Izuku pov
Eu fui a caminho da faculdade, e minha cabeça, não parava de rodar.
Plano? Que plano? Plano de que?! Será que ele quer pedir minha mãe em casamento? Não... O que eu namorar um alfa tem haver com isso?
Eu não fazia ideia do que poderia ser isso. E eu até poderia estar com medo, pensando:
"Ah, então eu não vou me declarar para o Katsuki, porque se não pode acontecer alguma coisa"
Tch! Sinceramente, eu não ligo para isso. E não vai ser o idiota do Kayo que vai me impedir de ficar com alguém!
O pior de tudo, é que eu vou ficar essa semana na companhia dele... Minha mãe não me contou nada sobre isso! Sério que ela confia no Kayo?! Eu vou estar morto até ela chegar! Do jeito que ele me odeia, eu não duvido! Ainda mais por eu ter enfrentado ele hoje mais cedo.
Cheguei na faculdade, e fui direto para a quadra, onde sabia que o Katsuki e os meninos do clube estariam.
Assim que eu cheguei, me sentei na arquibancada, apenas observando eles. Provavelmente os meninos não tinham reparado na minha presença ali, mas isso não faz tanta diferença.
Katsuki pov
Mais um treino começaria nessa manhã. Eu estava morrendo. Mal dormi direito, mas em compensação, vou poder tirar uns dias de folga. Já estava na hora! Eu não suportava mais ficar com a cara na tela do computador trabalhando! E melhor ainda. Depois de amanhã é feriado. Então eu vou ficar suave o dia todo!
O treino começou, e ele consistia basicamente em 2 contra 2. Eu e todoroki, versus Kirishima e Kaminari. O Sero ficaria de fora do jogo, mas entraria de vez em quando para atrapalhar, e a cada cesta que ele conseguisse marcar, seria uma punição para a gente.
De início, tudo fluía perfeitamente. Eu e o Shoto na mesma equipe somos quase imbatíveis! Para ser sincero. Quando entrei no time, fiquei surpreso ao vê-lo aqui. Acho que já disse isso antes... mas enfim. Já que da primeira vez que vi ele, foi na biblioteca, e de acordo com todos os seres daqui, Todoroki era um cara quieto, sem amigos e meio grosso.
O que é parcialmente verdade. Ele é quieto, sem amigos, e meio grosso. Mas eu fiz amizade com ele, e pelo incrível que pareça, acho o meio a meio muito da hora! Ele se abre comigo sempre que pode, e pelo que eu sei. Ele odeia o pai. Mas eu não entendi muito bem o motivo.
Bem... Voltando ao assunto principal. Até o momento, o Sero havia feito apenas uma cesta, então estava de boa. Por sinal, lembra que eu estava horrível esses últimos dias? Pois é. Eu ainda estava, mas isso não durou muito tempo, e sabe por quê?! Porque eu estava animado.
Desde que o jogo começou, eu me sentia estar sendo observado. Então, olhei para a arquibancada, e vi, simplesmente, o Izuku lá me assistindo! Vai me dizer que eu não ficaria animado?
Não podia passar vergonha na frente do meu amado, não é?
Depois que eu reparei que ele estava lá, comecei a marcar uma cesta atrás da outra, consecutivamente! O que claramente irritou meus adversários.
— que desgraça, Kats! Como você mudou da água para o vinho de uma hora para a outra?!
— aprende a perder KR! — disse, pronto para marcar mais uma.
— o Katsuki sempre foi incrível no bastante. — Shoto afirmou.
Eu preparei para pular, e tinha certeza que iria marcar, mas o infeliz do 220 resolveu falar.
Caraca, até rimou haha.
— que nada! É porque o ômega dele tá assistindo! — assim que ele abriu a boca pra dizer aquilo, eu errei. A cesta? NÃO! a desgraça do pulo! Eu tropecei em não sei que pedra invisível, e dei de cara no chão!
Eu ainda não sei como, mas ainda caindo vergonhosamente, eu acertei a bola na cesta, mascando mais um ponto pro meu time. Se não fosse por isso, eu estaria constrangido.
— Katsuki?! Você está bem? — perguntou o Sero.
Eu me levantei, olhei para o chão, com a vista meio embaçada, e senti meus pulmões serem invadidos por um cheiro forte de ferro.
Eu me sentei, reparando que meu nariz havia começado a sangrar. Eu fiquei puto por causa disso!
