Enquanto eu começava a tirar o vestido, Paulo permanecia deitado com as mãos atrás da cabeça me olhando de cima a baixo. Ele me mandou um beijo no ar e ri ficando apenas de calcinha, pois o vestido já havia bojo que sustentava meus seios.
- Isso tudo é meu? - Paulo perguntou com um sorriso extremamente safado nos lábios.
- Que pergunta idiota. - disse, ele riu pelo nariz.
- Você corta qualquer tipo de clima. - Paulo disse e gargalhei.
- Ok, Guerra.
Caminhei até a cama e subi engatinhando até ficar em cima de Paulo. Ele mirou meus seios e mordeu a ponta do seu lábio inferior soltando lentamente. Rodeei sua cintura com as minhas pernas, e suas mãos foram diretamente para minha bunda, onde ele imediatamente apertou. Me debrucei alcançando seus lábios, depositando dois selinhos e em seguida iniciando um beijo, Paulo impulsionou meu quadril para baixo, encostando em seu membro que já começava a dar sinal de vida. Ele começou a friccionar nossas intimidades me deixando em chamas e me fazendo gemer fraco contra seus lábios.
- Acho isso bem injusto. - murmurei contra seus lábios, me referindo ele estar ainda de roupas, e ataquei seu pescoço, dando alguns beijos e chupadas.
Paulo ofegou.
- Também acho. - ele respondeu e ouvi um barulho de tecido rasgado, era a minha calcinha.
- Não acredito, seu cachorro! - dei um tapa em seu rosto, de leve.
- Pode bater! - ele disse risonho.
- Quer dizer que você gosta de apanhar? - perguntei e sentei com força em cima do seu membro.
Ele me repreendeu com o olhar e coloquei minhas mãos espalmadas em seu peito, subindo e descendo.
- Às vezes. - ele respondeu e passei minhas unhas lentamente em sua barriga, o vendo se contorcer um pouco.
- Bom saber. - disse baixo e dei um tapa em seu rosto, com força.
- Alícia! - ele esbravejou.
Bati de novo, do outro lado.
- Porra! - ele continuou.
- Você disse que gostava de apanhar. E tapa de amor não dói. - dei risada me divertindo da feição de raiva que ele estava.
- Deixa eu bater pra você ver.
- Só se bater com força. - disse manhosa.
Sua feição de raiva logo foi embora, dando lugar a um sorriso malicioso. Paulo entre abriu os lábios e vi ele passar sua língua horizontalmente em seus dentes brancos e perfeitamente alinhados.
- E é com força mesmo que irei bater, Lícia.
Essas palavras eram melodias para meus ouvidos. Em um movimento rápido Paulo me pôs em baixo, me deu um beijo e levantou-se da cama. Ele começou a tirar as peças de roupas, já estava mais do que na hora. Observei cada movimento, e por um instante pensei em gravar aquele strip tease pra me ver todas as horas do dia. Paulo é um pedaço de mal caminho para o inferno, foda-se meu lugar já está reservado lá mesmo. Por fim, Paulo estava completamente nu a minha frente, dei uma olhada minuciosa desde seus pés até seu topete. É realmente uma delícia de homem.
- Quero você de quatro, agora! - Paulo disse acariciando seu pênis.
Soou mais como uma ordem.
- Sem preliminares? - perguntei incrédula.
As preliminares é a porta de entrada para um bom sexo. Ou não.
- Sem preliminares. - ele confirmou com um sorriso diabólico.
- Quer me arrombar, é?
Paulo gargalhou ainda se tocando.
- Claro que não meu amor. Não faria tamanha maldade, até porque eu gosto de você assim. Bem apertadinha.
- Amor, é Natal! Ninguém pode fazer essas coisas violentas. - disse e dei risada de mim mesma.
Paulo riu em seguida.
- Só porque vai ser com força, não quer dizer que não tenha amor envolvido. Então deixa de conversa e empina logo essa bunda pra mim.
- Fico impressionada com seu grau de romantismo. - ironizei fazendo Paulo rir.
- Vai ficar de quatro ou tá difícil, vadia?
- Estou ficando, está cego, seu viado?
- Wow, acho que isso feriu um pouco a minha masculinidade. - ele riu breve.
Revirei os olhos e logo senti Paulo puxando meu quadril com força em direção ao seu membro, apenas me fazendo sentir ele totalmente rígido.
