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História Danganronpa - Waking up to despair. (Interativa) - Capítulo 2: Desejos são apenas desilusões. - Parte 3. - História escrita por Babel_Akumu - Spirit Fanfics e Histórias
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História Danganronpa - Waking up to despair. (Interativa) - Capítulo 2: Desejos são apenas desilusões. - Parte 3.


Escrita por: Babel_Akumu

Notas do Autor


Well, estou aqui novamente e bem rápido dessa vez, não é? O meu plano era até postar mais rápido que isso, mas a preguiça não deixou :v.
Enfim... A área que estamos agora na história pode acabar sendo até um pouco sem graça para alguns leitores, já que é uma área em que coisas como assassinatos e julgamentos ainda irão demorar para acontecer, já que nem mesmo o próximo motivo ainda foi apresentado, porém, isso ao mesmo tempo é algo bom, afinal, serão nesses capítulos que eu tentarei mostrar mais ainda cada personagem da história, dando destaque em suas personalidades e atitudes, já que eu não estou fazendo isso muito bem até agora. De fato, ao menos para mim, equilibrar o tempo de tela de cada personagem é um dos meus defeitos, já que eu sempre acabo me focando demais no Suzushi e acabo apagando as outras pessoas, principalmente pelo fato de que estou tentando ao máximo não por narrações de terceiros e me focar 100% nele, mas não se preocupem, pois eu tenho a esperança de que esses capítulos irão servir para dar destaque aos personagens mais apagados dos capítulos anteriores, como estou tentando fazer agora, e também serão postados mais rápidos que os anteriores (isso já não posso garantir com certeza).

Enfim, o personagem da foto é o Gabriel Parker

Capítulo 11 - Capítulo 2: Desejos são apenas desilusões. - Parte 3.


Fanfic / Fanfiction Danganronpa - Waking up to despair. (Interativa) - Capítulo 2: Desejos são apenas desilusões. - Parte 3.

... O abraço que ela me deu foi algo tão simples, mas... Tão inocente e gentil... Eu não esperava algo assim vindo dela... Acho que eu acabei tirando conclusões precipitadas baseadas na minha primeira vista... Acho que... Eu acabei julgando um livro pela capa... 


 >Hope's Peak Academy<

 >Dia 5<

 08:00 A.M


 ... Já faz uma hora que o Monokuma tocou o anúncio, mas, assim como no dia anterior, eu já estava acordado e bem acordado quando o mesmo fez seu anúncio...

 ... Eu acabei dormindo nos braços da Meinu ontem, acordando às 5 da manhã de hoje, extremamente vermelho pelo lugar que havia dormido e por quem havia me acompanhado... Mesmo após dormir, ela não me abandonou, ficando próxima a mim mesmo após eu pegar no sono... Eu me pergunto se ela havia dormido, afinal, eu a vi lendo outro livro assim que acordei... Será que ela não foi embora por se preocupar em me deixar sozinho? Seria algo gentil vindo de alguém como ela, mas porque ela só não... Me acordou para eu ir até o meu quarto? Não estou querendo ser mal agradecido, mas minhas costas estão horrivelmente doídas agora... 

 ... — Essa água é tão boa. — Digo após sentir a doce água de temperatura ambiente encostar em meus cabelos e em meu corpo.

 Eu já estava no banheiro, tomando meu banho, pois, ao ver a situação em que me encontrava ao acordar, eu logo saí da biblioteca, tímido e mais vermelho que uma pimenta... Respira... Ainda bem que não existia ninguém além de nós na biblioteca quando isso ocorreu... Se bem que não parecia ter quase ninguém acordado naquela hora, afinal, a única pessoa que eu lembro de ter visto foi Desiree, próxima ao quarto da Rey, com suas mãos nas costas... Ela parecia com sono, mas acenou para mim com uma de suas mãos quando eu passei por ela e falei com a mesma... 

 ... Eu fiquei com tanta vergonha de mim após o que fiz que fiquei deitado em minha cama refletindo até agora a pouco, quando eu criei coragem de me levantar e tentar ao menos tomar um banho...

 — Ela agiu de uma maneira tão boa comigo enquanto eu apenas corri dela... Eu sou mesmo um idiota... Tudo isso teria sido diferente se eu tivesse dormido bem na noite passada, mas as coisas de antes não me deixaram fazer isso... — Começo a resmungar comigo mesmo, passando os produtos de higiene em meu corpo... Eu estava falando e pensando esse tipo de coisa desde que fiz o que fiz... Acho que eu tenho que parar de me culpar tanto... A Meinu vai aceitar minhas desculpas caso eu peça, não é? 

 ... Terminei o banho após um tempo, trocando de roupas, vestindo outro conjunto igual e saindo do banheiro, apreciando toda a refrescância que o mesmo me dava...

 ... O Rik disse que queria me mostrar algo, certo? Eu acabei não me encontrando com ele ontem, mas posso me encontrar agora... Onde ele deve estar? Bem... Acho que a melhor hipótese é ir diretamente ao quarto dele.

 ... Passo rapidamente pelos corredores, ainda derramando algumas gotas de água que saíam do meu cabelo úmido.... Não encontrei ninguém enquanto andava, mas acredito que todos já devem estar em cômodos do primeiro ou segundo andar...

 ... Após andar por um tempo que não me incomodava mais por já estar me acostumando, finalmente cheguei até a porta do detetive, parando em frente a mesma e encostando um dos braços nela, mas não batendo e tentando evitar fazer qualquer barulho... 

 ... "Como eu vou chamá-lo?" Era o pensamento que ecoava em minha cabeça enquanto eu ainda ficava me apoiando na mesma pelo meu braço... Só bater na porta seria uma boa opção? E se ele estiver dormindo? Eu vou continuar batendo até acordá-lo? E se na verdade ele nem estiver aqui e eu ficar batendo por horas pra nada? Eu só vou fazer papel de... Whaaa!

