Alícia Gusman POV
Eu não estava mais aguentando todos aqueles velhos perguntando ao Sebastian quem era a vadia nova. Vadia nova o caralho. Preferia morrer a ter que me deitar com o Sebastian. Isso, jamais, em hipótese alguma aconteceria. Enquanto eles conversavam sem parar, dei uma breve olhada por alí. Só queria saber como sairia ilesa daqui, com essa gargantilha dos infernos em meu pescoço. Olhei cada canto daquele salão de festas e por uns segundos senti meu coração parar de bater, e logo depois pulsar mais rápido. Acho que estou tendo alucinações. Me deu uma vontade louca de chorar, era ele. Era o meu Paulo. Será que ele sabia que eu estava aqui? Será que ele veio atrás de mim? Ele estava tão lindo, juntamente com Mário, Jaime e Davi. Eu queria gritar por ele, mas Sebastian apertaria aquele botão, sem sombra de dúvidas. Ele precisa saber que eu estou aqui, ele tem que fazer alguma coisa. Eu me sentia inquieta naquele momento. Que droga. Observei Paulo sair de perto dos garotos, e eu me desesperei.
- O que está acontecendo, querida? Está tão inquieta. – Sebastian perguntou me fazendo mudar a direção do meu olhar.
- É que eu preciso muito ir ao banheiro. – respondi.
Nossa, que bosta de desculpa, Alícia. Você já foi melhor.
- Mas acabamos de chegar, você nem tomou nada. – ele disse.
Respirei fundo, umas três vezes.
- Me deu vontade agora. – respondi calma.
- Deixe a garota passear um pouco, Garcia. – um daqueles velhos disse.
- Tudo bem. Volte logo. – ele disse.
Quase abri um sorriso. Mas, tratei de sair logo dali. Entrei em um corredor e pude ver Paulo caminhando sem pressa por ali, ele estava meio distante de mim e eu não podia simplesmente gritar por ele, já que pessoas transitavam por ali. Olhei para trás, para ver se não tinha nenhum segurança do Sebastian me seguindo, quando olhei para frente de novo, havia perdido Paulo de vista. Que ótimo. Continuei caminhando e senti ser puxada para dentro de um daqueles quartos. Nem deu tempo de gritar, pois rapidamente colocaram a mão em minha boca, me encurralando em uma parede. Fitei aqueles olhos cor de mel, e eu não acreditei que era ele. Deus ouviu minhas preces, obrigada Senhor.
- A-Alícia? – ele perguntou quase que pra si mesmo, parecendo também não acreditar que era eu ali.
Minha respiração estava descompassada com toda aquela adrenalina. Aos poucos ele foi tirando a mão da minha boca, e a única atitude que eu tive foi de abraçá-lo. O abracei tão forte, inspirando todo o seu cheiro, que por uma semana eu não sentia. Ele parecia estar em transe, pois não correspondia meu abraço.
- Amor, sou eu. – disse dando um longo suspiro, segurando minhas lágrimas. O que não funcionou muito, pois eu já estava chorando agarrada em seu pescoço.
- POR QUE DIABOS VOCÊ SUMIU? – ele gritou me separando bruscamente do seu corpo. – EU TE PROCUREI POR TODOS OS MALDITOS LUGARES DAQUELA ILHA NO HAVAÍ E EM SÃO PAULO, E AGORA TE ENCONTRO AQUI NA ITÁLIA EM UMA FESTA DE MAGNATAS... – ele me olhou de cima a baixo. – VESTIDA QUE NEM UMA VADIA! PODE ME EXPLICAR, CARALHO?
Eu estava assustada com a sua reação. Era pra ele me abraçar e me beijar e dizer que agora estava tudo bem, que eu finalmente tinha aparecido. Mas não, ele gritou comigo como se eu tivesse culpa de algo. Eu era a vítima nesse caralho. Por que ele não vê isso? Derramei mais lágrimas enquanto o olhava, seu peito subia e descia. Ele estava furioso.
- Eu... – respirei fundo tentando conter minhas lágrimas. – Eu não sumi, Paulo. Por que está assim comigo? Deveria estar feliz por ter me encontrado. – funguei, passando as mãos em minhas bochechas.
- Você queria mesmo que eu tivesse te encontrado? – ele perguntou sem expressão nenhuma no rosto, enquanto eu tola, me acabava de chorar.
- POR QUE ESTÁ DIZENDO ISSO? TODOS OS DIAS EU ESPERAVA QUE VOCÊ APARECESSE E ME TIRASSE DAQUELE LUGAR. TODOS OS DIAS EU APANHAVA, ERA TORTURADA, ERA HUMILHADA MAS EU AINDA ESPERAVA VOCÊ ME TIRAR DE LÁ. EU APANHEI FEITO UMA CONDENADA, E AINDA EU ESPERAVA VOCÊ ME TIRAR DAQUELE MALDITO LUGAR. VOCÊ ACHA QUE EU ESTAVA LÁ PORQUE EU QUERIA? ENQUANTO VOCÊ LIGAVA PARA SEBASTIAN DIZENDO QUE NÃO TINHA NOTÍCIAS MINHAS, ELE ME TORTURAVA DE TODAS AS FORMAS E EU NÃO PODIA SIMPLESMENTE GRITAR POR VOCÊ, PORQUE TINHA UMA ARMA APONTADA PARA A MINHA CABEÇA. VOCÊ AINDA ACHA QUE EU NÃO QUERIA QUE VOCÊ ME ENCONTRASSE? QUE DROGA, PAULO! COMO PODE PENSAR ISSO DE MIM? EU IRIA MORRER E VOCÊ NUNCA IRIA SABER, PORQUE VOCÊ CONVERSAVA COM AQUELE FILHO DA PUTA SEM DESCONFIAR DE NADA. É, EU ACHO QUE EU NÃO QUERIA MESMO QUE VOCÊ ME ENCONTRASSE, PORQUE VOCÊ NÃO SE IMPORTA, NÃO DÁ A MÍNIMA PARA MIM, EU ESTOU AQUI FINALMENTE NA SUA FRENTE E VOCÊ FALA COMO SEU EU FOSSE A CULPADA POR TER SIDO SEQUESTRADA POR AQUELE FILHO DA PUTA. – gritei com todas as forças que eu ainda tinha. Meus olhos pareciam mais duas cachoeiras, as lágrimas não cessavam. E o tanto que eu apanhei ontem, veio à tona, pois minha barriga começou a doer pelo esforço dos gritos.
