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História Dangerous life - Paulicia (2 temporada) - Love marks - História escrita por belieberbizzlem - Spirit Fanfics e Histórias
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História Dangerous life - Paulicia (2 temporada) - Love marks


Escrita por: belieberbizzlem

Notas do Autor


Boa leituraaa 💜

Capítulo 11 - Love marks


Fanfic / Fanfiction Dangerous life - Paulicia (2 temporada) - Love marks

Paulo ficou me olhando com um ponto de interrogação na testa. Claro que eu estava bem, foi só um mal estar passageiro.

- Ninguém vomita de uma hora pra outra, Alícia. Você tá bem mesmo? – ele insistiu.

Eu já estava com raiva dele, e ele enchendo meu saco só piorava a situação.

- Já disse que estou, me deixa em paz! – disse sem olhá-lo e me levantei da cama rapidamente.

Saí do quarto batendo porta. Sem ninguém nos corredores, desci as escadas rapidamente, ou tentei. São enormes. Cheguei até a cozinha, e me deparei com Davi tomando algo que parecia Vinho. Revirei os olhos e fui até a geladeira pegando uma jarra de água.

- Alícia, posso conversar com você? – Davi perguntou.

Peguei um copo, despejei a água no mesmo e bebi tranquilamente.

- Não, não pode. – respondi colocando a jarra na geladeira novamente.

- Caramba, você não entendeu nada! – ele disse um tanto aborrecido.

- Eu não sou burra, Davi. Eu entendi tudo. Não precisa me explicar mais nada.

- Preciso sim! São só negócios, Lícia, quando tudo isso acabar, vou voltar com a Valéria. É dela que eu gosto.

- Gosta dela? – perguntei com um sorriso irônico nos lábios. – Fico admirada com essa forma de gostar. Aliás, ela te amava seu idiota. O seu gostar foi tão fraco que se vendeu por um plano suicida. Você sabe se o velho descobrir essa merda, vão caçá-los até no inferno.

- Você sabe do jeito que eu sou. Sabia até do jeito que o Paulo era antes de vocês casarem. Nunca fui de uma mulher só, é tudo muito estranho essa coisa de sentimentos, de gostar, amar... Me entende! – ele passou a mão entre os cabelos e tomou todo o líquido que tinha no copo em uma golada só. – E só pra constar, nós sabemos o que estamos fazendo.

- Não vou entender porra nenhuma, Davi. Você não só magoou a Valéria, como a mim também. Ah, e não conte comigo para nada nesse plano escroto.

- Mas o plano não é só meu! O Paulo que começou... – ele disse tentando dividir a culpa com o Paulo.

- E você concordou. O que dá na mesma merda. Não adianta se explicar, não adianta cara.

- Ok, Alícia. Não vou tentar mais me explicar pra você. Pensei que você fosse minha amiga...

- Davi, entre você e a Valéria, não pensaria nem duas vezes, escolheria a Valéria. Porque você é da mesma laia que o Paulo, os dois não valem absolutamente nada. Maridos, namorados, ficantes, peguetes ou o que for, vem e vão, tem muitos por aí. Mas amigas verdadeiras não se encontram em qualquer esquina, são raras.

- A Valéria me ama, e com toda certeza, quando tudo isso acabar, ela vai voltar pra mim, Alícia, disso você não pode ter nem dúvida. É só eu querer...

- Só você querer? – dei risada. – E sabe o que eu quero? Eu quero que você vá puta que te pariu.

Disse e passei esbarrando em seu braço. Ouvi ele me chamar, mas não dei importância e subi. Parei em frente ao quarto do Pietro e entrei, precisava ficar um pouco com meu baby, Jack tentava fazê-lo dormir, enquanto o mesmo revirava na cama. Pietro sempre malandro, dei uma risadinha vendo aquela cena e a atenção dos dois foi voltada para mim.

- Pode ir descansar, Jack. O resto é por minha conta. – disse e ela sorriu agradecida, dei um beijinho em Pietro e retirou-se do quarto. – Vem cá, meu amor. – o chamei enquanto me sentava na enorme e confortável cadeira, que parecia mais um sofá, em formato de lua.

Pietro levantou-se rapidinho e foi escorregando na cama até chegar ao chão. Ele veio arrastando um ursinho pelo chão até chegar a mim. O coloquei em meu colo e ele logo se aconchegou em meus braços. Dei um beijinho em seus cabelos e peguei em sua mão brincando com seus dedinhos.

