Quantos dias fazia? Pensei olhando para a parede do meu apartamento. Fazia dez dias. Dez dias que eu não via nem falava com Bruno. Ele pelo visto tinha tomado sua decisão e com certeza não tinha sido ao meu favor. Mas fazer o que? o mundo em que habito é para poucos, e pelo visto o senhor Mars não se encaixa nele. Uma apena para ele. Mais mesmo não tendo visto mais o Bruno não deixei de receber informações sobre sua vida, já que ele estampava a maioria das capas de revista de fofoca da América. Ele parecia decidido a comunicar a mim indiretamente sua decisão, já que saiu nesses dez dias com umas dez mulheres diferentes. Todas as revistas comentavam sua vida amorosa agitada. Sim ele era um babaca, mais um babaca que eu adoraria punir devo admitir. Mas página virada. Não me dei muito tempo para refletir sobre a recusa de Bruno. Depois de uns cinco dias sem resposta dele percebi que sua decisão tinha sido negativa, então fui atrás de um substituto.
Sim um substituto, mais tinha que ser a altura. Fiquei um ano inteiro sem um submisso, e ficaria ainda mais um tempo, se o maldito do Bruno não tivesse aparecido e me tentado. Mas eu entendi que meu tempo de penitencia tinha acabado eu merecia um novo submisso. Pesquisei e encontrei um bar BDSM em Los Angels, o tipo de lugar certo para encontrar um novo submisso. Fui até lá e tive uma noite interessante regada a drinks, o bar era incrível cheio de acessórios, decorado todo em vermelho, preto e couro, bem temático e luxuoso como eu esperava. Conheci alguns dominadores da cidade e até alguns submissos, mas todos já tinham uma relação com algum dominador. Quando eu estava perdendo a esperança de encontrar um submisso, esbarrei com Davi. Um loiro de 1,80 de altura, forte e de olhos verdes. O pecado em forma de homem. De inicio pensei que ele fosse um dominador, mais ele logo se revelou um escravo. Não era bem o que eu queria, eu queria um submisso e não um escravo. Um escravo não fala apenas se submete. Ao contrário de um submisso que toma decisões por si próprio. Nunca gostei de ter escravos eles me entediam rapidamente. Mas como queria ocupar minha mente aceitei Davi. Ele era bonito, e pelo o que tinha me falado era executivo em alguma empresa. O típico perfil escravo passam o dia mandando então querem que em algum momento alguém mande neles. Dois dias depois do nosso encontro no bar fechamos nosso acordo, ele seria um escravo padrão e não haveria sexo entre nós. Preferi que fosse assim. Nunca fui adepta de envolver sexo com escravos apenas com submissos. Davi não parecia muito satisfeito com essa cláusula mais aceitou, segundo ele por pura punição. Já que me desejava mais não poderia me ter. Ele era escravo na essência. E isso me cativou e claro sua beleza. Cada músculo do seu corpo era bem desenhado, e seu olhar era penetrante exatamente do que eu precisava naquele momento.
Agora aqui estou no meu apartamento três dias depois de tê-lo aceitado como escravo. Davi está de quatro no chão servindo de banquinho para meus pés a mais ou menos uma hora. Sem fraquejar. Ele merecia uma recompensa.
- Escravo fique de pé e tire a máscara. – falei retirando meus pés de suas costas.
Ele imediatamente obedeceu e retirou a máscara que cobria seu rosto. Quando estávamos em uma sessão ele sempre usava máscara que deixava apenas a mostra os seus olhos verdes e uma calça jeans preta, e seu peitoral ficava nu, sem camisa. Fiz questão que fosse assim e ele como escravo apenas obedeceu. Nossas sessões eram diárias, a partir das oito da noite e só finalizava na hora que eu quisesse. Isso era ser escravo, não importa se ele tinha compromisso ou não, enquanto ele estivesse no meu apartamento, no meu parque de diversões ele tinha que me obedecer.
- Vou te dar permissão para falar. – disse ficando de pé a um palmo de seu rosto, cheguei tão próximo que pode sentir sua respiração. Ele respirava rapidamente ao sentir minha aproximação. – Escravo eu tenho uma festa para ir daqui duas horas, é um jantar beneficente de uma gravadora onde irei representar a revista onde trabalho. Eu gostaria que você me acompanhasse.
- Sim minha senhora. – respondeu grave.
- Você quer ir escravo?- perguntei encostando a mão em seu ombro.
- Sim minha senhora. – diz mais uma vez.
- Assim que pisarmos fora desse apartamento, você poderá falar comigo normalmente, pode me chamar de Melanie e eu te chamarei de Davi não estaremos mais em sessão.
Ele assentiu balançando a cabeça.
- Agora escravo vá preparar meu banho. – ordenei por fim.
Davi saiu rápido para ir encher minha banheira. Fiquei sozinha na sala e aproveitei para ligar para Sarah, que já estava no final da sua recuperação.
