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História Dangerous life - Paulicia (2 temporada) - Rússia - História escrita por belieberbizzlem - Spirit Fanfics e Histórias
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História Dangerous life - Paulicia (2 temporada) - Rússia


Escrita por: belieberbizzlem

Notas do Autor


Boa leitura 💜

Capítulo 39 - Rússia


Fanfic / Fanfiction Dangerous life - Paulicia (2 temporada) - Rússia

- O que disse, Paulo? – perguntei perplexa. Eu estava em choque.

- É isso mesmo que você ouviu, Alícia. Ou eu, ou a Presidência. – ele disse sem esboçar nenhuma expressão.

Então era verdade mesmo. Eu não estava imaginando ou ouvindo coisas. Paulo queria que eu escolhesse entre as duas coisas mais importantes da minha vida.

- Você não pode me pedir isso. – choraminguei baixinho.

- Você não me ama? Então, é uma escolha simples. – ele disse normalmente.

- Eu não posso fazer isso. – fechei os olhos com força.

Era loucura escolher entre o Paulo e o meu império. Eu amo o Paulo, mas também não iria decepcionar o Yure e largar tudo o que era dele por um capricho do Paulo.

- Por que não? – ele perguntou exaltado.

- Você tem noção da merda que está me pedindo para fazer? Que droga, Paulo. – me levantei com ódio e saí do quarto batendo a porta com força.

Eu não quero decidir porra nenhuma, mas eu não estou aguentando mais tudo isso. Meus nervos estão à flor da pele e parece que eu vou explodir a qualquer momento. Fui para o quarto do Pietro, meu bebê estava dormindo. Ah Pietro, eu não quero que você seja igual ao seu pai. Não é todo dia que encontra uma mulher disposta a aguentar um temperamento assim. 

Peguei meu celular e liguei para Hugh, eu preciso me desconectar daqui, Paulo precisa ver que o mundo não gira em torno dele. Hugh estava dormindo quando eu liguei para ele, combinei tudo com ele enquanto observava meu pequeno dormir. Fui até seu closet e peguei uma mala, onde coloquei algumas roupas e o necessário para o Pietro. Eu estava decidida, seria melhor para mim.

 Terminei de arrumar a mala e a coloquei do lado da cama, caso Paulo entrasse aqui e estragasse tudo de novo. Me sentei no divã que havia ali e fiquei encarando o nada por um bom tempo. Tempo depois, encarei o relógio e marcava 03:45 da manhã, Paulo deve estar dormindo. Saí do quarto do Pietro e abri a porta do nosso quarto lentamente, ele estava dormindo. Agradeci a Deus por isso, a mala que eu havia começado a arrumar e que eu não tinha desfeito quando Paulo mandou, estava no canto do quarto. Fui até o closet e peguei alguns documentos necessários, arrastei a mala fazendo o menor barulho possível. A posicionei na porta e voltei até a cama, onde Paulo dormia tranquilamente.

- Você não sabe o quanto isso está doendo em mim. – disse tirando minha aliança enquanto o olhava dormir. Meus olhos rapidamente começaram a marejar.

Coloquei a minha aliança em cima da mesa de cabeceira, ao lado do seu celular enquanto minhas lágrimas desciam.

- Eu te amo tanto, Guerra. – sussurrei e me aproximei dele.

Eu queria tocá-lo, mas ele poderia acordar. Então me afastei e abri a porta devagar, puxando minha mala. A levei para o quarto do Pietro, peguei uma calça jeans e uma blusa, e vesti rapidamente.

(...)

Respirei fundo ao pisar em Moscou, depois de muito tempo. Não podia negar, sentia falta daqui. A recepção não poderia ser melhor, meus homens estavam posicionados em perfeito alinhamento. Caminhei com Pietro nos braços até encontrar Hugh no meio daqueles homens fardados. Ele não tinha mudado quase nada. Hugh é um homem bonito e novo, tem apenas trinta anos e já sabe de muita coisa. Eu aprendi tudo o que sei com ele, quando Yure morreu ele cuidou de mim.

- добро пожаловать. (Bem-vinda). – Hugh me saudou.

Sorri para ele que me abraçou de lado por causa do Pietro que estava em meus braços.

- Obrigada, Hugh. – disse em Russo.

- Esse é o pequeno Pietro? – ele perguntou olhando para meu bebê que estava com cara de poucos amigos.