 — Uh? Suzushi?! — Foram as palavras que escutei logo após cair no chão, sendo seguidas de duas pessoas tentando me levantar...

 — Caramba, desculpa, Suzushi. Eu abri a porta sem nem pensar que você estava aí. — Eu escutava a outra voz dizer enquanto eu terminava de me levantar, já dentro da entrada do quarto do Rik... Eles abriram a porta enquanto eu estava encostado e eu... Acabei caindo com tudo dentro do quarto... Eu nem ao menos caí por cima deles pra amortecer minha queda, mas acho que isso seria pior para eles se ocorresse...

 — N-Não tem problema, Rik e Gabe. — Digo para os dois que haviam me ajudado a levantar e haviam falando comigo, começando a passar minhas mãos pelo meu terno para limpá-lo... — Acho que isso serve como pagamento por eu não ter aparecido ontem, não é? — Digo, sorrindo.

 — Acho que esse tipo de coisa seria uma forma muito cruel de pagamento. — Gabe fala, começando a limpar meu terno também, me deixando um pouco vermelho.

 — Estaria mais para uma vingança, mas nah, você nem fez nada pra merecer esse tipo de coisa. — Rik diz, começando a olhar se eu tenho algum machucado. — Parece que você não sofreu nada grave. — Ele completa, sorrindo aliviado.

 — Desculpe por isso, Suzushi. — Gabe logo diz, se mostrando um pouco receoso pelo ocorrido. Rik, ao ver a reação do garoto, apenas colocou uma de suas mãos na cabeça do mesmo, mexendo em seus cabelos e sorrindo, fazendo com que o outro garoto sorisse de maneira tímida.

 — Então você veio ver o que falamos para você ontem? — O ruivo diz, sorrindo e tirando a mão do outro garoto, começando a entrar novamente. — Nós íamos sair para comer algo, mas não vejo problema em esperar um pouco para te mostrar essa coisa. — Ele completa, já entrando e sendo seguido por Gabe. Logo faço o mesmo, entrando também...

 ... O quarto dele era praticamente igual ao meu, com uma cama e um guarda roupas, sem diferenças notáveis. Me sentei em uma parte da cama junto do Gabe enquanto esperava Rik começar a pegar algo abaixo dela... Devo admitir que estou bem curioso quanto ao que é isso que ambos querem me mostrar...

 — A gente vai mostrar isso pra todo mundo depois, provavelmente no almoço de amanhã, mas estamos tentando ter certeza de que ele é seguro antes disso. — Gabe fala enquanto balança seus pés, fazendo com que eu arqueie uma das minhas sobrancelhas, em claro sinal de dúvida... "Ele é seguro"? Isso é bem confuso...

 ... O ruivo continuava a tentar tirar algo debaixo da sua cama, mas parece estar falhando... Pela sua atitude quanto a isso parece até mesmo que aquilo que ele quer pegar não quer sair...

 — Vamos... Você pode sair, ok? Não tem problema algum. — Ele fala com uma voz calma, ainda olhando para debaixo da própria cama... Com quem diabos ele...

 — Papai número dois.... O papai um está falando a verdade?  — Quando menos espero, escuto uma voz falar esses dizeres... Apesar da maneira de falar, sua voz era similar a de um adolescente ou qualquer coisa parecida, sendo até bem masculina... Mas que droga está acontecendo aqui?

 — Hehe, não se preocupe, ele está falando a verdade.  — Gabe logo responde a voz, colocando uma de suas mãos próximas a própria bochecha esquerda, se mostrando um pouco envergonhado...  

 ... Então, após as falas do garoto, algo começa a se manifestar saindo debaixo da cama, de modo lento e ainda receoso... Algo que se revela sendo...

 — MO-MONOKUMA?!  — Me levanto e aponto logo após ver o que havia saído de baixo de cama, surpreso e um pouco nervoso... De fato, meus olhos não me enganavam... Um urso de pelucia similar ao Monokuma havia saído debaixo da cama, ficando ao lado dele... Mas que droga é essa? 

 — Monokuma? Este é o outro robô que tem aparência similar a minha, não é? Eu ainda não o conheci pois não o vi desde que nasci.  — O urso fala essas palavras enquanto põe uma de suas patas de pelúcias próximas ao que seria sua boca... Ao olhar bem, noto que, diferente do Monokuma original, seus olhos eram diferentes, sendo o olho preto do Monokuma âmbar para ele e o olho vermelho sendo azul, similar aos olhos do Gabe...

 — Vocês podem me explicar o que... É essa coisa? — Digo, ainda apontando para o urso de pelúcia, ainda extremamente confuso.

 — Eu sou o Mononiji. — O urso fala após minha pergunta, me surpreendendo... Mononiji... Você tá de brincadeira, não é?

 — Ele está me dizendo que é aquele urso que eu "matei" de susto antes? Ele só pode estar brincando, não é? Digo... O Monokuma estava apenas brincando comigo quanto a isso... Não tem como ter outro urso com consciência além dele. — Digo, logo colocando uma das mãos em meu rosto, o deixando tampado para não mostrar o quão confuso estava.

 — Ele está se intitulando assim desde que eu o consertei, então acho que, no final, o Monokuma não deve ter mentido. — Gabe fala, se levantando e indo até onde o pequeno animal de pelúcia estava, o pegando em seus braços.

 — Consertou? — Digo, ainda confuso... Mas que droga está acontecendo aqui?

 — Bem... — Rik respira fundo, se preparando para falar. — Você passou no ferro velho do segundo andar quando estava lá em cima? — Ele logo me pergunta, recebendo um sinal afirmativo vindo da minha cabeça. — Como já deve saber, você não foi o primeiro a passar lá. Sendo mais específico, nós dois fomos os primeiros a passar, quando estávamos investigando. No começo achamos que não tinha nada de realmente importância lá, mas, enquanto procurávamos, nós acabamos achando esse urso jogado em um dos cantos, ou o que era pra ser ele. — Ele diz, apontando para o urso e me deixando surpreso... Acharam?

