História Dark Necessities - Found

- Conseguiram? – lhe perguntei e ele confirmou. Comecei a tossir sem parar, joguei a cabeça para o lado e vomitei mais sangue.

- Você vai melhorar. – ouvi o Hershel falar e em seguida senti uma picada no meu braço. – Agora descansa Hannah, você já fez o que podia. - Hershel nos deixou e Daryl me pegou no colo me levando para uma das celas, me deitou e em seguida se sentou acariciando meu cabelo.

- Pensou que iria me perder. - falei brincando com ele, que se inclinou e me deu um beijo na testa.

- Para de falar besteira. - eu sabia, como ele também, podemos morrer a qualquer momento. Eu não tenho mais minha família de sangue, mas essa se tornou minha família, eles me salvaram, o pouco que ainda resta de mim. - Descansa que amanhã você tem paciente para atender. - sorri sentindo meus olhos pesarem me fazendo cair no sono.

...

Alguns dias depois

- Como ela está? – ouvi a voz do Rick.

- Ainda na mesma. – respirei mais forte depois de ouvir a voz do Daryl e alguns segundos em silencio finalmente consegui abrir os olhos. – Finalmente acordou. – o ouvi reclamar e eu sorri.

- Pelo menos não virei uma. – resmunguei e senti um aperto leve na mão, é a sua fazendo um pouco de carinho.

- Todos ficaram preocupados com você.

- Como estão todos? – perguntei-me sentando com sua ajuda.

- Estão bem.

- Quanto tempo levei desacordada? – ele respirou fundo sério.

- Ficou três dias desacordada. Quase a perdemos, seu pulmão não estava funcionando bem pelo que Hershel falou. – confirmei com um aceno.

- Uma vez quando eu tinha quatro anos acordei na cama do hospital, eu tinha passado por uma cirurgia no coração que me causou um problema no pulmão. – o peguei de surpresa. – Desde então eu pratico esportes, já que iria me ajudar na vida. Meu antigo companheiro me ajudou bastante já que sempre corríamos pela manhã antes de eu entrar em plantão também. Mas desde que isso começou a minha corrida só está contra os mortos, então pensei que não teria problemas com isso. Mas a doença me fez lembrar que eu preciso tomar mais cuidado.

- Por que não nos avisou sobre isso? – perguntou sério. Ele largou minha mãe e encostou na cadeira largado.

- Porque achei que não valeria a pena, que eu preciso ajudar e que não vou morrer correndo atrás de comida ou ajudando alguém, eu preciso de adrenalina às vezes.

- Mas você quase morreu por conta desta doença por agora, o que você acha que vamos fazer?

- Irão fazer mais nada, está tudo bem. – ouvimos um pigarro na porta e logo Beth apareceu sorrindo.

- Todos irão ficar feliz quando descobrirem que você acordou. Não podemos ficar sem nossa médica. – sorri.

- Vou pegar algo para ela comer, fica com ela Beth. – a loira confirmou e logo ficamos sozinha com ela me atualizando dos assuntos, até que Carol não está mais aqui o que me fez ficar surpresa. Quando estava terminando de comer o lanche ouvimos um estouro grande o que nos assustou.

Me levantei correndo junto com Beth, nos olhamos e corremos na mesma direção em que o pessoal corria. Chegando na entrada encontrei nosso pessoal, deu para ver Michonne e Hershel do outro lado ajoelhados e atrás -deles em cima de um tanque o Governador.

- Beth. – a mesma me abraçou segurando o choro. O Daryl virou o olhar para mim e ficamos calados enquanto o Rick descia para conversar com o Governador. Daryl chegou perto murmurando, mas dava para ouvir. Ele pedia que todos começassem a se armar lentamente já que estávamos em menor grupo.

- Se a coisa ficar feia, direto para o ônibus. – me encarava por enquanto que falava e eu fiquei com medo do que poderia acontecer. Ainda olhávamos para a conversa em que Rick tinha com o Governador. Beth se soltou de mim indo até a irmã e segundos depois o Daryl começou a entregar armas, quando chegava perto de mim ele passou direto.