Pietro tem o humor igual o do pai quando acorda. Paulo... Droga, será que ele já sabe que eu vim para a Rússia? Mas era isso que ele queria.

- Sim. – respondi sorrindo.

- Como ele cresceu. – Hugh disse admirado. – Ele parece muito com você.

- É porque você não viu o pai dele. – ri fraco.

- Paulo Guerra? – ele perguntou arqueando as sobrancelhas.

Assenti com a cabeça.

- Ele tem uma longa ficha criminal. – Hugh disse rindo.

- Como sabe? – perguntei desconfiada.

- Nós tínhamos que saber com quem a nossa chefe era casada. Temos um dossiê sobre seu marido, Alícia. – Hugh respondeu.

- Vocês me surpreendem a cada dia. – disse rindo.

- Vamos para casa, você deve estar cansada da viagem. – Hugh disse.

- Estamos. – disse me referindo a Pietro também

- Espera. – Hugh disse e foi até os homens que havia ali.

Hugh fez um sinal com a mão e o heliporto foi tomado pelas vozes dos homens desejando boas vindas. Aquilo foi engraçado, acabei rindo.

- Nós ensaiamos isso a manhã toda. – Hugh disse e gargalhei. – Sinta-se em casa.

- Eu estou em casa. – murmurei e ele sorriu fraco.

(...)

Ao chegar à casa do Yure, que tecnicamente era minha desde que ele faleceu, senti um misto de sentimentos. Não sei se era tristeza por voltar e não encontrá-lo ali, ou felicidade por ter voltado.

- Está como você deixou. – Hugh disse. – Se precisar de mim, é só me ligar.

- Obrigada Hugh. – respondi e coloquei Pietro no chão, que olhou toda a casa. Com certeza ele deve saber que essa não era a sua casa.

- Qual os planos para amanhã? – Hugh perguntou pronto para sair.

- Só vá até o armazém e diga que eu voltei. – disse.

- Farei isso. Todos vão ficar muito felizes.  – Hugh respondeu saindo.

- Mamãe, cadê o papai? – Pietro perguntou me olhando.

- Seu pai ficou em casa, meu amor. Nós vamos ficar uns dias aqui, vamos nos divertir muito. – me agachei ficando em sua frente.

- Puquê ele fitou lá? – ele perguntou curioso.

- Porque ele tinha muitas coisas pra fazer com seu tio Mário, seu tio Davi e seu tio Jaime.

- Maix ele vem, né? – ele perguntou.

- Eu não sei, meu amor. Vamos tomar um banho? – perguntei mudando de assunto.

- Quelo de banhela. – ele disse sorrindo.

- Ok, de banheira. – disse o pegando nos braços e beijando suas bochechas gordas.

Antes disso, fui até a cozinha e já encontrei empregadas a minha disposição. Não me lembro delas, devem ser novatas. Elas estavam preparando o almoço. Fui com Pietro para o meu quarto, estava tudo exatamente igual como eu deixei. Nossas malas já estavam lá, o coloquei no chão e deixei que ele fosse conhecer o quarto. Coloquei a banheira para encher e fui abrir as malas, escolhi uma roupa para nós dois. O frio aqui em Moscou castigava.

- Vem, Pietro. – o chamei para o banheiro.

Tirei suas roupas e ele se arrepiou todo por causa do frio. Ri dele e o coloquei dentro da banheira que estava em uma temperatura quentinha. Tirei as minhas e em seguida entrei. Como não tinha seus brinquedos de borracha, ele ficou batendo as mãozinhas na água molhando tudo.

Dois dias depois...

Eu ainda não tinha saído de casa. Estava tentando me adaptar aqui. Paulo não me ligou e nem nada. Ele realmente não se importa. Pietro ficava perguntando por ele, mas eu logo mudava de assunto. A Rússia estava um inferno por causa da minha volta, apesar de eu comandar o tráfico no maior país do mundo, ainda existiam aqueles que queriam me derrubar. Quanto a Sebastian e a Margarida, eu ainda não fui vê-los. Mas isso não iria demorar muito, amanhã iria começar a sessão de torturas. Isso vai ser maravilhoso. Eles são culpados por toda a desgraça que aconteceu na minha vida, e como todo culpado, eles não vão sair ilesos.