Paulo me olhou parecendo absorver todas aquelas informações. Eu parecia um bebê chorando sem parar.
- O Sebastian está aqui? – ele perguntou confuso.
- Acha que eu vim parar aqui como? Ele estava me exibindo como se eu fosse um troféu. Você deve estar achando que eu estou amando estar vestida feito uma vadia né? – ri ironicamente.
- Lícia...Eu... – ele abria a boca mas não saia nada.
Levantei as mangas daquele vestido, mostrando as marcas das cordas em meu braço.
- Olha isso Paulo, olha. – disse apontando para meus braços. – Acha que eu estou amando tudo isso? – perguntei com raiva por ele ter duvidado de mim.
Paulo olhou para meus braços e engoliu a seco, piscando os olhos diversas vezes. Puxei a gola do vestido deixando aquela coleira à mostra.
- Está vendo isso? – apontei para meu pescoço. – É uma bomba armada em meu pescoço e a qualquer hora o Sebastian pode acionar e não vai existir mais Alícia caralho nenhum. E OLHA, EU ESTOU AMANDO TUDO ISSO! – disse colocando as mãos em meu rosto e chorando ainda mais.
Paulo aproximou-se de mim, envolvendo meu corpo com seus braços, diminuindo qualquer espaço entre nossos corpos.
- Me perdoa, amor. – Paulo sussurrou. – A minha cabeça estava e ainda está a mil, eu não sei o que pensar. Eu sou muito burro, como pude não me tocar nessas coisas? Sebastian era o primeiro a se prontificar para te procurar. Desgraçado. Eu vou matá-lo. – ele disse me apertando contra seu corpo.
Era disso que eu precisava. Precisava dos seus braços me envolvendo, do calor do seu corpo me aquecendo e ele dizendo que tudo ficaria bem. Não dele apontando o dedo na minha cara como se eu tivesse provocado essa situação. Paulo separou o abraço e segurou em meu queixo com seu dedão e o polegar, fitando intensamente meus olhos, enquanto eu fazia o mesmo.
- Eu senti a sua falta. – ele sussurrou e desviou o olhar para a minha boca.
Aos poucos Paulo foi aproximando seu rosto do meu selando nossos lábios. Seus lábios macios fizeram pressão sobre os meus, e os entre abri, liberando a passagem da sua língua, que adentrou minha boca com urgência. Levei minha mão até sua nuca, acariciando aquele local. Ele ama quando eu faço isso, eu sei. Paulo passou o braço em volta da minha cintura, a apertando. Seus lábios movimentavam-se lentamente sobre os meus, sua língua quente fazia uma perfeita sincronia com a minha. Como eu estava com saudade dessa boca. Paulo cravou seus dentes em meu lábio inferior e foi soltando aos poucos, encerrando o beijo com dois selinhos demorados.
- Vamos embora daqui! – ele disse puxando minha mão.
- Não, Paulo! Você não ouviu o que eu disse? Eu estou com uma bomba no pescoço. Eu não quero morrer! – disse tentando não me desesperar. – Já faz muito tempo que eu disse que ia ao banheiro, o Sebastian deve estar me procurando.
- Calma, eu vou dar um jeito. Vou chamar os caras. – ele disse soltando minha mão, pronto para sair daquele quarto.
- Não! – protestei. – Não me deixa aqui sozinha, não me deixa. – disse indo abraçá-lo.
Eu tinha medo do Sebastian aparecer e me deixar longe do Paulo de novo. Eu não ia suportar.
- Eu já volto, amor. – ele disse suspirando.
- Não, Paulo. – choraminguei agarrada em seu corpo.
- Deixa eu ver essa porcaria no seu pescoço. – ele disse e o olhei.
Paulo afastou meus cabelos e analisou aquela coleira. Não dava para classificar como gargantilha, pois estava longe de ser.
- Aquele infeliz foi esperto, não tem trava nessa merda. Só dá pra abrir com o controle, que provavelmente deve ter. – assenti com a cabeça.
- Não tem como pegar o controle. Eu não quero morrer. – disse sentindo meus olhos umedecerem, de novo.
- Você não vai morrer. – ele disse segurando em meu rosto com as duas mãos. – Eu não vou deixar isso acontecer. – ele selou nossos lábios.
Paulo pegou seu celular no bolso e discou alguns números, colocando o aparelho no ouvido em seguida.
- Davi, venha para o corredor agora junto com o Mário e Jaime.
-
- Eu estou em um dos quartos. É o quarto 12.
-
- Sem perguntas, vem logo. – ele disse e desligou.
