer algo aqui sou eu! – falei autoritária. – Esquecer o quanto Mark Jones o jornalista mais filho da puta de Los Angels está apaixonadinho por minha secretária. E o quanto eu acho isso ridículo!
Se ele queria jogar sujo. Teríamos um jogo regado à lama.
- O que você está falando é um completo absurdo. – falou inflamado. – Eu... eu...
Era hilário ver Mark gaguejar como um garotinho de colegial. Mais já era tarde e eu precisava descansar.
- Quer saber Mark, vamos esquecer está noite como você mesmo disse. – Falei abrindo a porta e lhe dando as costas. – E Mark se um dia tiver coragem se declare. Ela é uma mulher boa, com certeza faria de você um homem bom também. - dito isso fechei a porta sem lhe dar tempo para responder.
Vi Sarah dormindo calmamente. Fui até a poltrona de visitantes tirei as malas de cima e me joguei nela. Meu corpo estava cansado. Eu apenas tirei os sapatos e me entreguei ao sono.
Acordei aquela manhã com a voz da enfermeira de Sarah fazendo sua checagem de rotina.
- Bom dia. – disse Sarah sorridente.
- Pra quem? – falei colocando a mão nas costas. Eu com certeza tinha dormido de mau jeito.
- Você deve estar acabada por ter dormido ai. Desculpe.
- Eu sou forte Sarah. Nada que um cappucino não cure. Por falar nisso vou só tomar um banho e ir comprar um, e também acertar sua transferência para Los Angels. Vou ligar para o White. – Falei indo para o banheiro com minha mala de mão.
Tomei um banho rápido no banheiro do quarto de Sarah, escovei os dentes e penteei o cabelo, que por sinal estava cada vez mais horroroso. Peguei uma saia e uma blusa branca em minha mala, passei um batom e estava pronta.
- Nossa o Senhor White deve estar preocupado com nosso sumiço. - constatou Sarah quando saí do banheiro.
- Tão preocupado que mandou o Mark atrás da gente.
- O Mark? – perguntou surpresa.
- Sim ontem encontrei com ele no hotel. E Ele veio te visitar, mais você estava dormindo.
- Ele veio até aqui me ver? – perguntou ela corando.
Filha da mãe eu não acredito! Ela a ruiva estabanada gosta do trevoso. Como que eu não percebi isso antes. Agora sei por que ela sempre pedia para que eu não xingasse tanto aquele idiota.
- Sim. E deve vir mais tarde te visitar de novo, foi o que ele falou. Agora eu vou comprar um cappucino e agilizar as coisas. – falei indo em direção da porta. - E Sarah...
- O que ?
- Não ouse gostar demais desse Mark. – Falei lhe fazendo arregalar os olhos. – Isso é uma ordem.
- Sim senhora. – respondeu atônita.
- Sarah... estou só brincando. – falei gargalhando em seguida. – Vou comprar meu cappucino de uma vez. – Declarei por fim saindo e deixando Sarah embasbacada.
Todo mundo sabe que eu não estava brincando porra nenhuma. Eu bem queria ter o poder de fazer Sarah nem olhar para Mark, meu inimigo de merda. Mais eu sei que eu não tenho esse poder então eu só podia fazer ameaças vazias.
Em meio aos meus pensamentos contra Mark e Sarah juntos eu só consegui dar alguns passos depois que deixei o quarto de Sarah. Pois lá estava ele me olhando por detrás de seus óculos escuros.
- Bom dia Melanie. – falou com a voz rouca.
- Bom dia Bruno. – respondi me aproximando dele pelo corredor do hospital. Ele não sabia mais naquele momento meu corpo todo tremia.
Era estranho eu pensei que depois da noite de ontem eu perderia o interesse por ele, mais algo dentro de mim, algo obscuro gritava por mais.
- Como está a Sarah? – perguntou ele tentando soar casual.
- Cada vez melhor. – respondi rápido demais. – Desculpe Bruno mais estou de saída, Sarah vai gostar muito de sua visita.
- Onde você está indo? – perguntou ele com aquele ar casual irritante.
- Tomar um capuccino. – respondi séria demais.
- Conheço uma lanchonete aqui em Vegas que serve um ótimo cappucino. Lá é bem tranquilo, tenho certeza que...
- Bruno nós não vamos tomar café da manhã juntos! – falei firme.
- Por quê? – perguntou retirando os óculos e me mostrando seus olhos amendoados. Esse cara realmente sabia ser bonito. Então cheguei mais perto dele para que só ele pudesse me ouvir.
- Por que não sou do tipo que fode e toma café da manhã com o cara no outro dia. – sussurrei .
Pude ver o choque em seus olhos. Seu ar casual se desfez como mágica.
- Então de que tipo você é? – perguntou ele ainda abalado.
- Do tipo Melanie Sanders. – falei me afastando dele com passos rápidos pelo corredor.
Só foi uma vez. Só será uma vez. Isso não se repetirá. Repeti dentro de minha cabeça várias vezes até cruzar a porta do hospital. O que Bruno queria eu não podia dar, mesmo que ele quisesse só transas casuais, mesmo assim não funcionaria. Eu sempre tive apenas relações com submissos, mesmo minhas transas casuais envolvem elementos BDSM*. Como eu iria contar algo assim para ele. Seria tipo: Oi Bruno, sabe eu gosto de chicotear, amarrar, amordaçar e subjugar os homens com que me relaciono, e ai quer ser meu submisso por um tempo? Isso é loucura, ele provavelmente destruiria minha carreira, ou me processaria.
Quando saí do hospital coloquei meus óculos escuros. E segui em frente, ou pelo menos tentei.
- O que você acha que está fazendo? – perguntei tentando soltar meu braço da mão de Bruno que me segurava com firmeza.
- Estou sendo do tipo Bruno Mars. – falou ele com aspereza. – Agora vamos para o meu carro.
- Eu vou gritar! – ameacei.
- Grita que eu grito também! – sussurrou sem tirar a mão do meu braço. – Tenho certeza que a editora chefe da Glow não quer virar capa de jornal.
Maldito! Ele sabia meu ponto fraco. Eu jamais envolveria o nome da revista em um escândalo.
- Me solta, eu vou com você! – falei com firmeza suficiente para fazer ele largar meu braço de imediato.
Enquanto eu caminhava até o carro de Bruno, eu só pensava que meu capuccino seria duplo, pois a conversa que estava por vir não seria fácil.
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