Paulo Guerra POV

Eu não acreditei quando acordei e vi a aliança da Alícia perto do meu celular. Aquilo só podia ser brincadeira dela. A mala também não estava no quarto. E nem Pietro. Ela teve mesmo coragem de ir para a Rússia. Quer dizer que ela não me escolheu? Eu vou matar aquela vadia. Pra completar, todo mundo aqui resolveu apontar o dedo na minha cara e dizer que a culpa foi minha. O caralho que foi. De imediato, eu saí quebrando tudo que via na minha frente. Depois caí em sã consciência e vi que estava sem a minha mulher.

- Você mereceu, Paulo. – meu pai disse pela milésima vez. – Você estava tratando a Alícia como um lixo. Só porque ela é sua mulher, não quer dizer que ela tem que ficar aguentando sua grosseria. Bem feito.

- CARALHO! – bati com força na mesa do meu escritório. – Estou cansado de ouvir isso, que merda!

- Eu concordo com o seu pai. – minha mãe disse pra completar.

- Eu não preciso ficar ouvindo essas besteiras. – disse irritado.

- Precisa sim. – meu pai disse. – Pra vê se você cria vergonha na sua cara e comece a dar valor a mulher e o filho que tem. Você não é mais um moleque, Paulo, você é um homem agora. Comece a agir feito um.

- O que custava desculpar a Alícia? Seu egoísmo é maior, né? – minha mãe disse.

Respirei fundo para não mandar meus pais ir para a puta que pariu.

- Dá pra vocês me deixar em paz? – perguntei tentando manter a calma, porque a paciência já tinha esgotado.

- Escute só Paulo, admiro a Alícia por bater de frente com você, porque se fosse outra enfiava o rabo entre as pernas e ficava te obedecendo. Eu espero que ela não volte tão cedo pra ver se você aprende. – minha mãe disse.

- Eu vou buscá-la. – travei o maxilar.

- Não vai porra nenhuma. – meu pai rebateu. – Deixa de fogo no cu e deixa a Alícia ficar pelo menos um dia em paz.

- Mas eu vou buscá-la. – rebati.

- Que seja! Mas hoje você vai ficar em casa pensando nas merdas que fez. – meu pai disse por fim saindo do meu escritório junto com a minha mãe.

Alícia só me dá dor de cabeça. Que caralho. Peguei meu celular e liguei para o Mário, que logo atendeu.

- Diz, bro. – ele disse.

- Prepare o jato, vou para a Rússia amanhã. – disse.

- O que você vai fazer lá? – ele perguntou.

- Buscar a vadia da Alícia. – disse com ódio.

- Alícia foi para a Rússia? – ele perguntou perplexo. – Como foi isso?

- Caralho, Mário. Não me faz pergunta e prepara a merda do jato. – disse estressado.

- Ok, ok. – ele respondeu e desliguei.

Abri a gaveta e encontrei um pacote de cocaína. Que vontade de cheirar essa porra, mas não vou fazer isso. Amanhã quero estar bem para buscar a Alícia, ela vai voltar para cá nem que seja arrastada pelos cabelos.

Alícia Gusman POV

Justo hoje que eu iria fazer uma visita a Sebastian e a Margarida, Hugh disse que eu tinha uma reunião de última hora com alguns magnatas daqui da Rússia. Que ótimo. Estava marcada para às 7:00 da noite e seria no meu escritório mesmo. Eram quatro magnatas que estavam afim de fazer parceria. Enquanto não dava o horário, eu brincava com o Pietro. Nós passamos o dia todo brincando, e já era notável o seu cansaço.

- Quer comer alguma coisa, bebê? – o perguntei e ele negou com a cabeça.

Pietro se aninhou em meu peito e ficou brincando com meus dedos.

- Papai vai demolar? – ele perguntou baixinho.

- Não, amor. – disse por fim.

Ele fechou os olhinhos e minutos depois já estava dormindo. O arrumei na cama e fui tomar um banho. Coloquei uma calça colada ao corpo e uma blusa de mangas, que frio terrível. Calcei botas e penteei meus cabelos. Quando terminei fui para o escritório esperando os magnatas. Às 7:00 em ponto, bateram na porta.

- Pode entrar. – disse.

A porta foi aberta por Hugh, e em seguida vinham mais quatro homens.

- Boa noite, Alícia. – Hugh disse. – Aqui estão os senhores.

- Ótimo. Sentem-se. – disse olhando para eles que pareciam meio intimidados comigo. Os quatro sentaram a minha frente e Hugh sentou-se no sofá.