Logo ouvimos batidas na porta. Eu me assustei, poderia ser os meninos e não poderia ser. Paulo colocou o dedo na boca para que eu fizesse silêncio, e bateram na porta novamente.
- Somos nós, cara. – Jaime disse do outro lado da porta.
Paulo abriu a porta e eles entraram.
- O que vo... – Jaime começou a falar, mais parou assim que me viu. – Alícia? Caralho. Como veio parar aqui? – ele disse e me abraçou.
- Que bom que está feliz em me ver, Jaime. – disse forçando um riso.
- Claro que estou. Esse cara estava ficando louco. – ele disse apontando para o Paulo, sorri.
- Baixinha, como você está? – foi a vez de Mário me abraçar.
- Eu acho que bem. – respondi.
- É a minha vez, Mário. – Davi disse o puxando para me abraçar.
Dei risada.
- Ok, vamos deixar para matar as saudades depois. Temos um problema maior. – Paulo disse e fui para o seu lado, abraçando sua cintura.
- Qual problema? – Davi perguntou.
- Estão vendo isso preso ao pescoço da Lícia? – Paulo perguntou e eles assentiram olhando para meu pescoço. – É uma bomba. – ele disse e eles arregalaram os olhos.
- Cacete! Uma bomba? – Jaime disse e assenti com a cabeça. – Espera aí, quem está por trás disso tudo?
- Sebastian. Ele me sequestrou lá no Havaí e desde então me mantinha presa na sua casa, me machucando. Enfim, ele está com o controle e se ele quiser agora mesmo, pode apertar aquele botão e minha cabeça explode. – disse.
- Não vamos deixar isso acontecer. – Mário disse.
- Por isso mesmo que chamei vocês aqui. – Paulo disse.
- O que sugere? – Davi perguntou.
- Temos que pegar o controle, de qualquer jeito. – Paulo disse atordoado.
- Eu posso tentar. – Mário disse. – Mas preciso que alguém vá comigo para distraí-lo.
- O que pensa fazer? – Jaime perguntou.
- Enquanto alguém conversa com ele, eu posso pegar o controle sem que ele perceba. Sabe onde ele colocou, Lícia?
- No bolso do paletó. – respondi. Espero que ele não tenha tirado de lá.
- Ótimo. Quem vai? – Mário perguntou.
- Eu vou. – Paulo disse.
- Não. Fica aqui comigo. – disse o olhando, praticamente implorando.
- Acho melhor você não ir mesmo, cara. Do jeito que você é explosivo pode socar o Sebastian alí mesmo. – Davi disse.
- Depois que Mário pegasse o controle, eu faria isso mesmo. – Paulo bufou de raiva.
- Então eu vou. Inventamos uma conversa fiada e pronto. – Davi disse.
- Ok, vamos. Acho que não temos muito tempo. – Mário disse.
- Por favor, consigam esse controle. – disse suspirando.
- Nós vamos conseguir. – Mário disse saindo com o Davi.
Havia uma cama alí, então sentei com o Paulo e o Jaime. Paulo me abraçou de lado e beijou o topo da minha cabeça. Eu estava com muito medo dos meninos não conseguirem o controle e Sebastian apertá-lo. Eu não queria morrer. Eu tenho o meu Pietro para cuidar. Só de lembrar dele, me deu uma vontade de chorar. Funguei limpando as lágrimas que já começavam a cair.
- Não chore, amor. Vai ficar tudo bem. – Paulo sussurrou em meu ouvido, enquanto suas mãos subiam e desciam em meus braços.
- Eles vão conseguir, Alícia. – Jaime disse. Ele me olhava com pena.
- Eu estou com medo. – confessei.
- Não tenha medo, eu estou aqui com você. – Paulo disse e chorei ainda mais.
Ele estaria comigo quando descobrisse o meu segredo? Ficaria tudo bem quando ele descobrisse que eu menti? Eu tenho medo da reação dele. Droga de vida. Pra quê que eu fui esconder essa merda?
Mário Ayala POV
Eu estava com uma grande responsabilidade nas mãos, a de conseguir pegar aquele controle e abrir aquele troço do pescoço da Alícia. Era pouca as vezes que presenciava a Alícia chorando, ela quase nunca chorava, pelo menos não na minha frente. Ela se mostrava forte o tempo todo, mas aquela imagem dela chorando agarrada ao Paulo me fez mudar de ideia. Eu não poderia deixar que nada de ruim acontecesse com ela, eu não me perdoaria e como amigo do Paulo eu ia fazer de tudo para conseguir aquela merda de controle. Segui com Davi para o salão de festa, notamos uma movimentação estranha de seguranças.
- Com certeza estão procurando pela Alícia. – disse para Davi.
- Também acho. Temos que ser rápidos. – ele disse.
- Vamos ser. – disse e fizemos nosso toque.
Logo avistei Sebastian, ele conversava com um segurança.
- Alí. – apontei para ele.
- Estamos sozinhos na festa, sem Paulo e sem ninguém. – Davi disse.
- Entendi. – disse e seguimos para lá.
Sebastian nos olhou confuso, enquanto nos aproximávamos.
- Grande Sebastian. – Davi o bajulou. O segurança afastou-se de nós.
- Que surpresa vocês por aqui. – ele disse apertando a mão de Davi. Imagino mesmo que ele esteja surpreso, otário.
Ele apertou minha mão e me pus ao seu lado. Olhei discretamente para seus bolsos.
- E o Guerra? Não veio? – Sebastian perguntou.
- Não. Ele anda muito cansado com as buscas. – respondi.