Paulo segurou com meu cabelo com força o puxando para trás, o que me fez gemer. Um gemido de dor misturado com tesão. Se isso estava me excitando? Muito. Com a outra mão, Paulo tocou minha vagina, me lubrificando já que o mesmo disse que não haveria preliminares. Arfei tentando me concentrar no que viria a seguir. Logo senti a cabeça de seu pênis em minha entrada, e foi entrando cada vez mais até eu sentir suas bolas em minha bunda. Paulo ainda segurava em meu cabelo e com a outra mão segurava firme em meu quadril, ele foi afastando-se de mim bem devagar, me torturando e quando voltou foi com força, com vontade e bem profundo que me fez ir a frente e voltar. Gemi alto.
- Um viado não faria isso. - o ouvi dizer.
Paulo saiu e entrou com força, de novo. Prendi um grito.
- Então não me chame disso, merda!
Um tapa foi depositado bem na minha bunda, precisamente no meu glúteo esquerdo.
- Seu viado, filho da mãe! - o xinguei.
Ouvi apenas a risada de Paulo ecoar pelo quarto e seus entocadas profundas, que estavam me levando ao delírio e ao puro prazer.
- Ouvi dizer que você gosta de um fio terra. - o provoquei entre gemidos.
- Não brinque com fogo, Licinha. - ele disse e senti um tapa, no outro lado da bunda.
Arfei.
- E se eu brincar?
- Você que sabe. Se eu começar, não vou parar até eu cansar e você não vai aguentar orgasmos até o dia amanhecer. - ele sussurrou ao pé do meu ouvido.
Seu membro estava completamente enterrado em mim. Céus!
- Você diz isso só porque sabe que queima rosca. - continuei com as provocações.
- Você que pediu, amor. - ele disse.
Suas entocadas de lentas, passaram para rápidas e dolorosas. Era um misto de dor com prazer. Uma vontade de mandá-lo parar, mas ao mesmo tempo continuar. Tentava o máximo não gemer tão alto porque temos convidados e amanhã eu morreria de vergonha se comentassem sobre ter escutado algo. Sei que Paulo não se importaria, mas eu me importo e muito. Meu corpo chocava-se brutalmente com o corpo de Paulo, a cama chegava a se mover um pouco por conta da força que Paulo impunha sobre o meu corpo.
Em poucos minutos eu já estava chegando ao meu ápice. Ouvia os gemidos abafados de Paulo, suas mãos firmes me mantinham presa, sem escapatória alguma. Se ele ficou mesmo puto da vida com as provocações, ele estava demonstrando muito bem, porque as penetrações estavam quase me fazendo subir pelas paredes, ora dolorosas, ora prazerosas, tornando nosso sexo bem gostoso.
- Tá gostando, vadia? - ele perguntou me dando uma entocada profunda e parou um pouco com a respiração descompassada.
Imagine a minha.
- Vadia é a sua mãe, Paulo Guerra. - rosnei e Paulo riu.
- Pensei que estivesse de bem com a dona Lilian. - ele disse irônico.
- O fato de eu estar, não significa que não posso xingá-la.
Paulo soltou meus cabelos e senti suas mãos caminhando para meus seios. Ele apertou com força, que doeu.
- Hum...É mesmo? - ele sussurrou massageando meus seios.
- Aproveita, Guerra...- respirei fundo prendendo um gemido. - Porque essa é a única hora que fico submissa à você.
- É sério? - ele perguntou esnobando o que eu tinha dito e depositou beijos em minhas costas.
Hum... Isso é muito bom.
- Idiota. - sussurrei.
Paulo riu fraco e continuou a me penetrar devagar, depois aumentou a velocidade dos seus quadris, fazendo suas bolas bater em minha bunda. No quarto só ecoava o barulho dos nossos corpos se chocando e nossos gemidos um tanto abafados.
- Oh, Paulo! - grunhi apertando os lençóis da cama sentindo um orgasmo chegar.
Não estava mais conseguindo me manter de quatro, Paulo segurava com força em minha bunda me mantendo firme. Mordi meus lábios com força sentindo os músculos da minha vagina contrair mastigando seu membro, e acabei gozando, Paulo urrou e gozou em seguida. Ele soltou um suspiro e deu mais três entocadas e saiu de mim, pude assim cair de lado na cama. Mal respirei e ele já vinha pra cima de mim.
- Cansou, amor? - ele perguntou dando beijos começando do meu ventre.
Eram beijos preguiçosos e molhados. Chegou até meus seios e chupou cada um, fechei os olhos sentindo sua língua rodear meu mamilo, lentamente. Respirei fundo e adentrei minha mão em seus cabelos os acariciando enquanto ele se deliciava dos meus seios.