- Estamos muito honrados por você ter nos recebido. – um deles disse.

- Eu sei. Agora façam valer a pena essa reunião. – respondi séria.

Eles começaram a me falar sobre suas propostas. A reunião durou uma hora, mas foi interessante. Fechei acordo com os quatro magnatas, Hugh foi para a sua casa e fiquei no escritório respondendo e-mails de São Paulo. Encarei uma carteira de cigarros que Hugh havia esquecido no sofá e pela primeira vez ela me parecia convidativa. Dizem que tira o estresse, e era disso que eu precisava. É o fim dos tempos mesmo, eu odeio cigarro mais estava afim de fumar um. Peguei a carteira e voltei a sentar na minha cadeira, tirei um cigarro e procurei um isqueiro. Achei um dentro das gavetas, coloquei o cigarro entre os lábios e o acendi. Não deve ser tão difícil fumar cigarro, traguei e me engasguei com a fumaça.

- Que droga. – disse tossindo com os olhos marejados. – Como conseguem gostar disso? – resmunguei e fiz outra tentativa.

Dessa vez eu não me engasguei com a fumaça. Grande progresso, dei risada de mim mesma. Traguei mais uma vez e depois soltei a fumaça lentamente. Nada mal. Peguei meu celular para ver se tinha alguma chamada perdida do Paulo e nada.

- Por que você está fumando essa porra?

Levei um enorme susto ao ouvir aquela voz aborrecida invadir o escritório. Era Paulo, ele não estava fumando, mas estava quase soltando fumaça pelo nariz.

- O que você está fazendo aqui? – perguntei atordoada. – Aliás, como entrou aqui?

- Você não me ouviu? – ele perguntou ignorando minhas perguntas.

- Porque deu vontade. – respondi.

- Larga essa porra agora, Alícia. – ele ordenou e arqueei as sobrancelhas.

- Que drama. É só um cigarro. – disse com desdém e traguei de novo vendo Paulo fechar os punhos.

- Eu vou fazer você engolir essa merda. – ele disse em passos apressado vindo até a mim e tomando bruscamente o cigarro da minha mão.

- CARALHO! – gritei. – NEM AQUI EU TENHO PAZ?

- Cala a boca. – ele disse e jogou o cigarro no chão pisando em cima. – Eu não quero ver você fumando mais essa porra, entendeu? – ele disse irritado.

- Você só veio pra criar caso porque eu estava fumando? – perguntei cruzando os braços.

- Não, eu vim pra devolver isso aqui. – ele disse tirando a minha aliança de dentro do bolso. – Se você tirar mais uma vez, eu vou colar ela no seu dedo.

Ele puxou a minha mão e colocou sem nenhuma delicadeza no meu dedo.

- Por que está chateado? Eu que deveria estar. – disse puxando minha mão.

- Porque você me deixou. Quer mais algum motivo? – ele perguntou rude.

- Você me humilhava todos os dias. Queria que eu ficasse aguentando até quando? – perguntei irritada.

- Eu só queria que você se arrependesse por ter me escondido tudo isso. – ele disse abrindo os braços.

- Não, Paulo, eu não me arrependo. Se eu pudesse voltar no tempo, você não saberia disso aqui. Eu prometi para o Yure que não contaria nada, ele só queria me proteger.

- PROMETEU PARA UM FILHO DA PUTA MORTO? – ele gritou debochado.

Quando dei por mim, já tinha acertado um tapa no rosto do Paulo.

- NÃO FALE DELE ASSIM. VOCÊ ESTÁ NO PAÍS DELE, NA CASA DELE, NO ESCRITÓRIO DELE E EU EXIJO QUE VOCÊ O RESPEITE. – esbravejei. Paulo me olhou com a mão no rosto, vai ficar uma bela marca dos meus dedos. – Eu não escolhi ser dona disso tudo e ter uma máfia para comandar, mas o Yure cuidou de mim como se eu fosse sua filha e eu não iria desapontá-lo recusando isso. Você não consegue colocar isso na cabeça, Paulo? Me diz, onde que eu falhei com você? Me diz se eu fui uma má esposa? Me diz quando eu não te perdoei pelas merdas que você já fez comigo? Me diz se eu sou uma péssima mãe pro Pietro? Me diz quando eu virei as costas quando você mais precisava? Me diz, Paulo. Eu preciso saber o porquê de tanto ódio vindo de você. – disse tudo o que estava entalado. Meu peito subia e descia devido a minha respiração acelerada.