- Eu imagino que esteja. – Sebastian respondeu rindo.
Filho da puta. Enquanto Davi puxava conversa com ele, pus minha mão discretamente dentro do seu bolso, e não tinha nada. Suspirei frustrado, um garçom ia passando, então fui para o outro lado pegando um drinque para disfarçar. Sebastian colocou a mão no bolso aonde eu iria por, que merda. Ele continuava conversando com o Davi e eu só concordando, e continuava com a merda da mão dentro do bolso.
- E a Margarida onde está? Estou com saudades. – Davi disse e me contive para não rir. Deixa só a Valéria ouvir isso para ele ver.
- Eu também gostaria de saber. Desde que chegamos que ela sumiu. – ele respondeu rindo e finalmente tirou a mão do bolso, deixando um pouco aberto.
Dei uma olhada rapidamente e vi o aparelho lá dentro. Fiz sinal para o Davi com a cabeça.
- Então, aquela não é ela? – Davi perguntou pegando em seu ombro e o virando.
- Onde? – Sebastian perguntou de costas para mim.
Coloquei minha mão no bolso e cautelosamente peguei o controle. Era um aparelho redondo e pequeno. Respirei fundo o guardando no bolso.
- Poxa, pensei que fosse ela. – Davi disse fingindo tristeza.
Ri fraco.
- Bom, acho melhor irmos aproveitar o resto da festa. – disse.
- E eu vou ver se encontro a Margarida. – Davi disse.
- Ela deve estar por aí. – Sebastian disse. – Mande lembranças ao Guerra. E diga para não desistir das buscas. – ele disse irônico.
- Ele não vai. – respondi e nos despedimos com apertos de mão.
- E aí? – Davi perguntou enquanto saíamos dali.
- Está no meu bolso. – disse.
- Mandou bem, moleque. – ele disse me abraçando de lado.
- Deixa de viadagem. – disse rindo.
Davi riu também.
Alícia Gusman POV
Estava quase arrancando meus cabelos com tanta ansiedade. O nervosismo tomava conta de mim. Eu ia morrer, era isso. Eu batia meu pé, repetidas vezes no chão, Paulo e Jaime permaneceram em silêncio. Tomei um baita susto com a porta sendo aberta sem aviso prévio, era Mário e Davi.
- Conseguiram? – Paulo perguntou levantando-se.
Eu não queria nem os ouvir dizendo que não tinha conseguido pegar e que eu...
- Aqui está. – Mário disse interrompendo meu raciocínio.
Ele entregou o controle para o Paulo. Ele o analisou por breves segundos, me levantei e ele apertou em um dos botões, obviamente o de abrir. Forcei aquele troço e ele abriu, Davi o pegou e o analisou.
- Foi bem elaborado. – ele disse.
- Obrigada, Mário. – disse indo abraçá-lo, eu praticamente o esmaguei.
- Não tem de quê, baixinha. – ele disse correspondendo o abraço.
- Ei, ele não conseguiu sozinho! – Davi disse fingindo indignação.
- Eu já ia abraçar você. – disse soltando Davi e indo abraçá-lo.
- O que vamos fazer com isso? – Jaime perguntou olhando a coleira.
- Eu poderia muito bem colocar no pescoço daquele filho da puta e explodir a cabeça dele. Mas não vou dar essa morte rápida para ele. – Paulo disse pegando entregando o controle para o Jaime. – Guarde isso, nós iremos precisar.
- Iremos? – Davi perguntou.
- Vai ficar lindo no pescoço da Margarida. – Paulo disse rindo olhando para os meninos que seguiram a risada.
- Você não presta, bro. – Mário disse.
- Isso é só o começo. – Paulo respondeu frio.
- Ok, agora vamos dar licença para os pombinhos. Vamos tentar despistar os seguranças que estão atrás de você, Alícia. – Jaime disse e dei risada.
- Se preocupem em chamar nossos homens para cá, quando eu sair daqui, vai ter morte. – Paulo disse segurando na minha cintura.
- Faremos isso. – Jaime disse. – Boa foda. – ele disse e riu juntamente com os garotos. Até Paulo riu do meu lado.
- Palhaços. – disse revirando os olhos.
Eles saíram do quarto e Paulo passou a chave na porta.
- Nós temos que conversar. – disse encarando Paulo.
- Comece. – ele disse aproximando-se de mim e me puxando pela cintura, colando nossos corpos.
- Estou com raiva porque não acreditou em mim e pensou que eu tinha fugido. – disse e Paulo afastou meus cabelos, deixando meu pescoço exposto, onde ele depositou um beijo molhado fazendo acender uma chama dentro de mim, que estava adormecida. – E... – ameacei de continuar, porém, mais beijos foram depositados em meu pescoço. Ele estava fazendo de propósito.
- Continue. – ele disse com a boca colada em meu ouvido, ele beijou abaixo da minha orelha e eu estremeci. Suas mãos desceram pela lateral do meu corpo, até chegar à barra do vestido, onde ele subiu e apertou minha bunda com força. Uma das suas mãos passeou na minha barriga, até chegar a minha intimidade, onde ele começou a massagear, lentamente. – Estou esperando você continuar. – ele sussurrou em meu ouvido e mordeu o lóbulo da minha orelha. Repreendi um gemido.
- Assim eu não consigo raciocinar, caralho. – murmurei e segurei em sua nuca com força, o beijando. Paulo riu entre o beijo, enquanto ainda me estimulava.
Eu estava há tantos dias sem sexo, que se ele continuasse, eu gozaria rapidinho.