- Por que o bebê da mamãe não quer dormir, em? – sussurrei.

- To sem sono mamãe.

- Ahm... Então me conta o que você fez de bom hoje.

- Eu tudei.

- Tudei? – dei risada.

- É mamãe, tudei com a pofessora. – ele tentou explicar. Ri novamente.

- Estudei com a professora. – o corrigi ainda rindo.

- Mentila, foi só eu.

Gargalhei.

- Tudo bem, foi só você. E o resto?

- Blinquei, comi, e dormi muitão. – ele disse brincando com seu ursinho de pelúcia.

- Por isso que o mocinho não está com sono agora, né?! – disse começando a fazer cócegas em sua barriga.

Ele só assentiu com a cabeça rindo.

- Conta histolinha mamãe.

- Mas eu não sei contar nenhuma. Pode inventar? – perguntei e ele concordou. – Ok, vamos lá... Era uma vez dois unicórnios...

- O que é isso?

Procurei algumas palavras certas para tentar explicar isso pro Pietro, mas com certeza ele não iria entender.

- Esquece, não eram unicórnios. Eram veados.

Pietro começou a rir.

- Viados... – ele repetiu. – Papai disse que o tio Davi é viado. O que é viado mamãe?

Dei risada.

- É veados, é um animalzinho, meu amor. E o seu tio Davi é um viado mesmo. – disse e Pietro riu divertido. – Continuando a historinha...

Inventei uma história sem pé nem cabeça, não tenho vocação pra isso. Mas no final deu certo, Pietro acabou adormecendo em meus braços. Encostei a cabeça fechando os olhos, e pensando um pouco sobre o meu dia cansativo.

- Alícia? Vai dormir aí mesmo? – ouvi a voz de Paulo ecoar.

Sem perceber, adormeci por algum tempo com Pietro em meus braços. Que agora Paulo o pegava todo cuidadoso para pô-lo em sua cama. Me espreguicei e levantei, Paulo cobria o Pietro, liguei os abajures e desliguei as luzes, saí e Paulo saiu em seguida fechando a porta. Andei em direção ao meu quarto e logo Paulo me alcançou, me parando no meio do corredor.

- Já vai começar? – ele perguntou me fitando sério.

- Começar o quê? – perguntei sem desdém.

- Não é possível que você vá me ignorar até concluirmos o plano. – ele cruzou os braços, fazendo seus bíceps aumentarem.

- Duvida? – perguntei o desafiando e voltei a caminhar.

- Não me dê às costas enquanto eu estiver falando! – ele disse rude puxando meu braço com força.

 - Aí, Paulo! – reclamei puxando meu braço, mas ele não soltou. – É assim que você faz com a sua mulher grávida? – disse toda dramática e ele arregalou os olhos.

- O que disse? – ele perguntou soltando meu braço, segurei a risada e caminhei rapidamente até a porta, o deixando plantado lá, feito uma estátua.

- Otário. – murmurei rindo.

- Alícia, me responde, porra! – ele finalmente saiu do estado de transe e começou a caminhar em minha direção.

Ri entrando no quarto, me joguei na cama e me enrolei rapidamente. Ouvi a porta ser fechada e logo meu lençol ser puxado.

- Por isso o mal estar, né? – ele perguntou e gargalhei.

- Eu estava brincando. Eu vou dormir, faz silêncio, ok? – disse e puxei meu lençol de novo.

- Então por que vomitou? – ele perguntou desconfiado.

- Devo ter tomado sorvete demais, agora deixa de viagem, eu não estou grávida. Só estava tirando uma com a sua cara.

- Alícia, se você estiver mentindo... – ele me ameaçou.

- Não estou mentindo, caralho! Não quero um bebê agora, não ia vacilar desse jeito, entendeu? – disse estressada, Paulo me olhou perplexo.

- Como pode dizer isso? Se eu quiser que você engravide, você vai engravidar e pronto! – ele alterou o tom de voz.

- Ah claro, até porque eu tenho um tempo enorme para cuidar de duas crianças. Se toca, Paulo. Eu tenho meus negócios para cuidar.

- Que negócios o quê! Você é minha mulher e mãe do meu filho, tem por obrigação cuidar dele e de quantos mais vier. – ele disse autoritário.