Paulo me encarou e virou as costas.

- Você mentiu para mim, Alícia. Mentiu! – ele murmurou.

- EU JÁ PEDI DESCULPAS, PAULO. PUTA QUE PARIU. QUER QUE EU ME RASTEJE NO CHÃO PEDINDO O SEU PERDÃO? VAI TOMAR NO CU.  – gritei, passando as mãos entre os cabelos. Eu estava farta dessa situação. – QUER SABER? VOCÊ QUE ME DEVE DESCULPAS POR TER SIDO TÃO ESTÚPIDO COMIGO. VOCÊ E AS MENINAS ME CRUCIFICARAM POR CAUSA DISSO. EU TÔ CANSADA, EU QUERO QUE VOCÊS SE FODA! VAI EMBORA DO MEU PAÍS!

Parti pra cima dele batendo com força em seu peito. Eu precisava descontar a minha raiva que eu estava sentindo. E seria descontada no causador disso tudo.

- EU ODEIO VOCÊ SEU FILHO DA PUTA! ODEIO! – disse com a voz embargada do choro.

- PARA COM ISSO! FICOU LOUCA? – Paulo gritou tentando segurar meus pulsos.

- EU VOU TE MATAR, CACETE! – gritei de volta acertando tapas nele.

- Para de gritar! – ele disse, e não dei ouvidos a ele. Estava mais concentrada descontando minha raiva dele. – CALA A BOCA, CARALHO. – ele esbravejou conseguindo segurar em meus pulsos.

Me debati tentando me soltar dele.

- NÃO VOU CALAR NÃO. ME SOLTA PORRA, ME SOLTA AGORA. EU VOU TE ARREBENTAR PAULO, POR TUDO O QUE ME FEZ PASSAR.

- VAI CALAR SIM! – ele gritou no mesmo tom que eu.

Paulo soltou uma das minhas mãos e com sua mão livre alcançou meus cabelos, entrelaçando seus dedos nos mesmos e trazendo meu rosto pra perto do seu. Rapidamente Paulo colou nossos lábios, não cedi passagem e nem me movi. Eu estava com raiva dele e não queria beijá-lo. Tentei me afastar dele, mas Paulo apertou minha cintura com força e mordeu meu lábio inferior com força também. Grunhi liberando passagem para sua língua. Resisti o máximo que pude, mas acabei me deixando levar pelo beijo. Quantos dias que não nos beijamos? Perdi até as contas. Paulo me beijava com desejo e desesperadamente. Eu mal conseguia acompanhar o movimento dos seus lábios sob os meus. Suas mãos estavam em minha cintura apertando com força, friccionando minha intimidade em seu membro. Minhas mãos estavam estáticas em seu peito. Ele chupou minha língua com força e juro que quase senti minha calcinha inundar. Reage, Alícia. Me dei conta da merda que estava fazendo e o empurrei para longe de mim, senti meu lábio arder.

- Você feriu meu lábio. – disse em reprovação passando o dedo no mesmo.

- Se você tivesse cedido, eu não teria mordido. – ele disse em pura ironia.

- Você é um idiota. E esse beijo não muda nada. – disse com raiva.

- Não era pra mudar algo, era pra você calar a boca. – ele deu de ombros.

- Já fez o que tinha que fazer? Agora volte para o Brasil. – cruzei os braços.

- Você vai voltar comigo. - ele disse normalmente.

- Eu não vou. – disse séria.

- Tudo bem, não me importo passar alguns dias aqui. Aliás, gostei da mansão. – ele disse com desdém. – Onde está meu filho?

- Você é muito cínico mesmo. Age como se nada tivesse acontecido.

- Pra mim esse assunto está morto e enterrado.

- Então me peça desculpas. – disse e ele arqueou as sobrancelhas.

- Não vou pedir nada.

- Peça agora, ou eu aviso pra Rússia inteira que Paulo Guerra está aqui. Você sabe o quanto os Russos amam a família Guerra, né? – disse irônica.

- Você que sabe. Quem vai chorar sob o meu caixão será você. – ele disse me olhando.

Eu não gostava nem de imaginar essa cena. Eu preferia morrer ao invés de presenciar  isso.