Paulo baixou minha calcinha até as coxas e voltou sua mão para minha vagina, continuando com seus deliciosos movimentos compassados. Eu o beijava tentando controlar meus gemidos, mas isso tornava-se impossível com ele me tocando daquela forma. Eu estava tão frágil, em todos os sentidos. Paulo pressionou seus dedos em meu clitóris e eu chupei sua língua com força.
- Ahhh. – gemi contra seus lábios.
Aquela sensação tão deliciosa e tão conhecida por mim, começou a percorrer por meu corpo e logo meu gozo foi despejado nos dedos de Paulo. Onde ele passou seus dedos de cima a baixo em minha vagina a lubrificando, ainda mais. Ele me olhou com um olhar extremamente sexy. Ele me desejava e eu, também o desejava. Apesar de a qualquer hora Sebastian poderia aparecer, mas nada importava. Queríamos apenas matar a enorme saudade que estávamos sentindo um do outro.
- Eu também senti a sua falta. – sussurrei sentindo os dedos de Paulo entrar vagarosamente dentro de mim.
- Você está tão encharcada, Lícia. – ele murmurou em meu ouvido.
Se ele não estivesse com um braço em volta da minha cintura eu despencaria ali mesmo. Já não bastam seus dedos dentro de mim, ele tinha que sussurrar em meu ouvido daquele jeito. Então, ele começou a movimentar seus dedos, saindo e entrando bem lentamente. Cravei meus dentes no pescoço do Paulo repreendendo qualquer gemido que pudesse escapar de meus lábios. Eu me sentia nas nuvens, era uma sensação inexplicável e incrivelmente deliciosa. Paulo tirou seus dedos de mim e os levou até a boca, chupando cada um, eu observei cada movimento da sua língua em volta dos seus dedos. Tão sexy.
- Deliciosa. – ele disse tomando meus lábios com urgência.
Paulo me pegou no colo e nos guiou às cegas até a cama que havia ali. Seja de quem for essa cama, nós vamos foder aqui mesmo. Ele me deitou na cama e deitou por cima de mim, minha mão estava em sua nuca dando intensidade ao beijo. Já sentia seu membro ereto encostar a minha perna e isso me deixava louca. Paulo separou nossos lábios e ficou de joelhos na cama, tirando a minha calcinha e a jogando de lado. Em seguida, foi subindo o vestido, apenas ergui meu quadril para ajudar, levantei os braços e ele tirou por completo. Paulo olhou todo o meu corpo e vi sua feição mudar, ele travou o maxilar ao ver todas as marcas em meu corpo. As marcas que adquiri ontem devido ao meu atrevimento.
- Quando foi isso? – ele perguntou.
- Ontem. – respondi.
- Porra Lícia, olha o que fizeram com você. Estou me sentindo tão culpado. – ele disse me olhando.
- Não vamos pensar nisso agora, ok? – disse o puxando pela camisa e o beijando.
Pus minhas mãos por dentro da sua blusa, passando lentamente minhas unhas em seu abdômen. Segurei na barra de sua blusa e a puxei para cima, Paulo levantou os braços e joguei sua blusa longe. Dei uma olhada em seu corpo e mordi meus lábios, levei minhas mãos até seu cinto o desabotoando enquanto Paulo mantinha um sorriso safado nos lábios. Abri o zíper da sua calça e empurrei Paulo de cima de mim, seria muito melhor. Tirei meus saltos e os sapatos sociais de Paulo para em seguida arrancar sua calça, revelando sua cueca boxer branca que me fez morder os lábios instantaneamente. Podia ver perfeitamente bem seu pau já no ponto, esperando por mim. Me agachei e dei uma lambida por cima da cueca, Paulo se contorceu. Estou vendo que não sou a única necessitada aqui.
Puxei a sua cueca e logo seu mastro delicioso estava apontado para mim. Minha vontade era cair de boca logo, mas eu iria provocá-lo um pouco. Subi em cima de Paulo e sentei um pouco abaixo do seu umbigo, empinei para alcançar seus lábios, enquanto o beijava fui deslizando lentamente até topar o seu membro. Me segurei para não gemer, cacete. Então comecei a roçar minha vagina em seu pau, que delícia. Paulo segurou com força em meus cabelos separando nossos lábios.
- Não faça isso. – ele sussurrou contra meus lábios
Apenas sorri e continuei roçando nossas intimidades. Paulo fechou os olhos deixando um gemido escapar de seus lábios. Ele não sabe o quanto eu fico louca com essa sua expressão de tesão. Parei de rebolar, pois quem acabaria gozando seria eu, dei um beijinho em seus lábios e sai de cima dele. Peguei na base de seu membro e Paulo me lançou um olhar sexy, soltei um risinho e passei a língua na cabecinha do seu pau, Paulo se mexeu na cama. Depois passei a língua em toda sua extensão e voltei para sua glande, coloquei somente essa parte na boca e suguei com força, sentindo seu pré-gozo na boca. Olhei para Paulo, que mordia seus lábios enquanto me olhava eu sugar a cabeça do seu pau. Comecei a masturbação, somente na base. Só conseguia ouvir os gemidos abafados de Paulo.
- Isso, me chupa. – Paulo murmurou segurando em meus cabelos, deixando alguns fios soltos. – Chupa com vontade, amor.