- De quantos mais vier... – repeti rindo irônica. – EU NÃO ESTOU GRÁVIDA, E NÃO VOU ENGRAVIDAR, OK?

- Como é que é, sua puta? – ele perguntou tirando seu cinto inútil de couro.

- Puta é a sua mãe. – revidei. Nunca que eu fico por baixo.

- Vem cá que agora vou te ensinar uns bons modos, vai aprender a falar direitinho comigo. – ele disse perverso dobrando o cinto.

- Você não é nem louco. Fica longe de mim!

Paulo segurou em meu pé e me puxou rapidamente, me fazendo deslizar pelos lençóis de seda da cama. Dei um chute em sua mão soltando meu pé, e em troca recebi uma cintada na coxa, que ardeu que nem o inferno. Pensei em gritar, só pra amenizar a dor, mas não iria dar esse gostinho ao Paulo. Não mesmo. Sofro em silêncio, mas não dou nem um piu.

- Para com isso, seu merda. Ficou louco por acaso? – perguntei tentando sair da cama, mas ele puxava meus pés.

- Calada, vagabunda. Você vai aprender a me respeitar. Por bem ou por mal. – podia ver a raiva transbordando de seus olhos.

Paulo deu outra cintada, pegando na minha outra coxa. Fechei os olhos com força, a coxa da cintada anterior já estava vermelha, com um filete de sangue, havia ficado perfeitamente a marca do cinto. 

- Seu filho da puta! Por que está fazendo isso comigo? – perguntei sentindo um nó se formar em minha garganta.

- Estou te domesticando amor, te ensinando a me obedecer. Cansei de ser bonzinho com você, de ser seu capacho, as coisas vão mudar a partir de agora. – ele disse diabólico, colocou a minha arma em seu cós e pegou o cinto novamente. – Você acha que eu não sei o que conversou com o Davi? Disse que eu não presto, não é mesmo?  Vou te mostrar que eu realmente não presto, amor.

Vou apanhar por causa do Davi, desgraçado filho da puta. Ele vai ver só.

- Agora deita porra! – ele gritou autoritário.

- N-não. – murmurei.

- Eu ouvi um não? – ele disse pegando com força em meus cabelos. Prendi um grito. – Um não? – perguntou de novo puxando ainda mais meus cabelos.

Paulo me colocou na posição que ele queria, de bruços. Peguei um travesseiro e coloquei em meu rosto, não queria que ele visse qualquer emoção transparecendo.

- Você tem uma bunda deliciosa, amor. Sabia disso? – ele disse passando o cinto em minhas nádegas. – Por isso vou poupá-la, só por causa disso. Vou te deixar algumas marcas, marcas de amor. – ele disse o mais irônico possível.

Naquela hora só sentia ódio do Paulo. Como ele consegue ser assim? Como? Maldição. Sou muito filha da puta mesmo, só nasci pra sofrer. Sentia as duas cintadas em minhas coxas formigando, ardendo, doendo. Senti Paulo subir em cima de mim, e em seguida cintadas em minhas costas. Era como se eu fosse uma escrava, amarrada em um toco, sendo chicoteada, por algo que o patrão não gostou. Será que ele sabe o tempo de escravidão já passou? Mordi o travesseiro sentindo meus olhos marejando. A cada cintada ele falava que era meu dono, e que era pra eu obedecê-lo. Perdi as contas de quantas cintadas eu levei, minhas costas já estavam completamente dormentes, doloridas, ardendo, queimando...

Paulo me virou novamente e por uma brecha consegui chutar seu pulso. Me levantei da cama, quem disse que eu vou apanhar mais? Paulo havia largado o cinto e estava massageando o pulso, parti pra cima dele e acertei um tapa cheio em seu rosto, até a minha mão doeu. Mas ignorei esse fato, e dei outro tapa, do outro lado do seu rosto. Sei que estava em desvantagem, Paulo é bem mais forte que eu, mas iria me defender até onde desse ou pudesse. Ele me olhou com ódio, querendo realmente me matar. Durante essa brecha, consegui dar uma rasteira nele, só uma coisinha, eu bato que nem homem. Paulo gemeu de dor com o impacto da queda, chutei sua costela com força, mas quase que quebrava o coitado do meu pé. Ele tentou se levantar, mas coloquei meu pé em seu pescoço, o imobilizando.

