História Dangerous Love - O bom filho a casa torna

O sentimento que Betty sentia desde que chegou, era de nostalgia. A garota estava surpresa e ao mesmo tempo feliz que praticamente nada tinha mudado na cidade, Riverdale continuava pequena e tranquila, com uma leveza no ar. Como era fim de verão, o clima estava  quente e úmido, mas com algumas rajadas de vento fresco durante o dia.

A residência dos Cooper se manteve fechada durante todos esses anos. Hal - o pai de Betty -, não permitiu que Alice vendesse a casa e a manteve limpa com a a ajuda de Polly, que morava em Riverdale com o marido, Jason Blossom.

Betty sorriu ao ver o antigo quarto, onde passou toda sua infância e uma parte da adolescência. Ela se aproximou da janela e avistou o quarto do garoto que costumava ser seu melhor amigo e amor platônico, Archie Andrews. O local estava vazio e um pouco diferente desda última vez que ela tinha visto. Agora um grande saco de pancada preto estava pendurado no meio do quarto.

A garota se perguntou aonde o rapaz estaria e se lembrou que ele costumava passava os verões com a mãe em Chicago. Mas talvez isso tenha mudado, ela não saberia dizer.

–Se você tá pensando em sair e ir atrás do Archibald Andrews, pode ir esquecendo essa ideia. Temos muito o quê fazer aqui em casa e se ele quiser, ele que venha aqui. – Alice estava em frente a porta.

–Eu não estava pensando em ir atrás dele. Faz séculos que não nos falamos. – Betty se virou.

–E espero que continue assim. Já que você terminou de arrumar aqui, desce comigo pra organizar o que falta.

Betty passou o dia organizando a casa com os pais. Polly ligou avisando que iria jantar com eles, Alice e Hal saíram para fazer compras e deixaram a filha terminando de arrumar.

A campainha tocou e Betty foi atender.

–Ah. Meu. Deus. Não acredito. BETTY COOPER – Kevin Keller, um dos amigos de infância de Betty, sorria e segurava um buquê de  flores e uma cesta de bolinhos nas mãos.

–KEV – Betty pulou encima do garoto e quase o derrubou.

–Estou forte, mas nem tanto. Vamos com mais calma.

Betty sorriu e se afastou.

–Desculpa, não me controlei, tava morrendo de saudades. Como você mudou.

–Tanta saudade que sumiu da face da terra e não deu nenhuma notícia. Eu sei que mudei, estou bem mais gato.

–Eu sinto muito, minha mãe fez eu destruir qualquer contato que eu tinha com Riverdale, só me comunicava com a Polly. Sim, sim, está lindo.

–Eu imaginei que a Malevolice faria algo do tipo. Obrigada.

Kevin sempre apelidou Alice, Betty repreendia, mas se divertia um pouco.

Betty revirou os olhos, mas sorriu.

–Tô feliz que você tenha vindo, tava com medo de não falar com ninguém.

–Você tem sorte que eu sou um bom amigo, que não guarda rancor.

–Você é 10, Kevin – Betty beijou o rosto do amigo.

–Na verdade eu sou 1000, mas aceito o seu elogio.

–Claro, entra.

–Toma, política da boa vizinhança – Entregou as flores e a cesta.- Foi eu quem fez os bolinhos, estão deliciosos.

–Tenho certeza que estão, obrigada.

Os dois sentaram na sala.

–Nossa, sua casa continua a mesma coisa do que eu me lembrava.

–É, meu pai não quis mudar nada.

–Entendi.

–Como você soube que a gente tinha voltado?

–Você sabe, cidade pequena, as notícias voam. A essa hora toda a cidade já sabe, fiz questão de ser o primeiro a rever Betty Cooper.

–Fico muito agradecida pela visita. Mas me conta, como estão as coisas por Riverdale?

–Vamos começar da sua partida. Logo depois que você foi embora, uma família chegou em Riverdale: Os Lodges,  vieram de Nova York. Não sei dizer o que eles tem mais, dinheiro ou beleza. A filha deles: Verônica, estuda no Riverdade High School e tem a nossa idade. Ela e o Archie vivem juntos, dizem que é só amizade, mas só se for a colorida. É como se ela tivesse ocupado seu lugar na vida dele.

Betty ficou abalada, mas sabia que algo do tipo poderia acontecer, só não queria que tivesse acontecido. Kevin percebendo a reação dela, perguntou:

–Você ainda é apaixonada por ele?