- Oi Melanie . – cumprimentou ela assim que atendeu.
- Como está Sarah.
- Ótima, nem acredito que semana que vem volto pra Glow.
- Não fique tão ansiosa para trabalhar querida. Mais você está fazendo falta mesmo, me deram uma secretária provisória terrível, ela nunca trás meu capuccino na hora certa.
- Eu também não trazia. – falou ela rindo.
- Então é a vida, acho que fui amaldiçoada com secretárias que esquecem meu capucciono. – falei brincalhona. – Amanhã vou ai ver você e Mariana. Desde que fui expulsa daí não tenho mais visto vocês com frequência.
- Você não foi expulsa Melanie, eu já tinha me recuperado, já podia cozinhar e cuidar de Mariana, não tinha por que eu continuar a te dar trabalho.
- Admita, você não aguentava mais comer minha comida Sarah! – falei já observando a volta de Davi para sala. Ele estava de pé de cabeça baixa indicando que sua tarefa tinha sido cumprida.
- Nada disso!- respondeu Sarah. – Sua comida estava cada vez melhor.
- Não minta. Mais o que importa é que você se recuperou. Sarah tenho que desligar agora, vou me arrumar para ir a um jantar para representar a Glow.
- Fique linda! – brincou ela. – Boa noite.
Despedi-me de minha secretária/nova amiga e voltei ao parque de diversões.
- Tire minha roupa. – ordenei a Davi.
Ele veio em minha direção devagar, ainda estava sem máscara. Ele tirou cada peça de roupa minha vagarosamente, até que eu ficasse nua a sua frente. Eu segui diretamente para o banheiro. Davi já conhecia sua rotina então me seguiu. Entrei na banheira e afundei meu corpo na água morna. Davi logo pegou uma esponja e meu sabonete liquido favorito com cheiro de maçã verde. Ele esfregou cada parte do meu corpo vagarosamente. Nestes três dias dele como escravo ele não havia cometido nem um deslize. Uma pena.
- Escravo, como estamos sem tempo. Você tomará banho hoje comigo. Tire sua calça e entre na banheira. – ordenei e ele pareceu surpreso.
Realmente era algo novo em nossa relação. Davi nunca havia encostado em mim. Essa seria a primeira vez. Tirou sua calça vi que ele estava sem cueca por baixo então ficou nu assim que sua calça tocou o chão. Pude ver o quanto essa sessão de banho o animava. Afinal era a primeira vez que eu o via completamente nu. E eu comprovei Davi tinha um pau de tirar o fôlego era grande e grosso na medida certa. Lamentei por mim mesma e por minha própria regra de não transar com escravos. Ele se sentou na banheira de frente para mim. Seu olhos ardiam de desejo, era visível. Ele não proferia nenhuma palavra já que eu não o tinha autorizado, mais eu podia ler o que se passava em sua mente só através de seu olhar. Minha banheira era grande mais mesmo assim era impossível evitar o contato físico entre nós.
- Seja rápido escravo. – ordenei entregando a ele uma esponja.
Fiquei vendo ele se banhar. Era hipnotizante. Minha virilha já reclamava e me fazia pensar na porra de acordo que eu havia feito. Mas minha mente também me lembrava de que transar com escravos sempre dava em problema. Eles se apegam demais, não são como submissos. Escravos se veem como posse, e podem deturpar um pouquinho as coisas quando transamos com eles. Mais o escravo Davi estava me fazendo salivar. Porém regras são regras no BDSM e eu nunca as quebro. Mais eu começava a traçar um plano para isso, quem sabe Davi não podia se tornar um submisso, tudo era treino e para quem era escravo seria fácil, desde que ele aceitasse.
Acabamos nosso banho e meu corpo estava em chamas. Vesti um vestido dos meus melhores longos para ir a esse jantar beneficente afinal eu iria representando a revista e não podia fazer feio. Ele era azul marinho cheio de pedraria. Eu estava estilo princesa da Disney. Quando sai do quarto dei de cara com Davi vestido um terno lindo preto. Com certeza tinha sido uma boa ideia ele ter trazido algumas peças de roupas para seu quarto no meu apartamento. Isso tornou tudo bem prático. Davi não dormia em minha casa, mais durante as sessões ele as vezes se sujava ou eu pedia para que ele se vestisse diferente, então foi necessário ele ter um pouco de roupa em minha casa.
- Estou pronta escravo. Vamos! – falei por fim dando o braço para ele.
Saímos porta fora. E assim que demos os primeiros passos para longe do apartamento Davi falou.
- Melanie você está maravilhosa!
- Obrigada. – declarei sorrindo.
Era a primeira vez que conversávamos desde o acordo. E nossa como era bom conversar com ele. Eu realmente não servia para essa coisa de ter escravo. Gostava disso que estava ao meu lado, um homem que falava e expunha suas opiniões. Por que ele era um escravo, por que não podia ser um submisso, droga!