 — Eu fiquei bem surpreso quando o encontramos e logo tentei ver se ele estava funcionando, mas, assim como o Monokuma disse, ele não estava mais em funcionamento, porém, após o abrir... — Gabe, que estava falando, logo sorri de canto. — Eu logo consegui ver o problema que ele tinha, o consertando em questão de pouquíssimo tempo. — Ele completa, fazendo um joinha com sua mão esquerda... Impressionante. — O sistema dele era um sistema que eu já estava acostumado, para a minha sorte. Enfim... Eu também acabei descobrindo algo enquanto o consertava... Esses ursos, ou ao menos esse, parecem ter uma espécie de IA própria que os fazem agir sem comandos externos.... Algo como uma própria consciência, que estava desligada anteriormente, mas que agora, ao menos para esse, está ligada e em funcionamento. É justamente por isso que ele está tendo essas atitudes estranhas que viu, pois, Ele acabou de criar consciência própria... Ele realmente acabou de nascer. — Ele completa, olhando para o urso de maneira séria... Isso... É inimaginável e incrível... Então esse urso tem mesmo uma IA? Isso parece ficcional demais para mim... Quem teria capacidade de fazer algo assim? Espera aí...

 — E-Espera um pouco... Então realmente tinha alguém o controlando antes? — Digo, ainda um pouco nervoso por toda a informação inimaginável que recebi...

 — Exato, Suzushi. Agora nós temos total certeza de que realmente existe alguém por trás desse urso e que esse alguém o controla de maneira remota. — Rik diz, cruzando os braços. — Fico feliz em ver o quão rápido sua linha de raciocínio foi. — Ele completa, me fazendo sorrir de maneira envergonhada.

 — Eu ainda estou com dificuldades para aceitar que tudo o que disseram realmente é real... Isso tudo parece bem ficcional e inimaginável pra mim, entendem? Se bem que... No lugar em que estamos, algo assim realmente parece ser bem real...  — Digo, forçando um sorriso.

  — Acredite ou não, isso é real. E, pelo menos para mim, temos o Mononiji do nosso lado vai ser bem útil a partir de agora. — Gabe diz, fazendo carinho no urso de pelúcia.

 — Enfim... Nós estamos tentando confirmar se ele é realmente seguro para depois o mostrar para todos os outros. Não sabemos qual será a reação deles, mas esperamos que seja boa... — Rik fala, fechando o seu único olho visível e afastando a franja do tapa olho com uma das mãos. — Resolvemos te contar agora pois achamos que você saberia algo a mais dele pelo que o Monokuma falou quando estava apresentando o motivo, mas você também não sabe de nada relevante sobre ele, não é? 

 — Bem... Eu apenas sei que ele parece não ser muito bom com sustos, mas isso devia ser alguma brincadeira do Monokuma, afinal, ele ainda parecia estar no modo de controle externo quando o vi pela primeira vez e esse evento ocorreu... Aliás, existe algum motivo em especial para... Os olhos dele serem da mesma cor que o seu, Gabe? — Digo, tirando a minha mão do rosto e a colocando no bolso da minha calça.

 — Eu achei isso bem confuso, sendo sincero, mas ele está os olhos dessa cor desde que ativamos o modo automático nele. — O inventor logo me responde, olhando para o urso, que o olha também.

 — Tem algum defeito em meus olhos, papai? — O urso pergunta, ainda o encarando, fazendo o mesmo sorrir.

 — Não tem nada de errado, Mononiji. — Gabe logo o responde, sorrindo, fazendo com que o urso fique quieto... "Papai"? Eu... Não vou questionar isso... — Enfim, Mononiji. Nós vamos comer agora, então pode voltar para o seu lugar? — O garoto diz, soltando o urso no chão, que volta para a parte de baixo da cama do detetive, sem questionar.

 — Suzushi... — Rik logo fala enquanto levanta uma das suas mãos, chamando minha atenção, fazendo com que eu olhe para o mesmo. — Não conte sobre ele pra ninguém por enquanto, ok? Não sabemos ainda o quão perigoso ele pode ser. — Ele completa, me olhando de forma séria.

 — Tu-Tudo bem... — Respondo, um pouco receoso, tentando olhar para o garoto também.

 — Ótimo! Confiamos em você para guardar nosso segredo por enquanto. — Ele diz, sorrindo e começando a ir até a porta, sendo seguido por Gabe. — Enfim... A gente vai comer agora. Quer ir conosco? 

 — Be-Bem... Não vejo porque não... — Respondo, ainda um pouco nervoso com a situação, mas forçando um sorriso, indo para onde ele estava em seguida.

  

 ...


 ... Tudo isso ainda parece confuso para mim... É meio estranho pensar que aquele bicho é realmente é real... Seria uma vantagem tão grande pra gente se fosse que eu me recuso a acreditar... Será que não é alguma armadilha do urso? Bem... Eu não devo desconfiar tanto por agora... O Rik e o Gabe vão descobrir isso, se for verdade… E eu vou tentar os ajudar...


 ... Nós logo passamos pela porta dele, indo até o refeitório...


… Não aconteceu nada de relevante enquanto fiquei no mesmo com os garotos. Apenas conversamos e comemos, jogando um pouco de papo fora. Não havia ninguém além de nós nele, então não aconteceu nada de importante...