— Kaminari, eu te declaro um homem morto! — me levantei rápido, até ficando meio tonto por isso. E fui em sua direção.
— foi sem querer cara! Eu não imaginei que você iria cair!
— foda-se, quais serão suas últimas palavras?! — segurei a gola de sua camisa, o erguendo levemente.
— Kacchan! — eu escutei uma voz chamar, e já sabendo de quem era. Soltei o 220. — você está bem?
— sim. — o Izuku veio até mim, e acenou para os meninos. — eu estou bem. Mas você me impediu de executar o loirinho!
— deixa ele em paz! Você precisa ir se cuidar agora!
— mas, eu...
— mas nada! Vem logo. — o esverdeado segurou a minha mão e me puxou para fora da quadra, me levando direto ao vestiário.
Ele me fez sentar no banco, e pegou um lenço para limpar o meu sangue. Eu estava me sentindo nas nuvens quando ele segurou meu rosto, o erguendo, e passando o lencinho em mim.
— pronto. Acho que já parou de sangrar. — ele jogou o lencinho fora, e voltou a atenção a mim. Eu não sabia o que dizer, mas acabei lembrando do que aconteceu ontem.
Sinceramente. Eu acho que vou acabar ficando louco, isso se eu já não estou!
— o que foi? — ele me perguntou.
— hum? Ah... Nada. — me levantei, e reparei que ele também não parecia muito bem.
— kacchan...
— sim?
— eu... Queria conversar com você...
— pode falar.
— agora? Mas e os meninos?
— eles esperam. — me sentei novamente, o puxando para que se sentasse ao meu lado.
— bem... Ontem a noite, eu fiquei pensando sobre tudo o que aconteceu. E eu cheguei em uma resposta.
— entendi... — disse meio apreensivo.
— bem, eu... Não sei como dizer. — o pequeno ficou com as bochechas ruborizadas. Desviando o olhar.
— tudo bem se você não quiser falar agora!
— mesmo?
— ah... Sim. Eu posso esperar mais, se você quiser.
— não. Eu não quero que você espere mais!
— mas eu não me importo de esperar. Se você precisar de mais tempo, eu entendo completamente!
— mas eu não preciso de mais tempo!
— se não precisa, então fala!
— eu não consigo!
— então precisa de mais tempo sim! — cruzei os braços, e em um movimento inesperado, o esverdeado segurou meu rosto, juntando seus lábios aos meus.
Eu paralizei de primeira, mas não tardei em corresponder.
Assim que nós separamos. O Izuku parecia meio bravo, mas estava com o rosto todo vermelho.
— eu gosto de você! A resposta é positiva, seu maldito! Eu... Eu te amo Katsuki!
— ah... — permaneci em silêncio. Ainda meio espantado. Mas eu fiquei muito feliz!
— não vai dizer nada? — ele perguntou, ainda bravo.
— eu... — abri um sorriso. — eu também te amo.
— e-então...
— aí, caramba! Preciso voltar para o jogo!
— agora?
— me desculpa. Se não sou eu querendo matar eles, são eles querendo me matar!
— tudo bem... Eu vou voltar a assistir então. — Midoriya deu uma pequena risada. Se levantando em seguida.
Nós voltamos para a quadra, e ao me aproximar, os meninos começaram a rir. Exceto o 220.
— tão rindo de que seus palhaços? — eles não pararam, então logo pensei que era de mim. Mas o Shoto pos a mão no meu ombro. Até ele estava rindo, que milagre!
— é que depois que você saiu. Nós voltamos a jogar, e o Kaminari escorregou no seu sangue, caindo de bunda no chão! — o bicolor explicou.
— aaah. — comecei a rir também. — há! Bem feito!
— que maldade. — disse o esverdeado se segurando para não rir também.
— é o carma! — falou o KR
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Chegou o horário de aulas normais. Eu e Izuku já estávamos na sala. Mas ela estava vazia, pois as pessoas ainda não haviam chegado.
Eu estava no meu lugar, mechendo no celular. E o esverdeado estava do meu lado com a cabeça apoiada no meu ombro, enquanto lia um livro.
— kacchan. — ele disse, marcando a página e fechando o tal livro.
— sim?
— tem uma outra coisa que eu queria te contar, mas você não pode surtar. — o pequeno se desencostou de mim.
— tem haver com o Kayo? — desliguei o celular, colocando ele no meu bolso.
