Daryl pegou sua crossbow e desceu as escadas sem dizer uma palavra. Olhei para o Merle e ele deu os ombros, então corri atrás do Daryl.
Quando cheguei ao pátio ele já estava subindo na moto. Já estava escuro e eu não iria deixar ele sair desprotegido daquele jeito. Subi em cima da garupa e ele desligou a moto.
— Você é um idiota, sabia? — Ele ficou parado e em silêncio. — Eu to falando com você, droga!
Desci da moto e fiquei de frente pra ele.
— Será que você não percebe que eu estou cansada de perder as pessoas que eu amo? Eu estou fazendo isso para o bem do grupo. O Governador não é um cara bom, ele tem mais homens, e os homens dele são forte. Você acha que consegue ganhar de todos eles?
— Sai da frente, Sarah.
— Não saio! — Gritei. — Não saio, não saio e não saio. — Comecei a socar e chutar a moto dele.
— Calma. — Ele se levantou e me abraçou. — Vamos pra dentro.
Enquanto caminhávamos para dentro da prisão o Carl apareceu.
— Está tudo bem? Eu estava fazendo a guarda e ouvi a Sarah gritar.
— Eu só estou cansada. Obrigada por se preocupar Carl.
Ele subiu de volta para torre e então seguimos. Ele encostou sua crossbow no canto da parede e se deitou comigo na minha cama. Ela era pequena, então ficamos deitados de conchinha. Ele acariciava meu cabelo enquanto eu segurava sua outra mão. Eu segurava com tanta força que talvez tivesse machucando ele, mas eu queria ter certeza que depois que eu dormisse, ele não sairia do meu lado.
No outro dia acordei esparramada na cama, Daryl não estava mais lá. Corri até a cela dele e do Merle, mas só o ele estava deitado lá. Pulei no pescoço dele e comecei a gritar.
— Onde ele tá? Não mente pra mim, Merle.
— Hey, me larga. — Ele se soltou. — Como eu vou saber onde aquele idiota tá? Foi você que dormiu com ele.
— Droga.
Corri para o andar de baixo e o procurei pelos corredores, mas não achei. Fui para o pátio e a moto dele estava lá. Ouvi vozes do Rick vindo do refeitório e então fui atrás dele. Ele estava conversando com o Daryl que parecia comer alguma coisa.
— Seu idiota. — Soquei o ombro dele. — Você me deixou preocupada.
Rick deu risada quando Daryl acabou derrubando a comida que estava na colher com o soco que eu havia dado. Daryl novamente encheu a colher de arroz e enfiou tudo na boca.
— Vou pedir pro Merle me ajudar.
— Certo.
Daryl saiu apressado da cozinha e foi até a cela onde ele dormia com o Merle.
— Onde eles vão? — Perguntei para o Rick.
— Daryl disse que da ultima vez que ele foi caçar encontrou uma caixa com algumas garrafas de agua e comida, então vai com o Merle pegar.
— E você acredita nisso? — Revirei os olhos. — Os idiotas estão planejando atacar Woodbury sozinhos.
— Como sabe disso?
— Sabendo. Eu conheço eles. Avisa que eu vou junto.
— Não. — Ele se levantou. — Se eles realmente vão pra Woodbury eu não vou deixar que você arrisque a sua vida.
— E vai deixar eles perder a deles?
— Vou conversar com o Daryl.
Subi as escadas e peguei Merle arrumando sua mochila. Ele me olhou, mas logo voltou a fazer o que estava fazendo.
— Vai me ignorar mesmo? — Me aproximei.
— Vou. — Ele sorriu.
— Eu estou falando sério Merle. Eu sei aonde vocês vão. Por favor, não faz isso comigo.
— A gente só vai pegar suprimentos. Amanhã voltamos.
— Eu não vou deixar.
Corri para o pátio e tranquei os portões que Carl havia aberto. Peguei as chaves e corri para o bloco K. Entrei e uma das celas do andar de cima e escondi a chave de baixo do colchão.
— Sarah. — Era o Daryl.
— Eu não vou deixar vocês arriscarem a vida assim.
— Só vamos pegar suprimentos.
— Mentira. — Gritei. — Para de mentir pra mim. Eu sei a merda que vocês estão querendo fazer, e eu não admito que façam isso. Se fosse comida você mesmo nem faria questão de ir buscar, já que semana passada o Glenn achou bastante coisas.
Ele abaixou a cabeça, mas logo voltou a olhar pra mim.
— Nós não vamos, okay?
— Você jura? — Sorri e ele assentiu.
Eu o abracei e então peguei a chave e entrei para o Rick. Passamos o dia sem fazer absolutamente nada. Ninguém estava com vontade de trabalhar naquele dia, então apenas jogamos conversa fora. Já era de madrugada quando eu fui dormir.
De madrugada acordei assustada com um barulho de moto. Corri para a cela do lado e ninguém estava lá. Desci as escadas e fui para o pátio, mas eles já haviam partido. Gritei pelos seus nomes, mas eles provavelmente não escutaram, ou se escutaram não quiseram voltar.
Voltei para minha cela e acabei dormindo. No outro dia acordei cedo, peguei uma fruta e fui para o pátio. Percebi que a grade estava caindo, então resolvi arrumar. Sai por uma fresta aberta e com o facão cortei alguns bambus. Não tive problemas com nenhum errante, então voltei e os coloquei sobre a grade caída.
Eu estava tão nervosa que precisava distrair minha mente fazendo as coisas. Fui no poço que o Rick havia feito a uns tempos atrás e peguei um pouco de agua e fui regar a horta. Já estava dando alguns tomates e chuchus, mas ainda não estava no tempo de colher. Glenn tinha conseguido achar até sementes de abobora.
Depois de regar as coisas fui ajudar o Tyreese a cortar lenha, ele não quis ajuda na hora de cortar, então fui colocando as lenhas para o refeitório que logo a Carol iria acender o fogão a lenha e preparar a nossa comida.
Já estava escurecendo quando entramos e fomos para o refeitório. Dei comida pra Judith e fui jantar. Me sentei na mesa onde sentava com os Dixons, e eles não estarem lá me deixava com um nó na garganta. Senti meus olhos se encherem de lagrimas só de pensar na merda que eles deveriam estar fazendo, mas logo me recompus e terminei de jantar.
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