E era exatamente isso que eu estava fazendo. O chupando com muita vontade. O pau de Paulo ia bem ao fundo da minha garganta, ele tem um pau enorme e delicioso. Tirei minha boca do seu pau e abocanhei em suas bolas, sem parar de movimentar minha mão em volta do seu pau. Ouvi Paulo me xingar, aumentei a velocidade da minha mão, sentindo as veias do seu pau engrossar. Parei de chupar suas bolas e voltei minha boca para seu pau, aos poucos fui sentindo as gotas do seu gozo em minha boca, logo depois seu jato, delicioso e quente. Paulo urrou e me puxou pelos cabelos, sem que eu tivesse a chance de limpá-lo. Paulo chupou minha língua com força, oh Deus. Avise para ele que sou uma mera mortal e não aguento essas coisas.
Paulo segurou em minha bunda me levantando um pouco e posicionando seu pau em minha entrada.
- Senta, bem devagar. – ele mandou.
Fui sentando lentamente sentindo deslizar sobre Paulo. Mordi meus lábios com força, após dar um longo suspiro.
- Rebola. Devagar. Se não me obedecer não vou deixar você gozar. – ele disse sorrindo divertido.
Revirei os olhos, claro que ele iria me deixar gozar. Comecei a movimentar meus quadris devagar, as mãos de Paulo estavam em meus seios, apertando com força. Ele brincava com meus mamilos, os apertando entre os dedos me fazendo dar pequenos gritinhos de prazer. Juro que tentei ir devagar, mas o prazer era maior então aumentei a velocidade, rebolando com força em cima de Paulo. Seu pau estava enterrado completamente em mim me fazendo revirar os olhos de prazer.
Eu disse que estava frágil e logo sentia uma onda deliciosa percorrer pelo meu corpo, mas Paulo ao notar isso, ele foi mais esperto e me tirou de cima dele.
- Você não me obedeceu, então não vai gozar agora. Ainda não. – ele disse mordendo meu queixo.
Ele se pôs entre minhas pernas, apenas levantando uma e colocando em seu ombro. Paulo segurou em seu membro e enfiou somente a cabeça em minha vagina, quando pensava que ele iria entrar de vez, ele tirava e ficava colocando e tirando. Isso me dava uma puta agonia e uma vontade louca de subir pelas paredes.
- Amor... – disse choramingando.
- Diga. – Paulo perguntou com um sorriso divertido nos lábios.
- Enfia logo essa porra! – exclamei e Paulo gargalhou.
Paulo me beijou e quando eu menos esperei, ele entrou com tudo. Me fazendo dar um pequeno pulo na cama. Passei minhas unhas de cima a baixo em suas costas, os movimentos de Paulo eram precisos, ele me penetrava fundo fazendo gemidos sair da minha boca sem parar. Eu não conseguia parar de gemer com aquele homem me fodendo daquele jeito. Paulo abocanhou meu seio e mordeu meu mamilo, minha mão desceu rasgando sua pele. Oh meu Deus. Levei minha mão até a sua nuca e o puxei pelos cabelos tirando sua boca dos meus seios e colando nossos lábios. Explorei toda a sua boca com a minha língua, sua mão apertava com força a minha coxa, e o filho da mãe nem se lembrava dos machucados naquela região. Foda-se também. E finalmente começou aquela sensação deliciosa percorrer por todo o meu corpo, mordi o lábio inferior do Paulo sentindo meu líquido ser liberado. Eu soltei um gemido relativamente alto, Paulo continuou com as penetrações rapidamente. Ele afundou o rosto em meu pescoço onde deu uma bela mordida, em seguida ouvi seu gemido abafado e seu jato quente escorrer em minhas pernas. Eu mal conseguia respirar direito, quanto mais Paulo. Ele deu mais duas bombadas dentro de mim e beijou minha boca.
Passei minha mão em seu rosto suado e contornei seus lábios com os dedos.
- Diz que me ama. – sussurrei olhando em seus olhos.
- Eu te amo, Alícia. – ele sussurrou de volta e me selou.
Sorri para ele, que saiu de cima de mim.
- Temos que ir agora. – ele disse vestindo sua boxer e depois a calça.
Observei Paulo se vestir. Ele ficou lindo com aquelas marcas de unha por todo o seu corpo. Eu estava morrendo de saudades disso.
- Alícia, se vista. Nós temos que ir. – ele disse me despertando do meu transe.
Me levantei e catei a minha calcinha, a vesti e coloquei de volta aquele vestido ridículo. Calcei meus saltos e dei uma arrumada em meu cabelo. Nem existia mais batom, quanto mais cabelo arrumado.
- Devo acrescentar isso na minha lista também quando por as mãos no Sebastian. – Paulo disse me olhando, e fiquei sem entender.
- O quê? – perguntei.
- Olha essa porra de vestido. Você está praticamente nua. – ele disse e dei risada.
- Esse é o mais comportado. – disse e Paulo travou o maxilar.
- Não quero nem imaginar no menos. – ele disse. – Pronto?
- Vamos sair assim?
- Assim como? – ele perguntou.
- Juntos. Esqueceu que tem seguranças do Sebastian por aí? – disse.
- E daí? Também tem os meus. Vamos ver o tanto que ele aguenta. Vem. – ele disse pegando em minha mão e me puxando para fora do quarto.
Senhor, seja o que Deus quiser agora.
- Está com arma aí? – perguntei ao Paulo.
- Não, por quê?
- Acho que vamos precisar. – disse olhando aqueles dois brutamontes que eu bem conhecia vindo em nossa direção.
- Tenta sair daqui, eu te encontro lá fora. – Paulo disse me olhando e me selou rapidamente.
- Mas você e os garotos? – perguntei preocupada.