- Eu sou insaciável, você sabe disso. – respondi.
Abri meus olhos e me deparei com um par de olhos castanhos me encarando.
- Eu sei disso, Alícia Guerra. - sorri e ele retribuiu com um sorriso maravilhoso.
Quase suspirei olhando pra aquele sorriso, mas não demorou muito, pois Paulo iniciou um beijo calmo. Paulo segurou em meus pulsos, colocando a cima da minha cabeça, me mantendo presa. Sua língua fazia um excelente trabalho em minha boca, ele chupou minha língua de uma forma que eu quase tive um segundo orgasmo, caralho. Suspirei contra seus lábios, Paulo mordeu meu lábio inferior e desceu para o meu pescoço, ele deu um chupão que eu fui ao céu e voltei. Coloquei minhas pernas ao redor de sua cintura, Paulo impulsionou seu quadril para a frente e senti seu pau tocar em minha intimidade. Senti uma vontade enorme de tocá-lo, e puxei meus pulsos da mão de Paulo, mas ele não soltou.
- Nada disso! Eu que mando aqui. - ele disse sorrindo roçando seu pau em mim.
- Ah não, bebê. Você não quer que eu te toque? - perguntei manhosa.
Seu quadril movia-se lentamente entre as minhas pernas, sem penetração.
- Sim, eu quero. - ele sussurrou.
- Então me solta.
- Não, você é minha refém. - ele disse rindo.
- Idiota! Depois você vai implorar pra eu te chupar e eu não vou.
- Claro que vai. Vai cair de boca, até se engasgar.
- Claro, porque você vai implorar. - sorri irônica.
- Beleza, depois continuamos essa conversa. Não curto essa de ficar de papo numa foda, é foder e acabou.
- Foder e acabou se eu fosse sua puta! Então se eu quiser nós vamos conversar.
- Pois converse sozinha, enquanto meu pau escorregava pra dentro de você.
Paulo rapidamente pegou seu pau e posicionou em minha entrada, voltando depois a segurar minhas mãos. Ele nem deixou eu me pronunciar e me penetrou com tudo. A minha vontade foi de xingá-lo, mas logo passou quando ele começou a bombear rapidamente. Hoje ele estava com bastante gás. Minha mão coçava pra arranhar suas costas de cima a baixo, mas Paulo não deixava eu mover os braços. Que raiva desse puto gostoso. Paulo mordeu o bico do meu seio e eu quase gritei.
- Porra, isso dói! não é de borracha, seu imbecil. - reclamei e ele riu.
- Alícia, quando formos transar vou por uma fita adesiva na sua boca. Estou querendo te foder mais você não cala a merda da boca.
Ele disse e comecei a rir sem parar e Paulo ficou me olhando com cara de cu.
- Tá bom, amor. Desculpa. Pode continuar sua performance. - disse parando de rir.
- Você só tem direito de gemer e pedir por mais.
- Ui. - disse e gargalhei, Paulo me fuzilou com os olhos. - Parei.
- Finalmente! Já estava broxando aqui com essa conversa toda.
Dei risada e Paulo continuou "sua performance" e naquela noite ainda cheguei ao meu terceiro orgasmo.
(...)
- Acordem! Só está faltando vocês. - ouvi algum ser gritar na porta.
Aos poucos consegui reconhecer a voz. Era Lilian. Que droga, ninguém não pode nem dormir em paz.
- Cacete! Já estamos indo. - ouvi Paulo responder com o seu "bom" humor matinal.
- Eu ouvi direito, Paulo Guerra? Me respeite, eu sou sua mãe. - Lilian berrou do lado de fora.
- Não me enche, já disse que estamos descendo. - ele respondeu bufando.
- Só pode ser filho do Roberto pra ser arrogante assim. - Lilian disse e depois disso não ouvi nada.
- Não posso nem dormir nesse caralho. - Paulo murmurou e senti a cama se mexer. - Alícia! - ele me chamou.
- Antes que comece com seus estresses, eu já estou acordada. - abri os olhos e me espreguicei.
- Se arruma, porque me parece que o pessoal dessa casa só sabe fazer as refeições se estivermos lá olhando pra cara deles. - ele disse irritado e foi para o banheiro.
Se Pietro puxar ao humor do pai, eu estou muito lascada. Paulo só falta engolir a mãe dele, mas Pietro não é nem louco de fazer que nem o Paulo. Ele só é revoltado da vida por falta de tapas, ou… por excesso deles.