- Se acha muito esperto né, Paulo? Você se glorifica tanto, glorifica tanto seu sobrenome de merda, mas deixa eu te avisar só uma coisa: Eu sou Alícia Gusman. Têm que ter pacto com o capeta pra bater de frente comigo. – disse o vendo ficar tão vermelho feito pimenta.

- V-Você vai pagar caro po-por isso! – Paulo disse com dificuldade enquanto eu enterrava o meu pé no seu pescoço. Ele já estava ficando roxo.

Tirei meu pé do seu pescoço e acertei outro chute em sua costela. Depois outro, outro e outro. Finalizei com um chute em seu saco. Paulo urrava de dor enquanto tentava recuperar o fôlego.

- Eu vou tomar banho, e se você ousar vir atrás de mim, eu juro, Guerra, que faço questão de contar pro Pietro que foi a mamãe que mandou matar o papai. 

- Você não teria coragem… – ele rosnou entre os dentes enquanto tossia. 

- Quer pagar pra ver?  – disse. Paulo me olhava com ódio, mas nem se moveu. Me virei e caminhei até o banheiro. Não tranquei a porta. Queria testar o limite dele, quero ver se ele tem coragem de vir até aqui. Tirei toda a roupa e entrei no box.

Coloquei minhas mãos em meu rosto e chorei, chorei, chorei muito. Não acredito que ele fez isso comigo. Tudo por culpa do Davi, que ódio que estou dos dois. Olhei para as minhas pernas, as marcas estavam inchadas, imagino a desgraça que está nas minhas costas. Liguei o chuveiro, já havia sofrido mesmo, mas um pouco não faria diferença. Tirei a calcinha me lavei rapidamente choramingando, peguei uma toalha e me sequei com cuidado nas costas, dei uma olhada no espelho e estava uma desgraça mesmo. Me enrolei e saí do banheiro, Paulo não estava no quarto. Fui até o closet, vesti uma calcinha, procurei uma pomada, por sorte encontrei uma, espalhei em minhas costas e nas coxas. O que eu fiz com ele não foi nem perto de como ele me deixou. Vesti uma calça e blusa de moletom. Só fiz pentear mesmo os cabelos rapidamente e fui pra cama, me deitei de lado, de costas para a porta, não queria ver quando ele chegasse. Algumas lágrimas ainda ousaram cair, mas as limpei quando ouvi a porta sendo aberta.

Paulo arrastou a cadeira acolchoada ficando de frente pra mim, em uma distância considerável.  Ele estava com o litro de vodka nas mãos. Livrou-se rapidamente de suas roupas ficando de boxe, sentou-se na cadeira esparramado e pegou o litro tomando um bom gole.

- Espero que tenha uma ótima noite, amor. – ele sorriu perverso.

Dei um risinho breve e me virei de costas para ele.

- Boa noite, bebê. – disse com ironia e fechei os olhos. Eu só queria dormir e nada mais.

(...)

Acordei com o toque do meu celular. Graças a Deus Paulo não estava no quarto, ele havia dormido naquela cadeira mesmo, menos mal. Me levantei devagar, caminhei até o espelho e levantei minha blusa, visualizando minhas costas, agora sim, as cintadas estavam bem formadas de tão inchadas. Suspirei e procurei meu celular. Achei e o peguei. Vi que tinha uma chamada perdida, era a Valéria, retornei. No segundo toque ela atendeu.

- Bom dia, vadia. Por que não me atendeu? – ela perguntou, e pude imaginar sua cara de inconformada.

- Desculpa, não sabia onde o celular estava. – murmurei.

- O que aconteceu, Lice? Você está bem? – ela perguntou preocupada.

Senti uma vontade enorme de chorar.

- Está tudo bem sim...

- Você não sabe mentir pra mim. Eu tô indo aí.

- Não não, eu vou no seu apartamento.

- Tá bom. Chamo a Marce?

- Você que sabe. Alguma notícia da Emily?

- Sim, ela ligou cedo avisando que pegou novas rotas de carregamento.

- Tudo bem, depois vemos isso. Daqui a pouco chego aí, beijos.

- Fica bem, amiga.

