Bill Sanders mais conhecido por mim como meu pai estava na minha frente. E o que eu sentia era um misto de sensações. Fazia uns anos que não nos víamos pessoalmente. Neste anos apenas ligações nas datas comemorativas como natal e aniversários. Isso tudo porque ele descobriu tudo sobre minha vida, e quando digo tudo, era tudo mesmo. Ela sabia que eu era uma dominadora. E ele não aceitou nada bem. E ainda não aceita ao julgar pelo olhar gelado que seus olhos verdes me lançaram. Os mesmo olhos verdes que herdei dele.
- Melanie. - cumprimentou ele com um aceno de cabeça e seu toque peculiar de frieza.
- Bill. - respondi com o mesmo aceno.
Nós travamos pelo primeiro nome. Desde que ele descobriu sobre a forma que eu levava minhas relações "amorosas".
- Foi uma surpresa descobrir que minha filha estava em Nova York. Por que não me avisou ?
- Por que foi uma passada rápida. Quem te avisou que eu estava aqui?- perguntei olhando acusadora para Bárbara que apenas encolheu os ombros e voltou sua atenção para alguma panela que estava no fogão.
- O delegado Perez fez questão de me ligar para me parabenizar pela minha grande filha. Me informou que você tinha ajudado a polícia a solucionar um caso. - disse se pondo de pé e me indicando que eu o acompanhasse.
Deixamos Bárbara na cozinha e seguimos para sala.
- Fiquei tão impressionado. - falou ele com sarcasmo.- Até que descobri que você tinha encontrado o assassino daquele depravado do seu amigo Jordan. - disse se sentando com dureza no sofá.-O que você estava pensando quando se envolveu nesse caso?!
- Ele era meu amigo...
- O amigo que te conduziu a uma vida de depravação.
- Ele não me conduziu a nada!- respondi seria.
- Não interessa. Você sabe o valor que o sobrenome Sanders tem aqui em Nova York e em todo o país e mesmo assim veio novamente se enrolar nesse mundo porco. Pedi ao delegado que tire qualquer mensão do seu nome nos relatórios, eu não posso me dar ao luxo de ter seu nome envolvido neste tipo de coisa. Todo mundo já sabe o que aquele lixo do Jordan fazia, não quero que seu nome tenha qualquer ligação com ele. E não ouse entrar em contato com a família daquele infeliz novamente. Ele está morto e com a morte dele todo aquele seu desvio de caráter morre com ele, entendeu Melanie?- perguntou de forma ameaçadora.
Eu estava agonizando. Meu pai tinha esse poder. Eu me sentia de novo com dezenove anos. Me sentia de novo a menina idiota que tinha sido pega pelo pai fazendo algo que ele julgava inapropriado. Eu estava me encolhendo dentro de mim. Pois tudo me lembrava da sua desaprovação ao meu estilo de vida, as minhas práticas BDSM.
- Entendeu?- perguntou ele novamente me tirando de minha agonia pessoal.
- Entendi. - respondi seca.
Meu pai sempre conseguia imprimir a covardia em mim. Eu era naquele momento tudo que eu tentei apagar neste anos longe dele . Eu era apenas a filha do tubarão. A filha obediente que não deveria causar problemas. Por dentro eu estava fervilhando, queria gritar e dizer tudo que eu pensava, mas seu olhar de pai desapontado, seu olhar gelado não me deixava falar. Era o mesmo olhar que ele tinha ao me flagrar naquele dia. O olhar que ficou pra sempre em seus olhos. Antes meu pai me olhava com admiração, com doçura. Mas depois do que ele viu seu olhar para mim só tinha represálias e frieza. Eu o tinha decepcionado e isso me doía tanto, e fazia com que eu apenas me calasse a sua frente.
- Bom dia. - falou Bruno nos pegando de surpresa.
Droga eu havia esquecido de Bruno. Isto estava cada vez melhor. Meu pai me lançou um olhar curioso. Como se perguntasse o que Bruno Mars faz aqui.