- Você é surda? Mandei se arrumar! - Paulo gritou do banheiro.
- Não venha com suas grosserias pra cima de mim. Primeiro, eu não sou a Lilian que aguenta seus abusos e segundo nem te fiz nada. - levantei já com raiva jogando travesseiros e lençóis no chão, não sou eu que arrumo mesmo.
- Sério? Nem percebi que você não é minha mãe. - ele disse irônico colocando a escova de dentes na boca quando cheguei no banheiro.
Revirei os olhos, peguei minha escova, coloquei pasta e coloquei na boca. Tirei a blusa do Paulo que eu estava e entrei no boxe, escovei meus dentes durante o banho. Quando já estava terminando o banho, Paulo entrou no boxe também, espremi meus cabelos já saindo quando Paulo me puxou de volta, me abraçando por trás.
- Sai! Você é muito grosso comigo.
- Foi mal. É que minha mãe já acorda me estressando.
- Então desconte nela. Toda vez é assim. Se pisam no seu calo, você vem pisar no meu que não tenho culpa de nada. - me virei o olhando.
- Já pedi desculpas. - ele bufou.
- Eu não ouvi você pedir desculpas, você disse um "foi mal", não foi mal, foi péssimo.
Paulo revirou os olhos.
- Desculpas, caralho. Tá bom assim? - ele perguntou impaciente.
- Se tirasse o caralho ficaria melhor.
- Vá a merda! - ele disse com raivinha.
- Você é muito bipolar, garoto. – murmurei dando de ombros.
- Olha quem fala! Chorou porque te chamei de intrometida. - ele zombou.
- Pelo menos eu tenho uma desculpa. Meus hormônios estavam agitados, isso acontece na menstruação. Já você é anormal por natureza. - dei de ombros.
- Anormal é você! - ele disse.
- Você que é.
- Não, você.
- Você! - disse irritada.
- Cadê mamãe? - ouvimos a voz do Pietro.
- Oi, amor. - gritei. - Já estou indo.
- Tá onde, mamãe?
- Estou tomando banho.
- Papai tamém?
- Não. Ele está enchendo meu saco. - disse olhando pro Paulo que fez cara feia.
- Estou, Pietro, já estamos indo. - Paulo respondeu.
- Quelo cumer. - Pietro disse.
- Já vou! - respondi.
Me soltei de Paulo e me enrolei em uma toalha. Pietro andava pra lá e pra cá no quarto procurando alguma coisa pra mexer, ou meu celular ou de Paulo.
- Oi, meu gostoso. Vem cá dar um beijo na mamãe. - disse me agachando.
Pietro sorriu e veio correndo todo desajeitado em minha direção. Ele abraçou meu pescoço e deu um beijo molhado em minha bochecha.
- Quelo joguinho. - ele disse me soltando.
- No meu celular não tem, só no do seu pai.
- Cadê? - ele perguntou olhando pros lados.
- Não sei. Vai perguntar a ele que eu vou me vestir.
- Paaaaai! Paaaaaaaaaai!
Esse era Pietro gritando enquanto entrava no banheiro. Bem normal que nem o pai. Fui para o closet e me vesti. Coloquei um cropped preto manga longa e uma calça jeans cós alto com alguns rasgos no joelho. Calcei um salto médio, penteei meus cabelos e os deixei secar naturalmente. Paulo chegou no closet com uma toalha amarrada na cintura, pude notar uma marca de mordida em seu pescoço. Ah, foi eu que fiz. Dei uma risada olhando.
- Do que está rindo? - ele perguntou me olhando. - Ah, eu também vi. - ele disse apontando pro pescoço. - Isso não vai ficar assim. - ele me ameaçou.
- Tudo bem. - ri levantando as mãos em forma de redenção.
Me sentei em frente a penteadeira e fui me maquiar. Claro que uma maquiagem básica, só pra não ficar com cara de morta.
- Sabe o que eu estava pensando? - perguntei enquanto passava pó.
- Não sou adivinha. - Paulo respondeu escolhendo sua roupa.
- Ignorante! Enfim, eu estava pensando em parar com os comprimidos e tomar injeção. Tipo, é muito chato ter que tomar comprimido todo dia e ainda correr o risco de esquecer. E injeção é uma a cada 3 meses.
- Você que sabe. - ele respondeu curto e grosso.
- Só vai dizer isso? - perguntei o olhando pelo espelho.
- Quer que eu diga o quê? Que você não quer engravidar de jeito nenhum? - ele perguntou vestindo uma calça jeans.