–Não é o que você tá pensando, não sou mais aquela garotinha apaixonada. Porém, acima de qualquer coisa, ele sempre foi meu melhor amigo, é difícil escutar que você foi trocada.

–Duvido que ele tenha te esquecido assim, vocês eram inseparáveis.

–Disse bem, eramos. Não somos mais.

–Vão ter tempo pra mudar isso – Kevin olhou para o relógio no pulso e se levantou. – Eu preciso ir andando, marquei de me encontrar com o meu namorado.

–Como assim você tá namorando?

Kevin sorriu e se sentou de novo.

–O nome dele é Joaquin. Ele não estuda com a gente, na verdade ele nem é daqui, ele mora no lado sul da cidade – A última frase saiu quase como um sussurro.

Betty lembrava vagamente dos avisos da mãe dizendo que o lado sul era proibido e que era ocupado por pessoas ruins.

–Não é lá que moram...

–A gangue Serpentes do Sul? É, Joaquim faz parte dessa gangue. Mas, meu pai nem sonha com isso e só você sabe disso até agora. Então boca fechada.

–Sem problemas. Só toma cuidado.

–Eu sempre tomo. Agora eu preciso mesmo ir – Kevin e Betty se levantaram. – Foi muito bom te ver de novo, o que acha da gente passar na lanchonete do Pop's mais tarde?

–Não vai dar, Polly vem jantar aqui em casa e eu ainda nem descansei da viagem.

–Tudo bem, fica pra próxima. Me da seu número agora, não quero te perder de vista de novo.

Para o jantar, Betty escolheu vestir o de sempre, calça jeans e moletom. Acontece que Alice não permitiu que ela se vestisse de forma tão simples e mandou ela trocar. Assim, ela escolheu um vestido branco com flores rosas e sapatilhas rosas também, para combinar com as flores. Os cabelos estavam em um rabo de cavalo, como sempre; de maquiagem apenas um batom rosa claro.

Polly e Jason chegaram no horário combinado e trouxeram uma garrafa de vinho francês, que Betty imaginou ser mais cara que todo seu guarda-roupa.

Hal e Jason iniciaram uma conversa que era agradável somente a eles, enquanto bebiam uísque na sala. Alice, Polly e Betty foram para a cozinha.

-Como você tá linda Betty e crescida. Parece que faz anos que eu não te vejo – Polly disse abraçando a irmã.

-Você que tá linda, está radiando – Betty comentou observando a irmã. – Você tá diferente.

Polly sorriu envergonhada e Alice parou para prestar atenção na filha mais velha.

–Polly Cooper, não me diga que é o que eu estou pensando.

–Depende do que a senhora tá pensando, mãe – Polly sorriu.

–VOCÊ TÁ GRÁVIDA?! – Alice gritou, fazendo Hal e Jason irem para a cozinha.

Betty lagrimou de emoção.

–Ah, meu Deus, parabéns, Polly – Ela abraçou a irmã. – Eu vou ser titia. 

Alice estava paralisada e Hal não estava entendendo nada da situação. Jason se aproximou de Polly e abraçou ela, colocando as mãos encima da barriga dela.

-Bom, pai, mãe e Betty, não era assim que eu queria dar a notícia. Mas sim, eu estou grávida, nós vamos ter um bebê – A felicidade estava estampada na cara do casal e Betty não conseguia imaginar um casal mais fofo. Ela abraçou os dois, parabenizando de novo.

Depois do choque, Alice e Hal felicitaram os dois e todos foram pra mesa de jantar, para conversar melhor.

–Quando vocês descobriram? – Betty perguntou, curiosa.

–Bom, a minha menstruação sempre foi regular, então quando ela atrasou um dia, eu fui logo fazer o teste e deu positivo. Depois eu fiz o de sangue só pra confirmar – Polly explicou.

–E há quanto tempo vocês já sabem da gravidez? – Alice perguntou, tomando um gole de vinho.

–Há um mês – Jason respondeu.

Alice quase cuspiu o vinho.

–Como assim vocês já sabem disso há um mês e não falaram nada?

–Mãe, não era uma notícia que eu queria dar por telefone. Vocês entendem, não é?

–Entendemos, mas confesso que gostaria de ter sido informado antes que vou ser vovô.- Hal confessou.

Todos riram.

Foi um ótimo jantar, Betty ficou extremamente contente com a notícia, adorava crianças e já amava o sobrinho ou sobrinha. Depois que o casal Blossom foi embora, a garota caiu em sono profundo.