Desliguei o celular. Peguei minha arma que estava em cima do criado mudo e verifiquei se estava carregada, e não. O filho da puta tirou todas as balas, peguei um cartucho e coloquei. Arrumei logo a minha bolsa e fui tomar um doloroso banho. Procurei em umas gavetas no banheiro onde guardava meus comprimidos, encontrei um pra desinflamar, o engoli. Escovei os dentes e fui até o closet. Vesti uma lingerie, e escolhi uma roupa. Uma calça jeans, uma blusa de mangas grandes, um salto, amarrei meu cabelo, fiz uma maquiagem pra esconder algum vestígio de choro da noite anterior e pronto. Borrifei um pouco de perfume e peguei minha bolsa, saí do meu quarto e entrei no de Pietro. Ele estava acabando de acordar.

- Bom dia, meu amor. – disse para ele, que sorriu espreguiçando-se.

- Bom dia, mamãe.

- Vamos tomar banho pra ir tomar café com a mamãe?

- Siiim! – ele disse animado e ri fraco.

Coloquei minha bolsa em cima da cama, e o despi. O fugitivo nu correu logo para o banheiro, o banhei no chuveiro mesmo, se eu fosse esperar a banheira encher iria demorar muito. Segurei Pietro enquanto ele escovava os dentes, ele comia mais a pasta do que escovava. Briguei algumas vezes com ele, enquanto ele ria. O enrolei em seu roupão do Batman, escolhi uma roupinha e o vesti. Já pronto, descemos.

- Bom dia, dona Alícia. – Rose disse assim que cheguei à cozinha. – E pequeno Pietro.

- Dona não né, Rose? – disse rindo fraco.

Me sentei à mesa, e coloquei Pietro em sua cadeira. Reparei que tinha muitos lugares postos na mesa, tem visita? Assim que iria abrir a boca pra perguntar à Rose, ouvi vozes se aproximando. Reconheci as vozes, só o que estava faltando mesmo, na cozinha apareceu Lilian, Maria Joaquina e Pierre. Tava demorando... Rose colocou meu café da manhã e o de Pietro, as três criaturas que estavam conversando animadamente ainda não haviam reparado a minha presença.

- Deseja mais alguma coisa? – Rose perguntou. Os três me olharam.

- Não, Rose. Obrigada. – respondi.

- Que surpresa boa. – Lilian disse. – Bom dia, Alícia.

Sorri falsamente. Maria Joaquina deu a volta e deu um beijo estalado na bochecha de Pietro, que riu.

- Que saudades que eu estava desse gostoso. – Maria Joaquina disse. – Oi, Alícia.

- Eae, Alícia. – Pierre disse por fim. Os três sentaram.

Maria Joaquina fez questão de sentar perto do Pietro.

- Oi. – respondi sem ânimo.

- Quem morreu? Que tristeza. – Maria Joaquina perguntou.

Ia responder, mas surgiram Paulo e Roberto na cozinha. Ah, Roberto…

- Que coisa boa! Família reunida novamente. – Roberto disse alegre. Só ele mesmo. – Saudades de você, menina. Levante pra dar um abraço no seu sogrão. – ele disse para mim.

Forcei um sorriso e levantei. Roberto me deu um abraço esmagador, e sem querer soltei um gemido de dor por conta da desgraça que o filho dele encapetado fez em mim.

- O que foi? Apertei demais? – Roberto perguntou me olhando.

Paulo me olhou rapidamente, pensando que eu ia abrir a boca. Eu poderia fazer isso, mas não vou. Me falta vontade.

- Não. Está tudo bem. Saudades de você também. – sorri forçado e sentei.

Roberto olhou estranho por alguns segundos.

- Bom dia, amor. – Paulo disse e eu quase vomitei, só não vomitei porque não tinha nada no meu estômago.

Ele debruçou-se e me deu um selinho. E ele ainda age como se NADA tivesse acontecido. Eu te odeio, Paulo. Ele sentou-se do meu lado radiante. Que engraçado, nem parece que apanhou de mulher.

- Cara, como esse moleque cresceu! – Roberto disse babando Pietro. – Será que ele ainda lembra do vovô aqui?

- Claro que lembra, deixa de ser dramático, pai. – Paulo respondeu.

Roberto pegou Pietro nos braços, Maria Joaquina que estava brincando com ele achou ruim.

- Oh tio! – ela reclamou.

- Diz pra ela que você é do vovô agora. Diz! – Roberto disse fazendo Pietro de aviãozinho.

- Sou um vião mamãeee, olha! – Pietro disse em meio a gargalhadas. Todos riram, só abri um sorriso vendo meu pequeno.