— tem.
— então eu não prometo nada.
— tcs! Idiota. Enfim... Hoje eu descobri que minha mãe vai ficar de viajem de trabalho até semana que vem.
— que bom pra ela.
— pois é. Mas você ainda não entendeu?
— o quê?
— ela não vai ficar em casa por uma semana! E quem vai passar essa uma semana comigo, vai ser o Kayo!
— é o quê?!
— pois é. Eu vou ficar sozinho com ele em casa! E hoje mesmo, o Kayo agiu todo estranho, não que ele seja normal, mas enfim. Ficou falando de plano, e não sei o que lá.
— plano?
— sim. E ele falou que precisava saber se eu namorava algum alfa. Dizendo que precisava dessa informação para esse plano.
— que bizarro... Pra que ele precisaria dessa informação? Que tipo de plano é esse?
— é o que eu estou tentando descobrir.
— uh... Izuku, olha só. — segurei sua mão. — durante esse tempo em que você estiver sem sua mãe. Fique sabendo que pode contar comigo pra qualquer coisa. Principalmente se aquele imbecil tentar algo contra você! Qualquer mínima coisinha que for, fala comigo. Nem que eu precise invadir a sua casa pra lidar com a situação! — o esverdeado ficou uns segundos em silêncio, mas acenou positivamente em seguida.
— tá bom... Eu vou tentar descobrir o que se trata. E vou te contar.
— há. Virou detetive?
— se for preciso!
— eu vou te ajudar como puder nisso, izu.
— eu sei que vai. — nos olhamos em silêncio por alguns segundos. — vou mandar mensagem pra minha mãe quando chegar em casa, para falar com ela sobre isso.
— não acho que seria uma boa ideia. É provável que ela não acredite em você. Apenas pergunte se ela sabe de algum "plano", mas não se aprofunde nisso. Nós precisamos ir pegando informações com calma, e garantindo que o filhote de ratazana não descubra que estamos investigando isso.
— tá bom.
— Eu tirei uns dias de folga do trabalho essa semana. Então vou poder voltar a te acompanhar até em casa, se você quiser. Talvez isso ajude de alguma forma.
— sério?! Que bom! Vai ser muito bom voltar a ter a sua companhia na hora de voltar para casa. Mesmo que não seja por muito tempo.
— e pensar que faltam só alguns meses para o ano acabar.
— pois é... O tempo passou rápido.
— nem me fale! Parece que foi ontem que eu comecei a estudar nesse hospício. A única coisa que salva é você e os meninos. Porque sinceramente...
— haha. Você ficou bem próximo deles depois que entrou no time, não foi?
— eh, sim. Mais do Todoroki.
— não esperava ver ele lá.
— eu também não. Mas ele é veterano, e entende tão bem quanto eu de basquete.
— e quanto aos outros meninos?
— eles são da hora. Fico feliz por ter feito amizade com eles.
— isso é bom. Só é uma pena que a única amiga que eu tinha, não estuda mais aqui... Por sinal. Ela está louca pra te conhecer!
— nós podemos nos encontrar no feriado. Aí você chama ela pra ir na minha casa também.
— você não se importa?
— lógico que não. Se ela é sua amiga, então é minha amiga também.
— você deveria agradecer a ela inclusive. Se não fosse justamente por ela, com certeza eu não teria dado uma resposta pra você ainda. Ela me ajudou muito...
— eu devo o mundo pra ela então!
— ah, eu não trouxe a sua jaqueta hoje, mas não foi porque esqueci. Foi porque decidi lavar ela antes de devolver. Talvez amanhã eu te devolva.
— de boa. Mas você não precisava lavar.
— eu achei melhor. Até porque acabei dormindo com ela sem querer...
— você dormiu com a minha jaqueta? Hahaha!
— não ri, caramba! Eu... Eu só vesti ela, porque o Kayo estava em casa... E e-eu me senti mais... seguro com o seu cheiro...
Eu senti meu rosto ferver. Não só fiquei surpreso, como provavelmente minha cara deve ter ficado da cor de um tomate.
— tudo bem... — o pequeno se encostou novamente em mim, e eu rodiei meu braço ao seu redor, o abraçando.
Uma pena que esse momento juntos só duraria até o povo começar a chegar na sala, o que não demoraria muito.
Agora. Seja lá o que for esse tal plano. Eu vou fazer de tudo para manter a segurança do Izuku.
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