 … Estava tranquilo e calmo quando acabei de comer, mas logo lembrei que tinha um certo objetivo, que, ao ser lembrado, logo me deixou aflito… Eu ainda tinha que alimentar a Rey…

 … Fiquei um tempo pensando sobre isso, receoso, mas tomei minha decisão. Eu não podia parar agora… Eu precisava encarar o problema de frente e mostrar minha utilidade, como havia dito que faria…

 … Logo saí do refeitório com um pequeno prato com alguns bolinhos de arroz, avisando para os garotos o que ia fazer e me despedindo. Eles pareciam preocupados comigo, mas forcei um sorriso e disse que estava tudo bem, seguindo para onde eu devia ir…

 … Andei um pouco e então cheguei ao quarto da garota, que estava aberto como ontem… Respirei fundo e entrei no mesmo, ainda lembrando do que havia acontecido no dia anterior…

 — Bom dia, Suzushi. — Foram as primeiras palavras que ouvi dos lábios dela ao entrar… Ela estava da mesma maneira que o dia anterior, presa e mantendo sua expressão sorridente que me impedia de ver seus olhos…

 — Bom dia… Rey… — Digo, logo entrando e começando a ir até ela, colocando os bolinhos de arroz próximos a mesma e me afastando em seguida.

 — Você sabe que eu não consigo comer sozinha, não é? — A garota logo diz ao ver o que fiz, ainda mantendo seu sorriso. — Você sabe que eu preciso que você me dê comida na boquinha. — Ela completa, dando uma pequena gargalhada em seguida, fazendo com que eu quase me desequilibrasse e caísse… O que essa maluca acha que está falando? — Aliás, Suzushi… Você saiu tão rápido ontem após me responder que até mesmo esqueceu o prato que havia dado comida aqui… Eu tive que conviver com esse prato sujo perto de mim e torcer para que formigas não surgissem e me atacassem… Ainda bem que, para a minha sorte, nada aconteceu. — A garota completa, apontando para o prato sujo de bolo, que estava longe dela… Eu realmente esqueci disso… Mas bem… Como ela queria que eu agisse após o que houve ontem? 

 … Caminhei até a mesma sem nem a responder, pegando o prato sujo e o colocando próximo a mim enquanto pegava um dos bolinhos de arroz com a outra mão e, mesmo com receio, começava a colocar na boca da garota, que se alimentava… 

 — Hihi… Você está tão nervoso assim, Suzushi? Um prato em que eu preciso segurar  talheres é realmente difícil de segurar, mas algo como um bolinho de arroz eu consigo segurar sem muitas dificuldades, bobinho. Vai me dizer que seu nervosismo fez com que você não pensasse nisso ou você só queria uma desculpa para me dar comida na boquinha? — A garota diz após terminar de mastigar, me deixando nervoso e fazendo com que eu soltasse o bolinho de arroz no prato que havia usado para o trazer até aqui… Ela está certa… Droga… Eu preciso me acalmar… Acho que não consigo fazer isso agora… Eu vou me dar um tempo e tentar melhor depois…

 … Logo comecei a sair de perto de onde a garota estava, indo para a porta enquanto segurava o prato do dia anterior e a deixando lá, sem nem olhar para trás... Eu não preciso ficar aqui se ela pode comer sozinha, não é?

 … Me afastei apressadamente da porta do quarto dela, sem nem olhar para trás ou ouvir qualquer coisa que a mesma tinha a dizer… Eu preciso me acalmar… Não posso apenas ficar fugindo dela… Não posso ser covarde até mesmo nesses momentos…. Acho melhor deixar essa vez passar e tentar novamente na próxima… 



 … Estava próximo ao meu próprio quarto, segurando o prato e pensando quando comecei a ir em direção a saída dos dormitórios… Eu havia ido até lá para me acalmar, mas devo dizer que não tive o sucesso que esperava nisso, mesmo ainda me acalmando… 

 … Eu caminhava lentamente pelos dormitórios, passando bem longe do lado que o quarto da Rey ficava quando vi o Masao saindo do próprio quarto. Ele olhava para os lados de maneira desconfiada, como se estivesse certificando de que não havia alguém ali, respirando de maneira aliviada ao ver que não havia ninguém e começando a andar… Será que eu devo tentar saber o porquê ele fez essa ação tão estranha? Ele… Me acusou no caso passado… Eu acho que… Ficar com raiva disso não daria em nada, então vou tentar apenas esquecer…

 … Continuei a andar, até ficar ao lado dele, ainda um pouco receoso… Ele fingia não notar minha presença ali, continuando a andar sem nem me olhar… Continuamos assim por um tempo até que eu decidi falar…

 — Masao… E-Eu… Estava te olhando quando você saiu do seu quarto e notei que você parecia um pouco preocupado… Aconteceu algo? — Digo, ainda gaguejando e um pouco receoso… Eu nunca fui bom em iniciar conversas…

— Me olhando, é? — Ele diz, dando de ombros. — Era só o que faltava… Mais um maluco para me perseguir. 

 — He-Hey! Eu não estava te perseguindo! — Digo, um pouco nervoso, logo mexendo em minha gravata.

 — Claro que vou acreditar em você, perseguidor. — Ele diz, colocando as mãos nos bolsos. — Só tente não ser  tão grudento quanto aquela outra garota. Ela nem me conhece direito e já está me perseguindo pra todo lugar que vou. 

 — Aquela outra garota? Seria a… Saki, não é? — Digo, um pouco receoso, ainda o acompanhando.

 — Parece que um perseguidor conhece o outro. — Ele diz, dando um sorriso de canto.

 — Eu já disse que não sou um perseguidor! — O respondo, um pouco receoso.

— Então por que está me seguindo se não é um perseguidor? — O garoto logo diz, bufando.

— Eu não estou te se-seguindo! Eu só vou… Deixar isso na cozinha. — Digo, mostrando o prato sujo que estava em minha mão para ele.

 — Ora, então você vai na cozinha justamente quando eu vou na cozinha, não é? Hmpf, e você ainda quer dizer que não é um perseguidor… — Ele diz, ainda andando, mas agora de braços cruzados.

