POV REYNA
Ter todos os olhares sobre mim, desejando ver o “espetáculo” me fazia ter certeza que eu morreria.
Eu estava nervosa e sentia meu coração bater com força, acelerado e ainda para piorar, eu iria correr com o carro do Nico. O único problema era que eu nunca tinha dirigido um carro daquele. E Hades tinha feito isso de propósito.
Haviam três veículos posicionados atrás de mim, uma Ferrari California vermelha, um Audi r8 branco e um Camaro preto.
Poseidon, Hades e Nico estavam próximos ao edifício, bebendo alguma coisa que eu deduzi ser vodca.
Por hora, eu era a única que já estava no carro e observei os três caras vindo em direção aos veículos.
A sensação que eu tinha, era que haviam duas pedras no lugar dos meus pulmões. Eu podia sentir a adrenalina percorrendo meu sangue, deixando todo meu corpo tenso.
Minha boca estava seca. Era um tanto estranho sentir sua língua grudando no seu próprio seu da boca.
Então, Hades começou a se aproximar. Ele andou calmamente até ficar no meio dos carros, um pouco mais a frente. Em uma das mãos, segurava uma garrafa da Grey Goose e na outra uma pistola Taurus pt 58.
Seus lábios formavam um perfeito sorriso cínico e hipócrita e em seus olhos, toda a mediocridade que alguém pode ter.
Lentamente, ele levantou a arma para cima e em questão de segundos, atirou.
Apertei o volante com força, sentindo toda a tensão sobre meus dedos. Então acelerei.
E como um devaneio, me perdi em meus próprios pensamentos com o som dos motores.
Me sentia como um porco espinho tendo os pelos da minha pele eriçados.
Eu respirei fundo.
As palavras de Nico pareciam ficar cada vez mais fortes dentro da minha cabeça. Era algo crescente, assim como a adrenalina que ia me possuindo aos poucos.
Pelo retrovisor, encarei os três carros atrás de mim. Exatamente alinhados, um ao lado do outro.
O lugar era enorme, a perder de vista. Com apenas um edifício em toda aquela imensidão.
Não fazia a mínima ideia de onde seria o fim daquilo e de como tudo terminaria.
Observei novamente o retrovisor.
Merda.
Eu era como uma caça. Literalmente sendo caçada.
Soquei o volante com força, então enterrei o pé no acelerador.
*90 km/h. 110 km/h. 140 km/h. 200 km/h. 240 km/h.*
Só que era óbvio que eles não ficariam para trás. A Ferrari e Audi se aproximavam muito rápido, um carro de cada lado meu.
Se eu estava com medo? Baby, estava com o cu na mão.
Os dois vieram com tudo para cima de mim. Eles queriam me prensar e eu sabia que a qualquer momento isso aconteceria fazer isso.
O puxão do cinto sobre meu corpo, o carro girando descontrolado e minhas mãos agarradas ao volante.
Respira Reyna. Vamos Reyna.
Não tinha ideia do que fazer. Pisei no freio e em seguida, acelerei. A pouca distância que eu havia conseguido, logo acabou e a Ferrari novamente se chocou contra o carro.
Cada vez mais eu apertava meus dedos ao redor do volante. Afinal, dirigir aquele Maserati estava sendo bastante ruim, não conhecia o carro na prática, não conhecia seu motor.
O velocímetro marcava quase 300 km/h. Eu estava tentando contornar o prédio, voltar de onde partimos. Isso tinha que ter um fim.
A adrenalina percorria cada célula do meu corpo. E meu coração batia cada vez mais rápido. Tinha aquela sensação agoniante dentro de mim, algo como uma sufocação.
Foi então que o camaro me ultrapassou, ficando exatamente na minha frente. Observei a Ferrari abrir a janela do passageiro, e um cara apontou uma arma em minha direção.
Aconteceu rápido demais. O carro preto freou bruscamente e eu não tive mais controle.
Todo meu corpo se jogou para a frente, enquanto que ouvia os tiros batendo na lataria. Eu respirava rápido, sobrecarregando meus pulmões talvez, mas não havia muita escolha. Tinha mais de um milhão de coisas passando pela minha cabeça e a única que realmente me importava era o de permanecer viva.
POV NICO
- Quem é ela Nico? – Hades me encarou.
- Acho que você já tem a resposta. – Levei a garrafa até boca, tomando um gole. – Você não devia ter feito isso.
- Talvez. – Ele sorriu cínico. – Diversão nunca é demais.
Eu respirei fundo, me controlando.
Tomei mais um pouco da vodca, tentando de alguma maneira inútil ficar mais calmo.
Eu tinha medo que acontecesse algo com Reyna. Afinal já tinha visto muitas coisas acontecerem ali. Coisas que não me orgulho nenhum um pouco de ter visto. Coisas que me fazem repugnar meu pai e seus amigos de merda.
Apenas escutei o som abafado da batida; meu coração acelerou, batendo com força. Engoli em seco e fechei os olhos e a gargalhada sarcástica de Hades ficou ao longe.
Vamos garota, eu sei que você consegue. Vamos lá Reyna!
Ela precisava reagir.
Ela tinha que reagir.
Meus olhos fixaram-se no audi que vinha acelerando cada vez mais. Levei a garrafa até a boca e senti a vodca descendo pela minha garganta.
O camaro e o Maserati continuavam um de frente para o outro. Mas eu podia ouvir o ouvir acelerando. Mas não ouvia Reyna.
- Você vai mata-la! – Gritei socando o capo do seu carro. – Peça para eles pararem, seu desgraçado!
- Me respeita seu filho da puta! – Hades se aproximou de mim e toda fúria invadiu seu olhar.
Foi tudo muito rápido, meus olhos mal conseguiram acompanhar o Maserati indo em direção ao outro lado do edifício. As janelas estavam quase todas quebradas. A lataria uma merda.
Continuei respirando fundo. Eu tinha que me controlar.
Então o Maserati surgiu na nossa frente, dando um cavalo de pau. Literalmente levantando poeira.
Reyna saiu do carro correndo e me encarou seriamente. Seu rosto coberto por aquela areia emitia seu desespero. Ela deu mais alguns passos, enquanto os outros carros se aproximavam de nós.
- Ela não é tão ruim. – Hades a encarou, analisando-a.
Os olhos de Reyna iam do meu pai para mim e eu continuava ali, observando suas reações sem entender mais nada.
Reyna ainda estava parada na nossa frente, ofegante.
- Devem ter algumas coisas lá dentro para passar aí. – Disse apontando para seu braço.
Ela abriu levemente a boca enquanto olhava fixamente para mim:
- É... – Reyna mordeu o lábio, e preciso confessar que aquilo a deixou um tanto sexy. – É... tudo bem...
Assim que dei as costas para Hades, uma mão segurou meu braço com força, obrigando-me a me virar.
- Fala pra ela... – Vi ele engolindo em seco. – Talvez... Você sabe, não gosto de admitir certas coisas, mas essa garota é boa. E depois de tudo... – Hades fechou os olhos. – Acho que algumas pessoas vão lembrar, que chegou a hora de colher o que plantaram há tanto tempo. – Lentamente, sua mão soltou meu braço. Meu pai deu alguns passos para perto de Reyna e deu um tapinha em suas costas. - Apesar de tudo, esse jogo ainda não acabou.
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