- Que porra você está fazendo? – lhe perguntei chamando atenção das pessoas ao nosso redor.

- Você vai ficar perto das crianças. – neguei.

- Não. – persisti, então já que ele não quis me dar a arma eu fui em busca da arma.

- Que merda Hannah, você acabou de passar por uma merda. – tentou me parar.

- Eu não vou ficar aqui parada.

- Daryl, fica tranquilo, não vai acontecer nada com ela. – ouvi Sasha falar parando ao meu lado e então começamos a nos encostar nas grades com as armas apontadas e eu observava junto, mas olhando também atrás para ver a movimentação pequena que tinha dentro da prisão, as pessoas estavam se arrumando.

Vimos o tal Governador com a katana da Michonne no pescoço do Hershel e meu coração começou a bater mais forte, o nervosismo em perder mais uma pessoa importante. Rick continuava a falar, tentando mudar as coisas, dava para perceber, mas o idiota não estava gostando.

Então tudo mudou, o governado matou o Hershel, a prisão caiu e agora estou aqui dentro da porra do ônibus junto com uma parte do pessoal, não sei onde está a Maggie, a Beth, o Rick, não sei onde está o Daryl.

Alguns minutos na estrada, estava paralisada. De repente quem estava dirigindo resolveu parar ônibus, disse que era o ponto onde iríamos nos encontrar, mas começou uma confusão e tudo piorou quando um andante atacou quem estava perto da porta e depois foram vários entrando, eu olhei ao redor e tentei achar uma saída e então corri para a porta do fundo, com esforço consegui destrancar, as pessoas estavam se matando lá dentro, começaram a errar a pontaria. Quando eu consegui entrar, pensei que conseguiria ajudar uma menina que me estendeu a mão, mas ela tinha sido mordida, ela olhou para seu braço e rapidamente negou fechando a porta com todos lá dentro. Eu estava assustada, não sabia direito o que fazer. Estava paralisada no fundo do ônibus com todos mortos.

Eu estava sozinha, de novo.

Eu fiquei paralisada ali por um bom tempo, mas depois comecei a andar pela estrada, eu não podia ficar parada. Comecei a caminhar por um longo tempo, até que eu parei vendo um aviso nos trilhos do trem: “Santuário para todos, comunidade para todos, aqueles que chegam sobrevivem”.

Logo de início fiquei receosa, mas tudo de ruim já tinha acontecido nas nossas vidas e então segui os trilhos por horas.

- Ei, eu te conheço? – ouvi uma voz grossa me chamando e eu me assustei apontando a arma para o cara. – Está tudo bem, não sou inimigo. – respirei fundo o vendo chegar mais perto de mim.

- Fica parado aí. – o fiz parar e ele levantou as mãos aos altos e sorriu para mim.

- É você mesmo. Eu estava te procurando por um bom tempo. Prazer, me chamo Aaron. – tentou chegar perto e eu atirei perto do seu pé.

- Não chega mais perto. – tentei fazer o mesmo parar.

- Eu sei que você não vai atirar. Sua mãe me falou tudo sobre você. – senti meu nariz doer, minhas lágrimas estavam presas.

- Do que você está falando? – ele se movimentou rapidamente pegando alguns papéis na mochila e jogou algumas fotos para mim. Era fotos minhas com meu irmão quando criança.

- Como conseguiu essas fotos? – perguntei chorando.

- Seus pais estão vivos Hannah e eles precisam de você. Eles me colocaram em missão para irmos atrás de você. – falou e me segurei para não cair de joelhos no chão.

- Pode ser mentira. Você pode estar mentindo, com eles de reféns, eles... – me interrompeu.

- Podemos ir, você pode ir mirando essa coisa para mim o tempo todo se quiser. Eu não irei fazer nada de ruim com você.

- Mas eu não posso. – sequei as lágrimas soltas – Eu preciso achar meu grupo.

- Eu posso te ajudar Hannah, se formos para Alexandria, teremos mais recursos. Por favor, vamos. Seus pais precisam de você.