 — Eu já disse que não sou um pe-perseguidor! — Retruco.

 — Claro que não é. Às vezes me arrependo de ser tão popular com as pessoas. Isso sempre atrai malucos como você e ela. — Ele diz, soltando um longo suspiro de cansaço… Eu já disse que não sou um perseguidor… — Bem, se vai mesmo me perseguir ao menos tente ter uma boa conversa comigo para me manter entretido. — O apostador logo diz enquanto me encara, fazendo com que eu arqueie uma das minhas sobrancelhas… Uma conversa… Eu… Eu acho que posso ignorar as coisas que ele disse e tentar fazer isso… Talvez eu consiga o convencer de que não sou um perseguidor se fizer isso....

 

 … E foi assim que seguimos pelo corredor enquanto eu tentava e falhava em ter uma boa conversa com o mesmo, até a hora que chegamos na cozinha, onde o mesmo comeu um pouco e eu lavei o prato que havia trazido, saindo com ele novamente… Acho que desse jeito eu estou começando a persegui-lo mesmo, mas eu ainda tenho que provar meu ponto para ele… 

 … Nós continuamos a trocar algumas palavras enquanto voltávamos pelo caminho, até que um assunto especial chamou mais atenção que os outros… Família foi o assunto que eu acabei chegando...


 — Eu não deveria estar aqui — O garoto falava, bem, murmurava, enquanto voltamos ao ponto de partida.

 — Nenhum de nós deveríamos estar aqui, Masao. — Logo o respondi, respirando fundo e colocando uma das minhas mãos no bolso da minha calça.

 —  Você não entende Suzushi, cada dia aqui é um dia a menos que poderia estar sustentando a minha família. — Eu logo era pego de surpresa com as falas que ele falava.

 — Sua... Família? — Digo, tentando o encarar.

 —  Meu pai não é lá muito bom de se controlar com dinheiro e, se não estiver lá, é provável que em uma ou duas semanas ele esteja falido de novo. — Ele diz, fechando os olhos em seguida e respirando fundo.

 — De novo? Você quer dizer que seus pais… — Logo tentei completar, mas não consegui.

 — É, minha família era bem pobre, por sorte, o meu talento os fez virar a mesa. 



O talento do Masao, tenho quase certeza que é...

Ultimate Detective

Ultimate Gambler

Ultimate Otaku

 —  Ah, o seu talento em jogos de azar? — Indago para o mesmo.

 —  Estou surpreso que ainda tenha que se lembrar. — Ele diz, sorrindo de canto. — Foi isso que salvou a nós de sair daquela sala, não se lembra? 

 … Realmente, Masao teve que jogar Poker com uma IA pra poder liberar aquele monitor… Se bem que… Talvez o Gabe e o Rik foram quem realmente nos salvou de lá se não tivessem pensado em mexer naquele monitor.

 — Quanto mais eu fico aqui, mas tenho vontade de voltar pra casa, preso aqui eu não vou poder fazer nada. — Ele diz, respirando fundo e mexendo em seus cabelos com uma das mãos, os colocando para trás… Masao… 

  — Não se preocupe Masao, vamos achar uma saída. — Digo, olhando para o garoto e forçando um sorriso, sendo respondido por um sorriso de canto vindo do mesmo.

 — Espero que sim. Eu não quero ter que matar um de vocês; — Ele diz, ainda sorrindo e me encarando, fazendo com que eu recue um pouco… Matar? Ele realmente está considerando isso?

— Você não pode estar falando sério. — Digo, um pouco receoso...

—  Suzushi, você sabe como é viver na pobreza ou ver sua família no mais puro desespero? — Ele logo me responde, ainda me encarando, mas mantendo uma pose séria agora, que me fazia recuar um pouco.

 —  B-Bem… — Tento responder, mas logo começo a respirar de maneira pesada… Droga....

 —  Então não tente me dizer o que fazer, pra mim, minha família é mais importante que vocês e, se tivesse que matar um de vocês pra salvar eles, eu não hesitaria. — Ele logo diz, se virando de costas e indo até o seu quarto, o trancando.


Masao Shimizu é de uma família pobre que enriqueceu graças ao seu talento, Ultimate Gambler. Ele se importa muito com sua família e não se importaria em sacrificar alguém para salvar seus pais.

 






 … Eu nem ao menos consegui o convencer que não era um perseguidor… Nem acredito que isso foi acontecer quando finalmente arrumamos um assunto… Bem… Acho que não tem nada que eu possa fazer quanto a isso…

 

 … Comecei a caminhar novamente após minha conversa com o Masao, andando pelos corredores do primeiro andar, pensativo. Eu vi a Keehana e a Haru conversando próximas ao banheiro feminino, mas não achei que ir atrapalhar a conversa das duas só para ter alguém pra falar seria uma boa opção…

 … Não é como se eu quisesse uma companhia ou algo do tipo, mas esse lugar agora parece tão… Vazio para mim… Acho que eu devo estar sentindo falta das minhas conversas com a… Deixa pra lá… Acho que só vou continuar andando por aí mesmo…

 

 … Continuei a caminhar pelos locais do primeiro andar, os observando como sempre enquanto tinha pequenos pensamentos sobre o dia de hoje… Eu gosto dessa atmosfera calma… Continuei a andar por mais um tempo até finalmente parar em frente a cozinha, começando a pensar na ideia de ir até o segundo andar… Ler um livro pode ser bom, não é?

 … Já estava me preparando para ir até lá quando notei que, diferente de antes, agora pareciam ter pessoas na cozinha e, mais especificamente, também existia uma pessoa em frente a ela, como se não quisesse entrar… Essa pessoa era.. O Naoya…

 … Acabei me deixando levar pela curiosidade, ignorando a timidez e indo até ele, parando em frente ao mesmo...