- Nós damos um jeito, sempre damos. Agora vai. – Paulo disse, hesitei em soltar sua mão.
Mas eu tinha que fazer isso. Paulo foi para um lado e eu fui para o outro, ótima hora para encontrar um dos meus homens, ótima hora. Só conseguia ver os seguranças do Sebastian me procurando, enquanto eu tentava de todas as formas me esconder no meio das pessoas.
- Achei. – ouvi uma voz atrás de mim, rapidamente me seguraram por trás.
- Me solta, caralho. – disse e me debati em seus braços. Era um dos seguranças.
- Pensa que vai pra onde, em? – ele perguntou rindo.
- Eu não sei, mas você vai para o inferno. – dei uma cotovelada em seu estômago e ele me soltou curvando-se.
Dei um chute em seu rosto que o fez cair no chão. Tirei aqueles saltos, as pessoas já começavam a achar estranha toda àquela movimentação. Peguei a arma que estava presa em sua cintura e apontei para ele.
- Eu queria muito te torturar que nem você fez, mas sabe, estou com um pouco de pressa. Sobe ou desce? – perguntei destravando a arma.
- Eu... – nem deixei terminar de falar e disparei em sua cabeça.
As pessoas assustaram-se com o tiro, algumas correram – as vadias – enquanto os cafetões me olhavam. Mal matei um e vi mais dois atrás de mim. Corri para as escadas, atirei no pé de um que saiu bolando escada a baixo, e chutei a barriga. Tudo isso acontecia no meio da escada com as pessoas olhando, como se estivessem em um ringue.
- AI ESTÁ VOCÊ, VAGABUNDA! – ouvi um grito no meio da multidão, todos calaram, era o Sebastian. Ops.
Dei uma olhada naquele salão, com todas as pessoas me olhando. Encontrei um dos meus homens, assenti com a cabeça afirmando que estava tudo bem. Avistei Paulo, Mário, Jaime e Davi me olhando também. Já que o circo começou a pegar fogo, que queime essa porcaria toda.
- Estava me procurando, Sebastian? – perguntei ironicamente.
- VOCÊ VAI PAGAR POR TUDO O QUE FEZ!
- Me diga o que eu fiz. – disse calmamente.
- ESTÃO VENDO, SENHORES? GRAVEM BEM O ROSTO DESSA VAGABUNDA. ELA É A PRESIDENTE DA MÁFIA RUSSA, É A VERDADEIRA DAMA DO TRÁFICO. – Sebastian gritou naquele salão. – ELA QUE VEM FUDENDO COM NOSSOS NEGÓCIOS AQUI NA ITÁLIA.
Assim que ele terminou de falar, imediatamente armas foram apontadas para mim. Parecia mais uma cena de filme, mas não era. Realmente tinha em média cinquenta armas apontadas para mim. O silêncio pairou sobre aquele lugar, olhei para o Paulo que me olhava parecendo não acreditar no que ouviu. Ele estava sem reação alguma, assim como os garotos.
- E agora Alícia, quem está por cima? – Sebastian perguntou irônico.
- Eu sempre estive e sempre estarei por cima. – disse dando meu melhor sorriso, mesmo estando destruída por dentro ao ver Paulo me encarar daquele jeito.
- Acabou pra você, sua puta! – Sebastian continuou.
- Eu acho que não. – respondi e acenei com a cabeça.
Meus homens, que pareciam mais figurantes ali, imediatamente ergueram as armas para cada filho da puta italiano que estava apontando a arma para mim. Todos me olhavam sem acreditar, Paulo nem se movia. Me desculpe por isso, Paulo.
- Se vocês se mexerem, eu mando cessar fogo na cabeça de vocês, seus italianos de merda. – disse cuspindo as palavras.
- Alguém irá atirar em você antes disso, sua cadela. – Sebastian mesmo com uma arma apontada para sua cabeça insistia em me provocar.
- Ok, acho que isso não foi o suficiente. – disse rindo. – мальчиков, Может ввести. (Garotos, podem entrar.) – ordenei e mais homens entraram.
Eles estavam fardados. Sim, na Rússia trabalhamos com total disciplina. Yure deixou bem claro em um dos documentos, e era isso que eu fazia, andava nos trilhos exatamente como ele mandou. Até que pareciam mesmo, soldadinhos de chumbo. Os magnatas estavam realmente assustados, era isso que eu queria.
- Ainda vão continuar com essas armas apontadas para mim? – perguntei rindo.
Eles aos poucos foram abaixando as armas e meus homens as tomando.
- Bom, eu queria me apresentar para vocês, mais Sebastian estragou a surpresa. – fingi estar magoada colocando a mão no peito. – Prazer, Alícia Gusman. Mais conhecida como Dama do Tráfico. – disse em alto e bom tom. – Ou melhor, a Presidente da Máfia Russa.
Todos me olhavam e eu os olhava com superioridade. Sempre gostei disso. Esse sempre foi o meu lugar, no topo. Mas eu me recusava a olhar para Paulo.
- VOCÊ NUNCA VAI DEIXAR DE SER UMA VADIA. – Sebastian gritou.
O olhei e desci cada degrau bem lentamente. Caminhei em passos leves enquanto as pessoas afastavam-se de mim, deixando um corredor. Cheguei até Sebastian, joguei a arma que estava em minha mão para um dos meus homens, e ele jogou a dele de volta para mim. Nada melhor do que uma arma Russa, ela tem uma precisão incrível na hora do tiro.
- Repete. – disse apontando a arma no meio da testa do Sebastian. Ele engoliu a seco.