Tomei meu café calada, Maria Joaquina fez questão de ajudar Pietro com o café. Roberto às vezes se metia também. Todos conversavam animadamente, parecia uma daquelas famílias felizes de comerciais. Estavam ocupados demais para reparar que eu estava quieta demais na minha, mas Paulo mantinha o olhar sobre mim.

- Podem ficar com o Pietro? Preciso resolver algumas coisas. – disse tomando a atenção de todos.

- Pode deixar. – Roberto sorriu bagunçando os cabelos do Pietro. – Ainda trabalhando muito?

- Sim, até quando seu filho deixar. – disse e olhei para Paulo. – Até mais tarde.

Me levantei, todos ficaram em silêncio e dei um beijo em Pietro. Saí da cozinha e peguei minha bolsa. Peguei a chave do meu Audi R8, fiz uma manobra na garagem e logo sai da mansão. Pisei fundo indo a caminho do apartamento da Valéria.

(...)

- Pensei que não viria mais. – Valéria disse abrindo a porta.

Entrei e encontrei Marce sentada no sofá mexendo no celular.

- Pode ir logo nos contando o que aconteceu.

Joguei minha bolsa no sofá, dei as costas para duas e tirei a blusa.

- Meu Deus do céu, Alícia. O que foi isso? – Valéria perguntou.

- Quem fez isso? – Marce perguntou.

Me virei e as duas estavam horrorizadas, me sentei com a blusa nas mãos e olhei pro chão.

- Ele que fez isso... – murmurei com um nó se formando em minha garganta.

- O Paulo fez isso? – Valéria perguntou sem acreditar.

- Sim, fez. – suspirei sentindo meus olhos marejarem. – Tem duas cintadas nas minhas coxas também.

 Comecei a chorar. Senti as duas sentarem do meu lado e me abraçaram.

- Ai meu Deus, Lícia... – Marce só conseguiu dizer isso.

- Por que aquele filho da puta fez isso? – Valéria perguntou com ódio.

- Por culpa do Davi... Ele deve ter colocado um monte de merda na cabeça do Paulo, e só sobrou pra mim. – limpei as lágrimas.

- Culpa do Davi? – Valéria perguntou curiosa.

Prometi que não iria contar isso para ela. Mas a situação exige a verdade.

- Depois que saímos da sorveteria, fui perguntar a ele porque ele tinha sido tão covarde com você, a ponto de te trair. Então ele e o Paulo me contaram toda a verdade.

- Que verdade? – Marce perguntou.

- A vadia que estava com o Davi é filha do atual presidente da máfia italiana, então o plano deles é, que enquanto Davi estiver com ela, vão passar a perna no velho. Eu fiquei indignada com isso. Ele feriu os seus sentimentos por causa de dinheiro, de um plano idiota. Discuti com os dois, acabei vomitando e mais tarde discuti com o Davi de novo, e acabei dizendo que ele o Paulo não valem nada. E o que o filho da puta fez? Acabou indo encher a cabeça do Paulo e só sobrou pra mim... Paulo veio com uma historia de que eu tava grávida só porque vomitei, eu disse que não queria engravidar, ele revoltou-se, e só somou as coisas. Essa é a verdade.

As duas ficaram caladas. Me olhando.

- Não posso acreditar no que ouvi. – Marce disse.

- Então o Davi fez isso tudo por causa de dinheiro? – Valéria perguntou baixinho. – E você apanhou por causa dele? – ela perguntou indignada, assenti com a cabeça. Ela riu. – Ele não sabe com quem se meteu. 

- O que você vai fazer? – Marce perguntou.

- O Davi vai se arrepender pelo o que fez. Escrevam o que estou dizendo. – Valéria pegou seu celular e mandou algumas mensagens.

- Valéria, não faça nada, por favor. O Paulo vai saber..

- QUE SE FODA O DESGRAÇADO DO PAULO! – ela gritou levantando-se. – Olha o que ele fez com você, amiga... – ela sussurrou me olhando. – Quem ele pensa que é? Dono do mundo? Porque ele não é! Eu cansei desses filhos da puta achando que podem brincar com a gente como se fôssemos bonecas, CANSEI! – ela passou a mão entre os cabelos.

- Eu sinto muito por isso.  – murmurei.

- Eu que sinto muito por você amar um monstro, Alícia. 


Notas Finais


A família Guerra reunida novamente! Quem amou?

Continua?


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