- Você é louco, Paulo. Sabe muito bem que não pode pisar em solo Russo. – disse.

E era verdade. Havia russos que queriam a cabeça dele em uma bandeja. Paulo não fez nada contra eles, mas Roberto tem um passado tenebroso aqui.

- Claro que eu posso. Não é você que manda nessa porra? Se fizerem algo comigo a culpa será sua. – ele disse e o olhei perplexa.

- Tem razão. Eu mando aqui, então posso muito bem mandar te deportar para o Brasil.

- Se você tentar fazer isso, eu saio nas ruas de Moscou e você fica viúva. – ele também cruzou os braços.

- Seu imbecil. – esbravejei com raiva. – Como entrou aqui? Nem russo você fala.

- Eu cheguei ao portão e liberaram a passagem. Eles já me conheciam e eu não conhecia nada disso aqui.

- Eles sabem que nós somos casados, por isso que deixaram você entrar. – disse revirando os olhos.

- Quem tem moral é outra coisa. – ele disse convencido. – Onde está o Pietro?

- Está dormindo. – respondi. – Não vai me pedir desculpas? – fiz a última tentativa.

- Talvez eu peça enquanto você rebola no meu pau. – ele sorriu mordendo os lábios.

- Vai se foder. – disse e Paulo riu, caminhei até a porta e a abri. – Cai fora daqui.

- Eu estava brincando. – ele disse rindo e parou em minha frente. – Eu não deveria porque você sacaneou comigo, mas, desculpa pelas coisas que eu disse. Você me desculpa? – ele disse encarando meus olhos.

- Não. Eu não te desculpo. – disse saindo do escritório.

- O quê? – ouvi Paulo vindo atrás de mim. – Você pediu para eu pedir desculpas, porra.

- Eu só vou te desculpar, quando eu achar que você merece. – disse enquanto caminhava em direção as escadas.

- Você só pode estar brincando com a minha cara. – ele disse incrédulo.

- Você também não me desculpou quando eu pedi desculpas. Nada mais justo, Guerra. – disse descendo as escadas.

- Filha da puta. – ele me xingou.

- Não xinga a minha mãe, caralho.  – disse irritada.

- Eu quero matar você. – Paulo respondeu atrás de mim.

- Não me enche. – disse e cheguei até a sala, dando de cara com Mário, Jaime e Davi. – Sabia que vocês viriam também.

- Oi, Alícia. – eles disseram ao mesmo tempo.

- Quando você disse que ia embora na boate, eu não sabia que você viria embora para cá. – Jaime disse levantando-se e me abraçando.

- Nem eu. – disse rindo fraco. – Vocês não estão com fome?

- Não imagina o quanto. – Jaime disse.

- Vamos para a cozinha então. – disse e eles se levantaram.

Paulo estava no sofá puto de raiva.

- Gostei da casa. – Mário disse olhando tudo e acompanhando os garotos.

- Você não vai jantar? – perguntei ao Paulo.

- Não fala comigo que eu não quero falar com você. – ele disse e eu quase ri da sua infantilidade.

- Tudo bem, quem vai ficar com fome não sou eu. – dei de ombros e acompanhei os garotos ensinando o caminho da cozinha.

Mandei as empregadas servirem. Eram três, e Jaime comeu as coitadas com os olhos.

- Que delícia. – Jaime disse.

- Está bom mesmo. – Mário disse dando uma colherada na comida.

- Estou falando das empregadas. – Jaime disse e gargalhamos.

- Sabe, estava pensando em levar vocês ao armazém amanhã. – disse enquanto olhava eles comer.

- Armazém? – Mário perguntou.

- Isso. Aqui não temos galpões, temos armazéns enormes. Eu quero que vocês aprendam com os melhores. – respondi.

- Alícia, nós somos os melhores. – Davi disse.

- Vocês vão ver que não. – disse rindo.

- Paulo não vai gostar disso. – Jaime disse com a boca cheia.

- Eu me resolvo com ele. Vão querer ir? – perguntei.

- Eu topo. – Mário disse.

Jaime e Davi assentiram com a cabeça.

(...)

- Escolham onde querem dormir. Tem vários quartos aí. – disse para os garotos, estávamos no corredor.

- Ótimo. Preciso descansar mesmo. Boa noite. – Mário disse.

- Você não me disse onde está o Pietro. – Paulo disse.