 — Err… Boa tarde, Naoya… aconteceu algo? — Indago para o garoto que estava em minha frente, um pouco nervoso. Ele, que estava encostado na parede e de cabeça baixa, ao escutar minha voz, logo a levantou, me olhando e dando um sorriso tímido.

 — Boa tarde, Suzushi. Não cometa equívocos, não aconteceu nada. Eu apenas ia ficar um tempo na cozinha, mas notei que existiam pessoas lá dentro e ela estavam falando algo pessoal, por isso decidi ficar aqui fora até a hora delas saírem. 

 — Entendo… — Digo, suspirando e o olhando… Acho que não deve ser bom o atrapalhar nesse momento, afinal, ele parece querer ficar sozinho, mas… Eu vou voltar a pensar na… Nela se não arrumar ninguém para conversar... — Be-Bem… Acho que as pessoas ali dentro ainda vão demorar muito para terminar sua conversa, então… Você não gostaria de trocar assunto comigo enquanto isso? — Completo, um pouco tímido.

 — Uh? Trocar assunto? Bem… Acho que não vejo porquê não… — Também sou respondido de maneira tímida, mas logo vejo o garoto se aproximando e indo para perto de mim… Nós dois somos bem tímidos, pelo que vi… Será que vamos conseguir ao menos iniciar um assunto? Bem… Eu preciso tentar, não é?



... Então eu saí para com o Naoya, tentando iniciar uma conversa com ele a todo momento, mas ainda de maneira tímida...

  

 ... 

— Então, Naoya... Como é ser um sociólogo? — Após andarmos um pouco e trocarmos algumas palavras com o outro, paramos em frente ao corredor que levava ao elevador, onde eu finalmente decidi tomar o pontapé inicial em uma conversa mais longa... Era o que eu precisava fazer, afinal, fui eu quem o chamou para conversar, não é?

 — Bem... — Ele colocava o indicador direito em uma das bochechas, como se estivesse envergonhado. — Eu não sou um sociólogo propriamente dito... — O mesmo completa, fazendo com que um olhar de surpresa aparecesse em meu rosto.

 — Não é? — Indago, ainda não tirando do rosto meu olhar de curiosidade para com o garoto, que logo solta um pequeno sorriso ao ver minha reação.

 — Eu não tenho a idade adequada para ser um sociólogo propriamente dito, mesmo com meu talento, então eu prefiro considerar que sou algo como um... Questionador, crítico ou cronista, entende? — Logo sou respondido pelo garoto, que ainda parecia um pouco tímido. — Ou você pode apenas me considerar como alguém que luta pelo bem comum, hehe. — Ele completa, mostrando uma pequena risada.

 — Entendo... Uma idade correta para se tornar aquilo que seu talento lhe diz ser, não é? Acho que nunca havia pensado assim... Eu apenas acabei aceitando meu título de roteirista com o tempo, mesmo desacreditando no meu próprio potencial... Nunca pensei que talvez eu ainda não estivesse na idade adequada para o exercer. — Falo, forçando um sorriso, logo fazendo com que o garoto soltasse mais algumas risadas.

 — E quanto a você, Suzushi? Como é ser um roteirista? — Logo sou indagado por ele, que me leva a pensar.

 — Pensando bem... Eu acho que... Não tenho muita propriedade para dizer isso. Eu apenas atuei como uma roteirista de verdade uma única vez e, bem... Eu não tive tantos problemas assim... Alguns questionamentos vindo por parte dos atores ao lerem meu roteiro me deixaram nervoso, mas tudo se resolveu bem quando eu os expliquei o porquê cada coisa havia sido colocada. Eu diria que... Ser um roteirista é algo... Interessante... Acredito que, mesmo se não fosse um ultimate, eu não desistiria da ideia de seguir roteiros, afinal, fazer esse tipo de coisa me agrada, hehe... Na verdade, acho que seria até melhor se eu não fosse um. — O respondo, sorrindo de maneira envergonhada.

 — Entendo... Acredito que eu também não desistiria de ser um sociólogo mesmo se não fosse um Ultimate. A ideia de entender como as mais simples engrenagens da sociedade funcionam me encanta, sendo essa a minha busca como um entusiasta de sociologia... Mesmo que o caminho seja difícil e... Atraia inimigos e rivais, a ideia de só me conformar com a ignorância alheia não entra em minha cabeça, pois não seria algo justo de verdade. — O garoto parecia se empolgar enquanto fala, deixando até mesmo alguns sorrisos saírem do seu rosto... Parece que no final estamos satisfeitos com os cargos que nos foram impostos, não é?




 Naoya Mochizuki, mesmo sendo considerado um sociólogo, não acredita ter a idade correta para atuar nessa posição, considerando a si mesmo como um questionador ou cronista. Ele é alguém que parece ter um forte senso de justiça próprio e parece determinado e entender como a sociedade funciona, mesmo que acabe arrumando inimigos enquanto faz isso.

 

 — Hehe, fico feliz em ver que você também gosta tanto da área que atua, Naoya. — Digo, sorrindo e encarando o elevador em minha frente. — Enfim... Acho que já te segurei por muito tempo, não é? A cozinha já deve estar liberada agora, então você pode ir, caso queira. — Completo... Acredito que continuar a tentar suprir minha falta de companhia com ele seria egoísta da minha parte...  

 — Eu... Acho que não veria problema em passar um pouco mais de tempo com você... — Ele diz, mexendo em seus óculos, me deixando um pouco vermelho. — Você parece ser uma boa companhia, afinal... Não sei se isso se deve a termos talentos um pouco similares quando comparado aos outros aqui, mas acredito que possamos ter boas conversas juntos, Suzushi, como a que tivemos agora. — Ele completa, limpando os próprios óculos na roupa e depois os colocando de volta no rosto, me olhando... Talentos semelhantes, não é? De fato, se analisarmos bem, eu e ele somos as pessoas com os talentos mais parecidos aqui... Mesmo que no meu caso a sociedade e as pessoas que trabalho sejam todas fictícias... 