- Bill esse é Bruno Mars um amigo, e Bruno esse é Bill Sanders meu pai. - apresentei os dois fazendo Bruno arregalar os olhos. Ele com certeza não estava preparado para conhecer meu pai.
- Já nos conhecemos de certa forma. - respondeu meu pai ficando de pé e dando o primeiro sorriso desde que tinha chegado ao apartamento da família. - O senhor Mars tem negócios com minha empresa, nós administramos algumas de suas ações no mercado financeiro. - concluiu apertando a mão de Bruno com entusiasmo.
- Ah. É mesmo. - falou Bruno como se lembrasse agora. Algo que duvidei. Ele com certeza não se lembrava. E eu até mesmo duvidava que ele soubesse que tinha ações antes do meu pai falar - Um prazer conhecê-lo pessoalmente. Meu contador que costuma tratar dos meus investimentos com a sua empresa. Bom saber que minhas ações estão sendo cuidadas pelo melhor. - falou Bruno inflando o ego do meu pai com sucesso.
- Desculpem interromper mas o almoço já está servido.- anunciou Bárbara.
- Vamos então almoçar . - disse meu pai para Bruno. - Vamos conversar saboreando a melhor comida de Nova York. - falou meu pai piscando o olho para Bárbara. Que lhe retribuiu com o seu melhor sorriso.
Meu pai era tão gentil, tão sorridente com todos, menos comigo. Menos com sua filha. A menina má. A pervertida. A desajustada.
Eu movia o alface de um lado para outro do prato enquanto Bruno e meu pai conversavam sobre negócios. Eles estavam se dando super bem. Durante a conversa Bruno as vezes me dava olhadas de relance como se quisesse compreender o motivo do meu desânimo.
- Mas fico intrigado como vocês se tornaram amigos?- ouvi meu pai perguntar.
- Bem somos mas que amigos senhor Sanders. - falou Bruno fazendo meu pai sorrir de orelha a orelha. Afinal pelo visto, Bruno era o genro de seus sonhos para sua filha degenerada. - Ela é incrível.- concluiu Bruno segurando minha mão gelada.
- Sua mãe vai adorar esta notícia. - falou meu pai olhando para mim. Pude ver a mudança de seus olhos assim que eles se fixaram em mim.- Será um prazer receber o seu namorado para um jantar em nossa propriedade no Texas.
Namorado?! Meu pai tinha chamado Bruno de meu namorado. Eu estava sufocada. Tudo isso estava me sufocando. Meu pai, seus julgamentos sobre mim e Jordan, o encontro entre ele e Bruno, meu relacionamento com Bruno sendo promovido a namoro antes mesmo de eu me acostumar com a ideia. Eu era uma panela de pressão pronta para explodir.
- Nos não somos namorados. - falei baixo olhando para meu pai. E pude ver o temor em seus olhos.
Ele concerteza estava começava a cogitar que Bruno fosse meu submisso. Ele olhou para Bruno com descrença, como se não acreditasse que seu genro dos sonhos fizesse parte do meu mundo porco e depravado como ele sempre dizia.
- Ele é um... um... - começou me pai a falar com a voz falha.
- Ainda não fiz o pedido. - cortou Bruno balançando a cabeça sem graça.
Bruno estava no meio de uma situação que ele não fazia ideia. E isso me fez rir assim que ouvi suas palavras. Era bom ouvir sua voz sem peso, sem frieza, sem amarguras.
- Mas eu vou pedir .. eu vou pedir Senhor Sanders no momento certo.- falou Bruno nervoso. E eu quis apertar suas bochechas. Ele era tão lindo, tão suave.
- Ah entendi. - falou meu pai aliviado.
Por dentro eu queria falar pra ele que Bruno fazia parte sim do meu mundo e que agora eu fazia parte do dele. Que ele já tinha sido meu submisso sim. Mas continuei da maneira que estava, continuei calada. Esperando o que mais viria pela frente neste almoço inesperado.
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