Nem precisei dizer, pois Pietro começou a chorar. Paulo seguiu o choro do Pietro e entrou no meu quarto.

- Que horas vamos sair? – Davi perguntou. 

- Umas oito horas. – respondi.

- Tá bom. Boa noite. – ele disse.

- Boa noite, Alícia. – Jaime disse por último.

- Boa. – respondi.

Cada um foi entrando em um quarto e entrei no meu. Paulo estava com Pietro nos braços o acalmando.

- Diz pro papai o que aconteceu. – Paulo disse manso fazendo carinho nas costas de Pietro.

- Pietro dodói. – Pietro respondeu e achei uma graça ele se referir como se não fosse ele.

- Onde dói? – Paulo perguntou.

- Ati papai. – ele disse colocando a mão na barriga.

- O que andou dando pro Pietro comer? – Paulo perguntou.

- Nada, ué. Ele nem quis jantar. – respondi. – Vou banhá-lo.

- Eu faço isso. – Paulo disse todo arrogante.

Revirei os olhos.

- Tá ok. – respondi e fui até a mala de Pietro pegando um remédio que a pediatra receitou.

Aproveitei e separei um pijama para Pietro. Esperei Paulo dar banho nele enquanto via alguma coisa na TV. Paulo saiu do banheiro com Pietro enrolado em uma toalha.

- Vem, Pietro. – estirei os braços e ele recusou. – Tá bom, né.

Paulo o vestiu e deitou com ele na cama.

- Abre a boca pra tomar o remédio. – disse balançando o vidrinho. Era um conta-gotas.

Pietro abriu a boca e colocou a língua pra fora. Pinguei cinco gotinhas na sua língua e ele passou a língua nos lábios aprovando o sabor.

- Quelo mais. – ele disse.

- Mas não pode. – disse.

Pietro fez biquinho, mas não cedi.

- Vou buscar minha mala lá embaixo. – Paulo disse.

- Tamem. – Pietro respondeu.

- Já a deixaram aqui. – apontei para o canto do quarto.

- Posso tomar banho, por acaso? – Paulo perguntou irônico.

- Deve. – disse. – Vem com a mamãe, Pietro.

Pietro desgrudou do Paulo e ele foi tomar banho. Liguei a TV e deixei Pietro assistindo enquanto fui colocar uma roupa para dormir. Aqui é sem condições dormir com pijama curto, faz muito frio. Coloquei uma calça de moletom e uma camiseta. Voltei para cama e o aninhei em meus braços.

- Tendo nada, mamãe. – ele disse apontando para a TV. Dei risada. Os desenhos obviamente estavam em Russo, Pietro estava todo confuso.

Minutos depois Paulo saiu do banheiro. Ele usava uma calça também de moletom.

- Ainda tem quartos de hóspedes desocupados. – disse.

- Se eu quisesse dormir em quarto de hóspedes já teria ido. – ele disse rude.

Paulo deitou do outro lado da cama, o mais longe possível. Criança. Comecei a fazer cafuné em Pietro enquanto ele tagarelava com o Paulo. Trinta minutos se passaram e quem estava quase dormindo era eu.

- Mamãe? – Pietro chamou. Abri os olhos e o olhei.

- Hm? – murmurei.

- Eu tô com fome. – ele disse.

- Pietro, você não estava com dor de barriga?

- Passou mamãe. Tô com fome.

- Por que você não pede o seu pai pra ir à cozinha? – perguntei preguiçosa.

- Porque a casa é sua. – ouvi Paulo responder.

- Quanta grosseria. – resmunguei e com muito esforço me levantei.

- Eu só disse que a casa é sua.

- Paulo, não me estressa e levanta também. – disse aborrecida.

- Vamo, papai. – Pietro disse.

Paulo levantou-se resmungando e pegou Pietro nos braços. Chegamos à cozinha e fui ver o que tinha para comer. Encontrei bolo na geladeira, coloquei em cima do balcão e peguei suco. Cortei um pedaço para Pietro, ele logo levou até a boca. Coloquei suco em um copo e Paulo deu para ele.

- Não vai comer nada? – perguntei ao Paulo.

- Se eu quisesse já estava comendo. – ele respondeu.

- Sua grosseria só vai piorar nossa situação. – disse dando de ombros.

Paulo bufou e cortou um pedaço de bolo. Observei os dois devorar o bolo, preferi tomar apenas suco.