 — B-Bem... Não vejo problema em mantermos a conversa, se você quiser também. Apenas dei a ideia porque achei que você ia querer fazer o que ia fazer antes na cozinha, mas, como não quer, que tal irmos até a biblioteca para lermos alguma coisa? — Digo, logo fazendo com que os olhos do garoto brilhem.

 — Você leu a minha mente, Suzushi! Eu achei várias epopeias da última vez que fui na biblioteca e adoraria as ler e as discutir com você. — O garoto de cabelo azulado logo diz... Ele realmente parece empolgado com isso, hehe...

 — Tudo bem então, Naoya. Eu vou adorar ler e discutir sobre elas com você. — Digo, logo entrando no corredor do elevador, sendo seguido pelo garoto…



 … Nós caminhamos pelos corredores do segundo andar, vendo visões conhecidas, como a Keehana, a Sara, o Daisuke, a Haru e a Saki, a qual acenamos e falamos sem muitos problemas enquanto seguimos nosso caminho… Me senti um pouco culpado ao ver que a Saki estava procurando pelo Masao, afinal, eu sabia onde ele estava, mas… Acho que ele não ia querer que eu contasse, não é? Se bem que até hoje não entendo muito bem o porquê dela parecer gostar tanto dele… Todos nós nos conhecemos aqui, correto? Não tem como ela ter tido uma relação anterior com ele para agir desse jeito… Acho que… Irei tentar conversar com ela amanhã e tentar entender o porquê dela agir desse modo… Eu até tentaria hoje, mas já está ficando tarde… 


 … Logo chegamos na biblioteca, pegando o máximo de livros que conseguimos e os colocando em uma das mesas, nos sentando na cadeira em seguida e começando a os ler, com empolgação… Eu nunca vi alguém tão empolgado em discutir sobre a Odisseia de Homero quanto ele… 

 … Devo admitir que me diverti de uma maneira que pensei que não ia mais enquanto fiquei com o mesmo… Tanto quanto quando eu conversei com a Na… Eu não devo pensar nisso...



— Quebra de tempo. —



... Nós havíamos decidido dar um tempo em nossa leitura, em prol de a continuar outro dia, pois o garoto havia visto que estava ficando um pouco tarde e queria tomar um banho. Eu já me despedia dele quando o mesmo parou em minha frente, me encarando e me deixando confuso... Ele se manteve em silêncio por um tempo, como se estivesse criando coragem para falar, até que... 

 — Suzushi... Você deve saber bem disso, afinal, não devo ser o primeiro a dizer essas palavras para você, mas... Eu sinto muito... — Ele logo diz, dando uma pequena pausa e olhando para o chão... Não posso negar o aperto em meu peito ao ouvir o mesmo falando isso... — Eu gostaria de ter visto a sua peça e gostaria que isso... Não tivesse acontecido... Pessoas como a Naomi e o Shiro sofrerem esse tipo de coisa parece tão injusto pra mim... Eles não mereciam isso... — Ele completa, ainda mantendo seu olhar no chão... Ficamos em silêncio por um tempo após a fala dele... Meu peito apertava cada vez mais ao ter as lembranças de tudo jogadas em mim de novo... Aquela sensação que eu ignorava voltava a me atingir... Mas eu... Respira Não devo deixar que isso continue assim...

 — Não se preocupe, Naoya... Nós não devemos... Ficar pensando no que ocorreu... O que importa agora é... Se desprender do passado e pensar no futuro... Pensar na melhor forma de escapamos daqui... — Digo, dando várias pausas por estar extremamente receoso, tentando forçar um sorriso, mas falhando, então apenas olhando para o chão também...

 — Desculpe por... Te lembrar disso... Suzushi... — Ele então logo diz, começando a caminhar para fora da biblioteca, me deixando apenas com a minha própria... Angústia e tristeza...

 

 ... Deitei todo o meu corpo no chão da biblioteca após ele ir, ficando de costas para o chão enquanto encarava o teto da mesma, de braços abertos e pensativo... Por que é tão... Complicado seguir em frente? Continuar pensando nisso e não fazer nada vai ser apenas egoísta da minha parte... Eu tenho que parar com isso e tentar ajudar de alguma maneira, por todos... Mesmo que essa seja a coisa mais complicada de se fazer no momento...

 

 ... Fiquei encarando o teto enquanto me perdia em meus pensamentos, pensando em como resolver os problemas que me atingiam e em como ser mais produtivo... Pensar na situação que estou tem se tornado cada vez mais difícil... Porém, apesar de tudo, eu estou um pouco mais aliviado por agora... Afinal... Nenhum outro assassinato aconteceu ainda e... Eu espero que nenhum realmente aconteça... Nem mesmo aquele urso está nos atrapalhando tanto... Eu ficaria tão feliz se tudo apenas começasse a se resolver a partir de agora e todos nós ficássemos bem, mas... Eu sei que isso não é possível...

 

 ... Ao final, acabei pensando tanto que, sem ao menos perceber, acabei adormecendo no lugar que estava... Acredito que ainda estou com um pouco de sono acumulado...

 ... Meu sono não durou o suficiente para me matar, afinal, eu logo despertei ao ouvir o anúncio de nighttime vindo do Monokuma... Porém, ao abrir os olhos, cheguei a engraçada conclusão de que a minha morte poderia estar próxima, afinal, eu logo vi o rosto da garota ruiva e de óculos acima do meu quando acordei... Eu logo vi que a Meinu estava agachada próxima a mim, me... Observando enquanto eu dormia? Eu estou tentando fazer como faço com os outros e não tirar conclusões precipitadas, mas é difícil dessa forma...