- Não é bem assim, Paulo. Só não quero agora. – murmurei.
- Ok, Alícia. Você faz o que quiser. - ele disse por fim e preferi não continuar o assunto. Provavelmente iniciaria uma briga.
Terminamos de nos arrumar calados e descemos calados também. Paulo ia levando Pietro nos braços e eu ia atrás. Chegamos até a cozinha e estavam todos de mão no queixo.
- Graças a Deus. – Jaime disse levantando as mãos pra cima. – Não estava mais aguentando de fome.
- Bestas são vocês que ainda ficam nos esperando pra comer. - Paulo disse sentando-se com Pietro no colo.
Sentei ao seu lado.
- Nossa! Que consideração que tem por nós que esperamos até agora o casal de pombinhos. - Davi disse.
- Não fizeram mais que a obrigação de vocês. - Paulo respondeu.
- Paulo é bem humorado assim pela manhã ou é só impressão minha? - Valéria perguntou.
- Acho que é só impressão mesmo, Val. - ironizei. - Aliás, bom dia pra vocês.
- Bom dia, Alícia! - me responderam e sorri.
Logo Pedro e Roberto começaram a conversar. As garotas foram falar de roupas e os garotos sobre carros. Pietro estava sentado no colo do Paulo, mas era da minha comida que ele comia.
(...)
Depois do café da manhã, subi pro quarto porque Pietro fez o favor de derramar suco na minha roupa. Estava de calcinha e sutiã quando a porta do quarto foi aberta, era Paulo.
- Viu a minha arma por aí? - ele perguntou.
- Deve estar na gaveta. - disse e ele direcionou-se até a mesma, e realmente ela estava lá. - Vai sair?
- Vou. - ele disse verificando se a arma estava carregada.
- Mas combinamos que ninguém ia sair no Natal.
- Não vou demorar, vai ser coisa rápida. Até porque temos que ir recepcionar o pai da Margarida.
- Temos? - arqueei as sobrancelhas.
- Claro. Você é minha esposa e tem que me acompanhar.
- Tudo bem.
Caminhei até ele e fiquei de ponta de pé dando um beijo casto em seus lábios.
- Só? - ele perguntou pousando suas mãos em minha cintura.
- Sim. Parece que não quer me beijar hoje. - fiz manha.
- Que drama. - ele riu fraco.- Você só não me deu chance.
- Estou te dando mole há muito tempo, está esperando o quê? - perguntei e ele riu.
Paulo me puxou pela cintura e segurou meu rosto, logo senti a maciez de seus lábios contra os meus. Sua língua passou nos meus lábios e eu os entre abri permitindo sua passagem. Era um beijo sincronizado, apesar de que cada beijo que tenho com o Paulo parece ser diferente, único, como se fosse a primeira vez. As malditas borboletas nunca abandonaram meu estômago, e sempre que Paulo me toca, eles voltam a voar.
- Eu não demoro. - ele disse separando nossos lábios e beijando minha testa. - Tranca essa porta quando estiver trocando de roupa, nunca se sabe quem vai entrar aqui.
- Pode deixar. - bati continência e ele riu.
- Gostosa. - ele me selou rapidamente e afastou-se de mim.
Dei tchauzinho pra ele , ele piscou e saiu do quarto. Sorri que nem uma boba e fui me vestir.
(...)
- Vai demorar muito? - perguntei já impaciente.
Estávamos esperando o pai da Margarida chegar em um campo de pouso clandestino há um bom tempo, e o que mais odeio é esperar. Só estava nós quatro, eu, Paulo, Davi e Margarida.
- Ele já está chegando, olha lá. - Paulo apontou na imensidão daquele céu.
Só consegui enxergar um pontinho, que era o jatinho dele. Minutos depois, o jato pousou. Paulo segurou em minha mão e nos aproximamos do mesmo. Ficamos até uma certa distância. A porta foi aberta e segundo depois apareceu um homem com seus 50 anos, mas fisicamente parecia ter 45 anos. Italianos envelhecem muito devagar. De longe vi seus anéis e relógio de ouro, ele estava de óculos escuro e uma espécie de chapéu. Margarida só o deixou descer do jato e foi correndo abraçá-lo. Olhei bem pra cara daquele homem e quase me engasguei com minha própria saliva.
- Paulo, esse que é o pai da Margarida? - perguntei abismada.
- Sim, é. Você o conhece? - Paulo perguntou me olhando.
Claro que eu o conhecia. Como não lembrar desse nojento asqueroso.
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