- Você também está maravilhoso senhor Davi Williams. Agora vamos nos apressar se não vamos nos atrasar.
Davi me levou em seu carro, uma Lamborghini prata. Ele era um executivo e fora do meu apartamento se comportava como um executivo e isso era sedutor.
- Você acredita que eu também havia sido convidado para esse jantar. – falou ele sem tirar os olhos da estrada.
- Serio? – perguntei curiosa.
- Sim achei que não poderia ir.
- Por quê?
- Por que caso minha senhora precisasse de mim eu não iria.- falou ele com um sorriso satisfeito.
- Mais sua senhora precisou de você, e por isto você está aqui!
- Sim minha senhora!
- Se você continuar assim Davi você será punido! – falei áspera. – Disse que depois que saíssemos do apartamento nos trataríamos normalmente. A sessão acabou assim que pisamos fora dele.
- Desculpe Melanie. – disse ele trincando os dentes.
- Quero que você se comporte como um submisso hoje, isso seria possível Davi?
Ele pensou por alguns instantes. Essa com certeza não era a dele.
- Sim Melanie eu serei. Afinal fui eu que insisti em um acordo com você mesmo sabendo que você prefere submissos e não escravos. Só queria entender o por que dessa sua preferência?
- Entenda Davi, ter um escravo é fácil, você manda em absolutamente tudo, o escravo só obedece e não questiona apenas fica ali passivo esperando os comandos e mais nada. Um submisso apesar de submeter tem suas vontades e a dominadora tem que saber lidar com elas e contorná-las quando possível é um desafio. E eu sempre gostei de desafios.
- Eu quero ser um desafio para você! – declarou ele por fim fazendo minha boca secar instantaneamente.
Isso estava sendo mais fácil do que eu pensava. Com certeza o banho juntos deu um empurram, afinal ele sabe que não transo com escravos. Mais com submissos é outra história.
- Depois conversamos mais sobre isso. Acho que chegamos. – falei olhando através do vidro.
Quando descemos do carro era uma confusão de fotógrafos, fiz algumas posses ao lado de Davi e logo entramos. Davi foi parado várias vezes até o caminho de nossa mesa, ele era bastante conhecido por lá e todos pareciam respeitá-lo bastante. Nunca fiz questão de sabe a fundo sobre seus empreendimentos então eu estava razoavelmente surpresa com sua popularidade, várias celebridades principalmente cantores vinham até ele.
- Nossa você é o senhor popularidade não é mesmo. – falei assim que conseguimos nós sentar.
- Um pouco. – falou tímido.
Todos foram se acomodando para o inicio do jantar. Era um salão inspirado na cultura grega, muito requintado. Havia várias mesas repletas de gente rica, celebridades e toda a nata de Los Angeles. Olhei a minha volta maravilhada.
- Tudo lindo não é? – falou ele me olhando com os olhos brilhando. – Gostou?
- Sim quem escolheu teve muito bom gosto.
- Então eu tenho um ótimo gosto! – falou ele rindo.
- Não me diga que...
- Sim Melanie, eu que organizei está festa beneficente e fiz questão de mandar um convite para editora chefe da Glow. – disse ele para minha surpresa. – Você nunca perguntou, mas eu sou um dos sócios da Atlantic Records, a gravadora que está fazendo essa ação de caridade.
Quase segurei meu queixo para não cair, mais me mantive seria e intacta.
- Você será punido! – Vi o corpo de Davi congelar. – Um escravo não pode tramar pelas costas de sua dominadora.
Davi ficou paralisado ele sabia como os castigos poriam ser pesados, mesmo eu ainda não tendo castigado ainda.
- Mais essa noite eu sou seu submisso, submissos tem escolhas. – falou ele sabidamente.
- Mais até submissos tem regras. E você as quebrou. E eu vou castigá-lo então como se fosse um submisso e não um escravo.
- Será uma novidade então. – sussurrou ele com humor.
Não pude me conter e então sorri junto com ele.
- Aproveite em quanto pode. – sussurrei em seu ouvido.
Davi apenas sorriu deslumbrante para mim. E aproximou seu rosto do meu e parou seus lábios apenas alguns milímetros dos meus.
- Vou aproveitar bastante. – sussurrou me olhando nos olhos e então se afastou devagar. –Agora vou cumprimentar aquele mal educado que não para de olhar pra cá. Eu sou um dos donos da gravadora dele e ele nem veio me cumprimentar como sempre Bruno Mars me surpreende.
Quando ouvi o nome de Bruno sair dos lábios de Davi gelei completamente. Foi então que olhei na direção que Davi apontava. E lá estava ele olhando diretamente para mim sentado em uma das mesas do grande salão de jantar. Seus olhos eram um misto de emoções, mais ele irradiavam principalmente raiva.
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