Puxei seu cabelo com força para trás.
- VAMOS, EU QUERO QUE VOCÊ REPITA. – gritei empurrando o cano da minha arma na testa dele. – NÃO ERA ASSIM QUE VOCÊ FAZIA COMIGO? ENFIAVA UMA ARMA NA MINHA CABEÇA E MANDAVA EU FALAR? AGORA EU QUERO QUE VOCÊ REPITA O QUE ACABOU DE DIZER.
Sebastian nem se quer abriu a boca. Ele estava suando frio, era notável. Soltei seus cabelos e me afastei dele, dando as costas, mas virei novamente acertando minha arma com toda a força em seu rosto, ele caiu no chão com o impacto.
- Claro que você não vai repetir. Você não quer morrer, pelo menos não agora. – disse rindo.
- PAPAI! – ouvi a voz aguda de Margarida ecoar pelo salão.
- A puta apareceu. – disse.
- O que você fez com meu pai? – ela perguntou chorando.
- Eu até poderia me comover com o seu choro, mas vocês não se comoveram enquanto eu chorava. - disse, minhas palavras eram carregadas de ódio e nojo que eu sentia por eles.
Acenei com a cabeça e seguraram Margarida perto do seu pai, que agora estava com o rosto sangrando.
- Vamos resolver logo isso. O meu problema aqui era com o Sebastian e essa cadela, não era bem um problema, digamos que era um incomodo então vou poupar a vida de vocês. Mas, antes disso, quero todos indo para o fundo da casa. – disse. – Eu disse todos. – repeti e eles começaram a sair rapidamente.
Chamei um dos meus homens e disse para ele o que eu queria que fosse feito. Ele sorriu indo executar o que eu disse. Todos saíram do salão e de longe avistei Paulo e os garotos. Caralho, eu não tinha nem coragem para olhá-lo, mais juntei todas as minhas forças e caminhei até ele.
- Puta que pariu, o que foi aquilo? – Jaime perguntou boquiaberto.
- Paulo... – disse com medo até de abrir a boca.
Sinceramente eu não tinha medo de nada, muito menos da morte. Mas pra tudo tinha uma exceção, eu tinha muito medo do Paulo e ainda mais do seu silêncio. Ele me olhou com desprezo e aquilo partiu meu coração.
- Eu não quero conversa. – ele disse pausadamente me olhando.
- Eu já volto. – disse e ele desviou o olhar.
Ele está me odiando. Eu sei. Me direcionei para trás da casa, e os homens do Sebastian estavam posicionados em fila de frente para nós. E meus homens posicionados em frente deles. Sebastian junto com Margarita estavam ali presenciando tudo.
- Isso é para vocês saberem com quem estão lidando. – disse. – пожар. (Fogo). – ordenei.
Meus homens apontaram e atiraram, exatamente na cabeça de cada filho da puta daqueles que tiveram a má sorte de trabalhar para o Sebastian. A cena era de um massacre, vários corpos no chão. As pessoas me olhavam assustadas. E eu apenas sorri, achando tudo aquilo divertido.
- VOCÊ VAI PARA O INFERNO, GUSMAN. PARA O INFERNO. – Sebastian gritou.
- Com certeza o diabo não vai querer perder seu cargo para mim. – disse rindo. – Quanto a vocês, caiam fora daqui. – disse para os convidados. – Agora!
Alguns saíram correndo apressados com medo de eu mandar cessar fogo neles também. Meus homens já estavam cuidando dos corpos, ensacando todos. Isso que é eficiência.
- ALÍCIA! – ouvi me chamarem, me virei e era o Mário.
- Oi. – respondi. – Aconteceu alguma coisa?
- Não, só estou avisando que o Paulo já caiu fora.
- Como assim? Por que ele não me esperou? – perguntei.
- Não é por nada não, mas ele está muito puto contigo. Você precisava ver o jeito que saiu daqui. – Mário disse e respirei fundo.
- Eu imagino, Mário. Obrigada por avisar.
- Por nada. Acho que vamos embarcar agora mesmo para São Paulo.
- Tudo bem, amanhã nos vemos lá. Só vou dar umas ordens aqui.
- Confesso que agora estou até com medo de você. Quem diria, em. Será que posso ainda te chamar de baixinha ou vai mandar fazer o que fizeram com os capangas do Sebastian? – ele perguntou e dei risada.
- Palhaço. Nada mudou, eu sou a mesma Alícia de sempre. – disse.
- Tente explicar isso para o Paulo. – ele disse e sorri fraco.
- Seja o que Deus quiser. – murmurei.
- Vou indo, até mais. – ele me abraçou.
- Até. Diga ao Paulo que eu o amo. – disse enquanto ele se afastava de mim.
- Vai me desculpando, mas eu não quero levar um tiro no meio da testa. – ele disse e sumiu do meu campo de visão.
É, se eu mesma fosse dizer isso para Paulo, quem iria levar um tiro era eu. Quando me livro de um problema, surge outro. Deus, tá tão difícil. Suspirei e voltei até meus homens, os parabenizando pelo trabalho. E eles disseram que estavam felizes em me ver de novo. Estava conversando com um deles, quando me entregaram um celular, era Hugh. Eu disse que agora estava tudo bem e que ele tinha um presentinho para guardar para mim. Mandaria Sebastian e Margarida para a Rússia, quando acertasse as coisas com o Paulo, voltaria para lá e assim, acabaria com a vida dos dois. Mas claro, que antes disso acontecer, eles iriam receber o nosso tratamento a moda Russa.
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