(...)

Acordei com o despertador do celular. Sete horas da manhã e o frio estava cruel. Pietro dormia no meio da cama, todo esparramado. Uma de suas mãos estava no rosto do Paulo.

- Paulo! – o chamei. – Acorda.

Ele nem se mexeu. Bufei.

- Paulo! – o balancei e ele resmungou. – Levanta, nós vamos sair.

- Sair pra onde, porra? – ele perguntou com seu belo humor matinal.

- Levanta que você vai saber. – disse.

- Puta que pariu, em. – ele disse e levantou-se cambaleando até o banheiro.

Esperei ele terminar de tomar banho e fui tomar o meu. Quando saí do banheiro, ele não estava mais no quarto. Me arrumei e caprichei no look. Depois de algum tempo iria ver o armazém. Pietro ainda dormia. Saí do quarto e desci as escadas. Não encontrei ninguém na sala, fui para a cozinha e encontrei os garotos já tomando café, Paulo estava com eles.

- Bom dia. – disse.

- Wooooooow, que belo dia. – Jaime disse me olhando de cima a baixo.

- Jaime, só não esqueça que tem uma faca na minha mão. – Paulo disse devido ao comentário do Jaime.

- O que é bonito, tem que se elogiar. – Jaime disse.

Dei risada e me sentei colocando suco de laranja para mim.

- Aonde vamos mesmo? – Paulo perguntou.

- Você vai saber daqui a pouco. – disse e ele bufou.

(...)

- Onde estamos? – Paulo perguntou impaciente ao chegarmos ao armazém.

- Aqui é basicamente o núcleo de toda a máfia Russa. – disse saindo do carro.

- Você só pode estar de brincadeira com a minha cara. – Paulo disse debochado.

- Nem começa, Paulo. Alícia vai nos mostrar coisas que podemos usar em São Paulo. – Jaime disse.

- Vamos aprender coisas novas. – Mário disse.

- Meu ovo. – Paulo murmurou.

- Me acompanhem. – disse e passei na frente.

Chegamos até a entrada e tinha que fazer uma revista.

- O que é isso? – Davi perguntou.

- É apenas uma revista por questão de segurança. – pisquei.

- Esses machos vão nos apalpar? – Mário perguntou e assenti dando risada.

- Eles não vão tocar em você, né?! – Paulo perguntou rapidamente.

- Não, vocês que são visitas aqui. – disse.

Os garotos foram revistados e depois fui atrás.

- Acho que um deles é viado. Apertaram meu pau. – Jaime disse e gargalhei.

Mais na frente encontrei Hugh.

- Bom dia. – disse em russo.

- Bom dia, Alícia. – ele respondeu sorrindo. – Visitas?

- Vamos mostrar um pouco disso para eles. – disse.

- Dá pra falar direito? Esse cara deve estar te cantando e eu não tô entendendo nada. – Paulo disse impaciente.

- Ele só está me dando bom dia, Paulo. – disse em português.

- Só se for para ele, porque meu dia está péssimo. – Paulo reclamou.

- Fica calado. – disse para ele.

- Isso aqui é muito grande. – Davi disse boquiaberto.

- Vamos, Alícia. Todos querem ver você. – Hugh disse em russo.

Assenti com a cabeça.

- Me sigam. – disse para os garotos.

Caminhamos até uma plataforma, e lá em baixo ficavam meus homens. Subimos na plataforma e ela foi descendo.

- Isso é muito macabro. – Mário disse e dei risada.

Chegamos em baixo e sorri ao ver todo o meu pessoal.

- Cacete! – ouvi Jaime exclamar. – Que tanto macho reunido.

- Quantos têm, Hugh? – o perguntei.

- Três mil homens. – Hugh disse sorrindo.

- Está vendo, Paulo? É por isso que não abandono tudo isso, eu não posso desempregar três mil homens. Eles também têm filhos que nem a gente. – disse o olhando.

- Parecem aqueles soldadinhos de chumbo. – Mário disse abismado.

Realmente pareciam mesmo. Todos estavam fardados com o símbolo da máfia Russa estampado no peito. Era uma rosa dos ventos e dentro tinha a letra R.

- Я вернулся. (Estou de volta). – disse em alto e bom tom.

Todos começaram aplaudir e um sorriso enorme se formou em meu rosto. É bom estar de volta. 


Notas Finais


Continua?


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