 ... Me levantei rapidamente, um pouco vermelho com a situação, me afastando um pouco, ficando sentado no chão, a olhando, mas ainda vermelho.

 — P-Por que ficou me olhando a-ao invés de me aco-acordar? — Logo indago, ainda nervoso. — Você me assustou! 

 — Não pense que eu ia fazer alguma coisa com você, como te matar ou qualquer coisa parecida. Não tenho interesse em você ou em assassinatos para fazer esse tipo de coisa. — Ela diz, mexendo em seus óculos, ainda mantendo a expressão de seriedade. — Apenas te encontrei jogado aqui enquanto vinha atrás de mais livros e fiquei sem boas ideias do que fazer, afinal, a decisão lógica seria te acordar e pedir para você se encaminhar até o quarto, mas eu tive minhas respostas a que ação você teria se eu fizesse isso ao me basear em nossa experiência que ocorreu na manhã de hoje. — Ela logo diz, começando a me encarar... Ela acha que eu iria correr se ela tivesse me acordado? Ela não está... Se bem que.... Dada a situação... Acredito que ela está certa sim... Eu só continuei aqui e não corri ainda pela pura curiosidade de entender o porquê da atitude dela... Será que ela acha que eu tenho... Medo dela ou coisa assim? Como naquele dia, quando ela disse que eu tinha uma doença que atacava quando eu me encontrava com garotas... Droga... Eu não posso pensar que ela pense esse tipo de coisas... Como eu vou ser útil e vou a ajudar com o Rik se ela... Pensar isso de mim? Eu preciso... Me acalmar e ignorar o que aconteceu... Eu preciso... Me desculpar com ela pela forma como agi...

 — Meinu... Quanto a isso... — Respiro fundo, fechando os olhos. — Eu gostaria de pedir desculpas pela forma que agi mais cedo... Eu nunca fui muito bom em me relacionar com os outros e... Não sabia o que fazer quando acordei... Por isso fiz o que fiz, mas... Não pense que fiz isso por sentir medo de você ou algo do tipo... Eu... Confio em você, ok? — Digo, olhando para a garota e tentando forçar um sorriso, que apenas fecha os olhos e se levanta, indo até a mesa que eu estava lendo os livros com o Naoya antes...

 — Sei que não pensa que posso ser uma real ameaça e também entendi o seu ponto. Ontem eu li um livro sobre psicologia que falava sobre um caso semelhante ao seu, então imagino como deve se sentir. O livro dizia que pessoas com dificuldades em se relacionar geralmente tem esse tipo de problema desde a infância, então suponho que você não teve muitos amigos, não é? Eu gostaria de saber mais sobre o tópico da infância, mas, avaliando sua situação, não sei se você poderá me ajudar com isso. — A menina diz, fazendo com que uma gota de frustração passe pela minha cabeça... Tudo bem que ela está certa, mas ela precisa falar isso de maneira tão fria? Eu tenho sentimentos, sabia? Bem... Acho que irei só relevar...

 — Parece que você vem lendo muitos livros sobre relações humanas, não é, Meinu? — Digo para ela enquanto forço um sorriso, começando a me aproximar da mesma, que me responde com uma afirmação vinda por parte da sua cabeça. — Os livros que você vem lendo são até interessantes, mas... Por que não tenta ler algo mais leve e agradável? — Digo, pegando um dos livros que estavam na mesa e eu havia lido com Naoya anteriromente, sendo esse a divina comédia. — Uma poesia épica como essa pode ser uma experiência bem agradável no lugar onde estamos... — Coloco o livro nas mãos da garota de forma tímida nas mãos da garota, que me encara com um olhar de dúvida. 

 — Eu nunca li esse tipo de livro antes. — Ela diz, analisando a capa do mesmo.

 — Acho que tirei conclusões precipitadas sobre você novamente... Eu pensei que você era o tipo de pessoa que vivia lendo esse tipo de coisa fora daqui, hehe... — Digo, forçando um sorriso novamente, recebendo um olhar de indiferença vindo da garota, me deixando um pouco nervoso...

 — Be-Bem... Se quiser, eu posso ler com você... Seria legal ver como alguém reage ao ler pela primeira vez a obra... Imagino como você vai se sentir ao chegar nas partes chaves do inferno, purgatório e paraíso. — Digo, ainda um pouco nervoso, mas tentando me acalmar.

 — Não vejo problema nisso, mas tente não dormir como fez ontem. — Ela responde, me deixando um pouco vermelho... 

 ... Eu logo então me sentei o mais próximo que consegui dela, que, vindo de alguém como eu, ainda me deixou com uma distância bem grande dela e do livro, mas eu ainda conseguia ler se me esforçasse...

 ... Eu não sou o melhor tipo de pessoa para dar uma companhia agradável ou iniciar tópicos de discussões... Sendo sincero... Acredito que o Naoya ou a Nao... "Ela" seriam bem melhores nisso, mas... Eu preciso me redimir com ela pelas atitudes que tomei e... Acho que a forma que eu vou melhor conseguir fazer isso é desse jeito, então... Não vejo problema em a acompanhar se for para agradecer e me desculpar com ela... Na verdade... Eu leria todo e qualquer livro com qualquer um daqui se esse jogo não continuasse... Se tudo se mantivesse como hoje até o dia que achassem uma saída, eu... Não me importaria de ler a divina comédia com todas as pessoas existentes no mundo...


 ... Continua...



Notas Finais


Enfim mais um capítulo postado, e esse tem até mais novidades que os outros, se formos considerar os eventos importantes que ele teve.
Para finalizar com a clássica pergunta de sempre, eu tenho algo relacionado ao meu assunto das notas iniciais: Qual é o personagem mais apagado da história e, se possível, por que acha isso?

Well... Espero ansiosamente por seus comentários e prometo que tentarei postar rapidamente, mas não me culpem se eu sumir como sempre faço :v.


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